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1. Compreenda e diferencie alergia, atopia e hipersensibilidade - quadro clínico e mecanismo fisiopatológico. Hipersensibilidade: É definido como a presença de reações reproduzíveis, causadas pela exposição a estímulos em doses toleradas por indivíduos normais, resultando em danos para o hospedeiro, podendo ter causas imunológicas ou não. Se refere às reações excessivas, indesejáveis ( danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em 4 tipos: I, II, III e IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular pode envolver mais de um tipo de reação. Diz-se que os indivíduos que foram previamente expostos a um antígeno estão sensibilizados. Algumas vezes, exposições repetidas ao mesmo antígeno desencadeiam uma reação patológica; tais reações são descritas como hipersensibilidade, implicando uma resposta excessiva ao antígeno. Há várias características gerais importantes dos distúrbios por hipersensibilidade. ___________________TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE__________________ TIPOS I : mediados por IGe • Mediadas por IgE que se desenvolvem rapidamente após exposição a um antígeno • Representam resposta alérgica clássica • Antígenos = Alérgenos. Exemplos: proteínas do pólen, ácaros domésticos, pelos de animais, alimentos, produtos químicos domésticos e agentes farmacológicos • A exposição aos alergênios pode se dar por inalação, injeção ou contato com a pele e, dependendo da porta de entrada, as reações podem ser localizadas ou anafiláticas • Dois tipos de células desempenham um papel essencial no desenvolvimento de reações de hipersensibilidade do tipo I: − Células T CD4+ tipo 2 (TH2) ● Direcionam a mudança de classe dos linfócitos e produzem anticorpos IgE ● Liberam citocinas responsáveis pela mobilização e ativação de mastócitos, basófilos e eosinófilos − Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos ● Induzem a diferenciação de células T CD4+ em subtipo TH2 ● Contêm grânulos ricos em histamina e heparina, que podem ser pré-formados ou enzimaticamente ativados em resposta a sinalização TH2 A maioria das reações de hipersensibilidade do tipo I se desenvolvem em fases: Resposta de fase inicial ou primária: vasodilatação, derrame vascular e contração de músculo liso o Inicia-se 5 a 30min após exposição e desaparece dentro de 60min o Mediada pela degranulação aguda de mastócitos e liberação de mediadores pré- formados e/ou ativados por enzimas o Mediadores: Histamina, Serotonina, Acetilcolina, Adenosina, Mediadores quimiotáticos, Fatores de crescimento e Proteases neutras que levam à produção de cininas o Histamina: amina vasoativa que aumenta a produção de Óxido nítrico; Relaxa a musculatura lisa vascular; Aumenta a permeabilidade dos capilares e vênulas; Provoca contração dos músculos lisos e constrição brônquica Resposta de fase tardia ou secundária: infiltração + intensa dos tecidos por eosinófilos e outras células inflamatórias agudas e crônicas o Manifesta-se 2 a 8h após resolução da fase inicial e pode durar vários dias o Resultado da ação de mediadores lipídicos e citocinas liberadas por células do sistema imunológico o Os mediadores lipídicos, encontrados nas membranas dos mastócitos, são quebrados para formar o ácido araquidônico, durante a degranulação dos mastócitos Reações anafiláticas ou sistêmicas o Anafilaxia: reação de hipersensibilidade sistêmica mediada por IgE o Associada a liberação generalizada de Histamina na circulação sistêmica, produzindo vasodilatação maciça, hipotensão, hipoxia arterial e edema das vias respiratórias o Nível de gravidade depende do grau de sensibilização preexistente o Manifestações clínicas: Grau I: confinadas a tecidos cutâneos e mucosas; eritema e urticaria com ou sem angioedema Grau II: sinais multisistêmicos moderados; hipotensão, taquicardia, dispneia, distúrbios gastrointestinais Grau III: altamente fatais; desenvolvimento de broncoespasmo, arritmias cardíacas, colapso cardíaco Grau IV: parada cardíaca TIPO II : mediados por anticorpos • Mediada por anticorpos IgG ou IgM dirigidos contra antígenos específicos na superfície de células ou tecidos específicos do hospedeiro • Tecidos que expressam os antígenos-alvo determinam as manifestações clínicas das reações de hipersensibilidade do tipo II • Os antígenos são denominados como Antígenos específicos do tecido • Há 4 mecanismos, mas todas são iniciadas pela ligação de um anticorpo IgG ou IgM a antígeno específico do tecido: Destruição celular ativada por complemento o Podem ocorrer como Resultado a ativação do Sistema complemento pela via clássica o A formação do Complexo de ataque à membrana por ativação de C5 -C9 causa lise direta das células o IgG e fragmentos do complemento C4b atuam como opsoninas por ligação da receptores localizados na superfície de macrófagos, Ativando macrófagos, eu em seguida, destroem as células alvo por fagocitose Citotoxicidade celular dependente de Anticorpos o Incorpora t anto componentes da resposta imune inata quanto a adaptativa na destruição das células-alvo o Mecanismo baseia-se na atividade de células NK inespecíficas Inflamação mediada por complemento e anticorpos o Antígenos expressos normalmente na parede dos vasos; Antígenos que circulam no plasma e são depositados sobre a superfície de células endoteliais ou tecidos extracelulares o Existência de anticorpo nos t ecidos ativa a cascata do complemento, resultando em liberação de proteínas do complemento ativadas, que atraem neutrófilos para a área e estimulam a deposição da proteína C3b Disfunção celular mediada por anticorpos o A ligação do anticorpo a receptores específicos de células alvo, provoca mau funcionamento da célula, em vez de iniciar o processo de destruição celular o Sintomas são dependentes do receptor-alvo específico TIPO III: mediados pelo sistema complemento • Causadas pela formação de complexos imunológicos Antígeno-anticorpo na corrente sanguínea que posteriormente se depositam no epitélio vascular ou tecido extravascular • A deposição do complexo nos tecidos ativa o Sistema complemento e induz resposta inflamatória maciça • Anticorpos IgG e IgM ativam os distúrbios mediados por imunocomplexos • Os complexos são primariamente formados no plasma e, em seguida depositados nos tecidos • Os imunocomplexos formados na circulação sanguínea podem produzir danos em qualquer vaso terminal de órgãos • Uma vez depositados, os imunocomplexos provocam resposta inflamatória por ativação do Sistema complemento e da produção de fatores quimiotáticos que recrutam neutrófilos e outras células da resposta inflamatória TIPO IV : mediado por células T • Mediadas por células e são tardias • Principal mecanismo de defesa contra uma variedade de microrganismos, mas pode causar morte celular e lesão tecidual em pessoas sensibilizadas, em resposta a antígenos químicos administrados topicamente, exposição sistêmica ao antígeno ou como parte do processo imune RESUMO • Na hipersensibilidade imediata (hipersensibilidade do tipo I), a resposta imune é mediada por células TH2, anticorpos IgE e mastócitos e resulta na liberação de mediadores que atuam sobre os vasos e o músculo liso e de citocinas pró inflamatórias que recrutam células inflamatórias. • Nos distúrbios mediados por anticorpos (hipersensibilidade tipo II), os anticorpos secretados IgG e IgM participam diretamente da lesão das células, promovendo sua fagocitose ou lise, e da lesão dos tecidos, induzindo inflamação. Os anticorpos também podem interferir com funções celulares e causar doença sem lesão tecidual. • Nos distúrbios mediados por imunocomplexos (hipersensibilidade tipo III), anticorpos IgG e IgM ligam-se a antígenos, geralmente, na circulação, e os complexos antígeno-anticorpo depositam-se nos tecidos e induzem inflamação. Os leucócitos que são recrutados (neutrófi los e monócitos)produzem lesão tecidual por liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos. • Nos distúrbios imunes mediados por células (hipersensibilidade tipo IV), linfócitos T sensibilizados (células TH1 e TH17 e LTCs) são a causa da lesão celular e tecidual. As células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV. Alergia: Reatividade imune modificada, ou seja uma resposta imune que se desvia daquela esperada. É a resposta exacerbada do sistema imune a uma substância estranha ao organismo, a qual chamamos de antígeno. As reações alérgicas são classificadas de acordo com o tempo decorrido entre o contato do organismo sensibilizado com o antígeno e a visualização do fenômeno alérgico Atopia: É definida como uma tendência hereditária a produzir IgE de forma contínua e elevada contra antígenos inócuos do meio ambiente, levando a manifestações clínicas como asma, rinite, conjuntivite e dermatite atópica. Tipicamente, os indivíduos são acometidos por um espectro de doenças, já mencionadas, conhecido como “marcha atópica”. Popularmente conhecida como ‘’asma na pele’’. É a propensão que um indivíduo tem de apresentar uma resposta do sistema imunológico a substâncias e partículas comuns, como os alérgenos inaláveis ou alimentares. Essa resposta é promovida pela produção de um anticorpo chamado imunoglobulina E (IgE), e algumas pessoas nascem com predisposição genética a apresentar reações em função do aumento desse anticorpo. Pode se manifestar através da dermatite, rinite, bronquite ou de todas simultaneamente Atualmente consideramos exemplos de atopia: Asma, Rinoconjuntivite, Dermatite Atópica e Alergia Alimentar. Podemos ver que essas doenças tem a mesma fisiopatologia (aumento considerável de IgE), mas tem diferentes apresentações clínicas e diferentes fenótipos (sintomas). Temos graus de atopia. Os atópicos leves (Atópico 1) podem ter somente rinite, que é comum. Conforme vai aumentando o grau de atopia, vai aumentando o número de doenças que ele apresenta, sendo que o Atópico 4 tem todas essas mencionadas (rinite, asma, dermatite e alergia alimentar). Conforme a idade aumenta, aparecem mais formas de alergias (Marcha Atópica). É importante saber que atopias e alergias não tem cura, apenas são controlados os sintomas. Alergia é passageiro, enquanto atopia é crônico ➢ FISIOPATOLOGIA DAS RESPOSTAS IgE MEDIADAS Tudo começa com um estímulo do ambiente causado por um antígeno (Pode ser chamado de Alérgeno Proteico; são proteínas capazes de desencadear uma resposta imune). Os alérgenos mais comuns que causam essas respostas alérgicas são proteínas do ácaro (nos casos de Asma e Rinoconjuntivite) e proteínas do leite de vaca (alergias alimentares). Nessa primeira exposição aos antígenos, as células APC (apresentadoras de antígenos) fagocitam esses antígenos e levam até os linfonodos (órgãos linfoides secundários) para apresentar ao linfócito T näive. Depois dessa apresentação, esses linfócitos se diferenciam em linfócitos T CD4 (Th2). Esses linfócitos T CD4 liberam IL-4 que ativam os linfócitos B, produzindo e secretando anticorpos IgE específicos para o antígeno que desencadeou a resposta. Esses anticorpos caem na corrente sanguínea e chegam no antígeno, ligando-se aos receptores FceRI dos mastócitos para sensibilização desses. Os mastócitos ativados liberam histamina (substância envolvida nos processos de reações alérgicas) e heparina ( uma substância anticoagulante), sendo a principal célula envolvida no choque anafilático. Como é a primeira interação com o antígeno, a resposta é pequena e ocorre edema mais local mesmo Caso o paciente entre novamente em contato com o antígeno, a resposta estará mais rápida e será mais forte, podendo causar edemas em muitas partes do corpo e até na glote, causando parada respiratória (choque anafilático). Nessa re-exposição ocorre imediata ligação do antígeno aos anticorpos IgE, que ativam rapidamente e em escala muito maior os mastócitos, causando intensa desgranulação. São liberadas histamina e heparina em altas quantidades, bem como citocinas IL-4 (para ativação de Th2) e IL-5 (secretada por TCD4/Th2 que faz a ativação de eosinófilos). A histamina promove vasodilatação (amina vasoativa) que causa extravasamento do plasma para o tecido, causando edema (local ou disseminado, como no choque). Ela tem vários receptores, desde as células do endotélio vascular para que os vasos dilatem e cause o edema, até receptores na árvore brônquica (músculo liso dos brônquios) – broncoconstrição. Os eosinófilos são importantes para a resposta IgE mediada pois secretam várias substâncias, como proteína basica/cationica, perixidades, hidrolases, IL3, IL5 que tem como foco principal helmintos, bactérias e protozoários. Leucotrienos também são secretados por eosinófilos e contribuem para a broncoconstrição no choque anafilático. 2. Sobre os anti-histamínicos: compreenda a farmacologia e suas diferenças. A histamina é um mensageiro químico gerado principalmente nos mastócitos. Por meio de sistemas receptores múltiplos, ela medeia uma ampla quantidade de respostas celulares, incluindo as reações alérgicas e inflamatórias, a secreção de ácido gástrico e a neurotransmissão em algumas regiões do cérebro. A histamina não possui aplicações clínicas, mas os fármacos que interferem na sua ação (anti-histamínicos ou bloqueadores do receptor da histamina) têm importantes aplicações terapêuticas. A.Localização, síntese e liberação da histamina 1. Localização: A histamina está presente em praticamente todos os tecidos, com quantidades significativas nos pulmões, na pele, nos vasos sanguíneos e no trato gastrintestinal. É encontrada em altas concentrações nos mastócitos e basófilos. No cérebro, a histamina funciona como neurotransmissor. Ela também ocorre como componente de venenos e nas secreções de picadas de insetos. 2. Síntese: A histamina é uma amina formada pela descarboxilação do aminoácido histidina pela histidina-descarboxilase, que está presente nas células de todo o organismo, inclusive nos neurônios, nas células parietais gástricas e nos mastócitos e basófilos . Nos mastócitos, a histamina é armazenada em grânulos. Se a histamina não é armazenada, ela é rapidamente inativa pela diaminoxidase. 3. Liberação: Na maioria das vezes, a histamina é apenas um de vários mediadores químicos liberados em resposta ao estímulo. O estímulo para liberação de histamina nos tecidos pode incluir a destruição das células como resultado de frio, de toxinas de organismos, de venenos de insetos e aranhas e de traumas. As alergias e anafilaxias também podem desencadear a liberação significativa de histamina. B. Mecanismo de ação A histamina liberada em resposta a certos estímulos exerce seus efeitos ligando-se a vários tipos de receptores específicos (H1, H2, H3 e H4). Os receptores H1 e H2 são amplamente expressados e são alvos de fármacos com utilidade clínica. A histamina tem um amplo espectro de efeitos farmacológicos mediados pelos receptores H1 e H2. Por exemplo, os receptores H1 são importantes na produção de contração da musculatura lisa e no aumento da permeabilidade dos capilares . A histamina promove vasodilatação dos pequenos vasos sanguíneos devido à liberação de óxido nítrico pelo endotélio vascular. Além disso, a histamina pode aumentar a secreção de citocinas pró-inflamatórias em vários tipos de células e em tecidos locais. Os receptores H1 medeiam vários processos patológicos, incluindo rinite alérgica, dermatite atópica, conjuntivite, urticária, broncoconstrição, asma e anafilaxia. A histamina ainda estimula as células parietais do estômago, causando aumento na secreção ácida pela ativação de receptores H2. C. O papel na alergia e na anafilaxia Os sintomas resultantes da injeção intravenosa (IV) de histamina são semelhantes àqueles associados ao choque anafilático e às reações alérgicas. Estes incluem a contração da musculatura lisa das vias aéreas, o estímulodas secreções, a dilatação e o aumento da permeabilidade dos capilares e o estímulo das terminações nervosas sensitivas. Os sintomas associados à alergia e ao choque anafilático resultam da liberação de certos mediadores dos seus locais de armazenamento. Tais mediadores incluem histamina, serotonina, leucotrienos e o fator quimiotático dos eosinófilos da anafilaxia. Em outras condições, podem causar uma resposta anafilática generalizada. Acredita-se que a diferença entre essas duas situações resulte dos diferentes locais dos quais os mediadores são liberados e da velocidade da liberação. Por exemplo, se a liberação de histamina é lenta o suficiente para permitir sua inativação antes que penetre na corrente sanguínea, o resultado é uma reação alérgica localizada. No entanto, se a liberação de histamina é rápida demais para a inativação ser eficiente, ocorre uma reação anafilática generalizada. ANTI-HISTAMÍNICOS H1 O termo “anti-histamínico” refere-se primariamente aos bloqueadores dos receptores H1 clássicos. Os bloqueadores dos receptores H1 podem ser divididos em primeira e segunda geração . Os fármacos de primeira geração, mais antigos, ainda são amplamente utilizados, já que são eficazes e baratos. Entretanto, a maioria deles entra no sistema nervoso central (SNC), causando sedação. Além disso, eles tendem a interagir com outros receptores, produzindo uma variedade de efeitos indesejados. Em contraste, os de segunda geração são específicos para os receptores periféricos H1. Como eles são tornados polares principalmente pela adição de grupos carboxila (p. ex., cetirizina é o derivado carboxilado da hidroxizina), os de segunda geração não atravessam a barreira hematoencefálica, causando menos depressão do SNC do que os de primeira geração. Entre esses fármacos, a desloratadina, a fexofenadina e a loratadina produzem a menor sedação . Cetirizina e levocetirizina são de segunda geração e parcialmente sedantes A. Ações A ação de todos os bloqueadores H1 é qualitativamente semelhante. A maioria desses fármacos não influi na formação ou na liberação da histamina. Em vez disso, eles bloqueiam a resposta mediada pelo receptor no tecido alvo. Eles são muito mais eficazes em prevenir os sintomas do que em revertê-los depois de desencadeados. Contudo, a maioria desses fármacos tem efeitos adicionais não relacionados com o bloqueio H1. Esses efeitos refletem a ligação dos antagonistas H1 a receptores colinérgicos, adrenérgicos ou serotoninérgicos . Por exemplo, a ciproeptadina atua também como antagonista da serotonina no centro do apetite e, algumas vezes, é usada extrabula como estimulante de apetite ou para tratar anorgasmia associada com uso de inibidores se- letivos da captação de serotonina. Anti-histamínicos como azelastina e cetotifeno também têm efeito estabilizador de mastócitos, além do efeito bloqueador do receptor de histamina. B. Usos terapêuticos 1. Condições alérgicas e inflamatórias: Os bloqueadores H1 são úteis no tratamento e na prevenção de reações alérgicas causadas por antígenos que agem nos anticorpos imunoglobulina E. Por exemplo, os anti-histamínicos orais são os fármacos de escolha para o controle dos sintomas da rinite alérgica e urticária, pois a histamina é o principal mediador liberado pelos mastócitos. Anti- -histamínicos oftálmicos, como azelastina, olopatadina, cetotifeno e outros , são úteis no tratamento da conjuntivite alérgica. No entanto, os bloqueadores H1 não são indicados no tratamento da asma brônquica, pois a histamina é apenas um dos diversos mediadores que são responsáveis por causar reações bronquiais. (Nota: a epinefrina tem ações sobre a musculatura lisa opostas às da histamina. Ela atua via receptores β2 no músculo liso, causando relaxamento mediado por monofosfato cíclico de adenosina (AMPc). Assim, a epinefrina é o fármaco de escolha no tratamento da anafilaxia sistêmica e das outras condições que envolvem a liberação maciça de histamina.) 2. Enjoo e náuseas do movimento: Como o antimuscarínico escopolamina, certos bloqueadores dos receptores H1, como difenidramina, dimenidrinato (uma combinação química da difenidramina e um derivado clorado da teofilina), ciclizina, meclizina e prometazina , são os fármacos mais eficazes na prevenção dos sintomas da doença do movimento. Em geral, não são eficazes se os sintomas já estão presentes e, por isso, devem ser tomados antes da viagem esperada. Os anti-histamínicos evitam ou reduzem a êmese e a náusea mediadas pelas duas vias, quimiorreceptora e vestibular. A ação antiemética desses fármacos parece ser devida ao bloqueio central de receptores H1 e muscarínicos M1. A meclizina é útil também para o tratamento de vertigens associadas com distúrbios vestibulares. 3. Soníferos: Embora não sejam os fármacos de escolha, vários anti- -histamínicos de primeira geração, como a difenidramina e a doxilamina, têm acentuada propriedade sedativa, sendo usados no tratamento da insônia . Esses fármacos estão disponíveis em preparações de venda livre. O emprego dos anti-histamínicos H1 de primeira geração é contraindicada para indivíduos cuja atividade profissional exija atenção máxima. A segunda geração de anti-histamínicos não tem efeito sonífero. D. Efeitos adversos Os bloqueadores H1 de primeira geração apresentam baixa especificidade; interagem não apenas com os receptores da histamina, mas também com receptores muscarínicos colinérgicos, α-adrenérgicos e sero- toninérgicos . A extensão da interação com esses receptores e, como resultado, a natureza dos efeitos adversos varia conforme a estrutura química do fármaco. Alguns efeitos adversos são indesejáveis, e outros podem ter valor terapêutico. Além disso, a incidência e a gravi- dade das reações adversas de um dado fármaco variam de um indivíduo para outro 1. Sedação: Os anti-histamínicos H1 de primeira geração, como clor- feniramina, difenidramina, hidroxizina e prometazina, ligam-se aos receptores H1 e bloqueiam os efeitos do neurotransmissor histami- na no SNC. A reação adversa mais frequente é a sedação . A difenidramina pode causar hiperatividade paradoxal em crianças pequenas. Outras ações centrais incluem fadiga, tontura, falta de coordenação e tremores. A sedação é menos comum com os fármacos de segunda geração, uma vez que não entram facilmente no SNC. Os anti-histamínicos H1 de segunda geração são específicos para os receptores H1 periféricos. 2. Outros efeitos: Os anti-histamínicos de primeira geração também exercem efeitos anticolinérgicos, levando não apenas à secura da passagem nasal, mas também a uma tendência à secura da cavidade bucal. Eles também causam visão turva e retenção de urina. A reação adversa mais comum associada com os anti-histamínicos de segunda geração é a cefaléia. Formulações tópicas de difeni- dramina podem causar reações de hipersensibilidade, como dermatite de contato, quando aplicadas na pele. 3. Superdosagem: Embora a margem de segurança dos bloqueadores dos receptores H1 seja relativamente alta e a toxicidade crônica seja rara, o envenenamento agudo é relativamente comum, especialmente em crianças. Os efeitos mais comuns e perigosos do envenenamento agudo são os do SNC, incluindo alucinações, excitação, ataxia e convulsões. Se não for tratado, o paciente pode entrar em coma profundo e apresentar colapso cardiorrespiratório. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES HISTAMÍNICOS H2 Os bloqueadores dos receptores histamínicos H2 apresentam baixa ou nenhuma afinidade pelos receptores H1. Embora os antagonistas do receptor H2 de histamina (antagonistas H2 ou bloqueadores do receptor H2) bloqueiem as ações da histamina em todos os receptores H2, sua utilidade clínica principal é como inibidor da secreção de ácido gástrico no tratamento de úlceras e pirose. Os quatro bloqueadores do receptor H2, cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina, 3. Explique a necessidade de pesquisa de infecções em pacientes que serão submetidos a transplantes (exames e justificativas). 4. Compreender a imunogenicidade dos transplantes e relembrara importância do HLA. Imunogenicidade (HLA) • O Complexo Principal Maior de Histocompatibilidade (MHC) traduz-se um Cluster de genes, classificados em duas grandes categorias: Genes de MHC Classe I e II • Os genes codificam proteínas envolvidas no Reconhecimento celular, Apresentação de antígenos e Resposta imunológica • Eles são determinantes na rejeição a tecidos transplantados • O MHC humano, denominado HLA (Human Leukocyte Antigen) é constituído por conjunto de genes localizados no Br aço curto do cromossmo 6 , que codificam Moléculas da superfamília das imunoglobulinas • Moléculas de classe I estão associadas principalmente à Apresentação de antígenos intracelulares ou endógenos • Moléculas de classe II estão associadas principalmente à apresentação de antígenos extracelulares ou exógenos • Genes MHC podem ser classificadas em grupos − CLASSE I o Molécula expressa em t odas as células nucleadas o Codificadas por 6 genes (HLA-A, B, C, E, F, G) o Esta classe reconhece antígenos proteicos intracelulares, incluindo componentes virais e tumorais − CLASSE II o Expressa apenas em APCs (célula dendríticas, linfócitos B, monócitos, células epiteliais do timo e macrófagos) o São codificadas por 5 genes (HLA-DP, DQ, DR, DM, DO) o Desempenha papel na Resposta imunitária inicial a antígenos extracelulares, bactérias ou tecidos transplantados, ativando os linfócitos T CD4+ HLA e os transplantes Transplante renal A tipagem HLA foi aplicada no transplante renal quase imediatameme depois que os primeiros antígenos HLA foram determinados. A importância de se reduzir o grau de incompatibilidade dos antígenos entre o paciente e o rim doador ficou aparente com os primeirosresultados mostrando melhora significativa na sobrevida de enxertos provenientes de irmãos HLA-idênticos, comparados aos obtidos quando existia apenas compatibilidade de um haplótipo ou quando o rim provinha de um doador não aparentado. Porém, mesmo quando ocorre compatibilidade HLA, outras condições devem ser atendidas: Existe a necessidade de compatibilidade ABO e também de uma reação de crossmatch negativa, ou seja, não pode ocorrer a existência de anticorpos anti-HLA no receptor, sob risco de ocorrer a chamada rejeição hiperaguda. Transplante de fígado No transplante de fígado, o HLA não tem papel tão destacado como no transplante renal, sendo mais importante a compatibilidade ABO e o tamanho do órgão. No entanto, segue sendo importante a não existência de anticorpos anti-HLA (crossmatch negativo). Transplantes realizados em pacientes com crossmatch positivos têm taxa de sucesso significarivameme mais baixa. Transplante de células-tronco hematopoéticas A compatibilidade do HLA entre doador e recepcor é essencial para a realização do transplante de célulastronco hematopoiéticas. A realização de um transplante compatível reduz de maneira importante o risco de rejeição da medula transplantada, mas também do aparecimento de uma complicação muito mais frequente, a doença do enxerto contra hospedeiro, conhecida pelas abreviaturas DECH ou GVHD (graft versus host disease). Nesta última, a reação de linfócitos imunocompetentes presentes no enxerto transplantado "atacam" tecidos do recepcor reconhecidos como estranho. Uma parte dos transplantes de célula-tronco hematopoiética utiliza um doador aparentado (geralmente um irmão ou irmã) HLA-idêntico. Nessa situação, muitas vezes é suficiente a utilização de tipagem HLA de classe I por sorologia ou por métodos de baixa resolução e a confirmação com tipagem de classe II de alta resolução. Na ausência de um doador familiar que seja totalmente compatível, a utilização de um familiar que apresente apenas um antígeno HLA de diferença também pode ser viável, dependendo da situação. Entretanto, aqui no Brasil, mais de 50% dos pacientes não irá apresentar na família um doador adequado. Existe hoje no mundo uma série de registros de doadores voluntários de medula óssea, o que tem viabilizado a realização de transplantes para uma série de pacientes sem doador familiar 5. Discutir a imunossupressão dos pacientes transplantados como fator de risco para as infecções oportunistas Os doentes tratados com imunossupressores apresentam risco aumentado de infecções oportunistas (bacterianas, fúngicas, virais e protozoárias), que podem levar a sépsis e, eventualmente, à morte . A imunossupressão leva ao aumento de infecções virais recorrentes; a frequência e a intensidade do processo infeccioso está diretamente relacionada com o grau de imunodepressão necessário para prevenir ou tratar os episódios de rejeição . Nos primeiros meses após o transplante, as infecções oportunistas são muito comuns pois a intensidade da imunossupressão é máxima neste período; infecções por Pneumocystis jiroveci , espécies de Aspergillus, Listeria monocytogenes, espécies de Nocardia, e Toxoplasma gondii são frequentes e normalmente recorre-se ao Sulfametoxazol-trimetoprim como profilaxia para reduzir a incidência das mesmas As infecções bacterianas que ocorrem no primeiro mês pós transplante são normalmente resultantes dos procedimentos cirúrgicos em meio hospitalar envolvendo feridas, cateteres, e locais de drenagem. As infeções bacterianas são causadas comummente por gram-negativas (Escherichia coli , Enterobacteriaceae, e Pseudomonas) e algumas bactérias gram-positivas (Enterococos); são igualmente causadoras de uma grande morbilidade as bactérias Nocardia e Mycobacterium tuberculosis . As infeções fúngicas após o transplante de órgãos sólidos, apesar de aparecerem com uma menor frequência do que as infecções bacterianas e virais, continuam a ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade; entre os fungos, destacam-se o Cryptococcus neoformans , espécies de Aspergillus, espécies de Candida, Coccidiodomyces immitis , Histoplasma capsulatum , e agentes de mucormicose. É importante sublinhar, que associados aos esquemas imunossupressores devem sempre ser associados os agentes anti infecciosos, que vão combater as infeções oportunistas https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5186/1/PPG_21820.pdf 6. Diferenciar a imunossupressão dos medicamentos daquela originada por agentes infecciosos FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES Os fármacos imunossupressores são aqueles fármacos que vão ajudar a diminuir a rejeição por transplantes. A gente sabe que existem dois tipos de transplantes: os transplantes autólogos e os alogênicos. Os transplantes alogênicos são quando eu pego uma coisa de alguém e os autólogos é quando eu pego uma coisa do meu próprio corpo. Então, qua ndo eu vou pegar um órgão de alguém, o que meu sistema imune vai fazer? Vai combater! Ele vai identificá-lo como uma subst ância estranha. Para diminuir essa resistência, eu vou da r fármacos imunossupressores. A principal célula que v ai combater o transplant e são células T (linfócitos T), logo o alvo dos fármacos imunossupressores são as células T. Ex istem fármacos que atuam em vários mecanismos dentro das células T para evitar que elas se proliferem. Alguns fármacos esgotam a p rodução de células T no paciente. Por exemplo, eu serei um doador de medula óssea, então, tanto eu quanto o paciente vamos tomar um medicamento que esgote a produção de células T. Após 48 hor as de interrupção do fármaco, o nív el de células T já está normal. A principal função desses fármacos é dim inuir a rejeição a transplantes. Esses fármacos são seletivos na inibição da rejeição ao tecido transplantado. O tratamento imunossupressor é feito através de uma alteração da função li nfocitária util izando fármacos ou anticorpos contra as p roteínas imunológicas. S empre será necessário qu e se asso cie mais de um fármaco no tr atamento im unossupressor. Por quê? P ois, um fármaco só é muito tóxico ao organismo. Então, utilizam-se dois. Os corticóides, por exemplo, estão presentes quase sempre. Os principais corticóides utilizados em associação com os imunossupressores são a prednisona e metil prednizolona. Recomenda-se a associação de dois ou três fármacos para diminuir tanto as dosesquanto a toxicidade de cada um. A cascata de ativação de uma célula T é dividida em três sinais e nos três sinais existe a ação de diferentes fármacos. O primeiro sinal é a ativação das células T no complexo receptor CD3 por um antígeno na superfície de u ma célula apresentadora de antígeno, ou seja, quando eu tenho u m est ímulo para a produção de células T. Por exemplo: eu tenho uma célula apresentadora de antígeno (APC), que já é uma célula que vai produz ir um linfócito T, aí o que vai acontecer, o antí geno vai se li gar nessa célula que vai p roduzir o linfócito T. Esse é o primeiro sinal, a ligação do antígeno na APC para produção de linfócito T. O segundo sinal é um coestimulação, CD80 e CD86 na superfície da APC, ativam CD28 nas células T. O que é CD80, CD86 e CD28? São imunoglobulinas, substâncias que são necessárias para que haja a produção de linfócitos T ou ainda receptores. Ambos os sinais ativam vias intracelulares calcineurina -cálcio e o terceiro sinal, as vias ini ciam a produção de citocinas como interleucina 2, interleucina 15, CD154 e CD25. A interleucina se liga n a CD25 na sup erfície de outra célula T, promovendo a ativação de hemitor que é uma proteína. Consequentemente, a proliferação das células T 7. Estabelecer os principais agentes parasitários que podem acometer o indivíduo, em especial as parasitoses intestinais*. Compreender a transmissão, quadro clínico e tratamento. amebíase a) agente etiológico Entamoeba histolytica b) ciclo evolutivo O ciclo da E. histolytica é monoxênico. No hospedeiro humano, o parasito desenvolve-se quando o indivíduo ingere cistos maduros presentes em água, alimento e mãos sujas. A prática de sexo anal/oral é também uma fonte de aquisição dessas formas evolutivas. Os cistos são resistentes ao suco gástrico, e somente no intestino delgado começam a sofrer modificações, mais especificamente na região ileocecal. Nesse local, ocorre o processo de desencistamento (saída do metacisto por uma fenda na parede cística), favorecido por temperatura compatível e meio anaeróbio. O metacisto sofre, então, diversas divisões celulares, formando quatro e, posteriormente, oito trofozoítos metacísticos uninucleares. Chegando ao intestino grosso, essas estruturas se desenvolvem e originam os trofozoítos , que ali permanecem aderidos. Por um processo ainda não muito bem esclarecido, tais formas sofrem desidratação, formando os pré-cistos. Por último, esses agentes recém-formados secretam uma membrana cística, dando origem ao cisto, que será eliminado nas fezes, continuando o ciclo. Assim, o ciclo biológico da E. histolytica envolve quatro estágios: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto c) quadro clínico As manifestações clínicas da amebíase são condicionadas por fatores que envolvem a virulência do agente etiológico associada à resposta do indivíduo infectado (principalmente a sua resposta inata), o que pode resultar em uma doença intestinal ou extraintestinal, além da infecção assintomática, que corresponde a 80 a 99% dos casos. A amebíase não costuma cursar com febre, e os sintomas que aparecem com maior frequência são: disenteria, enterorragia, tenesmo, dor abdominal em cólica, perda de peso, anorexia, náuseas, vômitos e mal-estar geral. A amebíase intestinal, se não tratada, pode cursar com complicações como perfuração intestinal, peritonite, apendicite e hemorragias d) diagnóstico Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados de abscesso ou cortes de tecido. → Contudo, para aumentar a sensibilidade do exame, é preconizada a coleta múltipla de fezes, ou seja, obtenção de material fecal em pelo menos 3 dias diferentes Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no diagnóstico de abscesso hepático amebiano. A ultra-sonografia e tomografia axial computadorizada são úteis no diagnóstico de abscessos amebianos e) tratamento 1° Opção : Secnidazol - Adultos: 2g, em dose única. 2° opção : Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias giardíase a) agente etiológico Giardia lamblia b) ciclo evolutivo O parasito G. intestinalis apresenta um ciclo monoxênico, ou seja, há apenas um hospedeiro definitivo. O ciclo inicia-se, principalmente, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados, e um número limitado de cistos (cerca de 10 a 100) é suficiente para causar doença O processo de desencistamento inicia-se no estômago, devido ao estímulo do baixo pH; no entanto, esse processo se completa no duodeno e no jejuno, os quais serão colonizados pelos trofozoítos, que estão em constante multiplicação (por divisão binária). Posteriormente, ocorre outro processo, o de encistamento, que pode ter início no baixo íleo, embora considere-se que o principal sítio seja o ceco. Pode ter como estímulos: o pH intestinal, a presença de sais biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa; este último ocorre, certamente, pela resposta imune local. Depois disso, os trofozoítos são recobertos por membrana resistente, que seria secretada pelo parasito e que tem quitina em sua composição Os cistos são resistentes, o que faz com que possam sobreviver em ambientes hostis, como água fria e variações na temperatura. Além disso, são eliminados em grande quantidade pelas fezes, o que pode corroborar seu poder infectante c) quadro clínico Após um período de incubação, que varia de 5 a 25 dias (média de 7 a 10 dias), a sintomatologia da doença pode surgir. Entretanto, na maioria dos casos, a giardíase é assintomática ou oligossintomática, podendo manifestar-se com amplo espectro clínico em populações infantis e em adultos jovens O principal sintoma ligado a essa enfermidade é a diarreia, a qual pode ser aguda e autolimitante, com duração de poucos dias, ou ter caráter crônico, provocando piores consequências, como a síndrome de má absorção. Normalmente, a diarreia é do tipo aquoso, explosiva e com odor fétido, podendo ser acompanhada de gases e distensão abdominal. + A diarreia aguda da giardíase pode confundir-se com as diarreias bacterianas e virais; contudo, na giardíase, a doença tem maior duração, além de provocar perda de peso d) diagnóstico Identificação de cistos ou trofozoítos, no exame direto de fezes, pelo método de Faust; ou identificação de trofozoítos no fluido duodenal, obtido através de aspiração. São necessárias, pelo menos, três amostras de fezes para obter uma boa sensibilidade. e) tratamento enterobíase a) agente etiológico Enterobius vermicularis b) ciclo evolutivo O metazoário E. vermicularis apresenta ciclo biológico monoxênico, e seu único hospedeiro, conforme já comentado, é o Homo sapiens . Quando grávidas, as fêmeas liberam seus ovos na região perianal do hospedeiro. Estes são maturados em 4 a 6 horas, na temperatura da superfície do corpo (cerca de 30°C). O intenso prurido perianal causado faz com que o paciente coce a região, facilitando a transferência dos ovos infectantes para a boca, através das mãos contaminadas (autoinfecção). Um indivíduo suscetível que tenha as mãos contaminadas por ovos de um indivíduo infectado – por exemplo, por ocasião de um cumprimento – e que as leve a boca, poderá adquirir o patógeno e desenvolver a enterobíase. Ao serem ingeridos, os ovos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que irão se desenvolver até a forma adulta, enquanto se movem para o ceco. Por fim, os vermes copulam e dão início a um novo ciclo É importante ressaltar que os ovos podem ficam aderidos no ambiente, como nas roupas de cama da pessoa infectada. Tal fato promove uma intensa disseminação do helminto e a possibilidade de novas infecções. c) quadro clínico A infecção por E. vermicularis costuma ser assintomática, tendo como sintoma mais comum o prurido na região perianal com periodicidade regular, que pode se tornar muito intenso, principalmente durante a noite – o que podeoriginar significativa dificuldade para dormir –, devido à migração dos parasitos fêmeas. Tal situação pode levar a uma irritação na região anal com proctite e vulvovaginite, pelo deslocamento das larvas para a região genital feminina, o que ocasiona prurido vulvar, desconforto vaginal e granulomas no útero, nos ovários e nas tubas uterinas. Pode ocorrer corrimento vaginal com características semelhantes a nata, além de os lábios se apresentarem eritematosos e edemaciados A região anal pode tornar-se recoberta de muco, pelo processo inflamatório provocado, às vezes sanguinolento, causando pontos hemorrágicos também no reto. Em consequência, principalmente, do prurido anal, poderá haver perturbações no sono e irritabilidade d) diagnóstico Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no encontro do parasito e de seus ovos. e) tratamento Pamoato de Pirvínio, 10mg/kg/VO, dose única; Pamoato de Pirantel, 10mg/kg/VO, dose única. Mebendazol, 100mg, VO, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose independe do peso corporal e da idade. Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg. Todas essas drogas são contra-indicadas em gestantes + Praziquantel a gente não prescreve para criança. + Só nesse caso é indicado exames parasitológicos e tratamento para a familia ESTRONGILOIDÍASE Etiologia Strongyloides stercolaris Habitat Parede intestinal (duodeno e jejuno). Nas formas graves: da porção pilórica do estômago até o intestino grosso. Fatores que favorecem no aparecimento Solo arenoso, úmido, com ausência de luz solar direta; temperatura entre 25 e 3 0°C; condições sanitárias inadequadas; hábitos higiênicos inadequados; não utilização de calçados. Ciclo Biológico As larvas rabditóides eliminadas nas fezes podem seguir dois ciclos: o direto ou partenogenético e o indireto, sexuado ou de vida livre, ambos monoxênicos. Isso ocorre devido à constituição genética das fêmeas partenogenéticas, que são triplóides (3n) e podem produzir três tipos de ovos, dando origem a três tipos de larvas rabditóides: 1n (evolui para macho de vida livre, completando o ciclo indireto), 2n (origina fêmea de vida livre, completando o ciclo indireto), 3n (se transforma em larva infectante, completando o ciclo direto). Ambos os ciclos se completam pela penetração ativa das larvas L3 (pele e mucosa oral, gástrica, esofágica) no hospedeiro → alcançam vasos sanguíneos e linfáticos → chegam ao coração e pulmões → rompem os capilares alveolares e se transformam em L4 → migram para bronquíolos, traqueia, laringe e faringe, onde são deglutidas → atingem o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas → depositam ovos na mucosa intestinal, liberando larvas rabditóides não infectantes que sairão junto com as fezes. • Ciclo direto: larvas rabditóides no solo ou sobre a região perineal, após 24-72 horas, se transformam em larvas infectantes. • Ciclo indireto: larvas rabditóides sofrem quatro transformações no solo e, após 18-24 horas, produzem fêmeas e machos de vida livre. Transmissão • Hetero ou primoinfecção: Larvas filarióides infectantes (L3) penetram usualmente através da pele ou, ocasionalmente, através das mucosas (oral e esofágica). • Auto-infecção externa: Larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas filarióides infectantes e aí penetram, completando o ciclo direto. • Auto-infecção interna: Larvas rabditóides, ainda na luz intestinal de indivíduos infectados, transformam-se em larvas filarióides, que penetram na mucosa intestinal (íleo ou cólon). Esse mecanismo pode cronificar a doença por vários meses ou anos. Sintomatologia • Cutânea: Nos pontos de penetração das larvas há edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticárias. • Pulmonar: Caracteriza-se por tosse sem expectoração, febre, dispneia e crises asmáticas. A travessia das larvas dos capilares para os alvéolos provoca hemorragia, infiltrado inflamatório constituído de linfócitos e eosinófilos, que em casos mais graves, pode provocar pneumonia, síndrome de Loeffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória. • Intestinal: Fêmeas partenogenéticas, ovos e larvas no intestino delgado podem determinar em ordem crescente de gravidade: enterite – a) catarral (caracteriza-se por leve reação inflamatória); b)endematosa (caracteriza-se por síndrome de má absorção intestinal); c) ulcerosa (há inflamação com eosinofilia intensa e ulcerações, sendo uma lesão irreversível). Na fase intestinal também se observa: dor abdominal devido duodenite (ulcerações), dor epigástrica (tipo ulcerosa), diarreia (às vezes com muco e sangue), vômitos, anemia variável, perda proteica e até mesmo obstrução intestinal. • Disseminada: Observada em pacientes infectados e imunocomprometidos pela presença de megacólon, diverticulite, íleo paralítico, uso de antidiarreicos e constipação intestinal, que favoreceram a auto -infecção, com grande produção de larvas no intestino, as quais alcançam a circulação e se disseminam a múltiplos órgãos (rins, fígado, vesícula biliar, coração, cérebro, pâncreas, tireóides, adrenais, próstata, glândulas mamárias, linfonodos). • Forma crônica: Além dos sintomas citados, o paciente pode apresentar anemia, eosinofilia, sudorese, incontinência urinária, palpitações, tonturas, alterações no ECG, astenia, irritabilidade, depressão, insônia, emagrecimento, ascite, perfuração intestinal, artrites. Diagnóstico Pesquisa e identificação de larvas rabditóides nas fezes pelo método de Baermann-Moraes. Profilaxia Tratamento sanitário adequado, uso de calçados, melhora da alimentação, diagnosticar e tratar pessoas parasitadas e indivíduos imunodeprimidos Tratamento • Ivermectina 200 mcg/Kg VO 1 vez/dia durante 2 dias → utilizado em infecções não complicadas e geralmente é bem tolerada. • Albendazol 400 mg VO 2 vezes/dia por 7 dias. ANCILOSTOMÍASE Etiologia Ancylostomidae Habitat Intestino Delgado Ciclo Biológico É do tipo monoxênico. Possui duas fases: uma no meio exterior, de vida livre, e outra, no hospedeiro definitivo, a qual é obrigatoriamente parasitária. Ovos são eliminados para o meio exterior pelas fezes → boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada (21- 27°C para A. duodenale e de 27-32°C para N. americanus) tornam o ambiente propício para que ocorra a embrionia → formação da larva L1, do tipo rabditóide, e sua eclosão em 12-24 h → L1 perda a cutícula externa e ganha uma nova, transformando-se em L2 (em 3-4 dias), que também é rabditóide → L2 produz uma nova cutícula, internamente, transformando-se em L3 (após 5 dias), do tipo filarióide, que é a forma infectante. A infecção do homem ocorre pela penetração ativa de L3 (pele, mucosas, conjuntiva) ou passivamente, por via oral (ingestão de alimentos e água). • Penetração ativa na pele ( cerca de 30 minutos) → larvas alcançam circulação sanguínea e/ou linfática → chegam ao coração e pulmões → larvas perdem a cutícula e transformam-se em L4 → rompem os capilares alveolares → vão para os bronquíolos, traqueia, faringe e laringe, onde são deglutidas, alcançando o intestino delgado → larvas transformam-se em L5 e diferenciam-se em adultos (após 30 dias da infecção) → os vermes iniciam a postura de ovos, que saem pelas fezes. • Penetração passiva → as L3 perdem a cutícula externa no estômago (por ação do suco gástrico e pH) depois de 2 a 3 dias da infecção → migram para o duodeno, penetram na mucosa e mudam para L4 (após cerca de 5 dias da infecção) → voltam à luz intestinal e iniciam o repasto sanguíneo, devendo depois mudar para L5 (após cerca de 15 dias de infecção) → diferenciam-se em vermes adultos e e iniciam a postura dos ovos, que saem pelas fezes. Sintomatologia • Fase aguda: determinada pela migração das larvas na pele e pulmões – prurido alérgico grave no local da penetrarão, pneumonia leve e hemorragia intra- alveolar. • Fase crônica: determinada pela presença do verme adulto que, associado à expoliação sanguínea e à deficiêncianutricional, irá caracterizar a fase da anemia − Sintomas primários: associados diretamente à atividade do parasito – dor epigástrica, enterite, mal-estar epigástrio, indigestão, hiporexia, cólica, náusea, vômito, diarreia (às vezes com sangue), flatulência, eosinofilia alta. − Sintomas secundários: decorrentes da hipoproteinemia e anemia ferropriva – fraqueza, baixa de atenção, sonolência, desnutrição, perda de peso. Diagnóstico Pesquisa e identificação de ovos de ancilostomídeos nas fezes. Tratamento • Albendazol: Dose única de 400mg (adult os) ou 400mg/10ml (crianças). • Mebendazol: Dose de 100mg duas vezes por dia durante 3 dias (adultos) ou 100mg/5ml duas vezes por dia durante 3 dias (crianças). • Pimoato de pirantel: Mata os parasitos por bloqueio neuromuscular e antagonismo colinérgico, provocando paralisia muscular. ASCARIDÍASE Etiologia Ascaris lumbricoides. Parasita exclusivamente humano. Maior nematoide intestinal. Habitat Intestino Delgado Ciclo Biológico É do tipo monoxênico. Dura aproximadamente 60 dias. Ovos não-embrionados chegam ao ambiente juntamente com as fezes → ovos férteis tornam-se embrionados em 15 dias → a larva L1 é rabditóide (possui esôfago com duas dilatações e uma constrição no meio) e se forma dentro do ovo → após 1 semana sofre muda, transformando-se em L2 e, após nova muda, transforma- se em L3 infectante, a qual é filarióide (possui esôfago retilíneo) → é ingerido pelo hospedeiro (alimentos ou água contaminados) e os ovos eclodem no intestino delgado → as larvas liberadas atravessam a parede intestinal, caem nos vasos linfáticos e veias e invadem o fígado → 2-3 dias depois chegam ao coração direito e em 4-5 dias depois são encontrados nos pulmões → cerca de 8 dias após a infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde sofrem muda para L5 → sobem pela árvore brônquica e traqueia, chegando até a faringe → podem ser expelidas pela expectoração ou deglutidas, atravessando o estômago e fixando no intestino delgado → transformam-se em adultos jovens, reproduzem e liberam ovos não larvados nas fezes. Sintomatologia • Fase tecidual: Causada pela passagem da larva pelo fígado e pulmão. − Infecções de baixa intensidade: normalmente sem alterações. − Infecções maciças: Fígado com pequenos focos hemorrágicos e de necrose, que depois se tornam fibrosados. Pulmões com vários pontos hemorrágicos devido à passagem das larvas pelos alvéolos, provocando pneumonia, tosse seca, fe bre baixa, calafrios, dispneia e eosinofilia (a esse conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loeffler). Essa reação é semelhante a asma alérgica nas reinfecções. Na tosse produtiva (com muco), o catarro pode ser sanguinolento com larvas • Fase intestinal: Causada pelo verme adulto. Desconforto abdominal, anorexia, náuseas, cefaleia, irritabilidade; vômitos e dor abdominal; desnutrição proteica. − Ação tóxica: Reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, convulsões epileptiformes, etc. − Ação expoliadora: Os vermes consomem proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando o paciente à subnutrição e ao depauperamento físico e mental. − Ação mecânica: Causam irritação na parede intestinal e podem enovelar-se, causando obstrução. − Complicações: Obstrução do ducto biliar e do apêndice cecal devido ao enovelamento dos vermes adultos e abscessos. Saída de vermes adultos pelo nariz, boca ou ânus. Diagnóstico Ovos nas fezes (EPF) Tratamento Albendazol: O mecanismo de ação é por interferir na síntese da tubulina, destruindo microtúbulos de diferentes células. Inibem captação de glicose e formação de ATP. É metabolizado no fígado, onde se torn a mais ativo. Se distribui bem para os tecidos, inclusive barreira hematoencefálica. Têm efeitos sobre ovo, larvas e verme. Possui efeitos colaterais brandos. É pouco absorvido. Tem maior ação na luz intestinal. Pico de ação 2,5 h e meia- vida 8,5 h. Dose única de 400mg (adultos) ou 400mg/10ml (crianças) 8. Quais as consequências do uso abusivo de medicamentos? 9. MINTI Este MINTI aborda os principais usos e descobertas da imagem radiográfica para doenças relacionadas ao HIV. O papel dos métodos de imagem no diagnóstico de doenças associadas à infecção pelo HIV depende de fatores como custo, disponibilidade e experiência do clínico ou médico na interpretação da imagem. Achados pulmonares relacionados ao HIV Pneumocystis jirovecii (PCP): Achados radiográficos em pacientes com PCP variam, mas na maioria dos casos as radiografias de tórax são suficientes para o diagnóstico dessa infecção. Mycobacterium tuberculosis: Em pacientes com infecção avançada pelo HIV, a radiografia não demonstrará cavitação ou tendência a localizar segmentos específicos do pulmão. Em vez disso, opacidades difusas, geralmente grosseiras, heterogêneas, reticulares e ocasionalmente nodulares são observadas em ambos os pulmões. Fungos - Citomegalovírus: Em alguns pacientes com pneumonia por CMV patologicamente comprovada, as radiografias de tórax mostram doença interst icial bilateral. - Neoplasias Pulmonares: A coalescência (junção) de opacidades pode formar áreas homogêneas de consolidação, o que pode ser visto mais tarde no curso da doença. A tomografia computadorizada é utilizada ocasionalmente no diagnóstico. - Linfoma: O acometimento intratorácico ocorre em 10% dos pacientes com AIDS com linfoma não-Hodgkin (NHL). - Carcinoma pulmonar primário: Achados gastrointestinais relacionados ao HIV A radiografia de bário também é valiosa na detecção de doenças não relacionadas ao HIV de fácil tratamento, como a úlcera péptica, que pode coexistir com a infecção pelo HIV. A tomografia computadorizada (TC) pode fornecer informações sobre doenças intraluminais e de órgãos sólidos ou linfonodos. O ultrassom pode ser útil como uma modalidade alternativa quando o acesso à imagem avançada é limitado. Sistema hepatobiliar: A doença hepática pode ser diagnosticada com TC ou ultra-som; a doença biliar pode ser diagnosticada com TC, ultra-som ou colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE). Citomegalovírus: Mais comumente, o CMV afeta o intestino delgado e o cólon, causando doenças que clinicamente, radiograficamente e patologicamente podem simular doença inflamatória intestinal idiopática ou colite isquêmica. Criptosporidiose: Em pacientes com doença pelo HIV e criptosporidiose, as manifestações radiográficas nos estudos com contraste são inespecíficas e variadas, e variam do espessamento difuso e regular das dobras duodenais e jejunais a um padrão de dobras irregular mais desorganizado. Sarcoma de Kaposi: As manifestações radiográficas típicas do SK gastrointestinal são placas submucosas, algumas com ulceração central. Massas polipóides maiores são relativamente comuns. Linfoma: A biópsia percutânea por agulha guiada por TC, de linfonodos aumentados, pode ser muito útil no diagnóstico de linfoma Imagem cerebral relacionada ao HIV: A tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM) são ferramentas importantes para o diagnóstico precoce e o acompanhamento do tratamento desses processos, embora o diagnóstico preciso continue difícil e o prognóstico final geralmente seja grave. Toxoplasmose: A aparência da TC da encefalite por Toxoplasma não é patognomônica, podendo ser radiograficamente indistinguível do linfoma primário do SNC. A ressonância magnética parece mais sensível que a tomografia computadorizada na detecção da patologia do SNC relacionada ao HIV. Se as imagens tomográficas não revelarem uma lesão acessível à amostragem de biópsia, a ressonância magnética é um complemento útil. Alguns pesquisadores acreditam que a ressonância magnética é o método de escolha para todas as patologias do SNC relacionadas ao HIV e evitam a tomografia computadorizada na maioria dos casos. Encefalite e Leucoencefalopatia por HIV: Muitos casos de encefalite e encefalopatia são resultados diretos ou imunologicamente correlacionados com a infecção pelo HIV. As manifestaçõesclínicas do complexo de demência da AIDS, incluindo alterações de personalidade, confusão, perda de memória e déficits motores, se desenvolvem ao longo de semanas a meses. Criptococose: A tomografia computadorizada pode demonstrar achados inespecíficos como atrofia ou hidrocefalia. A ressonância magnética pode demonstrar criptococcomas parenquimatosos focais, cistos ou doença parenquimatosas. Tuberculose: A infecção do SNC pode ocorrer mesmo sem evidência de tuberculose em outras partes do corpo. A tomografia computadorizada com contraste demonstra alterações meníngeas nas proximidades das cisternas basais e sobre o córtex cerebral. A ressonância magnética talvez seja mais sensível que a tomografia computadorizada para detectar infecção tuberculosa do SNC. Neoplasias: O NHL é a neoplasia mais comum do SNC em pacientes com HIV, ocorrendo quase exclusivamente em pacientes com doença avançada por HIV. Os sintomas incluem febre, perda de peso, suores noturnos, convulsões, dor de cabeça e confusão. O linfoma intracraniano geralmente está localizado centralmente nos gânglios da base, tálamo ou corpo caloso. Em até metade dos pacientes com LNH do SNC, a imagem revela múltiplas lesões.
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