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Sinais laboratoriais de processos in�amatórios intestinais Alergias alimentares As doenças inflamatórias intestinais (DII) são distúrbios inflamatórios crônicos que acometem qualquer porção do trato intestinal - 80% a 90%: - Retocolite Ulcerativa (RCU) - Doença de Crohn (DC) Outros 10% incluem as colites linfocítica, colagênica e indeterminada EPIDEMIOLOGIA - Alta incidência na Europa e América do Norte - RCU é mais prevalente do que DC - Mais comum entre 15 e 45 anos ETIOPATOGENIA POLIGÊNICAS Polimorfismo no gene que produz o receptor da IL-23 Um defeito no seu receptor, localizado em linfócitos e macrófagos, ocasiona amplificação da inflamação DOENÇA DE CROHN (DC) NOD2: gene relacionado à patogênese da doença - Alterado em 15% a 20% dos portadores caucasianos NOD2 defeituoso, a resposta inflamatória fica mais descontrolada NOD2: codifica uma proteína que atua como receptor intracelular para um antígeno de parede bacteriana e que auxilia no controle da resposta inflamatória Doenças inflamatórias intestinais (DII) Defeito relacionados a barreira epitelial intestinal: Resposta imunológica defeituosa contra antígenos da microbiota facilitando a colonização e o estímulo dos produtos bacterianos e da formação de citocinas Alterações quantitativas e qualitativas na microbiota intestinal dos portadores de DII - Aumento de Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas - Bactérias cujos metabólitos são lesivos à mucosa intestinal - Alterações da microbiota, associadas a uma resposta imune exacerbada contra essa mesma microbiota RCU: A inflamação se limita à camada mucosa e aparece de forma contínua e simétrica ao longo da porção afetada, além de poder ter lesões aftoides na área acometida. Diarreia com perda de sangue nas fezes, decorrentes diretamente da inflamação do reto e/ou cólon - As erosões da mucosa colônica, características da RCU, ocasiona a perda de sangue nas fezes. - Alteração da permeabilidade do epitélio, causando extravasamento do fluido intersticial rico em proteínas - Absorção de água e eletrólitos está prejudicada e alterações da motilidade intestinal, decorrentes do processo inflamatório → Diarreia - Limiar sensorial do reto inflamado é diminuído - Presença de qualquer quantidade de fluido na ampola retal desencadeie o reflexo da defecação - Tenesmo e urgência fecal As alterações de motilidade do intestino grosso, com aumento do tônus muscular e da amplitude das contrações → Manifestações dolorosas, cólicas Perda de sangue nas fezes pode resultar em anemia ferropriva - astenia → Mediadores de resposta inflamatória podem ser liberados: febre **ANEMIA FERROPRIVA DC Inflamação transmural – da mucosa à serosa – crônica Predileção pelas regiões ileal ou ileocecal. O padrão da inflamação é salteado – ou seja, áreas de inflamação alternadas com áreas saudáveis Manifestações clínicas podem variar conforme o local afetado → Quando confinada ao intestino delgado, a diarreia e a dor abdominal são as manifestações mais comuns – sintomas constitucionais como perda ponderal e anemia também podem ocorrer. ***ANEMIA MEGALOBLÁSTICA No íleo que ocorre a absorção de vitamina B12, e sua escassez gera anemia megaloblástica A principal causa da anemia megaloblástica é a redução da síntese de DNA na produção de glóbulos vermelhos. Essa redução normalmente é causada pela deficiência da vitaminaB12, que é responsável, em parte, pela formação da hemoglobina e do ácido fólico (vitamina B9) e tem a função de ajudar na síntese do DNA. QC: • Diarreia • Dor abdominal frequentemente faz parte do quadro • Cólicas • Anorexia e náuseas ❖ DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Exames complementares O diagnóstico da DII ocorre a partir de dados da anamnese • História clínica • Exame físico •Exames complementares – laboratorial, endoscópico, radiológico e histopatológico **o dx vai ser mais por exame de imagem, o laboratorial só vai complementar. ➔ Hemograma • Série vermelha • Leucograma • Plaquetograma No hemograma, pode haver anemia, leucocitose e trombocitose ➔ PROVAS INESPECÍFICAS DE INFLAMAÇÃO Elevação das provas de atividade inflamatória (VHS e PCR) QUALQUER INFLAMAÇÃO: Estimulado pela IL 1, IL-6, TNF: produção de proteínas de fase aguda pelo fígado - Algumas podem ser dosadas - USO: Monitorar atividade de doença auto-imune (reumatologia) - Identificar inflamações/infecções ❖ Proteína C Reativa - PCR “proteínas de fase ativa” - Produzidas no fígado em resposta a quase todos os estímulos inflamatórios: Infecções, câncer, traumas e “reumatismos” - Biomarcador mais estudado Função: ligar-se a patógenos e células lesadas e/ou apoptóticas (fosfatidilcolina) e iniciar sua eliminação por meio da ativação do sistema complemento e de fagócitos (C1q e Fcγ). Essas ligações e atrações celulares permitem considerá-la como uma opsonina Também atua regulando a extensão e a intensidade da reação inflamatória Produção extra-hepática em linfócitos, placas ateroscleróticas e neurônios de pacientes com doença de Alzheimer também é relatada. Elevação: Concentração da PCR no sangue começa a subir em 2-10 horas após o início do estímulo Pico: Se o estímulo for mantido, chega a seu pico em 24 a 72 horas (cerca de 48 hrs) Métodos:Turbidimetria/ nefelometria Com a resolução do insulto inflamatório sua concentração no sangue cai pela metade também rapidamente, em cerca de 18hs ❖ VHS – VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Velocidade com a qual as hemácias sedimentam-se no sangue Ao pé da letra: Velocidade com que os glóbulos vermelhos se separam do “soro” e se depositam no fundo, se um tubo de sangue (com anti-coagulante) é deixado parado Marcador inespecífico de inflamação tecidual Proteínas plasmáticas: a que tem maior efeito agregante é o fibrinogênio, seguido das globulinas e da albumina Quanto maior a inflamação – maior a sedimentação das hemácias USO: Monitorar atividade de doença inflamatória Princípio: Proteínas de fase aguda neutralizam a carga elétrica das hemácias, facilitando a sua sedimentação VHS é medido em mm em 60 minutos (método mais utilizado – Westergren) Medida indireta da atividade das proteínas de fase aguda ➔ Biomarcadores para DII • Sorológicos: p-ANCA e ASCA • Fecais: Calprotectina e lactoferrina • Predisposição genética (polimorfismos) A calprotectina e lactoferrina fecais são exames úteis para o diagnóstico das DII, pois evidenciam atividade inflamatória no intestino e apresentam boa correlação endoscópica e histológica ❖ CALPROTECTINA • Proteína ligada ao cálcio e ao zinco abundantes no citoplasma dos neutrófilos e, em menor quantidade, também nos monócitos e macrófagos reativos • As funções conhecidas da Calprotectina estão associadas aos processos de defesa através da ação do zinco (atividade antibacteriana e antifúngica) • A Calprotectina pode ser detectada em praticamente todos os líquidos biológicos e a sua concentração está diretamente correlacionada ao grau de inflamação na amostra Amostras de fezes: em um processo inflamatório, está 6x aumentado nas fezes • Bom marcador biológico • Permanece estável por até sete dias à temperatura ambiente • Apresenta-se uniformemente distribuída na amostra: pode pegar só um pouco de fezes Barreira da mucosa intestinal é quebrada e ocorre a migração de leucócitos para o lúmen intestinal Elevação da concentração de Calprotectina nas fezes → Quantidade de granulócitos e outras células de defesa no intestino → Bom marcador de inflamação intestinal Calprotectina nas fezes são cerca de 6 vezes maiores do que os encontrados no sangue **SE TIVER AUMENTADO, REALMENTE TENHO UMA INFLAMAÇÃO INTESTINAL Ponto de corte de 50 µg/g nas fezes, a colonoscopia pode deixar de ser feita em até 50% dos pacientes, indo até 67% dos pacientes (ponto de corte de 100 µg/g nas fezes) • Marcador de atividade de doença • Resposta terapêutica • Prognóstico (probabilidade de relapso) ❖ LACTOFERRINA FECAL • Proteína existente no citoplasma dos granulócitos • Positivamente correlacionada com a eliminação fecal de leucócitos • Sua dosagem nas fezes tem sido proposto como método nãoinvasivo para a avaliação direta da inflamação intestinal • Identificar precocemente os doentes • Lactoferrina fecal é um marcador não invasivo que está mais elevada na doença de Crohn comparada à síndrome do intestino irritável. Marcadores sorológicos ● p-ANCA: anticorpo perinuclear contra estruturas citoplasmáticas do neutrófilo) - Encontrado principalmente na RCU inespecífica (65 a 80% dos pacientes com retocolite ulcerativa) - 10% a 40% dos pacientes com doença de Crohn ● ASCA: anticorpo (IgG e IgA) contra o Saccharomyces cerevisiae - Está presente em 55 a 70% dos pacientes com DC. Pode ajudar na diferenciação de casos indeterminados Isoladamente, esses anticorpos não fecham diagnóstico ou diferenciam entre uma forma e outra, pois aparecem em outras patologias e até mesmo em indivíduos saudáveis. Devem ser utilizados como ferramenta de ajuda para o diagnóstico à luz do contexto clínico (ASCA+ e p-ANCA-) estão mais associados com doença de Crohn (ASCA- e p-ANCA+) estão mais associados com retocolite ulcerativa A sensibilidade e especificidade do ASCA para discriminar pacientes com DII de pacientes com outras doenças intestinais é de, respectivamente, 60% e 91% Para diferenciar entre pacientes com doença de Crohn e pacientes com retocoliteulcerativa, um resultado positivo isolado de ASCA possui sensibilidade de 60% e especificidade de 86%, enquanto um resultado positivo de ASCA e negativo de pANCA possui sensibilidade de 56% e especificidade de 92% Alergias alimentares Tipo I ou mediado por IgE Tipo II ou de citotoxicidade Tipo III ou por imunecomplexos Tipo IV ou celular • Mediadas por IgE (exemplos: urticária, angioedema, algumas manifestações gastrintestinais como edema e prurido de lábios, língua ou palato, vômitos e diarreia, sintomas respiratórios como prurido ocular e lacrimejamento, congestão nasal e broncoespasmo e reações sistêmicas como a anafilaxia com hipotensão e choque) • Mistas (mediadas por IgE e células - Linfócitos) • Não mediadas por IgE (reações citotóxicas e as por imunocomplexos – ambas com evidências limitadas, reações mediadas por linfócitos T) ➔ Alergia alimentar mediada por IgE ou de tipo I - Anticorpos IgE séricos específicos apresentam papel fundamental nas alergias alimentares IgE-mediadas. - Interação de vários tipos celulares após a exposição a antígenos, seja por via inalatória, cutânea ou parenteral - A pesquisa de IgE específica ao alimento suspeito pode ser realizada tanto in vivo pela realização dos testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TC), como in vitro pela dosagem da IgE específica no sangue (UniCAP®). Sensibilização (1a exposição ao alimento - Ag) → ativação TH2→ ativação de IgE → Produção de IgE → Ligação de IgE ao FC nos mastócitos → Exposição repetida ao alérgeno → ativação dos mastócitos: liberação dos mediadores Na alergia alimentar pode ocorrer deficiência de ferro → Perdas fecais ou má absorção secundária à lesão do intestino delgado, ou da inflamação sistêmica Nos casos de doenças gastrintestinais (esofagite eosinofílica, gastroenterite eosinofílica, proctocolite eosinofílica), a eosinofilia é encontrada em parcela expressiva dos casos, e pode auxiliar no diagnóstico. **Hemograma com eosinófilo aumentado Teste padrão ouro: Duplo cego In vivo: testes cutâneos de hipersensibilidade imediata Investigação de sensibilização IgE específica Não há restrição de idade para a realização do teste, entretanto, deve-se ter em mente que crianças menores de 6 meses de idade podem não ter sido expostas a vários alimentos, impossibilitando a formação de anticorpos O método mais popular para determinar a IgE específica é o Sistema ImmunoCAP®, apesar de outros recursos menos onerosos, simples e também sensíveis, como o ELISA, poderem ser utilizados - Devido à estreita associação entre a IgE específica e as reações imunológicas a alimentos, tenta-se estabelecer parâmetros de relação entre seus níveis séricos e a chance de reações clínicas como um instrumento preciso para diagnóstico - O padrão-ouro para o diagnóstico das alergias alimentares é o teste de provocação oral, duplo-cego e controlado por placebo ImmunoCAP® O ImmunoCAP Isac é o teste molecular para a Alergia. Este exame consiste em um imunoensaio de fase sólida, baseado em microarray, para a determinação semiquantitativa da IgE específica de 112 componentes moleculares alergênicos, naturais ou recombinantes **O de sangue pode ter reação cruzada **O mais sensível é tomar o alérgeno específico O problema é expor e dar uma reação exacerbada, por isso fazer em local onde pode socorrer
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