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Reações em Química Orgânica Substituição Nucleofílica Bimolecular (SN2) Reações Comuns Adição ➢ Nas reações de adição há um substrato com múltiplas ligações - carbonos com ligações múltiplas - e é incorporado a esta estrutura outro reagente, resultando, no geral, em compostos únicos, pois só ocorre liberação de água ( H 2 O ) ou algum gás. Entretanto, é possível haver a formação de mais de um produto, inclusive produtos enantiômeros, dependendo da reação. Eliminação ➢ São reações em que há um substrato que, quando reage em determinadas condições, ocorre a eliminação de uma molécula da estrutura. Nota: As reações de eliminação e adição são uma inversa da outra, assim, muitas das vezes essas reações acontecem em condições contrárias, ou seja, se há uma reação de adição, por exemplo, ocorrendo em meio ácido, em maioria, as de eliminação ocorrerão em meio básico e vice-versa. Substituição ➢ Reação do substrato com outro reagente, onde uma parte da molécula será substituída e outra se ligará ao substrato. As reações de substituição podem ser: eletrofílicas e nucleofílicas, dependendo do reagente disponível para “atacar” o substrato. Rearranjo Em determinada condição de temperatura, pressão, acidez e basicidade sofrida, o substrato reagirá rearranjando seus átomos dentro da própria estrutura, originando outra completamente diferente. Oxidação/Redução Em Química Orgânica, ➢ A oxidação corresponde à entrada de oxigênio (ou outro elemento eletronegativo) na molécula orgânica ou, ainda, à saída de hidrogênio (ou outro elemento eletropositivo). ➢ A redução será, evidentemente, o caminho contrário: a saída/ retirada do elemento eletronegativo ou a entrada do elemento eletropositivo. Reações de Substituição Ocorre a troca de grupos funcionais entre reagentes e produtos. ● Substituição eletrofílica; ○ Envolve grupos de�cientes em elétrons. ⤷ Querem se ligar para suprir essa falta. ● Substituição nucleofílica. ○ Envolve grupos ricos em elétrons (nucleó�los). ⤷ São consideradas reações iônicas, pois envolve muitas vezes espécies carregadas. Substituição Nucleofílica Alifática As reações de substituição nucleofílica estão entre os tipos mais fundamentais de reações orgânicas. Em uma reação de substituição nucleofílica, um nucleó�lo (Nu), reagente de ataque, substitui um grupo de saída (GS) na molécula que sofre a substituição, o substrato. ● O nucleó�lo é sempre uma base de Lewis e pode ser carregado negativamente ou neutro. ● O grupo de saída é sempre uma espécie que carrega um par de elétrons quando sai. Nota: Quando a molécula for um íon, este precisa suportar a carga negativa, pois caso contrário, haverá a necessidade contínua de reação/ ligação. Assim, de modo geral, o grupo de saída é uma base fraca, uma vez que são mais estáveis, suportando melhor a carga negativa. Substrato : Molécula que possui o grupo abandonador/ de saída e receberá o ataque do nucleó�lo. Nucleó�lo : Espécie rica em elétrons que doará um par de elétrons (base de Lewis) para outra espécie baseada em carbono (ácido de Lewis). Nas reações de substituição nucleofílica a ligação entre o carbono do substrato e o grupo de saída sofre uma clivagem (ruptura) de ligação heterolítica , ou seja, o par de elétrons não compartilhado do nucleó�lo forma uma nova ligação com o átomo de carbono, logo, o grupo de saída sai com uma carga a mais. Nota: Em clivagem heterolítica, uma ligação quebra de tal maneira que um fragmento obtém ambos os elétrons compartilhados - heterolítico vem do grego heteros , "diferente" e lise , "afrouxando". - A ligação do nucleó�lo ocorre simultaneamente com a quebra da ligação do grupo de saída? - Ou acontece em duas etapas : a ligação com o grupo de saída se quebra primeiro e a ligação do nucleó�lo se forma em uma segunda etapa? Resposta: Ambas as situações são igualmente possíveis, no entanto, a simultânea é mais provável. Nucleó�los ● Um nucleó�lo é um reagente que procura um centro positivo. ● Qualquer íon negativo ou molécula sem carga com um par de elétrons não compartilhados é um nucleó�lo em potencial, como é o caso da Anilina, vista no exemplo anterior, que não possui carga, mas tem o par de elétrons disponíveis para a ligação. ● Quando um nucleó�lo reage com um haleto de alquila, o átomo de carbono que contém o átomo de halogênio é o centro positivo que atrai o nucleó�lo. Esse átomo de carbono tem uma carga parcial positiva porque o halogênio eletronegativo puxa os elétrons da ligação carbono– halogênio em sua direção. Considerando dois exemplos, um em que o nucleó�lo é uma base de Lewis negativamente carregado, e um outro no qual o nucleó�lo é uma base de Lewis neutra, observe como se dá o equilíbrio de cargas nas reações. 1. O emprego de um nucleó�lo carregado negativamente (neste caso, um íon hidróxido) resulta em um produto neutro (neste caso, um álcool). A formação da ligação covalente entre o nucleó�lo negativo e o substrato neutraliza a carga formal do nucleó�lo. 2. A utilização de um nucleó�lo neutro (neste caso, água), resulta inicialmente em um produto carregado positivamente . O nucleó�lo neutro ganha uma carga formal positiva através da formação de uma ligação covalente com o substrato. ↓ Esse tipo de produto necessitará de uma etapa adicional: a desprotonação O produto neutro somente é formado após a remoção de um próton do átomo com a carga formal positiva no produto inicial. A etapa de desprotonação é sempre necessária para completar a reação quando o nucleó�lo é um átomo neutro que possui um próton. Nota: Em uma reação deste tipo, o nucleó�lo é uma molécula de solvente (o que é frequentemente o caso quando o nucleó�lo é neutro). Uma vez que as moléculas do solvente estão presentes em grande excesso, o equilíbrio favorece a transferência de um próton do íon alquiloxônio* para uma molécula de água. Esse tipo de reação é um exemplo de solvólise**. Nota*: O íon alquiloxônio (ou oxônio) em química é qualquer cátion positivo de oxigênio, que possui três ligações. O íon oxônio mais simples é o íon hidrônio H₃O⁺. Nota**: A solvólise, também chamada de reação de solvólise, é geralmente de�nida como sendo a “reação química com um solvente”. Neste processo uma ou mais ligações químicas são quebradas. Grupos de Saída (GS) Para atuar como o substrato em uma reação de substituição nucleofílica, uma molécula deve ter um bom grupo de saída. Um bom grupo de saída é um substituinte que pode sair do substrato como uma molécula ou íon fracamente básico e relativamente estável. Nos exemplos mostrados anteriormente, o grupo de saída foi um halogênio. ● Ânions haleto são bases fracas - bases conjugadas de ácidos fortes, HX - e, portanto, os halogênios são bons grupos de saída. ● Alguns grupos de saída saem na forma de moléculas neutras (H 2 O ou ROH). Para que isso seja possível, o GStem que ter uma carga formal positiva enquanto estiver ligado ao substrato. Quando o GS se afasta com um par de elétrons, sua carga formal passa a ser zero. No exemplo a seguir, o grupo de saída é uma molécula de água. A carga positiva em um GS (como o grupo anterior) geralmente resulta de uma protonação do substrato por um ácido. Entretanto, o uso de um ácido para protonar o substrato e produzir um grupo de saída carregado positivamente é viável somente quando o próprio Nu não é fortemente básico, e quando o Nu está presente em largo excesso (como na solvólise). Nota: Não se pode usar ácidos fortes para a protonação do substrato, pois pode ocorrer a protonação* geral da reação, ou seja, dos outros elementos. Nota*: Protonação é uma reação química que ocorre quando um próton (H + ) liga-se a um átomo, uma molécula ou um íon. Recapitulando SUBSTRATOS Nota: Tosilatos costumam ser um recurso importante em Química Orgânica, pois são um excelente grupo de saída. NUCLEÓFILOS Nota: Nucleó�los não carregados ⟹ etapa extra: desprotonação do produto. Mecanismos das Reações - Como o nucleó�lo substitui o grupo de saída? - A reação ocorre em uma etapa, ou mais de uma etapa está envolvida? - Se mais de uma etapa está envolvida, que tipos de intermediários são formados? - Quais etapas são rápidas e quais são lentas? Para responder a essas perguntas, precisamos saber algo sobre as velocidades das reações químicas. Cinética de uma Reação de Substituição Nucleofílica: Reação SN2 Considerando a reação que ocorre entre o clorometano e o íon hidróxido em solução aquosa: Nota: Este tipo de análise deve ser realizada com parâmetros previamente estabelecidos. Embora o clorometano não seja altamente solúvel em água, ele é su�cientemente solúvel para realizar nosso estudo cinético em uma solução aquosa de hidróxido de sódio. - Como medimos a velocidade dessa reação? ● A velocidade da reação pode ser determinada experimentalmente medindo-se a velocidade com que o clorometano ou o íon hidróxido desaparecem da solução, ou a velocidade com que o metanol ou o íon cloreto aparecem na solução. ○ Uma vez que as concentrações iniciais dos reagentes também são conhecidas (pois são medidas quando preparamos a solução), será fácil calcular a velocidade com que os reagentes estão desaparecendo da solução ou os produtos estão aparecendo na solução. Realizando vários experimentos mantendo a mesma temperatura, mas variando as concentrações iniciais dos reagentes, os resultados que podem ser obtidos são mostrados na Tabela a seguir. ⤷ A velocidade da reação aumenta conforme aumenta a concentração dos reagentes. Observe que os experimentos mostram que a velocidade depende da concentração do clorometano e da concentração do íon hidróxido. Quando dobramos a concentração de clorometano no experimento 2, a velocidade duplicou. Quando dobramos a concentração do íon hidróxido no experimento 3, a velocidade duplicou. Quando dobramos ambas as concentrações no experimento 4, a velocidade aumentou um fator quatro vezes maior. Assim, a velocidade será proporcional à concentração dos reagentes. Podemos expressar esses resultados como uma proporcionalidade: velocidade [CH 3 Cl][HO - ] , α e essa proporcionalidade pode ser expressa como uma equação através da introdução de uma constante ( ), chamada de constante de κ velocidade: velocidade = K [CH 3 Cl][HO - ]. Para esta reação nesta temperatura encontramos que K = L mols. 4 , 93 𝑥 1 0 − 4 Mecanismos para a SN2 O mecanismo da reação dependerá dos dois reagentes. ● Substituição nucleofílica bimolecular Ex.: ○ Substituição nucleofílica por deslocamento; ○ Bimolecular: etapa lenta tem velocidade dependente da concentração do nucleó�lo e do substrato (cinética global de 2ª. ordem). ⤷ Principal etapa da reação. ● Mecanismo Concertado ○ As movimentações de elétrons são simultâneas: a Ligação Nucleó�lo-carbono é estabelecida ao mesmo tempo que a ligação carbono-grupo abandonador é quebrada. ⤷ Detalhes do Mecanismo (Estado de Transição) ➔ É o ponto de mais alta energia potencial ao longo de uma coordenada reação; ➔ Não pode ser isolado, observado diretamente ou capturado. Observando o mecanismo 1. O ataque do nucleó�lo sempre ocorre por trás da ligação Carbono-Grupo Abandonador; 2. Isso ocorre porque o orbital vazio disponível para receber os elétrons do nucleó�lo é o orbital antiligante da ligação C-Grupo Abandonador; 3. Evidência experimental: ocorre inversão da estereoquímica do substrato (Inversão de Walden). Ponto chave da SN2 - Nucleó�lo capaz de atacar o substrato; - Substrato com bom grupo de saída, ou seja, uma base fraca que suporte a carga negativa ou que saia com uma molécula neutra; - Inversão da estereoquímica do substrato. ⤷ Sempre que houver uma reação SN2 acontecendo, teremos o produto com con�guração invertida. Nota: O que determina se a reação será por substituição ou eliminação são as condições do meio reacional.
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