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Texto: A gestão democrática na Constituição Federal de 1988 - ADRIÃO, T. CAMARGO, R. B. A democratização da gestão escolar marca o início de uma nova epoca, trazendo esperança de novos horizontes, mas além disso, marca a saída de um período ditatorial e incerto em que haviam intervenções recorrentes em todos os âmbitos da sociedade, incluindo as instituições escolares. A participação das lutas pela liberdade, dos movimentos grevistas, e das organizações políticas e partidárias foi essencial no processo de redemocratização da organização do país e, principalmente, do governo. Institui-se a participação em esferas públicas, através de leis de transparência para a participação dos servidores e trabalhadores nas tomadas de decisões de seu interesse, visando aumentar a participação nas demais instâncias. O princípio da gestão democrática gerou conflitos. Houve duas duas posições sobre a gestão democrática no ensino: a primeira, defendida pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, defendia a comunidade na participação das definições políticas e proponha vivências democráticas nas escolas e sistemas de ensino das escolas públicas e privadas; a segunda, propunha direitos ligados ao setor privado limitando a possibilidade de participação das famílias e dos educadores a colaborarem com direções e manutenções nas escolas. Felizmente a proposta defendida pelo fórum Nacional em defesa da escola pública foi sancionada, mas devido às oposições foi implementada referindo a gestão democrática apenas o ensino público. Sabe-se também que esses limites de implementação resultaram em conselhos concentrados em unidades escolares, e com pouco efeito real de participação da sociedade em políticas educacionais. Os conselhos escolares existiam desde a década de 1980 organizando a centralização das decisões reflexões sobre atitudes governamentais. Foram importantes e vistos como mediadores para a democratização das relações de poder dentro da escola, tendo anteriormente como figura central o diretor e seus superiores. O princípio constitucional da gestão democrática hora incorporou a experiência já existente na democratização da escola como os conselhos de classe existentes nas redes públicas do Estado do Rio de Janeiro Mato Grosso. A Constituição proporcionou a possibilidade de autonomia para que cada sistema escolar definisse a regulação da sua própria organização e funcionamento. A Lei de Diretrizes e Bases estabelece princípios norteadores da gestão democrática do ensino público na educação básica. Direciona a iniciativa dos Estados e municípios sobre a gestão democrática. Além de atribuir ao estado o dever de garantia de insumos essenciais, infraestrutura para as condições de aprendizagem. Orienta sobre a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, sobre a participação da comunidade na gestão participativa, mas também sobre as exigências para atribuição ao cargo de direção/ gestão, sobretudo de maneira democrática, por meio de eleições de eleições. As funções principais de gerir a relação democrática escolar são: elaborar e executar sua proposta pedagógica, administrar e seus recursos materiais e financeiros; assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração entre escola e a comunidade; informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos estudantes . Fazer a democracia sair do papel e torná-la contínua no cotidiano demanda esforço e dedicação de todos os envolvidos, sobretudo dos agentes responsáveis pela democratização, a gestão escolar. Democratizar requer constante engajamento para a participação dos estudantes e da comunidade escolar, é um desafio cotidiano que almeja extremo compromisso e dedicação, principalmente para quem busca exercer de maneira justa. Muitos estudantes não têm ciência da possibilidade de participação na gestão das escolas, acarretando na centralização desses processos, e alienação no desenvolvimento das demandas. Sobretudo, a democratização se faz em conjunto e é imprescindível que se construam gestões baseadas na horizontalidade das relações de poder, em que os indivíduos sintam-se partes importantes do processo escolar e que suas opiniões sejam consideradas. Quando a gestão democrática é bem executada traz benefícios de fortalecimento dos vínculos, potencializa o processo de ensino e aprendizagem e auxilia na formação da cidadania dos indivíduos, isso inclui os estudantes, principalmente, mas beneficia todos os envolvidos nesse processo.
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