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SP5-inflamação(UCT14)

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1. Compreenda e diferencie alergia, atopia e hipersensibilidade - quadro clínico e
mecanismo fisiopatológico.
Hipersensibilidade: É definido como a presença de reações reproduzíveis, causadas
pela exposição a estímulos em doses toleradas por indivíduos normais, resultando em
danos para o hospedeiro, podendo ter causas imunológicas ou não.
Se refere às reações excessivas, indesejáveis ( danosas, desconfortáveis e às vezes fatais)
produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem
um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem
ser divididas em 4 tipos: I, II, III e IV, baseados nos mecanismos envolvidos e
tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular pode
envolver mais de um tipo de reação.
Diz-se que os indivíduos que foram previamente expostos a um antígeno estão
sensibilizados. Algumas vezes, exposições repetidas ao mesmo antígeno desencadeiam
uma reação patológica; tais reações são descritas como hipersensibilidade, implicando uma
resposta excessiva ao antígeno. Há várias características gerais importantes dos distúrbios
por hipersensibilidade.
___________________TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE__________________
TIPOS I : mediados por IGe
• Mediadas por IgE que se desenvolvem rapidamente após exposição a um antígeno
• Representam resposta alérgica clássica
• Antígenos = Alérgenos. Exemplos: proteínas do pólen, ácaros domésticos, pelos de
animais, alimentos, produtos químicos domésticos e agentes farmacológicos
• A exposição aos alergênios pode se dar por inalação, injeção ou contato com a pele e,
dependendo da porta de entrada, as reações podem ser localizadas ou anafiláticas
• Dois tipos de células desempenham um papel essencial no desenvolvimento de reações
de hipersensibilidade do tipo I:
− Células T CD4+ tipo 2 (TH2)
● Direcionam a mudança de classe dos linfócitos e produzem anticorpos IgE
● Liberam citocinas responsáveis pela mobilização e ativação de mastócitos, basófilos
e eosinófilos
− Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos
● Induzem a diferenciação de células T CD4+ em subtipo TH2
● Contêm grânulos ricos em histamina e heparina, que podem ser pré-formados ou
enzimaticamente ativados em resposta a sinalização TH2
A maioria das reações de hipersensibilidade do tipo I se desenvolvem em fases:
Resposta de fase inicial ou primária: vasodilatação, derrame vascular e contração de
músculo liso
o Inicia-se 5 a 30min após exposição e desaparece dentro de 60min
o Mediada pela degranulação aguda de mastócitos e liberação de mediadores pré-
formados e/ou ativados por enzimas
o Mediadores: Histamina, Serotonina, Acetilcolina, Adenosina, Mediadores
quimiotáticos, Fatores de crescimento e Proteases neutras que levam à produção de cininas
o Histamina: amina vasoativa que aumenta a produção de Óxido nítrico; Relaxa a
musculatura lisa vascular; Aumenta a permeabilidade dos capilares e vênulas; Provoca
contração dos músculos lisos e constrição brônquica
Resposta de fase tardia ou secundária: infiltração + intensa dos tecidos por
eosinófilos e outras células inflamatórias agudas e crônicas
o Manifesta-se 2 a 8h após resolução da fase inicial e pode durar vários dias
o Resultado da ação de mediadores lipídicos e citocinas liberadas por células do sistema
imunológico
o Os mediadores lipídicos, encontrados nas membranas dos mastócitos, são quebrados
para formar o ácido araquidônico, durante a degranulação dos mastócitos
Reações anafiláticas ou sistêmicas
o Anafilaxia: reação de hipersensibilidade sistêmica mediada por IgE
o Associada a liberação generalizada de Histamina na circulação sistêmica,
produzindo vasodilatação maciça, hipotensão, hipoxia arterial e edema das vias
respiratórias
o Nível de gravidade depende do grau de sensibilização preexistente
o Manifestações clínicas:
Grau I: confinadas a tecidos cutâneos e mucosas; eritema e urticaria com ou sem
angioedema
Grau II: sinais multisistêmicos moderados; hipotensão, taquicardia, dispneia, distúrbios
gastrointestinais
Grau III: altamente fatais; desenvolvimento de broncoespasmo, arritmias cardíacas,
colapso cardíaco
Grau IV: parada cardíaca
TIPO II : mediados por anticorpos
• Mediada por anticorpos IgG ou IgM dirigidos contra antígenos específicos na superfície de
células ou tecidos específicos do hospedeiro
• Tecidos que expressam os antígenos-alvo determinam as manifestações clínicas das
reações de hipersensibilidade do tipo II
• Os antígenos são denominados como Antígenos específicos do tecido
• Há 4 mecanismos, mas todas são iniciadas pela ligação de um anticorpo IgG ou IgM a
antígeno específico do tecido:
Destruição celular ativada por complemento
o Podem ocorrer como Resultado a ativação do Sistema complemento pela via clássica
o A formação do Complexo de ataque à membrana por ativação de C5 -C9 causa lise
direta das células
o IgG e fragmentos do complemento C4b atuam como opsoninas por ligação da
receptores localizados na superfície de macrófagos, Ativando macrófagos, eu em
seguida, destroem as células alvo por fagocitose
Citotoxicidade celular dependente de Anticorpos
o Incorpora t anto componentes da resposta imune inata quanto a adaptativa na
destruição das células-alvo
o Mecanismo baseia-se na atividade de células NK inespecíficas
Inflamação mediada por complemento e anticorpos
o Antígenos expressos normalmente na parede dos vasos; Antígenos que circulam
no plasma e são depositados sobre a superfície de células endoteliais ou tecidos
extracelulares
o Existência de anticorpo nos t ecidos ativa a cascata do complemento, resultando em
liberação de proteínas do complemento ativadas, que atraem neutrófilos para a
área e estimulam a deposição da proteína C3b
Disfunção celular mediada por anticorpos
o A ligação do anticorpo a receptores específicos de células alvo, provoca mau
funcionamento da célula, em vez de iniciar o processo de destruição celular
o Sintomas são dependentes do receptor-alvo específico
TIPO III: mediados pelo sistema complemento
• Causadas pela formação de complexos imunológicos Antígeno-anticorpo na corrente
sanguínea que posteriormente se depositam no epitélio vascular ou tecido extravascular
• A deposição do complexo nos tecidos ativa o Sistema complemento e induz resposta
inflamatória maciça
• Anticorpos IgG e IgM ativam os distúrbios mediados por imunocomplexos
• Os complexos são primariamente formados no plasma e, em seguida depositados nos
tecidos
• Os imunocomplexos formados na circulação sanguínea podem produzir danos em
qualquer vaso terminal de órgãos
• Uma vez depositados, os imunocomplexos provocam resposta inflamatória por ativação do
Sistema complemento e da produção de fatores quimiotáticos que recrutam neutrófilos e
outras células da resposta inflamatória
TIPO IV : mediado por células T
• Mediadas por células e são tardias
• Principal mecanismo de defesa contra uma variedade de microrganismos, mas pode
causar morte celular e lesão tecidual em pessoas sensibilizadas, em resposta
a antígenos químicos administrados topicamente, exposição sistêmica ao antígeno ou como
parte do processo imune
RESUMO
• Na hipersensibilidade imediata (hipersensibilidade do tipo I), a resposta imune é mediada
por células TH2, anticorpos IgE e mastócitos e resulta na liberação de mediadores que
atuam sobre os vasos e o músculo liso e de citocinas pró inflamatórias que recrutam células
inflamatórias.
• Nos distúrbios mediados por anticorpos (hipersensibilidade tipo II), os anticorpos
secretados IgG e IgM participam diretamente da lesão das células, promovendo sua
fagocitose ou lise, e da lesão dos tecidos, induzindo inflamação. Os anticorpos também
podem interferir com funções celulares e causar doença sem lesão tecidual.
• Nos distúrbios mediados por imunocomplexos (hipersensibilidade tipo III), anticorpos IgG e
IgM ligam-se a antígenos, geralmente, na circulação, e os complexos antígeno-anticorpo
depositam-se nos tecidos e induzem inflamação. Os leucócitos que são recrutados (neutrófi
los e monócitos)produzem lesão tecidual por liberação de enzimas lisossômicas e geração
de radicais livres tóxicos.
• Nos distúrbios imunes mediados por células (hipersensibilidade tipo IV), linfócitos T
sensibilizados (células TH1 e TH17 e LTCs) são a causa da lesão celular e tecidual. As
células TH2 induzem lesões que fazem parte das reações de hipersensibilidade imediata e
não são consideradas uma forma de hipersensibilidade tipo IV.
Alergia: Reatividade imune modificada, ou seja uma resposta imune que se desvia
daquela esperada.
É a resposta exacerbada do sistema imune a uma substância estranha ao organismo, a
qual chamamos de antígeno. As reações alérgicas são classificadas de acordo com o
tempo decorrido entre o contato do organismo sensibilizado com o antígeno e a
visualização do fenômeno alérgico
Atopia: É definida como uma tendência hereditária a produzir IgE de forma contínua e
elevada contra antígenos inócuos do meio ambiente, levando a manifestações clínicas
como asma, rinite, conjuntivite e dermatite atópica. Tipicamente, os indivíduos são
acometidos por um espectro de doenças, já mencionadas, conhecido como “marcha
atópica”.
Popularmente conhecida como ‘’asma na pele’’. É a propensão que um indivíduo tem de
apresentar uma resposta do sistema imunológico a substâncias e partículas comuns, como
os alérgenos inaláveis ou alimentares. Essa resposta é promovida pela produção de
um anticorpo chamado imunoglobulina E (IgE), e algumas pessoas nascem com
predisposição genética a apresentar reações em função do aumento desse anticorpo. Pode
se manifestar através da dermatite, rinite, bronquite ou de todas simultaneamente
Atualmente consideramos exemplos de atopia: Asma, Rinoconjuntivite, Dermatite
Atópica e Alergia Alimentar. Podemos ver que essas doenças tem a mesma fisiopatologia
(aumento considerável de IgE), mas tem diferentes apresentações clínicas e diferentes
fenótipos (sintomas).
Temos graus de atopia. Os atópicos leves (Atópico 1) podem ter somente rinite, que é
comum. Conforme vai aumentando o grau de atopia, vai aumentando o número de doenças
que ele apresenta, sendo que o Atópico 4 tem todas essas mencionadas (rinite, asma,
dermatite e alergia alimentar).
Conforme a idade aumenta, aparecem mais formas de alergias (Marcha Atópica).
É importante saber que atopias e alergias não tem cura, apenas são controlados os
sintomas. Alergia é passageiro, enquanto atopia é crônico
➢ FISIOPATOLOGIA DAS RESPOSTAS IgE MEDIADAS
Tudo começa com um estímulo do ambiente causado por um antígeno (Pode ser
chamado de Alérgeno Proteico; são proteínas capazes de desencadear uma resposta
imune). Os alérgenos mais comuns que causam essas respostas alérgicas são
proteínas do ácaro (nos casos de Asma e Rinoconjuntivite) e proteínas do leite de
vaca (alergias alimentares). Nessa primeira exposição aos antígenos, as células APC
(apresentadoras de antígenos) fagocitam esses antígenos e levam até os linfonodos
(órgãos linfoides secundários) para apresentar ao linfócito T näive. Depois dessa
apresentação, esses linfócitos se diferenciam em linfócitos T CD4 (Th2).
Esses linfócitos T CD4 liberam IL-4 que ativam os linfócitos B, produzindo e secretando
anticorpos IgE específicos para o antígeno que desencadeou a resposta. Esses
anticorpos caem na corrente sanguínea e chegam no antígeno, ligando-se aos
receptores FceRI dos mastócitos para sensibilização desses. Os mastócitos ativados
liberam histamina (substância envolvida nos processos de reações alérgicas) e heparina (
uma substância anticoagulante), sendo a principal célula envolvida no choque anafilático.
Como é a primeira interação com o antígeno, a resposta é pequena e ocorre edema mais
local mesmo Caso o paciente entre novamente em contato com o antígeno, a resposta
estará mais rápida e será mais forte, podendo causar edemas em muitas partes do corpo
e até na glote, causando parada respiratória (choque anafilático). Nessa re-exposição
ocorre imediata ligação do antígeno aos anticorpos IgE, que ativam rapidamente e em
escala muito maior os mastócitos, causando intensa desgranulação. São liberadas
histamina e heparina em altas quantidades, bem como citocinas IL-4 (para ativação de Th2)
e IL-5 (secretada por TCD4/Th2 que faz a ativação de eosinófilos).
A histamina promove vasodilatação (amina vasoativa) que causa extravasamento do
plasma para o tecido, causando edema (local ou disseminado, como no choque). Ela tem
vários receptores, desde as células do endotélio vascular para que os vasos dilatem
e cause o edema, até receptores na árvore brônquica (músculo liso dos brônquios) –
broncoconstrição. Os eosinófilos são importantes para a resposta IgE mediada pois
secretam várias substâncias, como proteína basica/cationica, perixidades, hidrolases, IL3,
IL5 que tem como foco principal helmintos, bactérias e protozoários. Leucotrienos também
são secretados por eosinófilos e contribuem para a broncoconstrição no choque anafilático.
2. Sobre os anti-histamínicos: compreenda a farmacologia e suas diferenças.
A histamina é um mensageiro químico gerado principalmente nos mastócitos.
Por meio de sistemas receptores múltiplos, ela medeia uma ampla quantidade de
respostas celulares, incluindo as reações alérgicas e inflamatórias, a secreção
de ácido gástrico e a neurotransmissão em algumas regiões do cérebro. A histamina
não possui aplicações clínicas, mas os fármacos que interferem na sua ação
(anti-histamínicos ou bloqueadores do receptor da histamina) têm importantes
aplicações terapêuticas.
A.Localização, síntese e liberação da histamina
1. Localização: A histamina está presente em praticamente todos os tecidos,
com quantidades significativas nos pulmões, na pele, nos vasos sanguíneos e no
trato gastrintestinal. É encontrada em altas concentrações nos mastócitos e
basófilos. No cérebro, a histamina funciona como neurotransmissor. Ela também
ocorre como componente de venenos e nas secreções de picadas de insetos.
2. Síntese: A histamina é uma amina formada pela descarboxilação do
aminoácido histidina pela histidina-descarboxilase, que está presente nas células de
todo o organismo, inclusive nos neurônios, nas células parietais gástricas e nos
mastócitos e basófilos . Nos mastócitos, a histamina é armazenada em grânulos. Se
a histamina não é armazenada, ela é rapidamente inativa pela diaminoxidase.
3. Liberação: Na maioria das vezes, a histamina é apenas um de vários
mediadores químicos liberados em resposta ao estímulo. O estímulo para
liberação de histamina nos tecidos pode incluir a destruição das células como
resultado de frio, de toxinas de organismos, de venenos de insetos e aranhas
e de traumas. As alergias e anafilaxias também podem desencadear a liberação
significativa de histamina.
B. Mecanismo de ação
A histamina liberada em resposta a certos estímulos exerce seus efeitos ligando-se
a vários tipos de receptores específicos (H1, H2, H3 e H4). Os receptores H1 e H2
são amplamente expressados e são alvos de fármacos com utilidade clínica. A
histamina tem um amplo espectro de efeitos farmacológicos mediados pelos
receptores H1 e H2. Por exemplo, os receptores H1 são importantes na produção
de contração da musculatura lisa e no aumento da permeabilidade dos capilares . A
histamina promove vasodilatação dos pequenos vasos sanguíneos devido à
liberação de óxido nítrico pelo endotélio vascular. Além disso, a histamina pode
aumentar a secreção de citocinas pró-inflamatórias em vários tipos de células e em
tecidos locais. Os receptores H1 medeiam vários processos patológicos, incluindo
rinite alérgica, dermatite atópica, conjuntivite, urticária, broncoconstrição, asma e
anafilaxia. A histamina ainda estimula as células parietais do estômago, causando
aumento na secreção ácida pela ativação de receptores H2.
C. O papel na alergia e na anafilaxia
Os sintomas resultantes da injeção intravenosa (IV) de histamina são semelhantes
àqueles associados ao choque anafilático e às reações alérgicas. Estes incluem a
contração da musculatura lisa das vias aéreas, o estímulodas secreções, a
dilatação e o aumento da permeabilidade dos capilares e o estímulo das
terminações nervosas sensitivas. Os sintomas associados à alergia e ao choque
anafilático resultam da liberação de certos mediadores dos seus locais de
armazenamento. Tais mediadores incluem histamina, serotonina, leucotrienos e o
fator quimiotático dos eosinófilos da anafilaxia.
Em outras condições, podem causar uma resposta anafilática generalizada.
Acredita-se que a diferença entre essas duas situações resulte dos diferentes locais
dos quais os mediadores são liberados e da velocidade da liberação. Por exemplo,
se a liberação de histamina é lenta o suficiente para permitir sua inativação
antes que penetre na corrente sanguínea, o resultado é uma reação alérgica
localizada. No entanto, se a liberação de histamina é rápida demais para a
inativação ser eficiente, ocorre uma reação anafilática generalizada.
ANTI-HISTAMÍNICOS H1
O termo “anti-histamínico” refere-se primariamente aos bloqueadores dos
receptores H1 clássicos. Os bloqueadores dos receptores H1 podem ser divididos
em primeira e segunda geração . Os fármacos de primeira geração, mais antigos,
ainda são amplamente utilizados, já que são eficazes e baratos. Entretanto, a
maioria deles entra no sistema nervoso central (SNC), causando sedação. Além
disso, eles tendem a interagir com outros receptores, produzindo uma variedade de
efeitos indesejados.
Em contraste, os de segunda geração são específicos para os receptores
periféricos H1. Como eles são tornados polares principalmente pela adição de
grupos carboxila (p. ex., cetirizina é o derivado carboxilado da hidroxizina), os de
segunda geração não atravessam a barreira hematoencefálica, causando
menos depressão do SNC do que os de primeira geração. Entre esses
fármacos, a desloratadina, a fexofenadina e a loratadina produzem a menor
sedação . Cetirizina e levocetirizina são de segunda geração e parcialmente
sedantes
A. Ações
A ação de todos os bloqueadores H1 é qualitativamente semelhante. A maioria
desses fármacos não influi na formação ou na liberação da histamina. Em vez disso,
eles bloqueiam a resposta mediada pelo receptor no tecido alvo. Eles são muito
mais eficazes em prevenir os sintomas do que em revertê-los depois de
desencadeados. Contudo, a maioria desses fármacos tem efeitos adicionais não
relacionados com o bloqueio H1. Esses efeitos refletem a ligação dos antagonistas
H1 a receptores colinérgicos, adrenérgicos ou serotoninérgicos . Por exemplo, a
ciproeptadina atua também como antagonista da serotonina no centro do apetite e,
algumas vezes, é usada extrabula como estimulante de apetite ou para tratar
anorgasmia associada com uso de inibidores se- letivos da captação de serotonina.
Anti-histamínicos como azelastina e cetotifeno também têm efeito estabilizador de
mastócitos, além do efeito bloqueador do receptor de histamina.
B. Usos terapêuticos
1. Condições alérgicas e inflamatórias: Os bloqueadores H1 são úteis no
tratamento e na prevenção de reações alérgicas causadas por antígenos que agem
nos anticorpos imunoglobulina E. Por exemplo, os anti-histamínicos orais são os
fármacos de escolha para o controle dos sintomas da rinite alérgica e urticária, pois
a histamina é o principal mediador liberado pelos mastócitos. Anti-
-histamínicos oftálmicos, como azelastina, olopatadina, cetotifeno e outros , são
úteis no tratamento da conjuntivite alérgica. No entanto, os bloqueadores H1 não
são indicados no tratamento da asma brônquica, pois a histamina é apenas
um dos diversos mediadores que são responsáveis por causar reações
bronquiais. (Nota: a epinefrina tem ações sobre a musculatura lisa opostas às da
histamina. Ela atua via receptores β2 no músculo liso, causando relaxamento
mediado por monofosfato cíclico de adenosina (AMPc). Assim, a epinefrina é o
fármaco de escolha no tratamento da anafilaxia sistêmica e das outras condições
que envolvem a liberação maciça de histamina.)
2. Enjoo e náuseas do movimento: Como o antimuscarínico escopolamina,
certos bloqueadores dos receptores H1, como difenidramina, dimenidrinato (uma
combinação química da difenidramina e um derivado clorado da teofilina), ciclizina,
meclizina e prometazina , são os fármacos mais eficazes na prevenção dos
sintomas da doença do movimento. Em geral, não são eficazes se os sintomas já
estão presentes e, por isso, devem ser tomados antes da viagem esperada. Os
anti-histamínicos evitam ou reduzem a êmese e a náusea mediadas pelas duas
vias, quimiorreceptora e vestibular. A ação antiemética desses fármacos parece
ser devida ao bloqueio central de receptores H1 e muscarínicos M1. A
meclizina é útil também para o tratamento de vertigens associadas com distúrbios
vestibulares.
3. Soníferos: Embora não sejam os fármacos de escolha, vários anti-
-histamínicos de primeira geração, como a difenidramina e a doxilamina, têm
acentuada propriedade sedativa, sendo usados no tratamento da insônia . Esses
fármacos estão disponíveis em preparações de venda livre. O emprego dos
anti-histamínicos H1 de primeira geração é contraindicada para indivíduos cuja
atividade profissional exija atenção máxima. A segunda geração de
anti-histamínicos não tem efeito sonífero.
D. Efeitos adversos
Os bloqueadores H1 de primeira geração apresentam baixa especificidade;
interagem não apenas com os receptores da histamina, mas também com
receptores muscarínicos colinérgicos, α-adrenérgicos e sero- toninérgicos . A
extensão da interação com esses receptores e, como resultado, a natureza dos
efeitos adversos varia conforme a estrutura química do fármaco. Alguns efeitos
adversos são indesejáveis, e outros podem ter valor terapêutico. Além disso, a
incidência e a gravi- dade das reações adversas de um dado fármaco variam de um
indivíduo para outro
1. Sedação: Os anti-histamínicos H1 de primeira geração, como clor-
feniramina, difenidramina, hidroxizina e prometazina, ligam-se aos receptores H1 e
bloqueiam os efeitos do neurotransmissor histami- na no SNC. A reação adversa
mais frequente é a sedação . A difenidramina pode causar hiperatividade paradoxal
em crianças pequenas. Outras ações centrais incluem fadiga, tontura, falta de
coordenação e tremores. A sedação é menos comum com os fármacos de segunda
geração, uma vez que não entram facilmente no SNC. Os anti-histamínicos H1 de
segunda geração são específicos para os receptores H1 periféricos.
2. Outros efeitos: Os anti-histamínicos de primeira geração também exercem
efeitos anticolinérgicos, levando não apenas à secura da passagem nasal, mas
também a uma tendência à secura da cavidade bucal. Eles também causam visão
turva e retenção de urina. A reação adversa mais comum associada com os
anti-histamínicos de segunda geração é a cefaléia. Formulações tópicas de difeni-
dramina podem causar reações de hipersensibilidade, como dermatite de contato,
quando aplicadas na pele.
3. Superdosagem: Embora a margem de segurança dos bloqueadores dos
receptores H1 seja relativamente alta e a toxicidade crônica seja rara, o
envenenamento agudo é relativamente comum, especialmente em crianças. Os
efeitos mais comuns e perigosos do envenenamento agudo são os do SNC,
incluindo alucinações, excitação, ataxia e convulsões. Se não for tratado, o paciente
pode entrar em coma profundo e apresentar colapso cardiorrespiratório.
BLOQUEADORES DOS RECEPTORES HISTAMÍNICOS H2
Os bloqueadores dos receptores histamínicos H2 apresentam baixa ou nenhuma
afinidade pelos receptores H1. Embora os antagonistas do receptor H2 de
histamina (antagonistas H2 ou bloqueadores do receptor H2) bloqueiem as ações
da histamina em todos os receptores H2, sua utilidade clínica principal é como
inibidor da secreção de ácido gástrico no tratamento de úlceras e pirose. Os quatro
bloqueadores do receptor H2, cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina,
3. Explique a necessidade de pesquisa de infecções em pacientes que serão
submetidos a transplantes (exames e justificativas).
4. Compreender a imunogenicidade dos transplantes e relembrara importância do
HLA.
Imunogenicidade (HLA)
• O Complexo Principal Maior de Histocompatibilidade (MHC) traduz-se um Cluster de
genes, classificados em duas grandes categorias: Genes de MHC Classe I e II
• Os genes codificam proteínas envolvidas no Reconhecimento celular, Apresentação de
antígenos e Resposta imunológica
• Eles são determinantes na rejeição a tecidos transplantados
• O MHC humano, denominado HLA (Human Leukocyte Antigen) é constituído por conjunto
de genes localizados no Br aço curto do cromossmo 6 , que codificam Moléculas da
superfamília das imunoglobulinas
• Moléculas de classe I estão associadas principalmente à Apresentação de antígenos
intracelulares ou endógenos
• Moléculas de classe II estão associadas principalmente à apresentação de antígenos
extracelulares ou exógenos
• Genes MHC podem ser classificadas em grupos
− CLASSE I
o Molécula expressa em t odas as células
nucleadas
o Codificadas por 6 genes (HLA-A, B, C, E, F,
G)
o Esta classe reconhece antígenos proteicos
intracelulares, incluindo componentes
virais e tumorais
− CLASSE II
o Expressa apenas em APCs (célula
dendríticas, linfócitos B, monócitos, células
epiteliais do timo e macrófagos)
o São codificadas por 5 genes (HLA-DP, DQ,
DR, DM, DO)
o Desempenha papel na Resposta imunitária
inicial a antígenos extracelulares, bactérias
ou tecidos transplantados, ativando os
linfócitos T CD4+
HLA e os transplantes
Transplante renal
A tipagem HLA foi aplicada no transplante renal quase imediatameme depois que os
primeiros antígenos HLA foram determinados. A importância de se reduzir o grau de
incompatibilidade dos antígenos entre o paciente e o rim doador ficou aparente com
os primeirosresultados mostrando melhora significativa na sobrevida de enxertos
provenientes de irmãos HLA-idênticos, comparados aos obtidos quando existia
apenas compatibilidade de um haplótipo ou quando o rim provinha de um doador
não aparentado. Porém, mesmo quando ocorre compatibilidade HLA, outras
condições devem ser atendidas: Existe a necessidade de compatibilidade ABO e
também de uma reação de crossmatch negativa, ou seja, não pode ocorrer a
existência de anticorpos anti-HLA no receptor, sob risco de ocorrer a chamada
rejeição hiperaguda.
Transplante de fígado
No transplante de fígado, o HLA não tem papel tão destacado como no transplante
renal, sendo mais importante a compatibilidade ABO e o tamanho do órgão. No
entanto, segue sendo importante a não existência de anticorpos anti-HLA
(crossmatch negativo). Transplantes realizados em pacientes com crossmatch
positivos têm taxa de sucesso significarivameme mais baixa.
Transplante de células-tronco hematopoéticas
A compatibilidade do HLA entre doador e recepcor é essencial para a realização do
transplante de célulastronco hematopoiéticas. A realização de um transplante
compatível reduz de maneira importante o risco de rejeição da medula
transplantada, mas também do aparecimento de uma complicação muito mais
frequente, a doença do enxerto contra hospedeiro, conhecida pelas abreviaturas
DECH ou GVHD (graft versus host disease). Nesta última, a reação de linfócitos
imunocompetentes presentes no enxerto transplantado "atacam" tecidos do
recepcor reconhecidos como estranho. Uma parte dos transplantes de célula-tronco
hematopoiética utiliza um doador aparentado (geralmente um irmão ou irmã)
HLA-idêntico. Nessa situação, muitas vezes é suficiente a utilização de tipagem HLA
de classe I por sorologia ou por métodos de baixa resolução e a confirmação com
tipagem de classe II de alta resolução. Na ausência de um doador familiar que seja
totalmente compatível, a utilização de um familiar que apresente apenas um
antígeno HLA de diferença também pode ser viável, dependendo da situação.
Entretanto, aqui no Brasil, mais de 50% dos pacientes não irá apresentar na família
um doador adequado. Existe hoje no mundo uma série de registros de doadores
voluntários de medula óssea, o que tem viabilizado a realização de transplantes
para uma série de pacientes sem doador familiar
5. Discutir a imunossupressão dos pacientes transplantados como fator de risco
para as infecções oportunistas
Os doentes tratados com imunossupressores apresentam risco aumentado de
infecções oportunistas (bacterianas, fúngicas, virais e protozoárias), que podem
levar a sépsis e, eventualmente, à morte . A imunossupressão leva ao aumento de
infecções virais recorrentes; a frequência e a intensidade do processo infeccioso
está diretamente relacionada com o grau de imunodepressão necessário para
prevenir ou tratar os episódios de rejeição .
Nos primeiros meses após o transplante, as infecções oportunistas são muito
comuns pois a intensidade da imunossupressão é máxima neste período; infecções
por Pneumocystis jiroveci , espécies de Aspergillus, Listeria monocytogenes,
espécies de Nocardia, e Toxoplasma gondii são frequentes e normalmente
recorre-se ao Sulfametoxazol-trimetoprim como profilaxia para reduzir a incidência
das mesmas
As infecções bacterianas que ocorrem no primeiro mês pós transplante são
normalmente resultantes dos procedimentos cirúrgicos em meio hospitalar
envolvendo feridas, cateteres, e locais de drenagem. As infeções bacterianas são
causadas comummente por gram-negativas (Escherichia coli , Enterobacteriaceae,
e Pseudomonas) e algumas bactérias gram-positivas (Enterococos); são igualmente
causadoras de uma grande morbilidade as bactérias Nocardia e Mycobacterium
tuberculosis .
As infeções fúngicas após o transplante de órgãos sólidos, apesar de aparecerem
com uma menor frequência do que as infecções bacterianas e virais, continuam a
ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade; entre os fungos,
destacam-se o Cryptococcus neoformans , espécies de Aspergillus, espécies de
Candida, Coccidiodomyces immitis , Histoplasma capsulatum , e agentes de
mucormicose. É importante sublinhar, que associados aos esquemas
imunossupressores devem sempre ser associados os agentes anti infecciosos, que
vão combater as infeções oportunistas
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5186/1/PPG_21820.pdf
6. Diferenciar a imunossupressão dos medicamentos daquela originada por agentes
infecciosos
FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES
Os fármacos imunossupressores são aqueles fármacos que vão ajudar a diminuir a rejeição
por transplantes. A gente sabe que existem dois tipos de transplantes: os
transplantes autólogos e os alogênicos. Os transplantes alogênicos são quando eu pego
uma coisa de alguém e os autólogos é quando eu pego uma coisa do meu próprio corpo.
Então, qua ndo eu vou pegar um órgão de alguém, o que meu sistema imune vai fazer? Vai
combater! Ele vai identificá-lo como uma subst ância estranha. Para diminuir essa
resistência, eu vou da r fármacos imunossupressores.
A principal célula que v ai combater o transplant e são células T (linfócitos T), logo o alvo
dos fármacos imunossupressores são as células T. Ex istem fármacos que atuam em vários
mecanismos dentro das células T para evitar que elas se proliferem. Alguns fármacos
esgotam a p rodução de células T no paciente. Por exemplo, eu serei um doador de medula
óssea, então, tanto eu quanto o paciente vamos tomar um medicamento que esgote
a produção de células T. Após 48 hor as de interrupção do fármaco, o nív el de células T já
está normal. A principal função desses fármacos é dim inuir a rejeição a transplantes.
Esses fármacos são seletivos na inibição da rejeição ao tecido transplantado. O tratamento
imunossupressor é feito através de uma alteração da função li nfocitária util izando
fármacos ou anticorpos contra as p roteínas imunológicas. S empre será necessário qu e se
asso cie mais de um fármaco no tr atamento im unossupressor. Por quê? P ois, um fármaco
só é muito tóxico ao organismo. Então, utilizam-se dois. Os corticóides, por exemplo, estão
presentes quase sempre. Os principais corticóides utilizados em associação com os
imunossupressores são a prednisona e metil prednizolona. Recomenda-se a associação de
dois ou três fármacos para diminuir tanto as dosesquanto a toxicidade de cada um.
A cascata de ativação de uma célula T é dividida em três sinais e nos três sinais existe a
ação de diferentes fármacos. O primeiro sinal é a ativação das células T no complexo
receptor CD3 por um antígeno na superfície de u ma célula apresentadora de antígeno, ou
seja, quando eu tenho u m est ímulo para a produção de células T. Por exemplo: eu tenho
uma célula apresentadora de antígeno (APC), que já é uma célula que vai produz ir um
linfócito T, aí o que vai acontecer, o antí geno vai se li gar nessa célula que vai p roduzir o
linfócito T. Esse é o primeiro sinal, a ligação do antígeno na APC para produção de
linfócito T. O segundo sinal é um coestimulação, CD80 e CD86 na superfície da APC,
ativam CD28 nas células T. O que é CD80, CD86 e CD28? São imunoglobulinas,
substâncias que são necessárias para que haja a produção de linfócitos T ou ainda
receptores. Ambos os sinais ativam vias intracelulares calcineurina -cálcio e o terceiro sinal,
as vias ini ciam a produção de citocinas como interleucina 2, interleucina 15, CD154 e
CD25. A interleucina se liga n a CD25 na sup erfície de outra célula T, promovendo a
ativação de hemitor que é uma proteína. Consequentemente, a proliferação das células T
7. Estabelecer os principais agentes parasitários que podem acometer o indivíduo,
em especial as parasitoses intestinais*. Compreender a transmissão, quadro clínico
e tratamento.
amebíase
a) agente etiológico
Entamoeba histolytica
b) ciclo evolutivo
O ciclo da E. histolytica é monoxênico. No hospedeiro humano, o parasito desenvolve-se
quando o indivíduo ingere cistos maduros presentes em água, alimento e mãos sujas.
A prática de sexo anal/oral é também uma fonte de aquisição dessas formas evolutivas. Os
cistos são resistentes ao suco gástrico, e somente no intestino delgado começam a
sofrer modificações, mais especificamente na região ileocecal. Nesse local, ocorre o
processo de desencistamento (saída do metacisto por uma fenda na parede cística),
favorecido por temperatura compatível e meio anaeróbio.
O metacisto sofre, então, diversas divisões celulares, formando quatro e, posteriormente,
oito trofozoítos metacísticos uninucleares. Chegando ao intestino grosso, essas estruturas
se desenvolvem e originam os trofozoítos , que ali permanecem aderidos. Por um
processo ainda não muito bem esclarecido, tais formas sofrem desidratação, formando os
pré-cistos. Por último, esses agentes recém-formados secretam uma membrana cística,
dando origem ao cisto, que será eliminado nas fezes, continuando o ciclo. Assim, o ciclo
biológico da E. histolytica envolve quatro estágios: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto
c) quadro clínico
As manifestações clínicas da amebíase são condicionadas por fatores que envolvem a
virulência do agente etiológico associada à resposta do indivíduo infectado (principalmente
a sua resposta inata), o que pode resultar em uma doença intestinal ou extraintestinal, além
da infecção assintomática, que corresponde a 80 a 99% dos casos.
A amebíase não costuma cursar com febre, e os sintomas que aparecem com maior
frequência são: disenteria, enterorragia, tenesmo, dor abdominal em cólica, perda de peso,
anorexia, náuseas, vômitos e mal-estar geral.
A amebíase intestinal, se não tratada, pode cursar com complicações como perfuração
intestinal, peritonite, apendicite e hemorragias
d) diagnóstico
Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados
ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados de
abscesso ou cortes de tecido.
→ Contudo, para aumentar a sensibilidade do exame, é preconizada a coleta múltipla de
fezes, ou seja, obtenção de material fecal em pelo menos 3 dias diferentes
Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no diagnóstico de
abscesso hepático amebiano. A ultra-sonografia e tomografia axial computadorizada
são úteis no diagnóstico de abscessos amebianos
e) tratamento
1° Opção : Secnidazol - Adultos: 2g, em dose única.
2° opção : Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para
crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias
giardíase
a) agente etiológico
Giardia lamblia
b) ciclo evolutivo
O parasito G. intestinalis apresenta um ciclo monoxênico, ou seja, há apenas um
hospedeiro definitivo. O ciclo inicia-se, principalmente, pela ingestão de água e/ou
alimentos contaminados, e um número limitado de cistos (cerca de 10 a 100) é suficiente
para causar doença
O processo de desencistamento inicia-se no estômago, devido ao estímulo do baixo pH;
no entanto, esse processo se completa no duodeno e no jejuno, os quais serão
colonizados pelos trofozoítos, que estão em constante multiplicação (por divisão binária).
Posteriormente, ocorre outro processo, o de encistamento, que pode ter início no baixo íleo,
embora considere-se que o principal sítio seja o ceco. Pode ter como estímulos: o pH
intestinal, a presença de sais biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa; este último
ocorre, certamente, pela resposta imune local. Depois disso, os trofozoítos são
recobertos por membrana resistente, que seria secretada pelo parasito e que tem quitina
em sua composição
Os cistos são resistentes, o que faz com que possam sobreviver em ambientes
hostis, como água fria e variações na temperatura. Além disso, são eliminados em grande
quantidade pelas fezes, o que pode corroborar seu poder infectante
c) quadro clínico
Após um período de incubação, que varia de 5 a 25 dias (média de 7 a 10 dias), a
sintomatologia da doença pode surgir. Entretanto, na maioria dos casos, a giardíase é
assintomática ou oligossintomática, podendo manifestar-se com amplo espectro clínico em
populações infantis e em adultos jovens
O principal sintoma ligado a essa enfermidade é a diarreia, a qual pode ser aguda e
autolimitante, com duração de poucos dias, ou ter caráter crônico, provocando piores
consequências, como a síndrome de má absorção. Normalmente, a diarreia é do tipo
aquoso, explosiva e com odor fétido, podendo ser acompanhada de gases e distensão
abdominal.
+ A diarreia aguda da giardíase pode confundir-se com as diarreias bacterianas
e virais; contudo, na giardíase, a doença tem maior duração, além de provocar
perda de peso
d) diagnóstico
Identificação de cistos ou trofozoítos, no exame direto de fezes, pelo método de
Faust; ou identificação de trofozoítos no fluido duodenal, obtido através de
aspiração. São necessárias, pelo menos, três amostras de fezes para obter uma
boa sensibilidade.
e) tratamento
enterobíase
a) agente etiológico
Enterobius vermicularis
b) ciclo evolutivo
O metazoário E. vermicularis apresenta ciclo biológico monoxênico, e seu único
hospedeiro, conforme já comentado, é o Homo sapiens . Quando grávidas, as fêmeas
liberam seus ovos na região perianal do hospedeiro. Estes são maturados em 4 a 6
horas, na temperatura da superfície do corpo (cerca de 30°C).
O intenso prurido perianal causado faz com que o paciente coce a região, facilitando a
transferência dos ovos infectantes para a boca, através das mãos contaminadas
(autoinfecção). Um indivíduo suscetível que tenha as mãos contaminadas por ovos de um
indivíduo infectado – por exemplo, por ocasião de um cumprimento – e que as leve a boca,
poderá adquirir o patógeno e desenvolver a enterobíase. Ao serem ingeridos, os ovos
eclodem no intestino delgado, liberando larvas que irão se desenvolver até a forma adulta,
enquanto se movem para o ceco. Por fim, os vermes copulam e dão início a um novo ciclo
É importante ressaltar que os ovos podem ficam aderidos no ambiente, como nas roupas
de cama da pessoa infectada. Tal fato promove uma intensa disseminação do helminto e a
possibilidade de novas infecções.
c) quadro clínico
A infecção por E. vermicularis costuma ser assintomática, tendo como sintoma mais
comum o prurido na região perianal com periodicidade regular, que pode se tornar
muito intenso, principalmente durante a noite – o que podeoriginar significativa
dificuldade para dormir –, devido à migração dos parasitos fêmeas.
Tal situação pode levar a uma irritação na região anal com proctite e vulvovaginite, pelo
deslocamento das larvas para a região genital feminina, o que ocasiona prurido vulvar,
desconforto vaginal e granulomas no útero, nos ovários e nas tubas uterinas. Pode ocorrer
corrimento vaginal com características semelhantes a nata, além de os lábios se
apresentarem eritematosos e edemaciados
A região anal pode tornar-se recoberta de muco, pelo processo inflamatório provocado, às
vezes sanguinolento, causando pontos hemorrágicos também no reto. Em consequência,
principalmente, do prurido anal, poderá haver perturbações no sono e irritabilidade
d) diagnóstico
Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside
no encontro do parasito e de seus ovos.
e) tratamento
Pamoato de Pirvínio, 10mg/kg/VO, dose única;
Pamoato de Pirantel, 10mg/kg/VO, dose única.
Mebendazol, 100mg, VO, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose
independe do peso corporal e da idade. Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até o
máximo de 400mg.
Todas essas drogas são contra-indicadas em gestantes
+ Praziquantel a gente não prescreve para criança.
+ Só nesse caso é indicado exames parasitológicos e tratamento para a familia
ESTRONGILOIDÍASE
Etiologia
Strongyloides stercolaris
Habitat
Parede intestinal (duodeno e jejuno). Nas formas graves: da porção pilórica do estômago
até o intestino grosso.
Fatores que favorecem no aparecimento
Solo arenoso, úmido, com ausência de luz solar direta; temperatura entre 25 e 3 0°C;
condições sanitárias inadequadas; hábitos higiênicos inadequados; não utilização de
calçados.
Ciclo Biológico
As larvas rabditóides eliminadas nas fezes podem seguir dois ciclos: o direto ou
partenogenético e o indireto, sexuado ou de vida livre, ambos monoxênicos. Isso ocorre
devido à constituição genética das fêmeas partenogenéticas, que são triplóides (3n) e
podem produzir três tipos de ovos, dando origem a três tipos de larvas rabditóides: 1n
(evolui para macho de vida livre, completando o ciclo indireto), 2n (origina fêmea de vida
livre, completando o ciclo indireto), 3n (se transforma em larva infectante, completando o
ciclo direto).
Ambos os ciclos se completam pela penetração ativa das larvas L3 (pele e mucosa oral,
gástrica, esofágica) no hospedeiro → alcançam vasos sanguíneos e linfáticos →
chegam ao coração e pulmões → rompem os capilares alveolares e se transformam em L4
→ migram para bronquíolos, traqueia, laringe e faringe, onde são deglutidas → atingem o
intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas → depositam ovos na
mucosa intestinal, liberando larvas rabditóides não infectantes que sairão junto com as
fezes.
• Ciclo direto: larvas rabditóides no solo ou sobre a região perineal, após 24-72 horas, se
transformam em larvas infectantes.
• Ciclo indireto: larvas rabditóides sofrem quatro transformações no solo e, após 18-24
horas, produzem fêmeas e machos de vida livre.
Transmissão
• Hetero ou primoinfecção: Larvas filarióides infectantes (L3) penetram usualmente através
da pele ou, ocasionalmente, através das mucosas (oral e esofágica).
• Auto-infecção externa: Larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos
infectados transformam-se em larvas filarióides infectantes e aí penetram, completando o
ciclo direto.
• Auto-infecção interna: Larvas rabditóides, ainda na luz intestinal de indivíduos infectados,
transformam-se em larvas filarióides, que penetram na mucosa intestinal (íleo ou cólon).
Esse mecanismo pode cronificar a doença por vários meses ou anos.
Sintomatologia
• Cutânea: Nos pontos de penetração das larvas há edema, eritema, prurido, pápulas
hemorrágicas e urticárias.
• Pulmonar: Caracteriza-se por tosse sem expectoração, febre, dispneia e crises asmáticas.
A travessia das larvas dos capilares para os alvéolos provoca hemorragia, infiltrado
inflamatório constituído de linfócitos e eosinófilos, que em casos mais graves, pode
provocar pneumonia, síndrome de Loeffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória.
• Intestinal: Fêmeas partenogenéticas, ovos e larvas no
intestino delgado podem determinar em ordem
crescente de gravidade: enterite –
a) catarral (caracteriza-se por leve reação inflamatória);
b)endematosa (caracteriza-se por síndrome de má absorção intestinal);
c) ulcerosa (há inflamação com eosinofilia intensa e ulcerações, sendo uma lesão
irreversível).
Na fase intestinal também se observa: dor abdominal devido duodenite (ulcerações), dor
epigástrica (tipo ulcerosa), diarreia (às vezes com muco e sangue), vômitos, anemia
variável, perda proteica e até mesmo obstrução intestinal.
• Disseminada: Observada em pacientes infectados e imunocomprometidos pela presença
de megacólon, diverticulite, íleo paralítico, uso de antidiarreicos e constipação intestinal, que
favoreceram a auto -infecção, com grande produção de larvas no intestino, as quais
alcançam a circulação e se disseminam a múltiplos órgãos (rins, fígado, vesícula biliar,
coração, cérebro, pâncreas, tireóides, adrenais, próstata, glândulas mamárias, linfonodos).
• Forma crônica: Além dos sintomas citados, o paciente pode apresentar anemia, eosinofilia,
sudorese, incontinência urinária, palpitações, tonturas, alterações no ECG, astenia,
irritabilidade, depressão, insônia, emagrecimento, ascite, perfuração intestinal, artrites.
Diagnóstico
Pesquisa e identificação de larvas rabditóides nas fezes pelo método de Baermann-Moraes.
Profilaxia
Tratamento sanitário adequado, uso de calçados, melhora da alimentação, diagnosticar e
tratar pessoas parasitadas e indivíduos imunodeprimidos
Tratamento
• Ivermectina 200 mcg/Kg VO 1 vez/dia durante 2 dias
→ utilizado em infecções não complicadas e
geralmente é bem tolerada.
• Albendazol 400 mg VO 2 vezes/dia por 7 dias.
ANCILOSTOMÍASE
Etiologia
Ancylostomidae
Habitat
Intestino Delgado
Ciclo Biológico
É do tipo monoxênico. Possui duas fases: uma no meio exterior, de vida livre, e outra, no
hospedeiro definitivo, a qual é obrigatoriamente parasitária. Ovos são eliminados para o
meio exterior pelas fezes → boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada (21- 27°C
para A. duodenale e de 27-32°C para N. americanus) tornam o ambiente propício para que
ocorra a embrionia → formação da larva L1, do tipo rabditóide, e sua eclosão em 12-24 h →
L1 perda a cutícula externa e ganha uma nova, transformando-se em L2 (em 3-4 dias), que
também é rabditóide → L2 produz uma nova cutícula, internamente, transformando-se em
L3 (após 5 dias), do tipo filarióide, que é a forma infectante.
A infecção do homem ocorre pela penetração ativa de L3 (pele, mucosas, conjuntiva) ou
passivamente, por via oral (ingestão de alimentos e água).
• Penetração ativa na pele ( cerca de 30 minutos) → larvas alcançam circulação sanguínea
e/ou linfática → chegam ao coração e pulmões → larvas perdem a cutícula e
transformam-se em L4 → rompem os capilares alveolares → vão para os bronquíolos,
traqueia, faringe e laringe, onde são deglutidas, alcançando o intestino delgado → larvas
transformam-se em L5 e diferenciam-se em adultos (após 30 dias da infecção) → os
vermes iniciam a postura de ovos, que saem pelas fezes.
• Penetração passiva → as L3 perdem a cutícula externa no estômago (por ação do suco
gástrico e pH) depois de 2 a 3 dias da infecção → migram para o duodeno, penetram na
mucosa e mudam para L4 (após cerca de 5 dias da infecção) → voltam à luz intestinal e
iniciam o repasto sanguíneo, devendo depois mudar para L5 (após cerca de 15 dias de
infecção) → diferenciam-se em vermes adultos e e iniciam a postura dos ovos, que saem
pelas fezes.
Sintomatologia
• Fase aguda: determinada pela migração das larvas na pele e pulmões – prurido alérgico
grave no local da penetrarão, pneumonia leve e hemorragia intra- alveolar.
• Fase crônica: determinada pela presença do verme adulto que, associado à expoliação
sanguínea e à deficiêncianutricional, irá caracterizar a fase da anemia
− Sintomas primários: associados diretamente à atividade do parasito – dor epigástrica,
enterite, mal-estar epigástrio, indigestão, hiporexia, cólica, náusea, vômito, diarreia (às
vezes com sangue), flatulência, eosinofilia alta.
− Sintomas secundários: decorrentes da hipoproteinemia e anemia ferropriva – fraqueza,
baixa de atenção, sonolência, desnutrição, perda de peso.
Diagnóstico
Pesquisa e identificação de ovos de ancilostomídeos nas fezes.
Tratamento
• Albendazol: Dose única de 400mg (adult os) ou
400mg/10ml (crianças).
• Mebendazol: Dose de 100mg duas vezes por dia durante 3 dias (adultos) ou 100mg/5ml
duas vezes por dia durante 3 dias (crianças).
• Pimoato de pirantel: Mata os parasitos por bloqueio neuromuscular e antagonismo
colinérgico, provocando paralisia muscular.
ASCARIDÍASE
Etiologia
Ascaris lumbricoides. Parasita exclusivamente humano. Maior nematoide intestinal.
Habitat
Intestino Delgado
Ciclo Biológico
É do tipo monoxênico. Dura aproximadamente 60 dias.
Ovos não-embrionados chegam ao ambiente juntamente com as fezes → ovos férteis
tornam-se embrionados em 15 dias → a larva L1 é rabditóide (possui esôfago com
duas dilatações e uma constrição no meio) e se forma dentro do ovo → após 1 semana
sofre muda, transformando-se em L2 e, após nova muda, transforma- se em L3 infectante, a
qual é filarióide (possui esôfago retilíneo) → é ingerido pelo hospedeiro (alimentos ou
água contaminados) e os ovos eclodem no intestino delgado → as larvas liberadas
atravessam a parede intestinal, caem nos vasos linfáticos e veias e invadem o fígado → 2-3
dias depois chegam ao coração direito e em 4-5 dias depois são encontrados nos pulmões
→ cerca de 8 dias após a infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e
caem nos alvéolos, onde sofrem muda para L5 → sobem pela árvore brônquica e traqueia,
chegando até a faringe → podem ser expelidas pela expectoração ou deglutidas,
atravessando o estômago e fixando no intestino delgado → transformam-se em
adultos jovens, reproduzem e liberam ovos não larvados nas fezes.
Sintomatologia
• Fase tecidual: Causada pela passagem da larva pelo fígado e pulmão.
− Infecções de baixa intensidade: normalmente sem alterações.
− Infecções maciças: Fígado com pequenos focos hemorrágicos e de necrose, que depois
se tornam fibrosados. Pulmões com vários pontos hemorrágicos devido à passagem das
larvas pelos alvéolos, provocando pneumonia, tosse seca, fe bre baixa, calafrios, dispneia e
eosinofilia (a esse conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loeffler). Essa reação é
semelhante a asma alérgica nas reinfecções. Na tosse produtiva (com muco), o catarro
pode ser sanguinolento com larvas
• Fase intestinal: Causada pelo verme adulto. Desconforto abdominal, anorexia, náuseas,
cefaleia, irritabilidade; vômitos e dor abdominal; desnutrição proteica.
− Ação tóxica: Reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro,
causando edema, urticária, convulsões epileptiformes, etc.
− Ação expoliadora: Os vermes consomem proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e
C, levando o paciente à subnutrição e ao depauperamento físico e mental.
− Ação mecânica: Causam irritação na parede intestinal e podem enovelar-se, causando
obstrução.
− Complicações: Obstrução do ducto biliar e do apêndice cecal devido ao enovelamento dos
vermes adultos e abscessos. Saída de vermes adultos pelo nariz, boca ou ânus.
Diagnóstico
Ovos nas fezes (EPF)
Tratamento
Albendazol: O mecanismo de ação é por interferir na síntese da tubulina, destruindo
microtúbulos de diferentes células. Inibem captação de glicose e formação de ATP. É
metabolizado no fígado, onde se torn a mais ativo. Se distribui bem para os tecidos,
inclusive barreira hematoencefálica. Têm efeitos sobre ovo, larvas e verme.
Possui efeitos colaterais brandos. É pouco absorvido. Tem maior ação na luz intestinal. Pico
de ação 2,5 h e meia- vida 8,5 h. Dose única de 400mg (adultos) ou 400mg/10ml
(crianças)
8. Quais as consequências do uso abusivo de medicamentos?
9. MINTI
Este MINTI aborda os principais usos e descobertas da imagem radiográfica para doenças
relacionadas ao HIV. O papel dos métodos de imagem no diagnóstico de doenças
associadas à infecção pelo HIV depende de fatores como custo, disponibilidade e
experiência do clínico ou médico na interpretação da imagem.
Achados pulmonares relacionados ao HIV
Pneumocystis jirovecii (PCP): Achados radiográficos em pacientes com PCP variam, mas
na maioria dos casos as radiografias de tórax são suficientes para o diagnóstico dessa
infecção.
Mycobacterium tuberculosis: Em pacientes com infecção avançada pelo HIV, a
radiografia não demonstrará cavitação ou tendência a localizar segmentos específicos do
pulmão. Em vez disso, opacidades difusas, geralmente grosseiras, heterogêneas,
reticulares e ocasionalmente nodulares são observadas em ambos os pulmões.
Fungos
- Citomegalovírus: Em alguns pacientes com pneumonia por CMV patologicamente
comprovada, as radiografias de tórax mostram doença interst icial bilateral.
- Neoplasias Pulmonares: A coalescência (junção) de opacidades pode formar áreas
homogêneas de consolidação, o que pode ser visto mais tarde no curso da doença. A
tomografia computadorizada é utilizada ocasionalmente no diagnóstico.
- Linfoma: O acometimento intratorácico ocorre em 10% dos pacientes com AIDS
com linfoma não-Hodgkin (NHL).
- Carcinoma pulmonar primário:
Achados gastrointestinais relacionados ao HIV
A radiografia de bário também é valiosa na detecção de doenças não relacionadas ao HIV
de fácil tratamento, como a
úlcera péptica, que pode coexistir com a infecção pelo HIV. A tomografia
computadorizada (TC) pode fornecer informações sobre doenças intraluminais e de
órgãos sólidos ou linfonodos. O ultrassom pode ser útil como uma modalidade alternativa
quando o acesso à imagem avançada é limitado.
Sistema hepatobiliar: A doença hepática pode ser diagnosticada com TC ou ultra-som; a
doença biliar pode ser diagnosticada com TC, ultra-som ou colangiopancreatografia
endoscópica retrógrada (CPRE).
Citomegalovírus: Mais comumente, o CMV afeta o intestino delgado e o cólon, causando
doenças que clinicamente, radiograficamente e patologicamente podem simular doença
inflamatória intestinal idiopática ou colite isquêmica.
Criptosporidiose: Em pacientes com doença pelo HIV e criptosporidiose, as
manifestações radiográficas nos estudos com contraste são inespecíficas e variadas, e
variam do espessamento difuso e regular das dobras duodenais e jejunais a um padrão
de dobras irregular mais desorganizado.
Sarcoma de Kaposi: As manifestações radiográficas típicas do SK gastrointestinal são
placas submucosas, algumas com ulceração central. Massas polipóides maiores são
relativamente comuns.
Linfoma: A biópsia percutânea por agulha guiada por TC, de linfonodos aumentados,
pode ser muito útil no diagnóstico de linfoma
Imagem cerebral relacionada ao HIV:
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM) são ferramentas
importantes para o diagnóstico precoce
e o acompanhamento do tratamento desses processos, embora o diagnóstico preciso
continue difícil e o prognóstico final geralmente seja grave.
Toxoplasmose: A aparência da TC da encefalite por Toxoplasma não é patognomônica,
podendo ser radiograficamente indistinguível do linfoma primário do SNC. A ressonância
magnética parece mais sensível que a tomografia computadorizada na detecção da
patologia do SNC relacionada ao HIV. Se as imagens tomográficas não revelarem uma
lesão acessível à amostragem de biópsia, a ressonância magnética é um complemento
útil. Alguns pesquisadores acreditam que a ressonância magnética é o método de
escolha para todas as patologias do SNC relacionadas ao HIV e evitam a tomografia
computadorizada na maioria dos casos.
Encefalite e Leucoencefalopatia por HIV: Muitos casos de encefalite e encefalopatia são
resultados diretos ou imunologicamente correlacionados com a infecção pelo HIV. As
manifestaçõesclínicas do complexo de demência da AIDS, incluindo alterações de
personalidade, confusão, perda de memória e déficits motores, se desenvolvem ao longo
de semanas a meses.
Criptococose: A tomografia computadorizada pode demonstrar achados inespecíficos
como atrofia ou hidrocefalia. A ressonância magnética pode demonstrar criptococcomas
parenquimatosos focais, cistos ou doença parenquimatosas.
Tuberculose: A infecção do SNC pode ocorrer mesmo sem evidência de tuberculose em
outras partes do corpo. A tomografia computadorizada com contraste demonstra
alterações meníngeas nas proximidades das cisternas basais e sobre o córtex cerebral. A
ressonância magnética talvez seja mais sensível que a tomografia computadorizada para
detectar infecção tuberculosa do SNC.
Neoplasias: O NHL é a neoplasia mais comum do SNC em pacientes com HIV, ocorrendo
quase exclusivamente em pacientes com doença avançada por HIV. Os sintomas incluem
febre, perda de peso, suores noturnos, convulsões, dor de cabeça e confusão. O linfoma
intracraniano geralmente está localizado centralmente nos gânglios da base, tálamo ou
corpo caloso. Em até metade dos pacientes com LNH do SNC, a imagem revela múltiplas
lesões.

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