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GUIA RAPIDO DE UROLOGIA - SBU SP

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Guia Rápido de 
Urologia - GRU
Rodolfo Borges dos Reis
Jose Carlos Souza Trindade Filho
Fabiano André Simões
Copyright© 2012 da 1ª Edição pela Lemar – Livraria e Editora Marina
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, guardada 
pelo sistema “retrieval” ou transmitida de qualquer modo ou por outro meio, 
seja este eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros, sem pré-
via autorização escrita da Editora.
Capa: Marina Domingos Tamaribuchi
Projeto Gráfico e Diagramação: Rodney Vernacci
Todos os direitos para a língua portuguesa são reservados pela:
Lemar – Livraria e Editora Marina
Fale Conosco
Fone/fax (11) 3208-6182
www.lemarlivraria.com.br
livraria.marina@uol.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
1ª Edição, São Paulo, Lemar 2012. 
ISBN 978858665238-2
Guia Rápido de Urologia - GRU
Rodolfo Borges dos Reis, Jose Carlos Souza Trindade Filho, Fabiano André Simões 
EDITORES:
 Rodolfo Borges dos Reis
 Jose Carlos Souza Trindade Filho
 Fabiano André Simões
COLABORADORES DO PROJETO GRU: 
 Luiz Carlos Maciel
 Ricardo Di Migueli
DIRETORIA SBU-SP BIÊNIO 2012 - 2013
 Presidente: Rodolfo Borges dos Reis
 Vice-Presidente: Roni de Carvalho Fernandes
 1° Secretário: Fabiano André Simões
 2° Secretário: Hudson de Lima
 1° Tesoureiro: Wagner Eduardo Matheus
 2° Tesoureiro: Renato Falci Júnior
Delegados:
 André Pereira Vanni
 Fábio José Nascimento
 Felipe de Almeida e Paula
 Fernando Freitas Garcia Caldas
 José Carlos Souza Trindade Filho
 Marcos Lucon
 Maurício Costa Bestane
 Miguel Zerati Filho 
 Leonardo Eiras Messina
 Luiz Carlos Maciel
 Ricardo Di Migueli
 Stênio de Cássio Zequi
Editor do BIU: Rogério Simonetti Alves
Conselho Editorial do BIU:
 Alexandre Soares Grieco
 Deusdedit Cortez Vieira da Silva Neto
 Fabrício Beltrame Ferreira
 Hamilton de Campos Zampolli
 José Carlos Souza Trindade Filho
 Rafael Mamprin Stopiglia
 Sérgio Félix Ximenes
Colaboradores:
Alexandre Danilovic
Doutor pela Faculdade de Medicina da USP, médico Assistente do Setor de Litíase e 
Endourologia do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Adalberto Andriolo Júnior
Membro Titular da SBU.
Adriano João Nesrallah
Assistente doutor da urologia do HCFMUSP, médico do instituto do câncer do esta-
do de São Paulo.
Álister de Miranda Cará
Membro Titular da SBU e Doutor em Cirurgia pela UNICAMP.
Ana Paula Barbério Bogdan
Professora Doutora pela USP de Ribeirão Preto.Responsável pelas unidades: Urodi-
nâmica, Incontinência Urinária e Disfunções Miccionais da disciplina de Urologia 
do Depto de Especialidades Cirúrgicas, e urologista do Lucy Montoro (unidade São 
José do Rio Preto).
André Luiz Farinhas Tomé
Assistente da Disciplina de Urologia da FMABC, Assistente do Departamento de 
Urologia do Hospital Ana Costa – Santos/SP.
André Meirelles dos Santos
Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP, Coordenador do Serviço 
de Urologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Antonio João Tomaz de Aquino
Membro Titular da SBU e assistente da Disciplina de Urologia do Hospital Brigadeiro.
Beatriz Helena de Paula Cabral
Médica Urologista do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus - São Paulo - Mem-
bro Titular da SBU. Mestrado em Urologia pela Universidade de São Paulo. Fello-
wship em Urologia Pediátrica pela Universidade de Minnesotta.
Caio César Cintra
Professor Assistente Disciplina Urologia FMABC, Médico Urologista e responsável 
pelo serviço de Urodinâmica da AACD-SP, Mestre pela Faculdade de Ciências Mé-
dicas da Santa Casa de SP.
Carlos Alberto Monte Gobbo
Prof. Assistente Dr. do Depto. de Urologia da Unesp Botucatu. 
Carlos Hermann Schaal
Responsável pelo serviço de Disfunção Erétil do Departamento de Urologia do Hos-
pital Amaral Carvalho.
Celso de Oliveira
Professor Assistente da Disciplina de Urologia da Santa Casa de SP e Responsável 
pelo Ambulatório de Urodinâmica.
Celso Gromatzky
Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP. Médico Assistente da Dis-
ciplina de Urologia da FMABC. Membro do Núcleo de Urologia do Hospital Sírio 
Libanês.
César Nardy Zillo
Membro titular da SBU, Urologista do Hospital Beneficência Portuguesa de SP.
Cláudio Bovolenta Murta
Médico assistente do Instituto do Câncer do Estado de SP. Coordenador do Centro de 
Referência de Saúde do Homem do Hospital Euryclides de Jesus Zerbini.
Dalmo de Barros e Silva
Urologista da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Hospital 
Santa Isabel.
Daniel Carlos da Silva
Assistente de Urologia da UNICAMP.
Deusdedit Cortêz Vieira da Silva Neto
Membro Titular da SBU, Urologista do Hospital e Aeronáutica de SP, Médico Colabo-
rador do Serviço de Urologia da FCMSCSP e Pós-Graduando da Fundação Antonio 
Prudente de Toledo, do Hospital A. C. Camargo.
Edgar Yugue
TSA/SBA - preceptor responsável pela residência médica do CET da PUC Campinas.
Eduardo Berna Bertero
Urologista-Hospital do Servidor Público Estadual de SP, Fellow Universidade de Bos-
ton, EUA, Mestre Universidade de SP, Membro ISSM, SLAMS, AUA, SBU.
Edwaldo Ednir Joviliano
Professor Doutor do Departamento de Cirurgia e Anatomia Divisão de Cirurgia 
Vascular e Endovascular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, Membro 
Titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Élcio Dias Silva
Mestre e Doutor em Urologia pela Unicamp, Chefe do Serviço de Urologia da Ma-
ternidade de Campinas e Chefe do Departamento de Cirurgia da Maternidade de 
Campinas, e Coordenador de Laparoscopia da Sociedade de Medicina e Cirurgia 
de Campinas - SMCC.
Fábio Carvalho Vicentini
Assistente-Doutor do Setor de Endourologia da Divisão de Urologia do Hospital das 
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Chefe do Setor de Endourologia do Cen-
tro de Saúde do Homem – Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo.
Fábio César M. Torricelli
Médico Preceptor da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Fabrício Beltrame Ferreira
Doutor em Ciências pela UNIFESP, Médico Assistente do Grupo de Próstata e Disfun-
ções Miccionais Masculinas da UNIFESP.
Fabrízio Magaldi Mezzetti
Médico Assistente da Disciplina de Urologia, Preceptor dos Residentes da Disciplina 
de Urologia, Escola Paulista de Medicina - UNIFESP, ex-fellow no MD Anderson Can-
cer Center - University of Texas.
Fernando César Sala
Membro Titular da SBU e urologista do Hospital Amaral Carvalho - Jaú.
Fernando Nestor Fácio Júnior
Prof. Adjunto Disciplina de Urologia Faculdade de Medicina de S.J. Rio Preto 
FAMERP. Responsavel pelo Ambulatorio de Andrologia do Hosp. Base - FUNFARME - 
Brasil. Research Fellow Johns Hopkins Hospital - Urology Depto - USA.
Geovanne Furtado Souza
Doutor em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo Unifesp, Prof. Respon-
sável Urologia Fac. de Medicina de Catanduva – SP. Urologista do Instituto de Uro-
logia e Nefrologia de São José do Rio Preto - SP.
Gilberto Saber
Membro Titular da SBU, Chefe do Serviço Urológico da Santa Casa de Ribeirão Preto.
Guilherme Becker Burmeister
Médico urologista assistente do serviço de urologia do Hospital e Maternidade Cel-
so Pierro da Puccamp.
Gustavo Cuck
Mestre em Oncologia, Chefe do Serviço de Urologia do Hospital de Aeronáutica de SP.
Gustavo Xavier Ebaid
Médico Assistente da Disciplina de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade 
de Medicina da Universidade de São Paulo, Médico Assistente do Centro de Referên-
cia da Saúde do Homem - Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, Médico 
do Corpo Clínico do Hospital Sírio Libanês - SP.
Hamilto Akihissa Yamamoto
Doutor pela Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP.
Hamilton de Campos Zampolli
Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, Chefe da Divisão de Urologia 
do Departamentode Cirurgia Oncológica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira 
de Carvalho – São Paulo - SP.
Homero Gustavo de Campos Guidi
Membro Titular da SBU.
Hudson de Lima
Médico Assistente do Grupo de Disfunções Miccionais Masculinas e HPB da Discipli-
na de Urologia da UNIFESP/EPM.
Isabel Cristina Albuquerque Feitosa
Titular de Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Mestre pela UNICAMP, 
Urologista do Centro Médico Berrini.
João Carlos Cardoso Alonso
Membro Titular da SBU e Mestrando pela UNICAMP.
João Paulo da Cunha
Urologista da divisão de Endourologia da Disciplina de Urologia do HC -FMRP-USP; 
Graduação e residência pela FMRP -USP; Membro Titular da SBU.
João Sérgio de Carvalho Filho
Membro Titular da SBU e Urologista da Santa Casa de Ribeirão Preto.
José Roberto Colombo Júnior
Assistente Doutor do Instituto do Câncer do Estado de SP e Médico Assistente da 
Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Lorena Marçalo Oliveira
Médica Assistente da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de 
Medicina da USP.
Luiz Carlos Maciel
Mestre e Doutor em Ciências da Cirurgia pela FCM - Unicamp.
Luiz Renato Montez Guidoni
Mestre em Oncologia pela Fundação Antonio Prudente (Hospital AC Camargo), Chefe 
do serviço de Urologia do Hospital Geral de Guarulhos (da Santa Casa de São Paulo).
Marcelo de Paula Galesso
Membro Titular da SBU.
Marcelo Hisano
Médico Assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
Marcelo Lopes de Lima
Professor Assistente Doutor da Disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Mé-
dicas da UNICAMP.
Marcelo Vieira
Mestrado em Urologia pela Santa Casa de SP, Andrologista do Hospital Pérola 
Byington, Projeto Alfa e Beta SP.
Márcio Navarro Gianello
Membro Titular da SBU e Assistente da Disciplina de Urologia da Escola Paulista de 
Medicina - UNIFESP.
Mário Henrique Elias de Mattos
Assistente do Grupo de Endourologia e Litíase Urinária da Disciplina de Urologia da 
Faculdade de Medicina do ABC.
Maurício Costa Bestane
Membro Titular da SBU, chefe serviço de urologia do hospital Ana Costa - Santos.
Maurício José Bruschini Rodrigues Netto
Urologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Mauro Miguel de Lima Sousa Barbosa
Urologista pela Unifesp, Pós Graduando a Nível Doutorado pela Unifesp.
Nelson Gattás
Chefe do setor de Endourologia da Escola Paulista de Medicina.
Oscar Eduardo Hidetoshi Fugita
Professor da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP e Assistente do Hospital 
Universitário da USP.
Paulo Roberto Kawano
Professor Assistente Doutor de Urologia da UNESP.
Pedro Henrique Oliveira Cabral
Chefe do serviço de Urologia do Hospital Check-Up, Manaus-AM.
Rafael Bozzo Tacino
Médico Assistente do Setor de Urologia Oncológica da Disciplina de Urologia do HC 
da FMRP - USP, Pós-Graduando em Urologia pela FMRP - USP.
Rafael Ferreira Coelho
Medico da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo, Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de 
São Paulo (ICESP).
Rafael Mamprin Stopiglia
Doutorando e membro do grupo de urologia Oncológica da Unicamp.
Ravendra Ryan Moniz
Mestre em Oncologia pela Fundação Antonio Prudente/A.C. Camargo, Coordena-
dor do Serviço de Urologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, Professor 
da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo.
Renato Careta Chambô
Mestre em Bases Gerais da Cirurgia pela UNESP, Aluno de Pós-Graduação Douto-
rado em Bases Gerais da Cirurgia pela UNESP, Assistente de Ensino da Disciplina de 
Urologia da FAMEMA.
Ricardo Di Migueli
Coordenador do Programa de Residência em Urologia, Chefe do Serviço de Urolo-
gia e Diretor do Lithocenter do Hospital Nossa Senhora de Lourdes.
Ricardo Miyaoka
Fellow em Cirurgia Minimamente Invasiva - University of Minnesota - USA, Urologis-
ta Assistente da UNICAMP - Endourologia e Transplante Renal.
Roberto Dias Machado
Médico Uro-Oncologista do Hospital de câncer de Barretos, Membro Titular da SBU, 
Mestrando pela USP de Ribeirão Preto.
Rodrigo Guerra da Silva
Médico Assistente Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP.
Rodrigo Perrella
Médico urologista formado na UNIFESP/EPM, Membro do Grupo de Endourologia e 
Litíase da Disciplina de Urologia da UNIFESP/EPM.
Silvio da Ressurreição Pires
Professor de Urologia da Santa Casa de SP.
Victor Augusto Sanguinetti S. Leitão
Urologista da Clínica Integra - Bauru, Doutor em Cirurgia pela UNICAMP e Fellow 
em Endourologia e Litíase pela Duke University, EUA.
Vitor de Campos Pagotto
Mestre em Urologia pela Universidade de Campinas, Professor Colaborador da Fa-
culdade de Medicina de Jundiaí.
Walter Antonio Melarato Júnior
Membro Titular da SBU, Responsável Técnico pelo Serviço de Urologia do Hospital 
Guilherme Álvaro, de Santos e da Beneficência Portuguesa de Santos, e Urologista 
do ISO Hospital Dia.
Yuri Tulio Dantas Andres Nobre
Doutor em Ciências pela Unifesp, Médico Assistente da Disciplina de Urologia pela 
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Sumário
Infecção e Inflamação Urinária
• 01 - Pielonefrite Aguda Simples no Adulto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
• 02 - Pielonefrite Aguda Complicada no Adulto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
• 03 - Infecção Febril na Infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
• 04 - Cistite Aguda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
• 05 - Cistite na Gestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
• 06 - Cistite de Repetição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
• 07 - Cistite Intersticial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
• 08 - Infecção Fúngica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
• 09 - Prostatite Aguda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46
• 10 - Prostatite Crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50
• 11 - Gangrena de Fournier. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
• 12 - Abscesso Renal e Perinefrético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57
 Doenças Sexualmente Transmissíveis
• 13 - Uretrite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
• 14 - Lesão Ulcerosa Genital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
• 15 - Lesão Verrucosa Genital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69
• 16 - Molusco Contagioso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72
Urologia Pediátrica
• 17 - Refluxo Vésico Ureteral - Profilaxia Antimicrobiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
• 18 - Enurese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80
• 19 - Varicocele na Infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
• 20 - Criptorquidia – Tratamento Hormonal e Cirúrgico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85
•21 - Infecção Urinária na Infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89
Urgência Urológica
• 22 - Priapismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95
• 23 - Escroto Agudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98
• 24 - Cólica Renal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101
• 25 - Retenção Urinária Aguda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104
• 26 - Trauma Renal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107
• 27 - Trauma Vesical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
• 28 - Trauma Uretral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114
• 29 - Trauma Testicular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .116
• 30 - Trauma Peniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .120
• 31 - Hematúria Macroscópica Incoercível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Urologia Geral
• 32 - Hiperplasia Prostática Benigna - Tratamento Clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129
• 33 - Hiperplasia Prostática Benigna - Cuidados com Marcapasso em 
Cirurgia Urológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .133
• 34 - Hiperplasia Prostática Benigna - Síndrome Pós-RTU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135
• 35 - Hiperplasia Prostática Benigna - Retenção Urinária Aguda Pós-Ablação 
Cirúrgica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .149
• 36 - Litíase Urinária - Terapia Expulsiva Clínica no Cálculo Ureteral . . . . . . . . . . . . .143
• 37 - Litíase Urinária - Investigação Metabólica Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .146
• 38 - Litíase Urinária - Litotripsia Extracorpórea - Preparo do Paciente e
Esquema de Sedação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .150
• 39 - Litíase Urinária - Duplo J Calcificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .154
• 40 - Litíase Urinária - Complicação de Percutânea: Sangramento Agudo. . . . . . . .158
• 41 - Litíase Urinária - Complicação de Percutânea: Perfuração de Cólon . . . . . . . .161
• 42 - Litíase Urinária - Complicação de Percutânea: Hidrotórax . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
• 43 - Orquialgia Crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .166
• 44 - Tratamento Clínico da Infertilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170
• 45 - Azoospermia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .173
• 46 - Hemospermia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .177
• 47 - Bexiga Hiperativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181
• 48 - Líquen Escleroso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184
Urologia Oncológica
• 49 - Câncer de Próstata - Compressão Medular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .191
• 50 - Câncer de Próstata - Perfuração do Reto na Prostatectomia. . . . . . . . . . . . . . . .194
• 51 - Câncer de Próstata - Complicações do Tratamento Hormonal . . . . . . . . . . . . . .198
• 52 - Câncer Vesical não Músculo Invasivo - Indicação e Opções de Terapia 
Adjuvante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .201
• 53 - Complicações do Uso do BCG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .204
• 54 - Tumor Renal - Proteção da Função Renal na Nefrectomia Parcial . . . . . . . . . . .207
• 55 - Feocromocitoma - Cuidados Peri e Intraoperatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .210
• 56 - Incidentaloma Suprarenal - Análise Funcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .213
Andrologia
• 57 - Disfunção Erétil: Drogas Orais e Esquema Intracavernoso. . . . . . . . . . . . . . . . . .219
• 58 - DAEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .223
• 59 - Ejaculação Precoce. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .227
• 60 - Disfunção Orgásmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229
• 61 - Peyronie - Tratamento Clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .233
Temas Gerais 
• 62 - Profilaxia de Trombose Venosa Profunda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .239
• 63 - Preparo para a Biópsia de Próstata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .242
• 64 - Profilaxia Antimicrobiana em Cirurgia Urológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .245
• 65 - Cateterismo Intermitente Limpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .248
• 66 - Sonda Vesical de Demora (Complicações e estratégias de prevenção) . . . . . .251
• 67 - Terapia Antálgica de Pacientes com Câncer Terminal no Consultório . . . . . . .254
• 68 - Paciente Diabético no Perioperatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .258
• 69 - Paciente Anticoagulado no Perioperatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .261
• 70 - Choque Anafilático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .265
• 71 - Tratamento da Cistite Actínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .268 
• 72 - Ressonância Magnética - Fibrose Nefrogênica Sistêmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . .272
• 73 - Cuidados com Estomias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .275
• 74 - Medicamentos em Urologia - Dosagem e Posologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .278
Prefácio
O projeto GUIA RÁPIDO DE UROLOGIA nasceu da percepção que muitas 
vezes as informações mais técnicas nos escapam naquele momento em que 
mais precisamos delas. Qual a dose? Qual a conduta, qual o próximo passo? Ih! 
Complicou. E agora? Normalmente, nestes momentos estamos nos corredores 
das enfermarias, nas salas de prescrição ou mesmo discutindo o caso com um 
colega ou residente e os livros de refência à distâncias intransponíveis. Mesmo 
na era digital, com os smartphones e tablets, o tempo que se perde para locali-
zar esta informação não pode ser negligenciado.
Para responder a estas indagações confeccionamos este livro de bolso, o 
GRU. Ele cabe no jaleco ou na calça, sem causar desconforto. É uma evolução 
do MANU, que fez muito sucesso na gestão anterior. Para o GRU focamos mais 
a confirmação diagnóstica, as condutas, as doses e os esquemas terapêuticos, 
exigindo dos autores mais concisão paraesclarecer as dúvidas urológicas e as 
não urológicas do dia a dia. 
Muito obrigado ao apoio da Comunidade Urológica Paulista e aos cole-
gas de Diretoria que se prontificaram e cumpriram as tarefas solicitadas com 
muita qualidade. Espero que você, urologista, também goste e aprecie esta 
obra e que ela lhe seja muito útil. 
 
Rodolfo Borges dos Reis
Presidente SBU-SP
Infecção e Inflamação Urinária
01 - Pielonefrite Aguda Simples no Adulto
02 - Pielonefrite Aguda Complicada no Adulto
03 - Infecção Febril na Infância
04 - Cistite Aguda
05 - Cistite na Gestação
06 - Cistite de Repetição
07 - Cistite Intersticial
08 - Infecção Fúngica
09 - Prostatite Aguda
10 - Prostatite Crônica
11 - Gangrena de Fournier
12 - Abscesso Renal e Perinefrético
19
Confirmação Diagnóstica
A pielonefrite aguda é uma infecção urinária que acomete o parên-
quima renal e o sistema coletor. Os agentes infecciosos mais comuns são 
bactérias Gram negativas, incluindo E. coli (82% em mulheres e 73% em 
homens), Klebsiella (2,7% em mulheres e 6,2% em homens), Proteus, En-
terobacter e Pseudomonas. As bactérias Gram positivas são menos fre-
quentes, incluindo E. faecalis e S. aureus. A via de infecção renal pode ser 
ascendente, com bactérias Gram negativas provenientes do trato urinário 
inferior, ou hematogênica, mais rara, geralmente associada a foco infec-
cioso extrarrenal como tuberculose pulmonar ou miliar, endocardite, di-
verticulite ou abscesso oral. 
A pielonefrite aguda não complicada é o resultado de uma infecção 
do trato urinário que ascendeu da bexiga para o rim e ocorre tipicamente 
em mulher jovem previamente saudável.
Sintomas: os sintomas incluem mal-estar, febre, dor lombar e cala-
frios. A urgência miccional, aumento da frequência urinária e disúria es-
tão presentes em 50% dos pacientes. Náusea, vômito e diarreia são fre-
quentes e geralmente são secundários a íleo paralítico. 
Exame Físico: a febre (≥ 37,8°C) e taquicardia são fortemente relacio-
nadas ao diagnóstico de pielonefrite aguda, portanto, devemos conside-
rar outros diagnósticos em pacientes sem febre. A dor a punho-percussão 
lombar (sinal de Giordano) é pronunciada.
Exames Laboratoriais: a urina tipo I demonstra pH tendendo a al-
calino, leucocitúria e hematúria. O nitrito positivo tem sensibilidade de 
35% a 80%. A cultura de urina com antibiograma deve ser realizada na 
suspeita de pielonefrite aguda. No caso de obstrução do sistema coletor, 
Capítulo 1 - Pielonefrite Aguda Simples 
no Adulto
Alexandre Danilovic
20
os exames urinários podem resultar normais. O hemograma apresenta 
leucocitose com predomínio de neutrófilos. A hemocultura é recomen-
dada, uma vez que um terço dos pacientes tem bacteremia.
Diagnóstico por Imagem: o exame de ultrassom ou de tomografia 
(exame de escolha) deve ser feito em pacientes com febre ou sintomas 
persistentes após 72 horas de tratamento com antibiótico adequado ou 
em caso de pielonefrite aguda complicada. A resolução tomográfica de 
hipodensidades pode demorar até três meses após a resolução clínica. 
Pacientes diabéticos devem ser submetidos a, no mínimo, radiografia de 
abdômen para avaliar a presença de gás na localização do rim, o que indi-
ca pielonefrite enfisematosa.
Diagnósticos Diferenciais
Doença inflamatória pélvica; pneumonia; apendicite; diverticulite; 
pancreatite; colecistite; epididimite; prostatite; psoíte tropical
Conduta
O tratamento inicial inclui cuidados de suporte com hidratação e 
analgesia e início de terapia antibiótica empírica. A maioria dos pacientes 
pode ser tratada sem internação, após 12 horas de observação, hidrata-
ção e antibiótico parenteral, com sucesso de 97%. A internação deve ser 
considerada em:
• Suspeita de complicação
• Estado geral debilitado
• Impossibilidade de hidratação oral
• Gravidez
• Aderência ao tratamento
A seleção de antibiótico empírico deve ser orientada pelo conheci-
mento epidemiológico da susceptibilidade antimicrobiana local. Deve-se 
evitar antibiótico usado recentemente pelo paciente. Pacientes com pie-
21
lonefrite aguda não complicada que toleram antibiótico via oral podem 
ser tratados de modo empírico com fluoroquinolonas (Levofloxacina 500 
mg/d ou Ciprofloxacina 500 mg 12/12h - nível de evidência 2B).
Preferimos o uso de Ceftriaxone (2g/d IV ou IM) ou Ciprofloxacina 
(400 mg IV 12/12h) para o tratamento empírico inicial de pacientes hos-
pitalizados (nível de evidência 2B). Os aminoglicosídeos como a Genta-
micina (2 mg/Kg de peso uma vez ao dia IV ou IM) são boas alternativas. 
Os pacientes, inicialmente tratados com antibióticos parenterais, que me-
lhoram clinicamente podem continuar o tratamento com antibióticos via 
oral. Os pacientes sem complicações podem ser tratados por sete dias. 
No entanto, se o antibiótico for beta-lactâmico, o tratamento deve durar 
14 dias. Os pacientes que demoram a apresentar resposta ao tratamento 
(> 72h) devem ser tratados por 14 a 21 dias, mesmo sem evidência de 
complicação. Deve ser feita uma cultura de urina após 4 a 6 semanas do 
tratamento para documentar a erradicação da infecção. Aqueles pacien-
tes com sintomas recorrentes em poucas semanas após o tratamento de-
vem ter a cultura de urina repetida e devem ser submetidos a exame de 
imagem. Mesmo no caso da suscetibilidade antimicrobiana ser idêntica a 
inicial, deve-se trocar o antibiótico. 
O prognóstico da pielonefrite aguda não complicada é bom desde 
que o diagnóstico seja rápido e o tratamento seja adequado para evitar 
complicações.
 
22
Tabela 1 - Tratamento antibiótico para pielonefrite aguda (função renal normal)
Antibiótico
Tratamento oral
Levofloxacina
Ciprofloxacina
Ciprofloxacina XR
Tratamento parenteral
Ceftriaxone
Ciprofloxacina
Gentamicina
Aztreonam
Piperacilina-tazobactam
Imipenem
Posologia
Tratamento oral
500-750 mg 24/24h*
500 mg 12/12h
1000 mg 24/24h
Tratamento parenteral
2 g 24/24h
400 mg 12/12h
2 mg/Kg 24/24h
1 g 8/8h
3,375 g 6/6h
500 mg 6/6h
Levofloxacina 750 mg uma vez ao dia por cinco dias é adequado para tratamento de pielonefrite aguda 
não complicada, mas não para casos complicados. Moxifloxacina deve ser evitada devido à concentra-
ção urinária não efetiva.
Leitura recomendada
1. Craig WD, Wagner BJ, Travis MD. Pyelonephritis: radiologic-pathologic review. 
Radiographics 2008; 28: 255.
2. Nicolle LE. Uncomplicated urinary tract infection in adults including uncomplicated 
pyelonephritis. Urol Clin North Am 2008; 35:1.
23
Capítulo 2 - Pielonefrite Aguda 
Complicada no Adulto
Paulo Roberto Kawano
A Pielonefrite Complicada (PC) é uma infecção renal sintomática gra-
ve, frequentemente associada à alterações funcionais e/ou estruturais do 
trato geniturinário, responsáveis pelo aumento do risco de infecção ou 
falha do tratamento. Caracteriza-se por um amplo espectro de apresenta-
ções clínicas e de complexidade variável, podendo ser causada por diver-
sos microorganismos. O manejo da PC deve ser individualizado respeitan-
do-se as particularidades de cada caso e suas possíveis interferências na 
efetividade do tratamento antimicrobiano.
As infecções urinárias complicadas apresentam maior risco de evo-
luírem para complicações graves e septicemia, sendo responsáveis por 
cerca de 10% dos pacientes com choque séptico internados em unidades 
de cuidados intensivos. Dentre os vários fatores predisponentes ao de-
senvolvimento da PC, destacam-se: 
• Patologias crônicas: diabetes, insuficiência renal, transplante renal 
e imunodeficiências.
• Patologias Urológicas: litíase, tumores do trato urinário, hiperpla-
sia prostática benigna, estenose de ureter ou uretra, estenose de junção 
uretero-piélica ou uretero-vesical, refluxo vésico-ureteral, anomalias con-
gênitas, divertículos vesicais, cistos renais,bexiga neurogênica, rins poli-
císticos, nefrocalcionose e rim espongiomedular.
• Outros: uso crônico de cateteres ou sondas, instrumentação uriná-
ria frequente, ampliação vesical, derivações urinárias.
Diagnóstico
O exame do sedimento urinário e a urocultura com antibiograma 
constituem importante instrumento de avaliação inicial e acompanhamen-
to das infecções complicadas. Embora não seja consenso, o uso seletivo da 
hemocultura em pacientes com PC é apropriado onde sua positividade po-
24
deria ter significância prognóstica. A função renal deve ser avaliada e mo-
nitorada para identificar o grau de comprometimento dos rins bem como 
orientar na correção da dose e escolha dos antibióticos (Tabela 1).
Apesar da Escherichia coli apresentar-se como principal agente, ou-
tros germes são isolados, tais como: Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, 
Serratia, Proteus mirabilis, Morganella morganii, Providencia stuartii, Pseu-
domonas aeruginosa, maltophilia e espécies de Acinetobacter. Dentre os 
gram-positivos destacam-se o estreptococos do grupo B, Enterococcus e 
Staphylococcus coagulase-negativo. Espécies de Cândida são comuns em 
pacientes diabéticos, imunossuprimidos, usuários crônicos de cateteres 
ou recebendo antibióticoterapia de amplo espectro.
Os exames de imagem, particularmente a tomografia computado-
rizada (TC), são fundamentais para o diagnóstico e identificação dos fa-
tores predisponentes. Este fato é de suma importância uma vez que tal 
associação pode exigir condutas mais agressivas, como veremos a seguir. 
Pionefrose: hidronefrose infectada associada à destruição supura-
tiva do parênquima renal com perda parcial ou total da função renal. O 
diagnóstico rápido e o tratamento imediato evitam o dano permanente à 
função renal bem como a sépsis. 
O diagnóstico ultrassonográfico é feito pela demonstração de ecos 
(“debris”) no sistema pielocalicial dilatado. A TC é pouco específica, po-
dendo revelar apenas espessamento da pelve renal, borramento da gor-
dura perirrenal ou mesmo nefrograma heterogêneo.
O tratamento é iniciado com drogas antimicrobianas e drenagem da 
pelve infectada com cateter ureteral. Em caso de insucesso, uma nefros-
tomia percutânea deve ser providenciada. Quando o paciente torna-se 
estável hemodinamicamente, outros procedimentos podem ser necessá-
rios para identificar e tratar a causa da obstrução.
Abscesso renal e peri-renal
A TC constitui o método preferencial para diagnosticar abscesso re-
nal, caracterizando a extensão da infecção e auxiliando na identificação 
25
de sua origem. Embora o US também seja útil, pode não distinguir uma 
massa inflamatória de um abcesso renal verdadeiro. 
O manejo inclui o diagnóstico precoce, instituição da terapia an-
timicrobiana eficaz e drenagem, tanto para fins terapêuticos quanto 
diagnóstico. A cultura do fluido identifica o agente etiológico e orienta 
a escolha do antibiótico. Abscessos pequenos (1 a 3 cm de diâmetro) 
frequetemente respondem à terapia antimicrobiana sem drenagem. 
Entretanto, para abcessos maiores que três centímetros a drenagem é 
geralmente necessária. 
Se a drenagem for ineficaz ou mal sucedida, deve-se converter para 
a via aberta ou considerar a nefrectomia nos casos mais graves. A resolu-
ção do abcesso deve ser monitorizada por estudos de imagem e a terapia 
antimicrobiana continuada até que o abcesso seja completamente resol-
vido ou reduzido a uma cicatriz residual estável.
Pielonefrite xantugranulomatosa
Trata-se de processo supurativo grave, pouco frequente (1% - 8%), 
caracterizado pela destruição e substituição do parênquima renal por te-
cido granulomatoso histiocitário contendo células espumosas. Não rara-
mente, este processo estende-se para o espaço perirenal, músculo psoas, 
diafragma e baço.
A TC é a modalidade diagnóstica de escolha, identificando anormali-
dades em 74 % a 90% dos casos. Os achados característicos incluem: rins 
aumentados; substituição do parênquima por múltiplas cavidades cheias 
de líquido espesso e frequentemente associado à urolitíase. A ultrassono-
grafia revela anormalidades inespecíficas, incluindo o alargamento renal 
e múltiplas massas hipoecóicas arredondadas.
O diagnóstico diferencial inclui neoplasias e tuberculose renal. O 
tratamento clássico é a nefrectomia, em que a terapia antimicrobiana 
tem apenas um papel secundário. Se o diagnóstico é feito precocemen-
te, quando só há acometimento renal focal, a nefrectomia parcial pode 
ser curativa.
26
Pielonefrite enfisematosa
Infecção grave com presença de gás no sistema coletor que geral-
mente poupa o parênquima renal. Os pacientes afetados frequentemen-
te são diabéticos com controle glicêmico ruim. A obstrução é outro fator 
predisponente comum.
A tomografia é considerada ideal para a confirmação do quadro e ca-
racterização do grau de envolvimento. Tradicionalmente, a nefrectomia de 
emergência era considerada necessária para todos os casos. Atualmente, a 
drenagem percutânea constitui abordagem inicial recomendada, uma vez 
que relatos recentes sugerem menores taxas de mortalidade (13,5%) que 
o tratamento clínico isolado (50%) ou nefrectomia de emergência (25%).
Tabela1 - Recomendações da Associação Européia de Urologia (EUA)* sobre a 
terapia antimicrobiana para pacientes com pielonefrite complicada
GRUPO DE PACIENTES
GESTANTES
TRANSPLANTADOS
CISTOS RENAIS INFECTADOS
PATOLOGIAS UROLÓGICAS
DROGAS RECOMENDADAS
Cefalosporinas (2ª ou 3 ª geração)
Aminopenicilina/inibidor β-lactamase
Aminoglicosídeos
Fluoroquinolonas empíricas
Droga de escolha: fluoroquinolonas
Evitar:cefalosporinas, ampicilina e gentamicina
Terapêutica empírica inicial: fluoroquinolonas com excreção renal
Outras opções: aminopenicilina / inibidor β-lactamases,) 
cefalosporina(2ª geração ou 3), aminoglicosídeos
Falha na terapia inicial: fluoroquinolonas (se não usada inicial-
mente), inibidor β lactamases, cefalosporina (com cobertura 
Pseudomonas), carbapenem; todos com ou sem aminoglicosídeos
* Naber et al. Guidelines on the management of urinary and male genital tract infections. European Association of Urology; 2006.
Leitura recomendada
1. Taal MW, Chertow GM, Marsden PA, Skorecki K, Yu ASL, Brenner BM. Brenner & Rector’s The 
Kidney , Ninth Edition. chapter 36, 2012, p.1356-82.
2. Alan J. Wein, Louis R. Kavoussi, Andrew C. Novick, Alan W. Partin, and Craig A. Peters 
Campbell-Walsh Urology , Tenth Edition. chapter 10, 2012; p.257-326.
27
Capítulo 3 - Infecção Febril na Infância
Fabrício Beltrame Ferreira
A infecção do trato urinário (ITU) na criança é a infecção sistêmica 
mais frequente antes dos 2 anos de idade, e em sua maioria são bacte-
rianas. Somente no primeiro ano de vida são mais frequentes no sexo 
masculino, principalmente em meninos não postectomizados, com inci-
dência de 2,7% nos meninos e 0,7% nas meninas. Na idade escolar, 3% 
das meninas e menos de 1% dos meninos apresentam algum episódio 
de ITU. As ITUs são causa comum de síndrome febril e principal causa de 
perda de função renal na infância, o que demanda diagnóstico precoce, 
tratamento adequado e investigação de fatores de risco para lesão renal, 
desde o primeiro episódio. Sendo assim, a Academia Americana de Pedia-
tria (AAP) propôs, após revisão sistemática da literatura, uma padroniza-
ção das condutas a fim de uniformizar a abordagem para os casos de ITU.
Deve-se sempre pensar em ITU frente a uma criança com febre de 
origem indeterminada. Trata-se de uma doença sistêmica e se apresenta 
como quadro séptico. O quadro clínico pode variar de acordo com a fai-
xa etária. Neonatos e crianças pequenas apresentam sinais inespecíficos 
como febre, irritabilidade, vômito, diarreia e inapetência. Crianças acima 
de dois anos também podem apresentar sintomas específicos do trato 
urinário como disúria, polaciúria, dor supra púbica, urgênciae inconti-
nência urinária. O exame físico não apresenta sinais muito específicos, 
podendo ocorrer dor a palpação de região supra púbica ou lombar. 
Sempre que houver suspeita de ITU deve ser colhida amostra de urina. 
A coleta deve ser feita após antissepsia da genitália, a partir do jato médio 
nas crianças com controle esfincteriano e por cateterismo vesical ou pun-
ção supra púbica nas demais. A coleta por bolsa coletora, apesar de simples 
e não invasiva, apresenta índice muito elevado de falsos positivos, e deve 
ser usada apenas como método de rastreamento em crianças não sépticas. 
28
A cultura quantitativa é o principal exame diagnóstico. No entanto, 
como o resultado leva no mínimo 24 horas, a análise de rotina (urina I) 
pode ser realizada inicialmente. As principais alterações que sugerem 
infecção são: leucocitúria (>5 leucócitos por campo), presença de bac-
térias, esterase leucocitária positiva e nitrito positivo. Em caso de pro-
vável ITU, o tratamento pode ser instituído até a confirmação diagnós-
tica pela urocultura. A cultura é positiva, para jato urinário médio, na 
presença de 100 mil unidades formadoras de colônia/mL (UFC/mL); no 
cateterismo vesical, acima de mil a 5 mil UFC/mL; e na punção vesical, 
presença de 1 UFC/mL. 
A Escherichia coli é o microorganismo mais frequentemente envolvi-
do (de 70% a 80%) e os Staphilococcus e enterococos são os microorga-
nismos Gram-positivos mais prevalentes. 
Diagnóstico diferencial
Faz parte dos diagnósticos diferenciais, qualquer causa de síndrome 
febril na infância.
Conduta
O diagnóstico precoce e tratamento apropriado são fundamentais 
na prevenção de lesão renal permanente. O primeiro passo é determinar 
a gravidade do quadro. Crianças com toxemia, febre alta, vômitos e de-
sidratação, independente da idade, devem ser hospitalizados e iniciada 
antibioticoterapia endovenosa. Geralmente esses pacientes apresentam 
melhora do quadro em até 48 horas, o que possibilita mudança para te-
rapia oral. Os antibióticos mais recomendados são as cefalospirinas, amo-
xacilina e as sulfas em ciclos de 10 a 14 dias. A nitrofurantoína e ácido na-
lidíxico devem ser evitados nos quadros febris, visto que são de excreção 
urinária e não apresentam níveis séricos adequados. Após o término do 
tratamento as crianças devem receber profilaxia até realização dos exa-
mes de imagem. A Tabela demonstra os principais antibióticos utilizados 
no tratamento de ITU na infância.
29
O sucesso do tratamento das ITUs na infância requer conscientiza-
ção e motivação familiar, além de aderência à conduta medicamentosa 
e à medidas comportamentais de higiene adequada, ingesta hídrica e 
hábitos intestinais e miccionais regulares. 
A investigação é altamente recomendável já no primeiro episódio de 
ITU em todas as crianças abaixo de dois anos de idade independente do 
sexo, e em meninos em qualquer idade. Meninas com mais de dois anos 
de idade devem ser investigadas a partir do segundo episódio. A ultras-
sonografia é um exame seguro e não invasivo que permite uma avaliação 
morfológica do trato urinário. A uretrocistografia investiga refluxo vesico-
-ureteral e anomalias infravesicais, e deve ser realizada somente após o 
sétimo dia de antibioticoterapia. Cintilografia renal deve ser realizada em 
casos específicos, a fim de avaliar a função renal relativa e presença de ci-
catrizes renais (DMSA), ou obstrução ao fluxo urinário (DTPA). Os estudos 
urodinâmicos devem ser indicados criteriosamente em casos com suspei-
ta de disfunção miccional.
30
Tabela - Antibióticos e doses para tratamento de ITU na infância
Antibiótico de uso parenteral
Ceftriaxona
Cefotaxima 
Ceftazidima 
Cefazolina
Gentamicina
Tobramicina
Ticarcilina 
Ampicillina
Antibiótico de uso oral
Amoxacilina
Sulfametoxazol + Trimetoprima
Sulfisoxazol
Cefixime 
Cefpodixime 
Cefprozil 
Cefalexina
Loracarbef 
Antibiótico de uso profilático
Sulfametoxazol + Trimetoprima
Nitrofurantoína
Sulfisoxazol
Ácido Nalidíxico 
Mandelato Metenamina 
Dose
75 mg/kg 
150 mg/kg/dia 
150 mg/kg/dia 
50 mg/kg/dia 
7.5 mg/kg/dia 
5 mg/kg/dia 
300 mg/kg/dia 
100 mg/kg/dia 
Dose
20–40 mg/kg/dia 
6–12 + 30–60 mg/Kg/dia 
120–150 mg/kg/dia 
8 mg/kg/dia 
10 mg/kg/dia 
30 mg/kg/dia 
50–100 mg/kg/dia 
15–30 mg/kg/dia 
Dose
2 mg/Kg + 10 mg/Kg 
5 mg/Kg + 25 mg/Kg 
1–2 mg/kg 
10–20 mg/kg/dia 
30 mg/kg/dia 
75 mg/kg/dia 
Frequência
(1x/24h) 
(6/6 h)
(6/6 h)
(8/8 h)
(8/8 h)
(8/8 h)
(6/6 h)
(6/6 h)
Frequência
(8/8h)
(12/12h) 
(6/6 h)
(12/12h)
(12/12h)
(12/12h)
(6/6 h)
(12/12h)
Frequência
(DU noturna)
(2x/sem)
(1X/dia)
(12/12h)
(12/12h)
(12/12h)
Leitura recomendada
1. American Academy of Pediatrics - Committee on Quality Improvement. Practice Parame-
ter: The diagnosis, treatment and evaluation of the initial urinary tract infection in febrile infants 
and young children. Pediatrics, 1999, 103 (4): 843-52. 
2. Shortlife LMD. Infection and Inflamation of the Pediatric Genitourinary Tract. In: Wein AJ, 
editor. Campbell-Walsh Urology. 9th ed. Philadelphia: Saunders Elsivier; 2007. p. 3232.
31
Capítulo 4 - Cistite Aguda
Renato Careta Chambô
A cistite aguda é a inflamação superficial da mucosa vesical cau-
sada por infecção decorrente da penetração de bactérias. Febre, cala-
frios e outros sinais de disseminação não estão presentes. Cada ano, 
cerca de 10% das mulheres relatam um episódio de cistite e mais de 
50% de todas as mulheres têm pelo menos uma infecção durante a sua 
vida. E. coli é o organismo causador em 75% a 90% dos casos de cistite 
aguda em mulheres jovens. S. saprophyticus, um organismo comen-
sal da pele, é a segunda causa mais comum, sendo responsável por 
10% a 20%. Outros organismos geralmente menos envolvidos incluem 
Klebsiella, Proteus e Enterococcus. Os sintomas de cistite são variáveis, 
mas geralmente incluem disúria, polaciúria, urgência, dor supra pú-
bica, hematúria e mau cheiro na urina. A probabilidade de cistite em 
uma mulher com estes sintomas, isoladamente ou em combinação é 
de 50% a 90%, respectivamente. 
Diagnóstico
Na maioria dos casos de cistite aguda em mulheres adultas o sim-
ples exame clínico pode autorizar o início do tratamento sem a necessi-
dade de coleta de exames complementares. O EAS mostra leucocitúria 
ou piúria em 94% das cistites, mais de 10 leucócitos por campo de gran-
de aumento ou oito piócitos por milímetro cúbico de urina. A cultura de 
urina continua a ser o teste definitivo, a presença de 102 ufc/ml ou mais 
geralmente indica infecção. As culturas de urina de rotina muitas vezes 
não são necessárias, porque as decisões de tratamento são feitas muitas 
vezes antes do resultado da cultura. Esta posição foi sustentada por um 
estudo de custo-eficácia, no qual foi estimado que a utilização de rotina 
de culturas de urina pré-terapêutico para cistite aumenta os custos de 
40%, mas diminui a duração total de sintomas de apenas 10%.
32
Diagnóstico Diferencial
Cistite deve ser diferenciada de outras condições inflamatórias infec-
ciosas em que disúria pode ser o sintoma mais proeminente, incluindo 
vaginite, infecções uretrais causadas por patógenos sexualmente trans-
missíveis e diversas causas não-inflamatórias de desconforto uretral, tal 
como um divertículo. Outros diagnósticos diferenciais: pielonefrite, pros-
tatite, doença inflamatória pélvica, cálculo renal ou ureteral, carcinoma 
de bexiga, cistite intersticial, bexiga hiperativa, disfunção psicogênica e 
bacteriúria assintomática.
Tratamento
Medidas gerais como boa hidratação e esvaziamento adequado da 
bexiga podem ser orientados e analgésicos podem ser utilizados para o alí-
vio da dor e dos sintomas irritativos. É opção para o tratamento da infecção 
do trato urinário baixo em mulheres adultas o esquema com antibioticote-
rapia oral com dose única oucom duração de três a sete dias. O esquema 
de tratamento com duração de três dias é mais eficaz do que com dose 
única; tem o mesmo efeito e menos evento adverso do que o tratamento 
com sete dias. Antibióticos Orais para o tratamento da cistite aguda não 
complicada estão listados na Tabela 1.
As Diretrizes da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas e as da 
União Europeia recomendam a TMP-SMX por três dias como o tratamento 
de primeira linha para cistite, caso a prevalência de resistência na região 
seja menor do que 20%. Atualmente tem se observado, em certas regiões, 
um aumento de cepas de Escherichia coli resistentes ao TMP-SMX, o que 
tem limitado a utilização desta droga como primeira escolha no tratamen-
to da ITU nestas regiões. A nitrofurantoína manteve um nível excelente de 
eficácia ao longo de 4 décadas e é bem tolerada. As fluoroquinolonas ofe-
recem uma excelente eficácia e são bem toleradas. Resistência as fluoroqui-
nolonas permanece abaixo de 5% na maioria dos locais, no entanto, está 
aumentando em determinadas áreas, no Brasil devido ao seu uso indiscri-
minado a resistência vem aumentado nos últimos anos. Aproximadamente 
90% das mulheres ficam assintomáticas dentro de 72 horas após o início 
33
da terapia antimicrobiana. Cultura de urina não é necessária em mulheres 
jovens que são assintomáticas após a terapia. Análise de urina e cultura de 
urina são recomendadas em mulheres mais velhas ou com fatores de risco 
potenciais e nos homens.
Tabela 1 - Antibióticos Orais para o tratamento da cistite aguda não complicada
Antibiótico
fosfomicina/trometamol
Norfloxacina
Ciprofloxacina 
Levofloxacina
TMP- SMX
Cefuroxima
Nitrofurantoína
Norfloxacina 
Ciprofloxacina
Levofloxacina 
TMP- SMX 
Cefuroxima 
Nitrofurantoína
Amoxacilina 
Cefalexina 
Nitrofurantoína 
Norfloxacina 
Ciprofloxacina 
Levofloxacina 
TMP- SMX 
Cefuroxima 
Nitrofurantoína
Circunstâncias
Mulheres
Saudável
Sintomas mais que 
7 dias, ITU recente, 
idade maior que 65 
anos, diabetes, uso 
de diafragma
Gravidez
Homens
Saudável e idade 
menor que 50 anos
Dosagem
3g 
400 mg 
500 mg 
500 mg
160 – 800 mg 
250 mg 
100 mg
400 mg 
500 mg 
 500 mg 
160 – 800 mg 
250 mg 
100 mg 
500 mg 
500 mg 
100 mg
400 mg 
500 mg 
500 mg 
160 – 800 mg 
250 mg 
100 mg 
Frequência 
3g Dose única
2x/dia
2x/dia
1x/dia
2x/dia
3x/dia
4x/dia
2x/dia
2x/dia
1x/dia
2x/dia
3x/dia
4x/dia
3x/dia
4x/dia
4x/dia
2x/dia
2x/dia
1x/dia
2x/dia
3x/dia
4x/dia
Duração (dias)
 1
 3
 5
 7
 7
 7
Leitura recomendada
1. Campbell-Walsh Urology. W. Scott McDougal, Alan J. Wein, Louis R. Kavoussi, Andrew C. 
Novick, Alan W. Partin, Craig A. Peters, Parvati Ramchandani, Saunders, 10ª edição – 2011.
2. Gupta K, Hooton TM, Naber KG, Wullt B, Colgan R, Miller LG, Moran GJ, Nicolle LE, Raz R, Schaeffer 
AJ, Soper DE. International clinical practice guidelines for the treatment of acute uncomplicated cystitis 
and pyelonephritis in women: A 2010 update by the Infectious Diseases Society of America and the 
European Society for Microbiology and Infectious Diseases. Clin Infect Dis. 2011 Mar 1;52(5):e103-20.
34
Capítulo 5 - Cistite na Gestação
Ricardo Miyaoka
Confirmação diagnóstica
A infecção do trato urinário (ITU) no período gestacional requer 
atenção especial, pois implica em risco no prognóstico materno e perina-
tal. Isoladamente, as alterações anatômicas e fisiológicas da gestação não 
aumentam a incidência de ITU na gestante, mas naquelas que apresen-
tam bacteriúria assintomática (BA) com incidência de 2% a 10%, o risco 
de evolução para um quadro de pielonefrite é maior e pode ocorrer em 
30% dos casos.
Tendo em vista que uma ITU complicada é definida como aquela que 
ocorre em indivíduos com alterações funcionais ou estruturais do trato 
urinário, qualquer ITU durante a gravidez deve ser considerada complica-
da e, portanto, conduzida como tal.
A cistite incide em 1% a 1,5% das gestantes. O diagnóstico baseia-se 
na confirmação laboratorial e deve ser suspeitado em qualquer gestante 
com sintomas irritativos do trato urinário inferior (disúria, polaciúria, ur-
gência miccional, dor suprapúbica, hematúria macroscópica e urina con-
centrada e/ou de odor desagradável). Alguns sintomas de infecção são 
difíceis de caracterizar, a exemplo da disúria e polacíuria, que podem es-
tar presentes na gestante sem infecção. A triagem de BA é recomendada 
no pré-natal com a urocultura de duas amostras urinárias em momentos 
distintos. Amostra única pode implicar em resultado falso-positivo em até 
40% das vezes.
O teste do nitrito tem sensibilidade de 50% e especificidade de 97% 
a 100%. Pode ser falso positivo quando há urina contaminada por germes 
vaginais ou concentrada, pois se baseia em princípios colorimétricos. O 
teste da esterase de leucócitos tem sensibilidade e especificidade próxi-
35
mas de 25% e não deve ser usado de forma isolada para o diagnóstico. 
Alterações menos específicas como leucocitúria, hematúria, proteinúria 
e cilindros no sedimento urinário também sugerem o diagnóstico, mas 
podem representar somente a existência de inflamação do trato urinário. 
A urocultura é o padrão-ouro para o diagnóstico laboratorial. Em casos 
sintomáticos, são consideradas positivas culturas com até 102 colônias/ 
ml. Em casos assintomáticos, são necessárias 105 colônias/ml. Valores 
entre 104 e 105 correspondem à infecção em 50% dos casos. Quando 
colhida por cateterismo vesical, valores acima de 103 indicam infecção; 
se por punção suprapúbica, a infecção é confirmada por qualquer nú-
mero de bactérias. A Escherichia coli responde por 80% dos casos sendo 
o patógeno mais incidente. Em casos de infecção de repetição, falha de 
resposta ao tratamento após 72 horas e identificação de germes inco-
muns neste tipo de infecção recomenda-se a realização de exame ultras-
sonográfico, seguro para o binômio mãe-feto, capaz de identificar dilata-
ções patológicas do trato urinário além de outros fatores complicadores, 
como doença calculosa.
Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico diferencial da cistite na gestação inclui poucas 
condições e incluem: sintomas fisiológicos da gestação, na ausência 
de infecção; bacteriúria assintomática, na qual apesar dos sintomas 
ausentes, há confirmação laboratorial de bactérias na urina em quan-
tidade anormal; disfunções miccionais que compartilham os mesmos 
sintomas, como a síndrome da bexiga hiperativa, síndrome da bexiga 
dolorosa e cistite intersticial; uretrites; e outras infecções vulvo-vaginais 
(candidíase, vaginose etc.). 
Conduta
O tratamento deve ser iniciado imediatamente após a confirmação 
diagnóstica da infecção. Em casos de dúvida, ou quando não é possível a 
confirmação laboratorial, recomenda-se o tratamento empírico baseado 
na presença de sinais e sintomas sugestivos do quadro, na expectativa 
36
de reduzir a morbidade que pode decorrer de um diagnóstico tardio ou 
ignorado. O tratamento deve ser feito preferencialmente por via oral e 
com duração de sete dias no mínimo. A urocultura com antibiograma fa-
cilita a escolha do antibiótico mais adequado. Os antimicrobianos mais 
utilizados são:
- Cefuroxima 250 mg 8/8 horas;
- Norfloxacin 400 mg 12/12 horas;
- Nitrofurantoína 100 mg 6/6 horas;
- Sulfametoxazol/ trimetoprima 320/ 1600 mg uma vez ao dia.
As preocupações com o uso da norfloxacina para tratamento da ITU 
em gestantes têm se mostrado infundadas. O uso de ampicilina 500 mg 
6/6 horas e cefalexina 500 mg 6/6 horas é desaconselhado pela alta taxa 
de resistência bacteriana. O tratamento com dose única ou de curta du-
ração (três dias) relaciona-se a altos índices de falhas e não é indicado 
para gestantes. Em casos de suspeita de pielonefrite, a terapêutica é pre-
ferencialmente por via parenteral, passandopara via oral após remissão 
do quadro agudo. Cefuroxima 750 mg 8/8 horas e ceftriaxona 1g uma vez 
ao dia são boas opções. O tratamento deve estender-se por 14 dias.
Leitura recomendada
1. Vazquez JC, Villar J. Treatments for symptomatic urinary tract infections during pregnancy. 
[update of Cochrane Database Syst Rev. 2000; (3): CD002256; PMID: 10908537]. Cochrane 
Database Syst Rev 2003;(4):CD00256.
2. Duarte G, MarcolinAC, Quintana SM, Cavalli RC. Infecção urinária na gravidez. Rev Bras 
Ginecol Obstet 2008; 30(2): 93-100.
37
Capítulo 6 - Cistite de Repetição
Isabel Cristina Albuquerque Feitosa
As infecções do trato urinário inferior são muito comuns, ocorrendo 
em no mínimo 60% das mulheres, em algum momento de suas vidas. Por 
ser muito frequente, merece destaque os cuidados com o tratamento. 
Cerca de 95% dos casos de infecção recorrente em mulheres são resul-
tantes de reinfecções e não estão relacionadas a anormalidades anatô-
micas do trato urinário. Nos tecidos do trato urinário de mulheres com 
predisposição a infecções recorrentes foram identificados carboidratos 
complementares a proteínas expostas na superfície bacteriana. Esta ca-
racterística é responsável por facilitar a adesão bacteriana à mucosa vesi-
cal, através de fímbrias e filamentos presentes na superfície das bactérias.
Para o diagnóstico mais adequado as reinfecções devem ser di-
ferenciadas das persistências bacterianas, para que o tratamento seja 
estabelecido. 
Diagnóstico 
1) Clínico: estão relacionados aos fatores de risco, como início da ati-
vidade sexual, menopausa, genética, alterações do trato gastrointestinal 
e gravidez.
2) Laboratorial: urocultura com antibiograma no início dos sinto-
mas e uma semana após o término do tratamento, para confirmar a 
cura. O agente que mais frequentemente provoca as infecções é a Es-
cherichia Coli.
3) Imagem: ultrassonografia dos rins e vias urinárias pode avaliar al-
terações relacionadas a cálculos, hematúria e alterações anatômicas. 
4) Cistoscopia: auxilia no diagnóstico dos casos suspeitos de tumo-
res e fístulas do trato urinário inferior.
38
Conduta
O tratamento da cistite recorrente consiste em tratar a infecção vi-
gente e iniciar imediatamente a profilaxia para as reincidências. 
Durante a gravidez, ocorre um aumento na frequência de bacteriúria 
assintomática, que em até 40% dos casos leva a pielonefrite aguda grave, 
sendo responsável por desencadear trabalho de parto prematuro, baixo 
peso ao nascer e aumento da taxa de mortalidade neonatal.
O antibiótico de escolha continua sendo a família das fluorquino-
lonas, apesar do aumento da resistência bacteriana ao longo dos anos, 
decorrente do uso indiscriminado. 
Com a terapia profilática é possível reduzir a recorrência em mais de 
90% das mulheres com esta predisposição. 
Os antibióticos mais utilizados são nitrofurantoína, cefalosporinas 
de primeira geração e fluorquinolonas, por terem menor efeito sobre a 
flora intestinal. A prevenção pode ser iniciada com antimicrobianos com 
metade ou um quarto da dose habitual, preferencialmente à noite por 6 
a 12 meses. 
Nos casos em que o intercurso sexual é o principal causador das re-
corrências, pode ser estabelecida uma dose de antimicrobiano pós-coito.
Antimicrobiano
Nitrofurantoína
Sulfametoxazol-Trimetoprim
Cefalexina
Norfloxacin
Fosfomicina
Dosagem
100mg
160mg/80mg
250mg
400mg
3g
Frequência
Noite
Noite
Noite
Noite
A cada 10 dias
39
Situações especiais: em pacientes idosos o uso da nitrofurantoína 
pode causar alterações hepáticas e pulmonares, e as funções destes ór-
gãos devem ser monitoradas. Nas gestantes, as fluorquinolonas não de-
vem ser utilizadas e a nitrofurantoína pode ser utilizada até no máximo 
34 semanas de gestação, por estar relacionada ao aumento do risco de 
hipoglicemia neonatal. Nesta situação podemos substituí-la por fosfomi-
cina, com posologia de fácil aceitação. Nas crianças, o uso da sulfameto-
xazol-trimetropim é o mais frequente, apesar de haver um risco maior de 
alteração da flora intestinal.
Além dos antimicrobianos, outras opções terapêuticas têm surgido, 
principalmente nas situações onde há resistência ou dificuldade de uso 
dos antibióticos por parte dos pacientes.
Em 2008, uma Revisão Sistemática pelo banco de dados Cochrane, 
com 10 trabalhos randomizados, com um total de 1.049 pacientes con-
cluiu que o uso do suco do Cranberry diminui a incidência de infecções 
recorrentes. Substâncias existentes no Cranberry impediriam a adesão 
das fimbrias e filamentos das bactérias na mucosa da bexiga, evitando 
as infecções. Outros vários trabalhos foram realizados com Cranberry na 
forma de suco, cápsulas e placebo, demonstrando que o uso de cápsulas 
na dose de 1.200mg diários demonstram os melhores resultados quanto 
à profilaxia. 
Leitura recomendada
1. Dům zdraví Marty Hartlové, Brno. Urinary tract infections in pregnancy: when to treat, 
how to treat, and what to treat with. Ceska Gynekol. 2012 Apr;77(2):167-71.
2. Hisano M, Bruschini H, Nicodemo AC, Srougi M. Cranberries and lower urinary tract 
infection prevention. Clinics. 2012;67(6):661-667.
40
Capítulo 7 - Cistite Intersticial 
Maurício J. Bruschini Rodrigues Netto 
Cistite intersticial, atualmente também conhecida como Síndrome 
da Bexiga Dolorosa, é uma doença de definição e diagnóstico difícil. A 
definição mais usada é a da SUFU (the Society for Urodynamics and Female 
Urology): “Uma sensação desagradável (dor, pressão, desconforto) rela-
cionada com a bexiga, associada com sintomas do trato urinário inferior 
com mais de seis semanas de duração, na ausência de infecção ou outras 
causas identificáveis”. Ocorre com frequência nove vezes maior em mu-
lheres do que em homens. A caracterização da doença se baseia na sinto-
matologia clínica, não existem marcadores específicos. Por isso devemos 
realizar uma história detalhada sobre os sintomas que mais comumente 
se apresentam como frequência aumentada (diurna e noturna), urgência 
e dor suprapúbica ou perineal geralmente relacionada com enchimento 
vesical. Caracterizar com detalhes início, duração, periodicidade das cri-
ses, tentar associar o aparecimento da dor com algum alimento, bebida 
ou atividade específica. Fazer exame físico detalhado, além dos exames 
laboratoriais de urina e citologia urinária, descartando infecção urinária 
e tumor de bexiga.
A cistoscopia e a urodinâmica devem ser utilizadas apenas nos casos 
mais complexos e não são necessárias nas apresentações mais simples.
A quantificação inicial dos sintomas urinários e níveis de dor devem 
ser anotados para podermos acompanhar o resultado dos tratamentos 
realizados.
Diagnóstico diferencial
Entre os principais diagnósticos diferenciais precisamos excluir: in-
fecção urinária, tumor de bexiga, hiperatividade do detrusor, tuberculose 
urinária , cálculo vesical e divertículo uretral.
41
Conduta
Existem vários tratamentos que podem ser oferecidos, divididos em 
grupos considerando o balanço entre os potenciais riscos e benefícios 
para o paciente, severidade dos efeitos colaterais e reversibilidade do tra-
tamento. A escolha do tratamento depende do nível de sintomas, julga-
mento do médico assistente e preferências do paciente.
Primeira linha – explicar o funcionamento normal da bexiga, a do-
ença com suas possíveis causas e sua apresentação insidiosa e crônica. 
Orientar sobre a possibilidade de que vários tratamentos precisam ser re-
alizados antes de se conseguir o controle adequado do problema. Na me-
dida do possível, tentar reduzir o stress que costuma piorar os sintomas, 
além da modificação de hábitos e comportamentos que podem melhorar 
o quadro clínico.
Segunda linha – evitar exercícios de fortalecimento do assoalho pél-
vico, como Kegel. Usar medicamentos sistêmicos como: 1) amitriptilinaem 
doses de 25 mg a 100 mg ao dia preferencialmente a noite, pois os prin-
cipais efeitos colaterais são sonolência e náuseas; 2) cimetidina na dose 
de 400 mg duas vezes ao dia com poucos efeitos colaterais; 3) hidroxizina 
na dose de 10 mg a 75 mg uma vez ao dia com poucos efeitos colaterais 
como fraqueza e discreta sonolência; 4) pentosan polissulfato na dose de 
100 mg três vezes ao dia com baixa incidência de efeitos colaterais.
Usar medicamentos intravesicais como: 1) DMSO (RIMSO) o esque-
ma mais usado é a instilação vesical quinzenal de 50 ml na concentração 
de 50% com retenção na bexiga por 15 minutos. Depois de quatro aplica-
ções, espaçar o tratamento; 2) Heparina com alguns esquemas descritos 
variando de 10 mil a 40 mil UI diluídos em 10 ml de água destilada até 
três vezes por semana; 3) Lidocaína vários esquemas utilizados inclusive 
associado com heparina e triancinolona.
Terceira linha – cistoscopia sob anestesia realizando hidrodistensão 
de curta duração (10 minutos) e com baixa pressão (60 cm a 80 cm de 
H2O). Se for encontrada úlcera de Hunner, realizar a cauterização do local 
(laser ou eletrocautério) ou injeção de triancinolona.
42
Quarta linha – neuromodulação realizar o teste de neuroestimula-
ção, se houver melhora, implante definitivo do estimulador.
Quinta linha – ciclosporina A ou toxina botulínica tipo A, podem ser 
administradas se outros tratamentos não foram eficientes e o paciente 
aceitar, lembrando a possibilidade do paciente precisar de cateterismo 
intermitente após injeção da toxina.
Sexta linha – tratamento cirúrgico como cistoplastia ou derivação 
urinária.
Tratamentos que não devem ser utilizados: antibioticoterapia de 
longa duração, BCG intravesical, hidrodistensão de longa duração com 
alta pressão e resinferatoxina, corticoide oral de longa duração.
Leitura recomendada
1. Philip M. Hanno e cols. Diagnosis and treatment of Interstitial Cystitis/Bladder Pain 
Syndrome, American Urological Association (AUA) Guidelines 2011.
43
Capítulo 8 - Infecção Fúngica do Trato 
Urinário
Caio Cesar Cintra
Candidúria: diagnóstico bastante controverso. Embora a maioria dos 
estudos se baseie em cultura de urina, a visualização do fungo também 
é utilizada para este fim. Não existe consenso sobre a melhor técnica de 
coleta, nem do critério diagnóstico baseado em cultura. Em adultos, eles 
variam de 103 a105 UFC/ml de urina, podendo ser diferentes entre os sexos. 
Estudos clínicos têm usado 103 UFC/ml de urina como critério de inclusão. 
Os meios de cultura normalmente utilizados para a identificação 
de infecções bacterianas não apresentam a mesma sensibilidade para 
identificar espécies de Candida sp. Estudos que utilizam meios de cul-
tura específicos para a identificação de espécies de Candida (Sabaroud 
destrose-agar) têm maior sensibilidade.
Diagnóstico diferencial / Considerações gerais
Infecções fúngicas invasivas, outrora raras, têm se tornado cada vez 
mais frequentes. O principal diagnóstico diferencial da candidúria é a in-
fecção urinária bacteriana.
 Estudo prospectivo identificou um aumento de cinco vezes na inci-
dência de infecções fúngicas em pacientes internados, nos EUA entre as 
décadas de 80 e 90. Envolvimento do trato urinário foi identificado em 
46% das vezes, classificando-o como o principal sítio desta infecção. 
No Brasil, relatos de fungemia em hospitais terciários têm sido publi-
cados assim como o acometimento crescente do trato urinário por fun-
gos em pacientes críticos.
 O resultado final da infestação fúngica depende de uma série de 
fatores, sendo a condição do hospedeiro e o seu status imunológico os 
mais importantes deles.
44
Imunodeficiência, senilidade, permanência em UTI, uso de cateteres ve-
sicais, antibioticoterapia de amplo espectro, prematuridade com baixo peso e 
pós-operatório de grandes cirurgias são seus principais fatores de risco.
A C. albicans é o agente mais comum. Sua transmissão se dá, habitu-
almente, por contato sexual. 
Atualmente, infecções por espécies não albicans têm se tornado 
mais frequentes. Estas espécies se relacionam a quadros mais complexos 
disseminados e a uma maior mortalidade. C. glabrata e C. krusei são espe-
cialmente importantes, uma vez que apresentam resistência conhecida 
ao fluconazol. Alguns autores demonstraram que esta realidade também 
é encontrada no Brasil.
A candidúria pode se manifestar de maneira diversa. A simples pre-
sença de Candida sp. na urina não significa, necessariamente, infecção. 
Contaminações são frequentes. Na maioria das vezes, ela é assintomática 
e ocorre tardiamente durante a internação.
Leucocitúria normalmente não é evidenciada e, na maioria dos ca-
sos, não se observa evolução para septicemia. Apenas 1% a 8% dos pa-
cientes com candidúria evoluem para candidemia.
A diferenciação entre acometimento dos tratos urinários superior 
e inferior é difícil, podendo haver acometimento renal em até 50% dos 
casos, mesmo sem sintomas. A presença de cilindros fúngicos pode ser 
importante nesta diferenciação. 
Prostatite e epididimite fúngica também podem se associar à can-
didúria. Pneumatúria pode indicar invasão tissular e/ou a formação de 
abcesso peri renal.
Mesmo na ausência de sintomas, a candidúria é um fator de risco 
para mortalidade.
Conduta 
Os esquemas utilizados compreendem a anfotericina B tópica ou 
sistêmica e o fluconazol oral ou endovenoso. O itraconazol não deve ser 
45
utilizado para este fim devido suas características farmacocinéticas e à 
experiência limitada com seu uso para tal.
A dose preconizada do fluconazol varia de 100 mg a 400 mg/dia por 
7 a 14 dias, a depender do estado do paciente, do sítio da infecção e do 
agente isolado, assim como da sua sensibilidade a esse fármaco. Em casos 
mais críticos, recomenda-se dose máxima, por 14 dias. 
As infecções resistentes devem ser tratadas com anfotericina B. Qua-
dros sistêmicos podem ser conduzidos por meio da prescrição de 0,5 mg 
a 1 mg por kg/dia, por pelo menos 2 semanas, e as cistites fúngicas po-
dem ser controladas por meio da instilação vesical de 50 mg/dia diluída 
em água destilada por 48 a 72 horas. 
A fim de definir a melhor estratégia terapêutica, é necessário definir 
o grupo de risco: 
- Em pacientes sãos, sem fatores de risco: solicitar nova coleta, afastar 
contaminação por mucosite fúngica e não utilizar antifúngicos sistêmicos.
- Em pacientes assintomáticos, mas com fatores de risco e candidemia 
improvável: retirar fatores de risco (incluindo cateter vesical) e reavaliar. Na 
persistência do fungo considerar instilação vesical de anfotericina B.
- Em pacientes sintomáticos, recém-nascidos de baixo peso, trans-
plantados, neutropênicos ou naqueles assintomáticos mas com neces-
sidade de instrumentação urológica: prescrever antifúngicos sistêmicos. 
Leitura recomendada
Ackar JM, Fries BC.Candida Infections os the Genitouri nary Tract. Clin Microbiol Reviews 
2010:253-73.
46
Capítulo 9 - Prostatite Aguda 
Roberto Dias Machado
Introdução
• Doença aguda e infecciosa da próstata, geralmente afeta os ho-
mens dos 20 aos 40 anos de idade, com segundo pico após os 60 anos.
Vias de infecção
• Ascensão dos micro-organismos pela uretra
• Refluxo de urina infectada para os ductos prostáticos
• Transrretal, devido à biópsia prostática
• Linfática e hematogênica são raras
Confirmação diagnóstica
É clínica por meio da história e do exame físico. Dor abdominoperi-
neal e sintomas do trato urinário inferior como disúria e urgência, associa-
dos à febre com calafrios geralmente estão presentes. 
O toque retal é doloroso e mostra flutuações prostáticas em mais de 
90% dos casos, devendo ser feito com a máxima cautela. A massagem e a 
biópsia da próstata são contraindicadas na fase aguda, devido ao risco de 
disseminação bacteriana.Os exames de sangue e urina I com urocultura (jato médio) auxiliam 
na confirmação diagnóstica. 
O hemograma mostra leucocitose (células imaturas).
O PSA geralmente está elevado, retornando ao basal de 4 a 8 sema-
nas após o tratamento.
O exame de urina tipo I mostra piúria, nitritos positivos e hematúria.
47
A coloração de Gram pode guiar o tratamento empírico até a confir-
mação microbiológica pela urocultura.
A hemocultura pode ser solicitada em pacientes internados com 
infecção sistêmica grave, porém apresenta apenas 21% de positividade.
Diagnótico diferencial 
Etiológico
Bactérias enterococus gram negativas respondem por 85% dos ca-
sos. A E. coli é a mais comum, seguida por Proteus, Pseudomonas e Kle-
bsiella ssp.
Em pacientes jovens e sexualmente ativos deve-se considerar a Neis-
seria gonorreia e a Clamydia spp.
Pacientes com imunodeficiência são susceptíveis a agentes atípicos 
(Fungos e M.tuberculosis etc.).
Fatores de risco
Intercurso sexual sem proteção, fimose, instrumentação cirúrgica 
do trato urinário inferior, cateterismo vesical, estenose de uretra, HPB e 
biópsia de próstata.
O risco de prostatite aguda é de 0,6% a 2,1% na primeira biópsia e de 
4,1% na segunda biópsia.
Causas de confusão diagnóstica
Pielonefrite e epididimite aguda podem ocorrer isoladamente ou 
como consequência da prostatite aguda. 
Patologias orificiais e diverticulite aguda.
Condutas
Tratamento ambulatorial 
É uma opção em pacientes sem complicações e capazes de tolerar a 
ingestão oral das drogas.
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As fluoroquinolonas têm a preferência inicial pelo seu espectro de 
ação contra gram negativos e positivos e alguns patógenos atípicos 
como Clamydia e Mycoplasma. As mais usadas são: ciprofloxacino 500 
mg duas vezes ao dia, levofloxacino 500 mg uma vez ao dia e gatifloxaci-
no 400 mg uma vez ao dia.
A associação de sulfametoxazol 400/800 mg + trimetoprima 
80/160 mg duas vezes ao dia é usada em casos de reações adversas às 
quinolonas.
O mínimo de 10 dias de tratamento é necessário para casos leves, 
variando de 2 a 4 semanas.
Tratamento hospitalar
Em casos graves e complicados, a antibioticoterapia parenteral deve 
ser iniciada com o paciente internado logo após a coleta dos exames. 
Lembrar que o padrão de resistência bacteriana aos antibióticos va-
ria de acordo com as regiões geográficas. 
Altas doses de antibióticos de largo espectro como cefalosporinas 
de segunda e terceira gerações (ex: cefuroxima 50 mg -100 mg/kg/dia de 
8/8h com máximo de 6g/d, cefoxitina 1-2g de 4/4h ou 6/6h, ceftriaxona 
1g de 12/12h) associados ou não aos aminoglicosídeos (ex.: amicacina e 
gentamicina) são recomendados.
Os aminoglicosídeos associados a um beta lactâmico (ampicilina e 
penicilina) ou a uma fluoroquinolona têm sua eficácia aumentada.
Uma vez o paciente estável e afebril o antibiótico oral é iniciado ba-
seado nos exames de sangue e na cultura de urina. 
Conduta nas complicações
A bacteremia é uma complicação grave, nestes casos a hemocultura 
pode auxiliar no diagnóstico microbiológico. 
Os abscessos prostáticos devem ser investigados se houver piora clí-
nica ou falha terapêutica, mesmo com o antibiótico apropriado.
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O ultrassom transrretal e a tomografia computadorizada auxiliam na 
confirmação diagnóstica e na terapêutica dos abscessos.
Retenção urinária ocorre devido à dor, espasmo do colo vesical e/ou 
edema prostático. O cateterismo uretral prolongado deve ser evitado na 
presença de abscessos e a cistostomia torna-se imperativa. 
Prognóstico 
Geralmente é bom com o tratamento rápido e adequado. Assim, a 
maioria dos pacientes não desenvolverá prostatite crônica.
Leitura recomendada
1. Brede.C.M e col. The etiology and management of acute prostatitis. Nat.Rev.Urol. 
2011,8:223-45.
2. Etienne. M e col. Acute bacterial prostatitis. BMC Infect Dis.2008,30:8-12.
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Capítulo 10 - Prostatite Crônica 
Cláudio Bovolenta Murta
Prostatite é a patologia prostática mais comum em homens com menos 
de 50 anos e sua incidência chega a 12%. Sua gênese é pouco compreen-
dida e multifatorial, mas parece seguir a seguinte sequência: fator iniciador 
(infecção, trauma, toxinas e estresse), uma resposta exacerbada (inflamação 
ou neurológica), facilitação (mecanismos neuroendócrinos) e propagação 
(mediadores imunológicos e neurogênicos), resultando em dor neuropática. 
Cerca de apenas 10% dos casos de prostatite crônica tem cultura positiva, o 
restante deve ser classificado como síndrome da dor pélvica crônica.
Confirmação diagnóstica
As prostatites foram inicialmente classificadas em quatro categorias: 
bacteriana aguda, bacteriana crônica, não bacteriana e prostatodinia. Em 
1999, o National Institutes of Health (NIH) reclassificou as prostatites e, 
atualmente, é a mais utilizada (Tabela 1).
O diagnóstico é feito por meio de história e exame físico, e é definida 
como sintomas persistentes ou recorrentes de dor perineal (na região da 
próstata) por pelo menos três meses nos últimos seis meses. Na prostatite 
tipo II deve haver confirmação de um uropatógeno, enquanto nas cate-
gorias IIIA e IIIB as culturas são negativas. Na avaliação deve-se incluir o 
tipo de dor e a localização. A dor pode ser referida em outras áreas como 
períneo, reto, pênis, testículos e abdômen inferior. Podem estar presentes 
sintomas do trato urinário inferior, alterações sexuais, em outros órgãos 
(sd. miofascial, sd. do intestino irritável) e psicológicos.
Diagnóstico diferencial
A avaliação dos sintomas pode ser realizada por meio do índice de 
sintomas de prostatite crônica do NIH, que abrange as principais quei-
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xas do paciente: dor, função urinária e qualidade de vida. O exame di-
gital da próstata deve ser realizado após coleta da urina pré-massagem 
prostática e é limitado quanto ao diagnóstico definitivo de prostatite 
ou sua classificação. 
Diagnóstico laboratorial tem sido classicamente baseado no teste 
dos quatro frascos. São colhidas as urinas do primeiro jato, urina do jato 
médio, expressão da secreção prostática e urina pós-massagem prostá-
tica. As amostras são analisadas quanto à contagem de leucócitos após 
centrifugação e cultura. Entretanto, este teste é de difícil realização na 
prática clínica e foi substituído pelo teste dos dois frascos. Neste, a urina 
pré-massagem prostática e pós-massagem são analisadas. Na prostatite 
tipo II, encontram-se bactérias na urina pós-massagem. Na do tipo IIIA, 
encontram-se apenas leucócitos e na IIIB todas as amostras são normais. 
As bactérias mais comumente encontradas são a Escherichia coli (80%), 
outras bactérias gram-negativas como Pseudomonas, Serratia, Klebsiella 
(15%) e enterococos (5%). Infecções por Corynebacteria, clamídia, urea-
plasma e outras infecções não cultiváveis têm sido implicadas na prosta-
tite crônica não bacteriana.
Outros testes como PSA, citologia urinária, estudo urodinâmico, cis-
toscopia, ultrassonografia transrretal e biópsia devem ser reservados para 
situações específicas.
Conduta
Os estudos clínicos permitem concluir que os tratamentos para pros-
tatite crônica devem ser multidisciplinares, principalmente nos casos de 
prostatites tipo III. O tratamento inicial é feito com antibioticoterapia. Os 
antibióticos mais utilizados são as fluoroquinolonas por 4 a 6 semanas. A 
utilização de trimetropim é uma alternativa, mas deve ser feita por tempo 
maior (3 meses). O uso de alfa-bloqueador tem benefício naqueles pa-
cientes com menos de um ano de sintomas. Anti-inflamatórios, relaxan-
tes musculares, polissulfato de pentosam e fitoterápicos também podem 
ser utilizados no tratamento desses pacientes. Além dos tratamentos tra-
dicionais, terapia comportamental cognitiva para dor, massagem prostá-
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tica, biofeedback, acupuntura e terapia extracorpórea por ondas de cho-

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