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COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu- ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis- taram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil- idade, segurança e modernidade, visando à satis- fação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Bruno Stramandinoli Moreno; Nara Medianeira Stefano. Comportamento do Consumidor / Moreno, Bruno Stramandinoli; Stefano, Nara Medianeira. - Multivix, 2020. Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Questionamentos sobre o comportamento do consumidor 13 Quadro 2: Etapas para realizar a segmentação de um mercado 23 Quadro 1 32 Quadro 2 34 Quadro 3 35 Quadro 1: Elementos de uma cultura 51 Quadro 2 - Aspectos relevantes no consumo do brasileiro 62 Quadro 1 - Tipos de compra e envolvimento do consumidor 81 Quadro 1 – Vantagens e desvantagens da compra on-line 101 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS Figura 1: O consumidor 12 Figura 2: Marketing 17 Figura 3: Mix marketing 18 Figura 4: Neuromarketing 20 Figura 1 28 Figura 2 31 Figura 3 36 Figura 4 37 Figura 5 38 Figura 6 38 Figura 7 39 Figura 8 40 Figura 9: Elementos do sistema de marketing da organização e de seu meio ambiente 41 Figura 10: Modelo geral de planejamento e plano de marketing 42 Figura 1: Exemplo de cultura: o processo de desenho do ornamento do henna menhdi na mão da mulher 49 Figura 2: A importância de tomar cuidados com as cores no mercado global 53 Figura 3: Subculturas 57 Figura 1: Decidir é como uma equação matemática 66 Figura 2 – A tomada de decisão implica ponderar 68 Figura 3: Fatores de influência no processo de compra 73 Figura 4: Muitos fatores motivam uma compra 74 Figura 1 - Tipos de compra e envolvimento do consumidor 80 Figura 2: Teste recall 84 Figura 3: Experiência de compra 86 Figura 4: Fatores que influenciam as experiências de compra 87 Figura 5: Componentes que influenciam nas atitudes de compra do consumidor 89 Figura 1: O e-commerce ganhou espaço nas compras 97 Figura 2: Comprar on-line precisa ser vantajoso 101 Figura 3 – A satisfação ou insatisfação determina o sucesso das vendas 107 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2UNIDADE 1UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 11 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 11 1.1 O QUE É O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 11 1.2 TEORIAS COMPORTAMENTAIS SOBRE O CONSUMO 14 1.3 MARKETING E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 16 1.4 NEUROMARKETING 19 1.5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 21 1.6 SOCIEDADE E CONSUMO 24 2 MOTIVAÇÕES DO CONSUMIDOR 28 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 28 2.1 HIERARQUIA DE MASLOW 29 2.2 A NATUREZA DAS NECESSIDADES HUMANAS. 32 2.3 ABORDAGENS DE SETH, NEWMAN E GROSS SOBRE ESCOLHAS INDIVIDUAIS. 36 2.4 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MARKETING 41 2.5 A PESQUISA EM MARKETING. 42 2.6 A ELABORAÇÃO DO PLANO DA PESQUISA. 44 3 FATORES SOCIAIS, DEMOGRÁFICOS E PSICOLÓGICOS NO COMPORTA- MENTO DO CONSUMIDOR 47 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 47 3.1 A CULTURA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 48 3.2 DIFERENÇAS CULTURAIS 51 3.3 INDIVIDUALISMOS VERSUS COLETIVISMO 54 3.4 AS DIFERENÇAS ENTRE OS INDIVÍDUOS E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 56 3.5 A PERCEPÇÃO HUMANA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 59 3.6 INFLUÊNCIA DA CULTURA BRASILEIRA SOBRE O CONSUMIDOR 61 3UNIDADE 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA 66 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 66 4.1 RECONHECENDO UMA NECESSIDADE 67 4.2 BUSCANDO INFORMAÇÃO 68 4.3 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS 69 4.4 REGRAS DE DECISÃO COMPENSATÓRIA 71 4.5 DETERMINANTES E GRADUAÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO 72 4.6 COMPRA 73 4.7 PÓS-COMPRA 75 5 EXPERIÊNCIA DA COMPRA, ENVOLVIMENTO, ATITUDE E A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR 79 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 79 5.1 ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR 79 5.2 ENVOLVIMENTO E PROCESSO DECISÓRIO DE COMPRA 81 5.3 O QUE É UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA? 84 5.4 FATORES CONTROLÁVEIS E INCONTROLÁVEIS PELOS VAREJISTAS 87 5.5 ATITUDES DO CONSUMIDOR 88 5.6 ENTENDENDO A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR 91 6 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO E-COMMERCER 96 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 96 6.1 ENTENDENDO O E-COMMERCE 96 6.2 DETERMINANTES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE COMPRA ON-LINE 98 6.3 ELEMENTOS QUE INFLUENCIAM NA SATISFAÇÃO ON-LINE 100 6.4 ATRIBUTOS DO E-COMMERCE E COMPORTAMENTO CONSUMIDOR 102 6.5 CATEGORIAS DE PRODUTOS E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ON-LINE 105 6.6 SATISFAÇÃO DE COMPRA ON-LINE 107 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina Comportamento do Consumidor objetiva proporcionar uma refle- xão sobre como se dão as escolhas do consumidor no momento de decidir o que comprar e também como comprar, pois os consumidores são indivíduos complexos, suscetíveis a uma variedade de necessidades psicológicas e sociais, e as necessidades e prioridades de diferentes segmentos de consumidores di- ferem dramaticamente. Dessa forma, para projetar produtos e estratégias de marketing que atendam às necessidades do consumidor, os profissionais de marketing devem estudar o comportamento do consumidor em profundidade. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR > Conhecer o que significa o comportamento do consumidor. > Verificar as principais teorias sobre o comportamento do consumidor. > Analisar o papel do marketing e do neuromarketing no comportamento do consumidor. 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 1 COMPORTAMENTODO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE Esta unidade abordará os principais aspectos do comportamento do consu- midor. Como consumidor, todos somos únicos e essa singularidade se reflete no padrão de consumo e no processo de compra, ou seja, na forma como cada um consome. O estudo do comportamento do consumidor fornece razões pe- las quais os consumidores diferem entre si na compra de produtos e serviços. Todos os indivíduos recebem estímulos do ambiente e as especificidades das estratégias de marketing de diferentes produtos e serviços, e a resposta a esses estímulos se dá em termos de compra ou não de produto. Entre a etapa de receber e responder a estímulos, o consumidor passa pelo processo de tomar sua decisão. O estudo também apresentará outros aspectos relacionados ao comporta- mento do consumidor, a saber: teorias que afetam esse comportamento, o papel do marketing, o neuromarketing, segmentação do mercado e, por fim a sociedade e o consumo. 1.1 O QUE É O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O comportamento do consumidor (LIMEIRA, 2008) é muitas vezes mal inter- pretado e parece ser útil apenas para empresas grandes e sofisticadas. Nada poderia estar mais longe da verdade. Afinal, o comportamento do consumi- dor pode ensinar empresas de todos os portes sobre os padrões de consumo de seus consumidores, bem como as influências internas e externas que afe- tam os consumidores (Figura 1). 12 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: O CONSUMIDOR Fonte: Plataforma Deduca (2019). Ao entender o comportamento dos consumidores, as empresas podem criar produtos e serviços que forneçam mais valor aos consumidores. E, então, pode comercializar esses produtos e serviços de maneira que os consumidores en- tendam. O objetivo de estudar o comportamento do consumidor é motivar os clientes a comprar. Mas, o que é o comportamento do consumidor? O comportamento do consumidor representa o estudo de indivíduos e as atividades que ocorrem para satisfazer suas necessidades realizadas. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Essa satisfação vem dos processos usados na seleção e uso de produtos ou serviços quando os benefícios recebidos por esses processos atendem ou excedem as expectativas dos consumidores Para simplificar ainda mais a explicação, você pode pensar no comportamen- to do consumidor como o processo que determina o porquê, o quê, quem, quando e como o que o consumidor compra. O comportamento do consu- midor responde às seguintes perguntas (Quadro 1): QUADRO 1: QUESTIONAMENTOS SOBRE O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Questionamento Resposta Por que os consumidores compram? Os consumidores fazem compras por vários motivos: reforçar autoconceitos; manter seu estilo de vida; tornar-se parte de um grupo ou obter aceitação em um grupo ao qual eles já pertencem; para expressar sua identidade cultural. Quais fatores internos e externos influenciam suas compras? Cada consumidor é influenciado internamente por suas próprias atitudes, personalidade, percepções, autoconceitos e emoções. Ele também deve lidar com influências externas, como estrutura familiar, associação de grupo e crenças culturais. De quem eles compram? Os consumidores compram de empresas que atendem às suas necessidades psicológicas, fazendo com que se sintam bem-vindos, compreendidos, importantes e confortáveis. Quando eles compram? Os consumidores compram com base em seus padrões de consumo, que são determinados por seus grupos de influências (família, amigos entre outros). Como eles compram? Os consumidores passam por um processo de tomada de decisão que os orienta em suas compras. Esse processo leva em consideração as influências internas e externas do consumidor. Fonte: Elaborado pela autora (2019). 14 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O comportamento do consumidor fornece muitas informações sobre as pes- soas que compram seus produtos e serviços. Quando a empresa entende um consumidor, essa pode falar diretamente com ele e suas necessidades. Essa comunicação não apenas aumenta a capacidade do consumidor de enten- der o valor do seu produto, mas também aumenta as vendas, uma vez que os consumidores compram o que entendem e o que veem como valor. Hoje, os consumidores se deparam com uma variedade de seleção de produ- tos e a concorrência é acirrada entre as empresas. É por isso que a compreen- são do comportamento do consumidor é vital para o sucesso dos negócios. 1.2 TEORIAS COMPORTAMENTAIS SOBRE O CONSUMO O comportamento do consumidor é o estudo de como e por que as pessoas consomem produtos e serviços. Todo comportamento pode ser amplamente atribuído a três influências clássicas – as características particulares do indiví- duo, o ambiente que o cerca e a genética herdada que constitui a composi- ção biológica do indivíduo. A seguir, vamos ver algumas teorias que explicam o comportamento do consumidor. As teorias do comportamento do consumidor são uma extensão das teorias do comportamento humano. Embora nenhuma teoria seja unificadora, cada uma delas fornece uma peça única do quebra-cabeça para entender os pro- cessos psicológicos das pessoas e seus padrões de consumo. Quatro teorias se destacam como influentes para os profissionais de marketing. A) Teoria econômica de Alfred Marshall Marshall era um economista que afirmava que os consumidores compravam seus produtos e serviços com base naquele que oferecer a maior satisfação pessoal. No entanto, a teoria deu aos profissionais de marketing várias hipó- teses úteis, que incluem: Se o preço de um produto for menor, as vendas desse produto serão maiores. 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Quando houver um produto e um substituto, as vendas do substituto serão maiores se o preço for inferior ao preço do produto original. Quando a renda dos consumidores for maior, as vendas de um produto serão, portanto, maiores, desde que o produto não seja inferior. Portanto, a teoria de Marshall oferece uma maneira de os profissionais de mar- keting entenderem o comportamento dos consumidores quando fazem com- pras que exigem consideração racional. B) Teoria Psicanalítica Essa teoria remete a Sigmund Freud, o fundador da psicanálise. Embora ele próprio não estivesse preocupado com o comportamento do consumidor, suas teorias do comportamento humano eram revolucionárias. Freud acredi- tava que os humanos não são capazes de entender totalmente suas próprias motivações, pois os fatores psicológicos que os adaptam são em grande parte inconscientes. Uma parte importante da mente inconsciente é composta por fortes impulsos e desejos. Uma vez que esses desejos podem causar culpa e vergonha significativas quando surgem, as pessoas os reprimem. O trabalho de Freud implica que: fatores externos, como idade e renda, não podem explicar completamente o comportamento do consumidor, porque as motivações estão profundamente enraizadas na psique. Contudo, as mensagens de marketing que contêm um apelo emocional aos sentimentos, esperanças, aspirações e medos dos consumidores, em geral, são mais eficazes do que os apelos racionais. 16 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 C) Teoria Pavloviana O psicólogo russo Ivan Pavlov fez um experimento em que descobriu que, se tocasse um apito antes de alimentar um cão, ele poderia fazer com que o cão salivasse apenas tocando-o. Ele concluiu que grande parte do comportamen- to humano resulta de respostas condicionadas. Dessa forma, essa teoria é útilpara os profissionais de marketing. Ao estabe- lecer ou reinventar uma marca, pode-se usar esse conhecimento para ajudar a criar ou modificar hábitos do consumidor ou reforçar elementos de marca associados a experiências positivas do cliente. D) Modelo sociopsicológico vebleniano Essa teoria do economista Thorstein Veblen supõe que os seres humanos são seres sociais que se adaptam aos padrões da cultura e subgrupos em que vi- vem. Assim, as necessidades e desejos individuais dos indivíduos são criados e influenciados pela participação no grupo. Esse aspecto auxilia o marketing a entender as influências sociais que afetam os consumidores, a fim de com- preender melhor a demanda de um produto ou serviço. Portanto, o produto ou serviço que um consumidor compra é de grande in- teresse para o estudo do marketing, pois isso pode ajustar a descobrir como um produto está mais bem posicionado para incentivar os consumidores a aumentar seu consumo (aí é que entram as teorias do comportamento do consumidor). 1.3 MARKETING E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Os estímulos de marketing (Figura 2) nos cercam, à medida que anúncios, lo- jas e produtos competem pela atenção e pelo dinheiro do consumidor. 17 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 2: MARKETING Fonte: Plataforma Deduca (2019). Os anúncios mostram como os indivíduos devem agir em relação à reciclagem, con- sumo de álcool, tipos de casas e carros que desejam possuir. De muitas maneiras, está-se à mercê do marketing. As implicações de marketing ilustram como os profissionais dessa área aplicam conceitos ao comportamento do consu- midor no mundo real. Em geral, a pesqui- sa do consumidor ajuda os profissionais de marketing a desenvolver planos espe- cíficos de produtos, além de estratégias mais amplas para segmentação e posicio- namento do mercado, e a tomar decisões sobre os componentes do mix de marke- ting (o tradicional 4Ps – Produto, Preço, Praça e Promoção) (Ilustração 1). O marketing é o processo que visa satisfazer às necessidades individuais e organizacionais, criando, oferecendo e trocando produtos fabricados de forma competitiva que agregam valor aos compradores. 18 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3: MIX MARKETING Produto – embalagem, qualidade, aparência, serviço pré e pós-venda, marca, tamanho... Preço – condições de pagamento, descontos, parcelamento, preço normal... Praça – canais de distribuição, tipos de intermediários, armazenagem... Promoção – força de venda, publicidade, propaganda, mídias, mensagens... Mix marketing Fonte: Elaborada pela autora (2019). Depois que é desenvolvida e implementada uma estratégia adequada, os pro- fissionais de marketing precisam de pesquisas para determinar como a estra- tégia está funcionando e se está obtendo os resultados esperados. O que um consumidor valoriza em um produto pode não ser o mesmo que outro consu- midor valoriza. Por exemplo, considere o mercado de carregadores de plug-in para baterias. A Energizer conduziu uma pesquisa com consumidores e des- cobriu que a maneira como as pessoas usam carregadores é muito diferente. No ponto de vista das mulheres, o carregador deveria ser fácil de usar e ins- tantaneamente compreensível, enquanto os homens apontaram não gostar de carregadores simples. Com isso, a Energizer desenvolveu o Dock & Go para homens (com luzes que mostra quando o carregamento está em andamento e quando está completo), e o Easy Charger para mulheres (com leituras que mostram cada estágio do ciclo de carregamento). Dessa forma, a pesquisa com consumidores pode ajudar a identificar consu- midores que têm necessidades que não estão sendo atendidas e pode revelar o tamanho e a lucratividade de cada segmento. Depois de determinar como o mercado é segmentado e se é potencialmente lucrativo, o departamento de marketing da empresa precisa aprender sobre as características dos consumi- dores em cada segmento, como idade, educação e estilo de vida. 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Essas informações ajudam os profissionais a projetar se o segmento crescerá ou diminuirá com o tempo, um fator que afeta futuras decisões de marketing. Assim, o marketing é um processo que in- clui a comunicação de todas as informa- ções que os vendedores desejam com- partilhar com os consumidores, desde o momento em que um produto ou serviço é uma ideia por meio de sua compra, uso, avaliação e descarte pelo cliente. 1.4 NEUROMARKETING O neuromarketing surgiu como uma sub- categoria da neuroeconomia, que aplica descobertas e metodologias neurocientí- ficas à pesquisa econômica, a fim de in- vestigar comportamentos economica- mente relevantes. Em vez de se concentrar apenas em entender melhor os processos de tomada de decisão dos indivíduos, as técnicas de neuromarketing abordam problemas relevantes de marketing, tes- tando e registrando a reação de um indivíduo a um certo estímulo com a in- tenção de revelar as preferências do consumidor. Os executivos de marketing e publicidade normalmente têm medo do que os estu- dos de neuromarketing (Figura 3) possam revelar. Afinal, um modelo científico de persuasão pode fornecer evidências em- baraçosas ou prejudiciais ao fracasso de campanhas anteriores que desperdiça- ram milhares, senão milhões, de dólares. Muitas vezes, as descobertas de neuroma- rketing são surpreendentes e questionam o que aprendemos e aplicamos há déca- das. Elas nos dizem porque tantos de nos- sos esforços para influenciar, vender ou convencer não funcionaram. Os executivos da Harley-Davidson viajam regularmente com membros do Harley Owners Group para descobrir o que satisfaz os compradores de motocicletas e o que mais eles estão procurando. A combinação dessas informações com dados de outras pesquisas ajuda a empresa a ter novas ideias de produtos e a promover novas motos para clientes atuais e potenciais. A neuroeconomia como campo interdisciplinar cruza as fronteiras entre economia, psicologia e neurociência, fornecendo um teste para um grande número de teorias competitivas da tomada de decisão. 20 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4: NEUROMARKETING Fonte: Deduca (2019). Segundo Camargo (2013), o neuromarketing tem ligação com a neurociência, a qual é baseada na investigação da estrutura e função do cérebro. O campo da neurociência (SHIGAKI; GONÇALVES; SANTOS, 2017) é fundamentado na investigação da estrutura e função do cérebro. Certas estruturas cerebrais es- tão associadas ao processamento de produtos, preços, anúncios e marcas. No entanto, os padrões de ativação neural devem ser interpretados com cau- tela, pois a ativação de uma determinada área pode ter um significado dife- rente, dependendo do contexto. Para entender melhor a funcionalidade do cérebro, estruturas proeminentes do cérebro são descritas a seguir: Recompensas Reforçam positivamente o comportamento e dependem das expectativas aprendidas, do contexto, do tempo e da dimensão da recompensa. Punição Os estímulos de punição podem ser descritos como motivações que são gastas para reduzir ou evitar um determinado evento. 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Tomada de decisão O entendimento desse processo é relevante para a pesquisa do consumidor, pois os consumidores são confrontados com a tomada de decisões em quase todas as situações de compras. Portanto, os dados obtidos com o emprego de técnicas de neuromarketingpodem fornecer informações significativas para a criação de campanhas pu- blicitárias direcionadas, o design de novos produtos ou ambientes de compras e a determinação dos motivos subjacentes às preferências do consumidor por determinadas marcas. Assim, o neuromarketing pode ser considerado uma subárea mais radical e muito mais específica da neuroeconomia. 1.5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Segmentação de mercado é o método para dividir os mercados em grupos menores e homogêneos de possíveis clientes que refletem características, de- sejos e necessidades semelhantes. Ou seja, uma empresa oferece produtos e serviços adaptados às necessidades e aos desejos dos consumidores em um segmento específico. Os segmentos podem ser identificados examinando as diferenças demográficas – idade, sexo, tamanho da família, renda, ocupação, educação, religião, raça, nacionalidade; psicográficas – classe social, estilo de vida, tipo de personalidade; e comportamentais – uso do produto (por exemplo, usuários leves, médios e pesados), lealdade à marca (nenhuma, média, alta). 22 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Por exemplo, um fabricante de automóveis pode identificar diferentes tipos de consumidores, preferindo diferentes estilos de carros, para segmentar seus mercados. Talvez seja possível identificar que compradores mais jovens de carros, com altas rendas, terão mais chances de comprar um carro esportivo, enquanto uma população idosa de compradores pode estar mais apta a com- prar um carro urbano. Depois que esses segmentos são identificados, os profissionais do marketing podem desenvolver diferentes mixes de marketing direcionados a cada seg- mento. Dessa forma, pode-se identificar uma série de revistas especializadas que o mercado jovem e rico lê com a finalidade de exibir seus anúncios de carros esportivos nessas revistas. Para que a segmentação ocorra, é preciso: Os segmentos devem ter potencial de lucro suficiente para justificar o desenvolvimento e a manutenção de um mix de marketing. O consumidor deve ter necessidades heterogêneas (diferentes) para o produto. As necessidades segmentadas dos consumidores devem ser homogêneas (semelhantes). 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A empresa deve ser capaz de alcançar um segmento com um mix de marketing. Deve ser capaz de medir características e necessidades dos consumidores para estabelecer grupos. Para ser um alvo eficaz, um segmento de mercado deve ser identificável, consi- derável, estável e crescente, acessível e congruente com os objetivos e recursos de marketing. O processo de segmentação é realizado nas seguintes etapas (Quadro 2): QUADRO 2: ETAPAS PARA REALIZAR A SEGMENTAÇÃO DE UM MERCADO Etapas Breve descrição 1. Identificar o mercado principal Breve descrição 2. Determinar se o seu mercado principal se qualifica para a segmentação Esta etapa é vital porque é a base da criação de seus segmentos. 3. Avalie seu mercado principal em busca de sucesso em potencial A ideia de segmentação é criar mensagens de marketing com melhor desempenho; portanto, nesta etapa, avalia- se esse potencial. 4. Identifique as possíveis necessidades do cliente Para falar diretamente com a mensagem de marketing, deve-se identificar as necessidades dos seus clientes. 5. Identifique submercados em seu mercado principal. Aqui se determina se há pequenos grupos dentro do mercado principal que se beneficiariam da segmentação. 6. Identifique as dimensões do segmento Nas etapas 4 e 5, identificam-se as variáveis que são usadas no processo de segmentação. Essas variáveis identificam o mercado-alvo, que representa o mercado principal e os submercados desse grupo. Dentro desses grupos, os clientes terão semelhanças e diferenças. 7. Avalie os segmentos de mercado Aqui se estima o tamanho e o potencial de receita dos segmentos de mercado. Isso é importante para avaliar o tamanho de um segmento de marketing antes de investir tempo, dinheiro e recursos que talvez não sejam recuperados. Fonte: Elaborado pela autora (2019). 24 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.6 SOCIEDADE E CONSUMO O surgimento do individualismo e a popularidade do indivíduo, e a busca de suas próprias necessidades tornaram-se mais importantes do que a preocu- pação com as necessidades da sociedade em geral. Além disso, ser capaz de perseguir objetivos individuais significava ter a capacidade de consumir o que se pudesse obter. O conceito que emergiu desse ponto de vista se tornou uma questão central na maioria das sociedades modernas. A decisão de o consumidor consumir ou não apresenta os seguintes impac- tos na sociedade: A) Resultados econômicos O impacto cumulativo das decisões de compra dos consumidores, incluindo a decisão de renunciar ao consumo, é um dos principais determinantes do estado da economia de um determinado país. As decisões dos consumidores sobre comprar ou economizar afetam o crescimento econômico, a disponibi- lidade e o custo de capital, os níveis de emprego e assim por diante. Os tipos de produtos e marcas adquiridos influenciam a balança de pagamentos, as taxas de crescimento do setor e níveis salariais. B) Resultados do ambiente físico Os consumidores tomam decisões que têm um grande impacto nos ambien- tes físicos de suas próprias sociedades e de outras sociedades. Por exemplo, as decisões das pessoas de consumir carne como fonte primária de proteína resultam na derrubada de florestas tropicais para pastagens, na poluição de muitas bacias hidrográficas devido a confinamentos em larga escala e no uso ineficiente de grãos, água e energia para produzir proteínas. C) Bem-estar social As decisões dos consumidores afetam o bem-estar social geral de uma so- ciedade. As decisões sobre quanto gastar em bens privados (compras pesso- ais), em vez de bens públicos (apoio à educação pública, parques, assistência médica e afins), com frequência, são tomadas indiretamente pelos represen- tantes eleitos dos consumidores. Essas decisões têm um grande impacto na qualidade de vida geral de uma sociedade, ou seja: 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O consumo prejudicial afeta a sociedade e os indivíduos envolvidos. Os custos sociais de doenças induzidas pelo fumo, alcoolismo e abuso de drogas são surpreendentes. À medida que as atividades de marketing aumentam ou diminuem o consumo prejudicial, elas têm um grande impacto no bem-estar social de uma sociedade. Dessa forma, o marketing é muitas vezes vinculado a vários problemas da socieda- de, incluindo poluição, materialismo, de- pendência de álcool e nicotina, obesida- de e nutrição deficiente e a difamação de valores culturais. Porém, de outro lado, o marketing contribuiu positivamente para a qualidade de vida dos consumidores, reduzindo os custos de pesquisa, promo- vendo a inovação e amplas opções de produtos, facilitando a aquisição de pro- dutos e reduzindo os preços por meio do aumento da concorrência. Para tanto, o consumidor possui seu poder para decidir o que quer consumir ou não e assim ava- liar o que é melhor para ele. O filme “Os delírios de consumo de Becky Bloom (2009)”, o qual foca no consumismo desenfreado, conta a história de uma garota que adora fazer compras e seu vício a leva à falência. Dirigido por P. J. Hogan, com duração de 146 minutos. 26 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou a apresentar uma reflexão sobre como os consumido- res assumem váriasformas, desde, por exemplo, uma criança de 8 anos que pede à mãe uma boneca Frozen Elsa até um executivo de uma grande corpo- ração que ajuda a decidir sobre um sistema de computador multimilionário. Desse modo, vimos que um consumidor é uma pessoa que identifica uma necessidade ou desejo, faz uma compra e, em seguida, descarta o produto durante as três etapas do processo de consumo. Em muitos casos, no entan- to, pessoas diferentes desempenham um papel nessa sequência de eventos. Também vimos que as empresas, quase sempre, não conseguem entender o que seus consumidores querem e precisam antes de criarem suas estratégias de marketing. Eles não têm conhecimento do que influencia seus consumi- dores. Portanto, a avaliação e a compreensão do comportamento do consu- midor devem sempre ocorrer antes do desenvolvimento de uma estratégia ou plano de marketing. > Conhecer a hierarquia de Maslow. > Verificar a natureza das necessidades humanas. > Analisar as escolhas individuais. > Analisar a influência do marketing no comportamento do consumidor. OBJETIVO Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR UNIDADE 2 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 2 MOTIVAÇÕES DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE A área de estudo do comportamento do consumidor está centrada em dinâ- micas comportamentais de pessoas (ou mesmo, grupos e a própria sociedade) decidem adquirir (fazer uso) de algo. E isso não se aplica apenas a produtos (um smartphone, ou uma roupa) também engloba serviços, ideias ou mesmo, algu- ma experiência que satisfaça algum incômodo pessoal ou coletivo. Estão aqui incluídos desejos ou necessidades (uma demanda que mobiliza o sujeito). Nesta unidade, seguiremos por um itinerário que nos auxilie na compreensão de fatores e determinantes do comportamento do consumidor. Neste sentido nossa intenta será discutir teorias psicológicas que nos guiem na construção de entendimentos sobre a motivação, especialmente aquelas que se ancoram na perspectiva das necessidades como fator mobilizador do comportamento humano, com ênfase no ato de consumir. FIGURA 1 Fonte: Plataforma Deduca (2019) 29 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As pesquisas desenvolvidas pelas Ciências Psicológicas trouxerem progressos significativos sobre a forma como podemos entender e comportamentos e es- colhas que fazemos em nosso dia a dia. Ao ter contato com os conhecimentos apresentados nesta unidade, não duvido que você se espante com ideia de que nem sempre funcionamos de forma racional. Mas, compreenderá, gra- dativamente, que muitos de nossos comportamentos são dotados de uma racionalidade muito própria, e normalmente são ditados e “provocados”, mo- bilizados por “motivos” (necessidades, desejos, etc.) que podem, ou não, serem necessariamente observáveis num primeira “olhada”. 2.1 HIERARQUIA DE MASLOW A fim de elucidarmos o que mobiliza as pessoas a consumirem algo (objetos, tecnologias, experiências etc.) precisamos ter clareza sobre qual mecanismo agem estes vetores. Para as Ciências Psicológicas é o Processo Básico da Moti- vação que move uma pessoa a agir. Segundo Robbins, Judge e Sobral (2014), etimologicamente, a palavra “motivação” tem sua origem do verbo latino “mo- vere”, e designa mover (mover algo ou mover-se em direção a algo). Os autores destacam ainda que este processo psicológico básico se configura a partir de três dimensões distintas: • Intensidade: aqui, temos a dimensão que abarca a quantidade de esforço a ser despendida no alcance de um dado objetivo. Quando pensamos sobre consumo este é um elemento central na busca por algo, mas apenas uma intensa vontade de algo intensidade não é suficiente na garantia para um objetivo ser atingido; • Direção: quanto a esta dimensão seu funcionamento se dá no intuito de orientar para qual objetivo será buscado. Somado à dimensão da intensidade, funciona como uma bússola que canaliza a intensidade a ser empregada em uma dada direção, e; • Persistência: ao se delimitarem intensidade e direção, testa estabelecer uma medida temporal em que uma pessoa será capaz de manter o seu esforço e é aí que entra o terceiro elemento da motivação, a persistência. 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Uma das teorias que se prestam a discutir este processo psicológico básico é a apresentada pelo americano Abraham Maslow. Segundo a teorização, por ele apresentado, todo ser humano é mobilizado por necessidades, classificadas em cinco categorias e, geralmente, apresentadas em forma de uma pirâmide. Neste modelo existem categorias de nível inferior, denominadas categorias da base (necessidades fisiológicas e de segurança), e categorias de nível supe- rior, categorias do meio (necessidades sociais, de estima) e do topo da pirâmi- de (necessidades de autorrealização). Para o Maslow, na dinâmica social e humana, nenhuma necessidade é possível ser plenamente satisfeita. Entretanto, à medida que uma necessidade seja sa- tisfatoriamente (razoavelmente) atendida, ela perde força mobilizatória e não motiva mais o indivíduo. Ao passo que isto ocorre, a próxima necessidade (na hierarquia piramidal de necessidades) passa a ser dominante e, por conse- guinte, o próximo alvo a ser buscado emerge como foco da ação do indivíduo. O movimento é sempre de baixo da pirâmide me direção ao topo. Maslow estabeleceu as categorias das necessidades por ordem de dominân- cia, numa dinâmica de hierarquia: 1ª categoria hierárquica – as necessidades FISIOLÓGICAS: atendidas aqui como àquelas mais básicas do homem (comida, água, sono, reprodução, excreção, sexo). 2ª categoria hierárquica – as necessidades de SEGURANÇA: as quais contem- pla, necessidades básicas de nível mais alto que a categoria anterior. Estão relacionadas a necessidade de sentir-se seguro frente tanto a danos físicos quanto danos emocionais (moradia como abrigo, emprego/trabalho/renda para manter as necessidades fisiológicas, assistência médica etc.). 3ª categoria hierárquica – as necessidades SOCIAIS: são aquelas necessidades re- presentadas pelos sentimentos de afeição ou de pertença a grupos de referên- cias e que, em geral, mobilizam sensação de bem-estar (afeição, amizade, ser sócio de um clube, de uma classe profissional, de um movimento religioso etc.). 4ª categoria hierárquica – as necessidades de ESTIMA: estas são necessidades que representam a emergência de fatores internos relacionados à estima, ao reconhecimento, à autonomia e à realização. 5ª categoria hierárquica – as necessidades de AUTORREALIZAÇÃO: no topo das necessidades identificadas por Maslow aparecem aquelas que abarcam todo o potencial de desenvolvimento pessoal do indivíduo. 31 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2 Fonte: Plataforma Deduca (2019). Entretanto, vale salientar que, muitos teóricos da psicologia tecem suas críti- cas à teoria de Maslow, argumentando que esta carece de respaldo acadêmi- co (entendem que as pesquisas realizadas com o intuito de comprová-la não apresentam dados científicos, ou mesmo empíricos, suficientes que validem esta teoria). A seguir, apresentamos um sumário da teoria de Maslow: 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR QUADRO 1 Autor Definições Abraham Maslow (Teoria da Hierarquia das Necessidades) a. Motivações são necessidades não satisfeitas. b. As necessidades podem ser organizadasem uma escala ou hierarquia. c. As necessidades mais básicas têm prioridade. d. Necessidades superiores só surgem na medida em que necessidades básicas são atendidas. Fonte: Adaptada de Robbins, Judge e Sobral (2014) Apesar disso, não é difícil encontram muito de sua teoria aplicada por profissio- nais de áreas como Gestão, Marketing e mesmo da própria Psicologia. A teoria maslowniana preconiza a diferenciação de necessidades com desejos, aquilo que era considerado desejo em meados do século XX (período da construção da teoria) são necessidades marcantes em nossa época contemporânea (por exemplo, celular e um automóvel). Além disso é preciso ainda reconhecer que novas necessidades surgem a todo instante (computador, redes sociais etc.). 2.2 A NATUREZA DAS NECESSIDADES HUMANAS. Consumo é algo que transcender as trocas e relações econômicas. O simples respirar é consumir um recurso vital à existência (humana, animal, de plantas etc.). É preciso compreender que o consumo retrata discutir dimensões que vão além de fazer uso de mercadorias. Há por trás de todo o ato de se consu- mir, um conjunto de questões humanas, físicas, sociais que implicam a deci- são de fazê-lo. Segundo Kasser e Ryan (apud CICCOTI, 2010), pessoas são motivadas pela sa- tisfação intrínseca de suas ações e tendem a ser mais felizes em sua vida e possuem melhores índices de saúde mental do que aquelas que correm atrás de motivações extrínsecas como riqueza, renome e a imagem. Um questionamento que no instiga, quando da discussão sobre a motivação e recai as implicações desta sobre as necessidades humanas. A fim de ilustrar melhor isso vamos fazer um exercício metal. Leia a reflexão proposta abaixo: 33 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 “Por que é melhor nunca ser pago para fazer aquilo que se gosta?” Para responder a isso proponho que você analise a seguinte situação: “Toda a quarta-feira (a partir das 22 horas, nos meses de junho, julho e agosto), você, junto com mais três pessoas, pegam a Kombi da Igreja de que você participa, ou do grupo de amigos que você tem (sei lá, seja um pouco inventivo), e saem nas ruas da sua cidade, distribuindo cobertores e sopa quente para as pessoas que vivem como mendigos e dormem na rua. Por mais que as pessoas façam críticas às suas ações, você gosta muito de fazer isso, pois por algum motivo você sente prazer com isso. Certo dia, o Padre resolve mudar o esquema de trabalho, e anuncia que vocês quatro receberão, a partir de então, uma ajuda de custo que cubra as despesas e ainda sobre alguma coisa. Todos pensam: ‘vou ser pago para fazer o que gosto”. O que você acha que pode acontecer? Se sentirá mais ou menos motivado para continuar fazendo o que você fazia? Quais necessidades estão mobilizan- do a ação das pessoas? Um estudo desenvolvido nos Estados Unidos propôs a seguinte situação: “[...] participantes recebiam 1 dólar a cada vez que conseguiam encontrar, no tempo estabelecido, a solução de um quebra-cabeça que o pesquisador, no tempo estabelecido, lhes apresentava. Outro não recebia dinheiro algum. Dizia-se então que a experiência tinha terminado e propunha-se aos sujeitos que participassem livremente da resolução de outros quebra-cabeças. Mediu-se o tempo que eles dedicaram aos jogos e percebeu-se que aqueles que haviam sedo pagos dedicaram duas vezes menos tempo que os outros nesta nova série. O fato de receber dinheiro havia diminuído a motivação intrínseca desses participantes” (CICCOTTI, 2010, p.300-302). Segundo Ciccotti (2010), o entendimento a que os pesquisadores deste estudo chegaram foi de que o comportamento (ou pelo menos, aquilo que o provoca – atenção a uma necessidade) pode reduzir a motivação em trabalhar pelo prazer que isso proporciona (o significado que esta necessidade tem para o indivíduo). Este enfraquecimento se dá pelo fato de o indivíduo atribuir a origem de sua ação não a si mesmo, mas a satisfação de uma dada necessidade. Ele terá me- nos autodeterminação e a isso se seguir baixo o nível demandado pela neces- sidade. É como se o próprio comportamento se aprisionasse num turbilhão de desvalorização do que se faz, ou vice-versa. Há que se considerar que certas for- mas de atender a necessidades dos indivíduos, ou sociais (mas por ele entendias 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR como tal), em muitos casos, é dar espaço para que o indivíduo possa escolher os próprios caminhos. Isso tende a aumentar a motivação humana. O autor ainda aponta que, em geral, a chave para se compreender por alguém escolhe esta ou aquela peça de roupa, por exemplo, está diretamente ligado a identificar que tipo e em que nível uma necessidade surge e precisa ser aten- dida. Normalmente ser desafiado, e alinhar isso a algum ganho, que dependa dele, não da “boa vontade” de alguém, tem se mostrado mobilizador de com- portamentos mais motivados. Além da Teoria de Maslow, ainda podemos destacar outras duas que, numa próxima ótica, sinalizam e descrevem a dinâmica motivacional que mobiliza as pessoas a se comportarem. Na sequência, temos uma tabela explicativa com as teorias de motivação: QUADRO 2 Autor Definições Alderfer (Teoria ERC) a. Semelhante à teoria de Maslow, mas não há hierarquia no desenvolvimento nem prioridade. b. Várias necessidades podem ser “ativadas” ao mesmo tempo, conforme a situação. c. Frustração de necessidades superiores aumenta as necessidades inferiores (regressão) McLelland (Teoria das Necessidades Adquiridas) Identificou 3 grandes necessidades. A intensidade delas varia de pessoa para pessoa: a. Realização (n-Ach): busca da qualidade, sucesso, desejo de fazer melhor, de solucionar problemas, de empreender (Alto n-Ach é sentir-se motivado por desempenho, gosto por responsabilidade, feedback e riscos moderados. b. Poder (n-Pow): busca do controle e influência sobre as pessoas, status, prestígio, comando (Alto n-Pow é o tipo de motivação encontrado, em líderes, alta necessidade de poder, baixa necessidade de associação). c. Associação (n-Afil): busca da aceitação, harmonia, socialização, amor e amizade (Alto n-Afil é motivar-se pelo relacionamento com as pessoas). Fonte: Adaptada de Robbins (2002). 35 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Numa comparação entre essas teorias que se focam na finalidade, veja a tabe- la ilustrativa: QUADRO 3 TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES TEORIA ERC TEORIA DAS NECESSIDADES ADQUIRIDAS Autorealização Crescimento Realização Estima Poder Sociais Relacionamento Afiliação Segurança Existência Fisiológicas Fonte: Chiavenato (2004). Como é possível perceber, na vida cotidiana, tanto as relações sociais mais gerais quanto àquelas da esfera mais privada e íntima, são impactadas por questões econômicas, sociais, políticas. Questões que geram necessidades das mais variadas ordens. A legitimação e a disseminação do que somos ou seremos não acontece de maneira abstrata ou isolada. As necessidades que nos mobilizam são fruto destas trocas sociais e humanas, físicas e ambientais. Aquilo que somos está intimamente ligado ao momento sócio histórico em que nos encontramos. De forma sintética, podemos entender que a relação entre motivação (neces- sidade + ação) e comportamento se estabelece a partir de 4 fatores mediado- res: o significado da necessidade, os sistemas de recompensas e punições, o ambiente psicossocial (tomada de decisão e estilo de vida) e os valores pesso- ais e sociais. Estas relações estão diretamente vinculadas a consumo de serviços e de con- teúdos. Uma mudança clara na qual o consumo ganha destaque. Quem já não “postou” uma hashtag para sinalizar uma ação ouuma preferência. Esta forma de agir reflete e é reflexo de um modo de ser, influenciado pela “mão invisível” do consumo (que visa atender esta ou aquela necessidade). 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 2.3 ABORDAGENS DE SETH, NEWMAN E GROSS SOBRE ESCOLHAS INDIVIDUAIS. Na visão de Sheth, Newman e Gross (1991), o consumidor escolhe este ou aque- le item ou serviço tendo por referência uma multiplicidade de valores atribuí- dos ao consumo. Para tanto, estruturam um modelo explicativo que se funda- menta em cinco dimensões de valor: FIGURA 3 Valor Emocional Valor Epistêmico Valor Funcional Valor Condicional Valor Social Comportamento de Escolha do Consumidor Fonte: Adaptada de Sheth, Newman e Gross (1991). a. Funcional; Segundo Sheth, Newman e Gross (1991) o valor funcional corresponde àqueles valores considerados essenciais para toda a dinâmica do ato de consumidor (leia-se a tomada de decisão) e refere-se à influência (explicitamente) a esco- lha a ser feita pelo indivíduo (consumidor). 37 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 Fonte: Plataforma Deduca (2019). Este valor está relacionado a atributos como preço e qualidade, que são con- siderados os principais determinantes dos comportamentos do consumidor, bem como de suas preferências. Para os autores, o valor funcional, retrata a utilidade econômica ou mesmo às qualidades percebidas, bem como do va- lor monetário, oriundo daqueles atributos concernentes ao produto. b. Social; Sheth, Newman e Gross (1991) entendem que o designado valor social designa a um valor que ocorre quando, diante de uma associação com ou mais grupos específicos, uma alternativa é adquirida. Sendo negativa ou positiva, tende a representar benefícios oriundos de relacionamentos interacionais entre pes- soas ou grupos. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 5 Fonte: Plataforma Deduca (2019). A este valor, estão alinhadas questões como classe social, valor simbólico, gru- pos de referência e de opinião. Especialmente, sobre o consumo do indivíduo, suas escolhas são influenciadas por amigos, familiares ou colegas de trabalho que o circundam, enquanto contexto social. c. Emocional; Este valor está relacionado aos sentimentos e estados afetivos de um indivíduo. FIGURA 6 Fonte: Plataforma Deduca (2019). 39 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para Sheth, Newman e Gross (1991), tanto precipitados ou perenes, os valo- res emocionais podem estar ligados a aspectos positivos, tais como lealdade, nostalgia e excitação ou a aspectos negativos, tais como medo, raiva e culpa. d. Epistêmico: Este valor refere-se a um estado de curiosidade das pessoas que irá consumir. Normalmente está relacionado a fatos e questões como novidades ou conhe- cimento sobre o produto, o serviço, ou mesmo a experiência. A tomada de decisão para o ato de consumir será orientada pelo nível e qualidade de curio- sidade que a situação demandar. FIGURA 7 Fonte: Plataforma Deduca (2019). Este valor é fácil de ser compreendido quando vemos as pessoas experimen- tam novas marcas ou novos produtos. e. Condicional. Este valor é orientado pelas de contingências físicas e/ou sociais que antece- dem o seu valor funcional ou social (aumentando-os ou diminuindo-os). 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 8 Fonte: Plataforma Deduca (2019). As escolhas são influenciadas pela situação específica (contexto e ambiente) a qual o indivíduo esteja vivenciando. Aliadas aos múltiplos valores se combinam, ainda, dimensões Cognitivas e afetivas de consumo. Neste sentido os autores destacam que a escolha do consumidor está organizada em duas premissas básicas: PREMISSA 1ª. Os valores de consumo contribuem diferentemente em situa- ções de escolha, de modo que, quando em aquisições de produtos/serviços análogos, diferentes serão os valores envolvidos na decisão de consumidor. Logo diferentes pessoas perceberão valores distintos de produtos/serviços análogos; PREMISSA 2ª. Os valores de consumo atuam de forma independente. Haja vista o ato de escolher ser influído por um valor em específico, ou mesmo, por vários valores de forma conjunta. Compreender a dinâmica produzida pela ação de tais premissas contribuem na previsão (mesmo que aproximada) de atitudes e comportamentos dos in- divíduos quando no ato de consumir, em especial no que se relaciona às suas tomadas de decisão de consumo. 41 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.4 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MARKETING A problemática da geração de informações em marketing é normalmente efe- tuada com a aplicação de pesquisas de mercado. Esta prática normalmente volta-se para o ambiente externo às organizações, às comunidades e à socie- dade, mais especificamente para o mercado (designado como informações externas). Como destaca Mattar (2014) a necessidade de informação para o planejamento e controle de marketing se caracteriza muito mais complexa e demanda buscar informações uma infinidade de fontes, inclusive, em muitos casos, no ambiente da própria organização que entregará o produto, serviço ou experiência a ser consumida (designado como informações internas). Segundo Mattar (2014) qualquer sistema de informações que se prese neces- sita trabalhar de modo a fornecer, aos interessados, um conjunto pertinente e relevante de informações sobre um determinando assunto. Seus elementos constituintes são: dados, processador, informação e controle. FIGURA 9: ELEMENTOS DO SISTEMA DE MARKETING DA ORGANIZAÇÃO E DE SEU MEIO AMBIENTE. Fonte: Mattar (2014, p.2) a. Dados – Entradas do sistema de informações. Oriundos de inúmeras fon- tes acessíveis. Enquanto estado bruto não são úteis. Precisam ser proces- sados e transformados em informação ser aplicada. b. Processador do sistema de informações – Constituintes do sistema que transformarão os dados em informações, este momento se inicia na cole- ta e segue até sua disseminação pelos usuários. 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR c. Informação – Resultado do sistema de informação, por meio do processa- mento dos dados. d. Controle – Análise e métrica das saídas do sistema em relação aos efeitos previstos. Para o autor, a partir da segunda meda do século XX, emergiu de maneira hegemônica, a perspectiva de que a informação, quando obtida e processada pelo sistema de informações de marketing, apresenta os requisitos necessá- rios para a realização de ações de planejamento e controle de marketing. Conforme ilustrado no esquema abaixo, vemos que a dinâmica de sistemas de informação de marketing vem sendo arquitetado de forma a garantir in- formações (internas e externas) suficientes para estruturar um plano de Ma- rketing consistente. FIGURA 10: MODELO GERAL DE PLANEJAMENTO E PLANO DE MARKETING Fonte: Mattar (2014, p.4) 2.5 A PESQUISA EM MARKETING. O autor destaca que as terminologias “pesquisa de mercado” e “pesquisa de marketing”, embora sejam muitas vezes utilizadas como análogas, não as são. Enquanto a “pesquisa de mercado” se restrinja ao “mercado” de uma organi- zação (ou a um produto, serviço ou experiência), a “pesquisa de marketing” abarca perscrutar todo o tipo de dado que aluda à atividade de marketing da organização. Desde elementos como levantamento de mercados, previsão 43 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDORMULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 de vendas/fornecimento, pesquisa de imagem da organização até pesquisas sobre demanda de produtos, serviços e experiências no mercado. A função da pesquisa de marketing é interconectar o consumidor (o cliente ou público) ao marketing através da informação, e tem como premissa iden- tificar e definir tanto oportunidades quanto ameaças, de maneira a gerar, re- finar, avaliar e aperfeiçoar a ação e o desempenho de uma organização no mercado, na sociedade. Mattar (2014), entende que a pesquisa de marketing em sua operacionalida- de, formula, administra e implementa a coleta e processamento de dados; e assim, ao analisar os resultados encontrados, disponibiliza opções e implica- ções a serem consideradas. Para McDaniel e Gates (2004), a pesquisa de marketing configura-se como um conjunto de técnicas que geram um fluxo de informações confiáveis, oportunas e relevantes sobre que irá consumir, e trazem a luz pensamentos e ideias sobre bens e serviços tanto correntes quanto desejados. Enquanto processo sistemático e objetivo, a pesquisa de marketing se de- bruça nas ações de identificação, de coleta, de análise e, o mais importante, de disseminação das informações, pois consiste visando no aprimoramento do processo de tomada de decisão em relação à identificação e à solução de problemas em marketing. Pense comigo: você, o gestor (seja ela uma indústria, uma consultoria, um supermercado, uma ONG de cuidados médicos, etc.) precisa compreender quais fatores influenciam o processo para que as pessoas conheçam sua or- ganização, e isso inclui as condições econômicas em geral, tecnologias de- mandadas, políticas norteadoras e legislação vigente. Ah, não se esqueça de outras organizações concorrentes, bem como das mudanças sociais e cultu- rais emergentes. Além, obviamente, de fatores que delimitam os diversifica- dos grupos de consumo (consumidores, acionistas, funcionários e fornece- dores, etc.). Você precisará monitorar e considerar todas estas variáveis para tomar sua (s) decisão (ões). 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 2.6 A ELABORAÇÃO DO PLANO DA PESQUISA. Um plano de pesquisa de marketing, segundo Mattar (2014) envolve arquite- tar quatro diferentes etapas, concomitantes: a. Formulação do problema – Etapa em que se identifica ou formula o pro- blema de marketing a se resolver. É aqui se organiza as maneiras como serão recebidas contribuições decisivas para a consecução da pesquisa de marketing almejada. b. Planejamento – Nesta etapa são definidos os objetivos da pesquisa e toda a sua forma de funcionamento: a determinação das fontes de da- dos, a escolha do(s) método(s) de pesquisa e da(s) forma(s), da construção e teste do(s) instrumento(s) de coleta dos dados, da definição da amostra, dos procedimentos de campo, da elaboração do plano de processamen- to e análises, da definição dos recursos necessários (humanos, financeiros, tecnológicos e materiais), bem como da definição de uma estrutura para a equipe de pesquisa (responsabilidades e cronograma de cada etapa). c. Execução – Esta etapa trata-se da pesquisa propriamente dita e envolve três momentos diferentes: (i) o momento da preparação do campo: neste momento são construídos, testados e reformulados os instrumentos de coleta de dados; selecionada e treinada a equipe de coleta e distribuído o trabalho. (ii) o momento da realização do campo: aqui é efetivamente realizado o trabalho de coleta dos dados junto às fontes de dados. É o momento mais crítico da pesquisa, pois é aqui em mais incidem erros e atrasos, o que demanda uma maior e mais intensa supervisão e controle a fim de mitigá- los. Ou seja, são realizadas conferências, avaliações críticas, codificações, checagens e correções no instrumento de coleta de dados. (iii) o momento do processamento, análise, interpretação e conclusão: é quando são transformados os dados coletados em informações aplicáveis de marketing e servirão de subsídio para solucionar o problema que deu origem à pesquisa. Neste momento ocorrem a verificação do preenchimento dos instrumentos, codificação e digitação das respostas, processamento (geralmente eletrônico) dos dados, realização de cálculos, testes estatísticos, análises, interpretações e conclusões. Geralmente são utilizados métodos estatísticos e de computadores. d. Comunicação dos resultados – Etapa em que são apresentados os prin- cipais achados da pesquisa. É neste momento em são apresentados tam- bém, as considerações, sugestões e recomendações de ações relevantes e necessárias à sua solução almejada. 45 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade vimos que o que nos motiva a consumir este ou aquele produto, serviço ou experiência necessariamente tem relação direta com uma dada necessidade ou demanda. Foi neste sentido que exploramos a Teoria de Mas- low e outras teorias que nos ampararam neste debate. Vimos também a for- mação de diferentes tipos de valores e suas implicações no ato de consumir das pessoas. Para melhor compreender este tipo de situação faz-se neces- sário a criação de um sistema de informação de marketing que monitora os resultados da organização e as variáveis do ambiente externo. Muito do que se estrutura em termos de ações de marketing envolve subsistemas, como sistema de inteligência de marketing; sistema de registros internos; sistema de apoio às decisões de marketing e o sistema de pesquisa de marketing. Uma destas ações é a pesquisa de marketing que tem por objetivo agregar informações (que serão coletadas, identificadas, processadas, analisadas e disseminadas, sistemática e objetivamente). Assim como qualquer processo, a pesquisa de marketing precisa ser estrutu- rada respeitando uma sequenciação de etapas, nas quais sejam: (a) reconhe- cido um problema de pesquisa; (b) planejadas e executadas ações da pesqui- sa, e; (c) apresentados os resultados produzidos. É preciso não se esquecer que, em se tratado de projeto, uma pesquisa de marketing contempla: pro- blema, objetivos, hipóteses, delineamento dos tipos de pesquisa, das fontes de dados, das técnicas de coleta de dados, um plano de amostragem, cons- trução dos instrumentos de pesquisa, delineamento da forma de análise e da interpretação dos dados, a construção de um cronograma e o levantamento do orçamento necessário para sua consecução. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 OBJETIVO Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR > Analisar o papel da cultura no comportamento do consumidor. > Conhecer o papel das diferenças (idade, gênero e conflitos) no comportamento do consumidor. > Clarificar sobre o papel da percepção humana no comportamento de compra. UNIDADE 3 47 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 3 FATORES SOCIAIS, DEMOGRÁFICOS E PSICOLÓGICOS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE Quem já comprou ou recebeu algo de outras pessoas? Todos nós, é claro, so- mos todos consumidores uma vez ou outra. Mas também somos seres com- plexos e muitas vezes irracionais que nem sempre conseguem explicar nossas próprias ações. Essa característica dificulta ainda mais o trabalho dos gerentes de marketing, pois eles têm a tarefa de explicar o comportamento dos con- sumidores para que os profissionais do marketing tenham o melhor entendi- mento possível de seus clientes. Dessa forma, utilizando princípios e teorias da sociologia e da psicologia, os profissionais do marketing conseguiram decifrar muitas ações dos consumi-dores e desenvolver estratégias básicas para lidar com seu comportamento. Para entender o comportamento do consumidor, precisamos saber por que as pessoas compram produtos ou serviços. Geralmente, as pessoas compram um produto ou serviço em vez de outro porque percebem que é o melhor valor para elas; isto é, a proporção de benefícios em relação aos custos é mais alta para esse produto ou serviço do que para qualquer outro. Por exemplo, para tomar decisões que afetam resultados como a compra de novos produtos, os consumidores devem primeiro se envolver nos processos de fatores psicológicos. Eles precisam ser motivados, capazes e ter a oportuni- dade de serem expostos, perceber e atender às informações. Também, neces- sitam pensar e compreender essas informações, desenvolver atitudes sobre elas e formar memórias que possam recuperar durante o processo de decisão. Nesse contexto, esta unidade abordará os principais fatores sociais, demográfi- cos e psicológicos no comportamento do consumidor. Pois, quando se aborda esses fatores, uma questão importante para os profissionais do marketing é a extensão em que uma ou mais culturas ou segmentos globais de consumido- 48 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 res estão surgindo (MERLO; CERIBELI, 2014). Uma vez que a cultura influencia fortemente os fatores socais, demográficos e psicólogos que são considerados no comportamento do consumidor. Essa cultura tem um conjunto comparti- lhado de símbolos relacionados ao consumo com significado e conveniência comuns entre os membros. Portanto, esses indivíduos compartilham muitos valores e comportamentos relacionados ao consumo com indivíduos seme- lhantes em várias culturas nacionais, internacionais ou globais. Nesta unidade, veremos as seguintes temáticas: cultura e comportamento do consumidor; diferenças culturais; individualismo versus coletivismo; diferenças entre os indivíduos e o comportamento do consumidor; percepção humana e comportamento do consumidor; e influência da cultura brasileira sobre o consumidor. 3.1 A CULTURA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Um dos aspectos mais fascinantes e fundamental para a compreensão do comportamento do consumidor é a cultura, a bússola que guia e afeta todas as observações e decisões no que tange esta área. A cultura é composta por crenças, valores e tradições compartilhadas, aprendidas e praticadas por um grupo de pessoas, ricas ou pobres, educadas ou sem instrução, morando pró- ximas ou distantes, todas focadas em uma busca comum. Segundo Merlo e Ceribeli (2014, p. 20): A relação entre cultura e aprendizagem dá-se devido ao fato de que os novos membros de uma sociedade são expostos a um processo de socialização por meio do qual os indivíduos mais antigos compartilham crenças, valores e costumes com os novatos, que passam por um processo de aprendizado e internalização da cultura vigente naquela sociedade. Cultura refere-se ao sistema de símbolos que dão significado às atividades hu- manas. Ao longo da vida, fazemos parte de muitas culturas diferentes, muitas vezes interceptadas, como cultura nacional, musical, literária, estilo de vida e assim por diante. Essas culturas podem ter uma influência profunda nas atitu- des, crenças e valores que sustentam nossos comportamentos. 49 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 1: EXEMPLO DE CULTURA: O PROCESSO DE DESENHO DO ORNAMENTO DO HENNA MENHDI NA MÃO DA MULHER. Fonte: Plataforma Deduca (2019). A cultura pode ser definida como um sistema de valores coletivamente manti- dos. Os valores culturais compreendem um conjunto coletivo de crenças sobre o que é importante, útil e desejável. Ou seja, a cultura reflete a personalidade de uma sociedade. O vídeo “Bauman: consumismo e sociedade de consumidores” mostra a transformação das pessoas em mercadorias, uma característica da sociedade contemporânea. O link para vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=k9-8V95__AY. https://www.youtube.com/watch?v=k9-8V95__AY https://www.youtube.com/watch?v=k9-8V95__AY 50 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Quando se trata de cultura e valores, é importante fazer a seguinte distinção: Valor – a crença duradoura de que um modo específico de conduta é pessoal ou socialmente preferível a outro modo de conduta. Cultura – é o conjunto de valores, normas, atitudes e outros símbolos significativos que moldam o comportamento humano e os artefatos ou produtos desse comportamento, à medida que são transmitidos de uma geração para a seguinte. Dentro da cultura há as subculturas, que são grupos menores que compar- tilham alguns valores culturais com a sociedade em geral e, no entanto, de- monstram valores culturais e padrões de comportamento únicos dentro de um subgrupo individual. De acordo com Limeira (2008, p. 304): A cultura pode ser subdividida com base em características demográficas, regiões geográficas, aspectos étnicos, crenças políticas e crenças religiosas. Essa subdivisão dá origem às subculturas, que são grupos homogêneos de pessoas que compartilham elementos da cultura geral, bem como elementos específicos de seu grupo. Nas subculturas, atitudes, valores e decisões de compra das pessoas são até mais semelhantes do que na cultura geral. As subculturas oferecem oportunidades para os profissionais de marketing segmentarem a sociedade em grupos mais gerenciáveis os quais responderão de maneira semelhante a produtos e serviços baseados em suas necessidades e desejos em comum. (MERLO; CERIBELI, 2014) A cultura de um consumidor não apenas molda sua atitude em relação aos produtos e decisões de compra, mas também cria alguns prejuízos que estão 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR por trás do seu comportamento e dos seus padrões de consumo. Isto é, a cul- tura geralmente causa evasão de incertezas nos consumidores, a “evitação” de produtos que eles desconhecem ou que consideram incertos. Portanto, a falta de conhecimento sobre uma cultura pode causar prejuízo. É pre- ciso tomar cuidado e buscar compreender os valores, as crenças e todos os as- pectos contidos em determinadas culturas para as quais se está comercializando. 3.2 DIFERENÇAS CULTURAIS Um dos aspectos que levam a entender as diferenças culturais é conhecer os seus componentes, pois esta consiste em muitos itens que se inter-relacio- nam. O conhecimento de uma cultura também requer uma compreensão profunda de suas diferentes partes. O Quadro 1, a seguir, mostra os elementos que constituem uma cultura. QUADRO 1: ELEMENTOS DE UMA CULTURA Elementos Breve descrição Vida material Refere-se principalmente às tecnologias usadas para produzir, distribuir e consumir bens e serviços na sociedade. As diferenças no ambiente material explicam parcialmente as diferenças no nível e tipo de demanda de muitos bens de consumo. Linguagem Mesmo em idiomas iguais, significados e expressões variam muito entre os países. Um bom exemplo é o inglês. Palavras em inglês que soam completamente inofensivas em um país de língua inglesa geralmente têm um significado ofensivo em outro país anglo-saxão. Os erros de linguagem surgem facilmente como resultado de traduções descuidadas de publicidade slogans ou rótulos de produtos. Interações sociais Refere-se à maneira pela qual os membros da sociedade se relacionam. Uma das expressões mais cruciais das interações sociais é o conceito de parentesco. Esse conceito varia dramaticamente entre as sociedades. A maneira como as famílias são estruturadas tem ramificações importantes. As unidades familiares cumprem muitos papéis,incluindo apoio econômico e psicológico. Estética Refere-se às ideias e percepções que uma cultura defende em termos de beleza e bom gosto. As culturas diferem acentuadamente em termos de suas preferências estéticas, embora as variações sejam principalmente regionais, não nacionais. A estética desempenha um papel importante no design do visual do produto, incluindo componentes como a embalagem e o logotipo. 52 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Elementos Breve descrição Religião Refere-se à crença em agentes sobrenaturais. A religião desempenha um papel vital em muitas sociedades. Para apreciar os motivos, costumes e práticas de compra das pessoas, a conscientização e o entendimento da religião é fundamental. Quando a religião é uma parte importante da vida de um consumidor, as empresas consumidoras devem reconhecê-la. Educação A educação é um dos principais meios para direcionar a cultura de uma geração para a seguinte. Dois aspectos da educação são importantes para os profissionais do marketing que é o nível e a qualidade da educação. O nível e a qualidade da educação variam expressivamente entre os países. Sistemas de Valores Todas as culturas têm sistemas de valores (os quais estão enraizados) que moldam as normas e padrões das pessoas. Essas normas influenciam as atitudes das pessoas em relação aos objetos e códigos comportamentais. Os valores essenciais são intrínsecos à identidade e ao eu interior de uma pessoa. Fonte: Elaborado pela autora (2019). À medida que as empresas expandem suas operações globalmente, a necessida- de de entender as culturas de outros paí- ses se torna essencial. Pois, uma empresa tem poucas chances de vender produtos em uma cultura que não entende. Como as pessoas, os produtos têm valores e re- gras culturais que influenciam sua per- cepção e uso. A cultura, portanto, deve ser entendida antes que o comportamento dos indivíduos dentro do contexto cultural possa ser entendido. A linguagem é outro aspecto importante da cultura com o qual os profissionais do marketing global devem lidar. Ao traduzir nomes de produtos, slogans e men- sagens promocionais para idiomas estrangeiros, eles devem ter cuidado para não transmitir a mensagem errada. As cores, por exemplo, podem ter significados diferentes nos mercados globais. Na China, o branco representa o luto, e as noivas usam vermelho. Nos Estados Unidos, o preto é para luto e as noivas usam branco. 53 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 2: A IMPORTÂNCIA DE TOMAR CUIDADOS COM AS CORES NO MERCADO GLOBAL Fonte: Plataforma Deduca (2019). Também, as diferenças culturais afetam as relações comerciais no mundo do comércio eletrônico, especialmente nos esforços internacionais de formação de equipes. Problemas de idioma não são a única fonte do problema. As em- presas estrangeiras precisam ser aceitas pelo mercado local e entender a cul- tura comercial da região. A General Motors descobriu tarde demais que Nova (o nome de um carro econômico) significa literalmente “não vai” em espanhol. A Coors (Coors Brewing Company), uma das maiores cervejarias do mundo incentivou seus clientes de língua inglesa a “soltem-se” mas a frase em espanhol significa “Sofrer de diarreia”. O poder de comunicação da Internet pode ser transformado em um canal de falta de comunicação se esses fatores culturais forem ignorados. Saber qual nível de comunicação é apropriado para um certo nível de confiança é par- 54 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ticularmente importante em um ambiente baseado na Web, em o contato pessoal pode ser mais limitado. Conforme Merlo e Ceribeli (2014, p. 267): A Internet dá acesso aos consumidores a um conjunto amplo de informações, tornando-os mais bem informados a respeito de diferentes aspectos; por outro lado, a Internet está causando uma superexposição dos indivíduos à informação, que muitas vezes não conseguem filtrar de maneira eficaz o excesso de informações recebidas diariamente. Dessa forma, podemos apontar como possível efeito da pós-modernidade a busca dos consumidores pela simplificação da etapa de busca de informações do processo de compra, pois existem muitas informações disponíveis, muitas delas pouco relevantes para auxiliar a tomada de decisão. Além disso, a Internet viabilizou a troca de informações entre indivíduos localizados em diferentes regiões geográficas, maximizando o alcance e os efeitos da propaganda boca a boca. Com isso, as mídias tradicionais estão deixando de ser a principal fonte de informações dos consumidores durante o processo de decisão de compra. Portanto, as diferenças culturais entre os países podem existir em termos de estilos de vida, benefícios buscados, contextos de uso etc. Um exemplo é o uso de referências ao sexo em campanhas publicitárias. Embora as referências ao sexo não sejam incomuns em muitos anúncios ocidentais, o sexo raramente é usado na Ásia para promover produtos, devido a regulamentos e aceitação do mercado. 3.3 INDIVIDUALISMOS VERSUS COLETIVISMO Dentre os seguintes aspectos: recompensa, iniciativa individual e coopera- ção, quais são mais valorizados em uma cultura? As diferenças individuais são apreciadas ou condenadas? As recompensas e o status são dados a indivídu- os ou a grupos? As respostas a esses questionamentos revelam a orientação individual ou co- letiva de uma cultura. Segundo Solomon (2016), o individualismo é uma carac- terística definidora da cultura americana. Austrália, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia e Suécia também são relativamente individualistas. Taiwan, Coréia, Hong Kong, México, Japão, Índia e Rússia são mais coletivos em sua orientação. Essa característica é um fator-chave que pode diferenciar algumas culturas e influenciar no autoconceito dos indivíduos. Nesse contexto, podemos consi- derar as seguintes descrições: 55 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Alimentar-se sozinho é mais prevalente em culturas individualistas, como os EUA e a Hungria, do que em culturas coletivistas, como a Rússia e a Romênia. Serviços de cuidados de saúde e beleza os consumidores na Tailândia dão maior importância às relações pessoais com o provedor de serviços do que os consumidores dos EUA. Consumidores de países mais coletivistas tendem a ser mais imitativos e menos inovadores em suas compras do que os de culturas individualistas. Temas de anúncios como “seja você mesmo” e se “destaquem” geralmente são eficazes nos EUA, mas geralmente não são no Japão, Coréia ou China. Por exemplo, pode-se esperar que itens de luxo sejam menos importantes nas culturas coletivistas. No entanto, eles são muito importantes, mas por diferentes razões. Nas culturas individualistas, itens de luxo são comprados como um meio de auto expressão ou para se destacar. Isso geralmente não é o caso em sociedades asiáticas mais coletivistas. Mesmo em uma sociedade geralmente individualista, existem consumidores alocêntricos que preferem a interdependência e as relações sociais. Por outro lado, consumidores idiocêntricos que dão ênfase a liberdade e assertividade individuais. O comportamento desses dois tipos de consumidores reflete essas diferen- ças, ou seja: 56 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os consumidores idiocêntricos, por exemplo, demonstram mais interesse em esportes e aventura, satisfação financeira, jogos de azar e consciência de marca. Consumidores alocêntricos exibem mais interesse na consciência da saúde, socialização em grupo,leitura e preparação de alimentos. Portanto, consumidores de culturas com alto individualismo (muitas culturas ocidentais) colocam mais ênfase em si mesmos como indivíduos do que como parte do grupo; consumidores de culturas com alto coletivismo (muitas cul- turas orientais) enfatizam as conexões com os outros, e não com sua própria individualidade. Os profissionais do marketing podem aplicar essa distinção à maneira como retratam os consumidores nos anúncios de cada cultura – como indivíduos ou parte de um grupo, por exemplo. 3.4 AS DIFERENÇAS ENTRE OS INDIVÍDUOS E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Os consumidores passam por mudanças previsíveis em valores, estilo de vida e padrões de consumo à medida que avançam em seus ciclos de vida. Assim, pode-se identificar uma subcultura dentro de uma cultura segmentando os consumidores de acordo com a idade ou sexo. Ao entender as diferentes sub- culturas de idade e sexo, é necessário usar essas informações para atender sua mensagem de marketing e publicidade para atrair a atenção e conquistar seus negócios. 57 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Quando se trata de subculturas baseadas em gênero, é importante perceber que os papéis sexuais tradicionais mudaram e continuam a mudar. No en- tanto, as especificidades desses papéis tendem a depender da cultura. Por exemplo, a maioria das mulheres nos EUA está na força de trabalho, às vezes com o custo de adiar o casamento e os filhos. Porém, isso pode não ser a nor- ma em outras culturas. FIGURA 3: SUBCULTURAS Fonte: Plataforma Deduca (2019). Claramente, homens e mulheres podem diferir em características, atitudes e atividades que podem afetar comportamento do consumidor. Na maioria das culturas, espera-se que homens e mulheres se comportem de acordo com as normas de papéis sexuais aprendidas muito cedo na infância. Pois, era espe- rado que os homens da sociedade ocidental fossem fortes, assertivos e sem emoção. Eles eram os principais ganhadores de pão e foram guiados por ob- jetivos agênticos que enfatizam o domínio, a autoafirmação e a auto eficácia. As mulheres, por outro lado, eram orientadas mais por objetivos comuns de formar afiliações e promover relações harmoniosas com outras pessoas e es- peravam-se que fossem relativamente submissas, emocionais e orientadas para o lar. Mesmo falando no sentido passado, em diferentes partes do mun- do ainda existem essa forma de comportamento. 58 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De forma geral, os homens são mais competitivos, independentes, motiva- dos externamente e dispostos a correr riscos. Expressar a masculinidade do “homem de ação”, assumindo a forma de comportamento hipercompetitivo “do ganha-pão” ou uma abordagem rebelde. Por outro lado, segundo Limeira (2008), as mulheres tendem a ser cooperativas, interdependentes, motivadas intrinsecamente e avessas ao risco. Contudo, apesar de existirem diversos estudos que identificaram diferenças significativas no comportamento de compra de homens e mulheres, não é possível criar, a partir dos estudos atualmente existentes, um conjunto de regras fixas que sejam capazes de distinguir o padrão de compra de homens e mulheres em todas as situações ou para todas as categorias de produtos/serviços existentes; essa análise deve ser realizada para cada setor que se deseja estudar, levando-se em consideração também outras variáveis demográficas. (MERLO; CIRIBELI, 2014, p. 47) Os papéis sexuais tradicionais estão mudando em muitos países, mesmo aqueles que são muito conservadores e dominados pelos homens, ou seja: Por exemplo, na Índia, em que os casamentos arranjados ainda é uma norma. 59 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR As atitudes das mulheres em relação a carreiras, casamento e família estão passando por mudanças radicais à medida que mais mulheres constroem carreiras e buscam a independência. Muitos produtos e serviços são inerentemente projetados para homens ou para mulheres, mas o gênero não é mais uma maneira precisa de distinguir entre os consumidores em algumas categorias de produtos. Tradicionalmente, as mulheres são as principais usuárias de produtos como coloração e cosméticos, e os homens são os principais usuários de ferramentas e produtos de barbear. 3.5 A PERCEPÇÃO HUMANA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Por que algumas embalagens com os produtos ficam nas prateleiras dos su- permercados por poucos minutos, enquanto outras mal são notadas? Por que alguns comerciais de televisão geram atenção, enquanto outros são ig- norados? Isso refere-se ao fato de como os consumidores adquirem e inter- pretam fisicamente informações sobre produtos, serviços e o mundo ao seu redor por meio processo perceptivo. A percepção é um processo de recebimento, seleção e interpretação de es- tímulos ambientais que envolvem os cinco sentidos. Por meio da percepção, define-se o mundo à nossa volta e criamos significado a partir de nosso am- biente. Por exemplo, os consumidores tomam sorvete, e sentem frio e tem um sabor doce. As pessoas olham para cima, veem o azul e sabem que estão vendo o céu. Mas quão frio, doce ou azul é diferente para cada indivíduo, por- que o processo perceptivo de cada pessoa é único. A percepção do ambiente exige que os consumidores usem seus sentidos físicos. Embora os sentidos incluam dezenas de sistemas sensoriais secundá- rios, os sentidos primários dos consumidores são visão, audição, olfato, pala- dar e tato (SOLOMON, 2016). 60 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A primeira e imediata resposta do corpo a um estímulo é chamada sensação, ou seja: Envolve a coleta de dados dos órgãos sensoriais e do sistema nervoso e o envio ao cérebro para processamento e interpretação. Mas nem todos os estímulos recebem atenção. As pessoas percebem apenas uma fração dos estímulos aos quais estão expostas. A segunda resposta é a atenção que significa focar em um ou mais estímulos ambientais, enquanto potencialmente ignora outros. A atenção é altamente seletiva por natureza. Se os consumidores não tivessem seletiva atenção, eles ficariam tão sobrecarregados com informações no mercado que não pode- riam funcionar de maneira eficaz. Mas, os consumidores não podem atender a todas as informações do produto às quais estão expostos. A capacidade cognitiva (terceira resposta), ou a capa- cidade de prestar atenção e pensar em informações, é limitada. Dessa forma, os profissionais do marketing precisam entender o que orienta a alocação da capacidade cognitiva dos consumidores e sua atenção seletiva. A última resposta do processo perceptivo envolve fornecer significado aos dados sensoriais que são processados. Compreensão é a capacidade de in- terpretar e atribuir significado às novas informações, relacionando-as ao co- nhecimento já armazenado na memória. As maneiras pelas quais novos es- tímulos ambientais são categorizados, interpretados e experienciados são influenciados pelo conhecimento existente. 61 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A influência social pode vir de fontes de marketing ou não-marketing e pode ser fornecida pela mídia de massa ou pessoalmente. As fontes de não marketing tendem a ser mais credíveis. As informações fornecidas pelos meios de comunicação de massa podem alcançar muitas pessoas, mas podem não permitir um fluxo de comunicação de duas vias. Portanto, a percepção é importante para os profissionais do marketing, porque é a “porta de entrada” de comunicaçãocom o consumidor. A compreensão da percepção e como ela influencia o indivíduo no meio que o cerca, sua interpre- tação e compreensão dos estímulos e seu comportamento é primordial para o desenvolvimento de produtos e mensagens de marketing bem-sucedidas. 3.6 INFLUÊNCIA DA CULTURA BRASILEIRA SOBRE O CONSUMIDOR A cultura é a mais ampla das influências sociais com as quais os profissionais do marketing e os empresários precisam lidar. Produtos e serviços que res- peitam as prioridades de uma cultura a qualquer momento têm uma chance muito maior de serem aceitos pelos consumidores. Ou seja: As escolhas de consumo não fazem sentido sem considerar e entender o contexto cultural em que são feitas: antes que um consumidor possa fazer uma compra, ele deve validá-la com os valores e as crenças de sua cultura para garantir que ela apoie e não os viole. 62 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A cultura determina o sucesso ou o fracasso de um produto ou serviço específico: se um produto ou serviço ofender as crenças e os valores essenciais que uma cultura apoia, as chances de venda nessa cultura diminuem. O mesmo pode ser dito de suas comunicações de marketing. Nesse contexto, segundo Merlo e Ceribeli (2014), a cultura brasileira exibe traços predominantemente femininos, alta antipatia a incertezas, traços coletivistas e alta tolerância a se afastar do poder, o Quadro 2 mostra os principais aspectos da influência da cultura quanto ao comportamento do consumidor brasileiro. QUADRO 2 - ASPECTOS RELEVANTES NO CONSUMO DO BRASILEIRO Aspecto Breve descrição Busca por informações Antes de tomar as decisões de compra o consumidor brasileiro busca muita informação sobre o produto ou serviço. Para tanto é importante que as empresa no Brasil disponibilizem websites com informações sobre seus produtos e serviços, além disso os vendedores devem ser munidos com informações esclarecedoras para responder as questões dos consumidores. Busca por status e prestigio social Consumidores que possuem renda mais elevada estão dispostos a pagar preços elevados por produtos e serviços exclusivos, que lhes garantam destaque diante dos seus pares ou conhecidos. Já os indivíduos de classe média tendem a copiar o padrão de consumo de indivíduos que possuem renda mais alta em algumas categorias de produtos e serviços, com a finalidade de refletir a seus conhecidos que também ocupam posições sociais de destaque. Valorização de celebridades na mídia O consumidor brasileiro valoriza produtos e serviços cujas marcas associam-se a indivíduos com elevada exposição na mídia, tais como atletas e atores famosos. Ações de comunicação que apresentam os produtos e serviços de uma empresa associados a pessoas famosas tendem a ser bem avaliados pelos consumidores. 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Aspecto Breve descrição Sentimento de pertencimento Isto é, a fazer parte de determinados grupos. Dessa forma, ações de comunicação que apresentam indivíduos interagindo com seus pares tendem a ser bem avaliadas pelos consumidores. Responsabilidade socioambiental das organizações Normalmente não está disposto a pagar mais caro por produtos e serviços cujas marcas estejam associadas a programas social e ambientalmente responsáveis. Mas, a conscientização do consumidor brasileiro tem avançado, de maneira que a resistência a empresas que agem de maneira desonesta tem aumentado. A tendência é que os brasileiros valorizem cada vez mais empresas responsáveis perante a sociedade e o meio ambiente; entretanto, está ainda é uma tendência em desenvolvimento no país. Fonte: Adaptado de Merlo e Ceribeli (2014, p. 25-26). Portanto, assim como no Brasil, as culturas de consumo estão sendo criadas pela globalização da mídia de massa, trabalho, educação e viagens. Algumas categorias de produtos (telefones celulares, Internet) e marcas tornaram-se simbolicamente relacionadas a essa cultura. Isso não implica que essas mar- cas usem a mesma publicidade globalmente, mas que o tema e o simbolismo subjacentes possam ser os mesmos. 64 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar como os fatores sociais, demográficos e psicológicos afetam o comportamento do consumidor. O comportamento do consumidor envolve a compreensão do conjunto de decisões que um in- divíduo ou grupo de consumidores toma ao longo do tempo sobre a aquisição, uso ou disposição de bens, serviços, ideias ou outras ofertas. O fator psicológi- co exerce considerável influência no comportamento do consumidor. A mo- tivação, a capacidade e a oportunidade de um consumidor afetam suas de- cisões e influenciam a que uma pessoa está exposta, a que ele presta atenção e o que ela percebe e compreende. Também, examinamos as influências da cultura e de fatores culturais nas respos- tas afetivas, quanto ao consumo dos consumidores. Vimos que a cultura possui significados compartilhados pelas pessoas em uma sociedade (ou em um gru- po social) e como os profissionais do marketing podem estudar seu conteúdo. Portanto, a maioria das mensagens promocionais em todo o mundo reflete, até certo ponto, os valores culturais do público-alvo. As culturas sempre evoluem, logo os profissionais do marketing devem monitorar o ambiente sociocultural para comercializar os produtos existentes de forma mais eficaz e desenvolver outros novos que sejam condizentes com a mudança de tendências culturais. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR > Conceituar e entender as necessidades e busca de informação para o comportamento da compra. > Verificar as regras de decisão compensatória. > Entender o comportamento da compra e da pós- compra. UNIDADE 4 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 4 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA INTRODUÇÃO DA UNIDADE De acordo com o provérbio alemão: Wer die Wahl hat, hat die Qual. (Quem tem o que resolver tem o que sofrer). As situações em que decisões devem ser tomadas ocorrem invariavelmente na vida das pessoas. O processo decisório sempre é penoso, pois os compo- nentes racionais se encontram misturados aos emocionais, geralmente resul- tando em conflito. O ato de decidir algo pode ser visto como uma equação matemática, como é feito na economia, na qual se segue o princípio de que a decisão tomada deve garantir a maximização dos lucros e a minimização dos custos. Logo, decidir é então orientado de forma a otimizar esse princípio. FIGURA 1: DECIDIR É COMO UMA EQUAÇÃO MATEMÁTICA Fonte: Plataforma Deduca (2019). 67 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entretanto, em psicologia, não é possível trabalhar deixando de lado os fato- res emocionais e sociais. As decisões frequentemente não se dão apenas em termos de ganhos e perdas, e sim em função das crenças que os outros dirão delas ou sofrerão por causa delas. Essas antecipações e consequências são car- regadas de um conteúdo emocional impossível de desprezar 4.1 RECONHECENDO UMA NECESSIDADE Para início de conversa, precisamos entender o que significa decidir! Uma decisão é uma escolha entre as alternativas disponíveis. Lembre-se: se há situação de decisão, há escolha! Que seja ter ou não ter, ser ou não ser, e assim por diante. Por exemplo: Dona Maria precisa escolher os ingredientes para fa- zer um bolo (ela receberá as amigas da Igreja parauma reunião em casa), mas, para isso, precisará optar por esta ou aquela marca, pois o que tem de dinheiro não é o suficiente para ter todos os ingredientes. Muito se pensa que escolher é a principal parte da tomada de decisão, mas isso é somente uma parte. Vamos entender melhor! A tomada de decisão é o processo para identificar problema e oportunidade e depois resolvê-los. A tomada de decisão envolve esforços tanto ANTES quanto APÓS a escolha de fato. Assim, a decisão de selecionar quais ingredientes serão utilizados para a receita do bolo requer que Dona Maria se certifique de que a qualidade do doce que ela pretende fazer atenderá à necessidade (recepção das amigas da Igreja em casa) e, assim, determine o que poderá ser flexibilizado (em termos de quali- dade) quanto aos ingredientes, quais os parâmetros e o que realmente é impor- tante no que tange ao bolo e sua recepção para assegurar o sucesso da decisão. 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FIGURA 2 – A TOMADA DE DECISÃO IMPLICA PONDERAR Fonte: Plataforma Deduca (2019). 4.2 BUSCANDO INFORMAÇÃO A hora da tomada de decisão começa na infância e acompanha o homem até o fim dos seus dias. De certa forma, a decisão sempre implica ganhos e gas- tos. A frequência e a importância das escolhas variam de acordo com fatores demográficas, como idade e status da pessoa, e giram em torno de comprar um ingresso para o cinema, entrar em um conflito armado ou a falta de água. Basicamente, Gade (1981) entende que duas sejam as abordagens relativas ao comportamento do consumidor: Abordagem distributiva Dá mais ênfase ao ato da compra e estuda os consumidores quantitativamente, dividindo-os naqueles que consumiram e naqueles que não o fizeram, tentando verificar as variáveis que influenciaram neste ou naquele caso. 69 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Abordagem analítica Dá mais ênfase à forma pela qual a decisão é tomada em termos de um processo que obedece a uma sequência que leva então ao ato da compra. Essa sequência consiste no reconhecimento do problema, na procura externa, na avaliação de alternativas, no processo de compra e na avalição pós-compra segundo modelo. 4.3 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS Decidir envolve também outros elementos: o quanto o indivíduo antevê as op- ções e o momento da tomada de decisão. Daft (2010) salienta duas maneiras como ocorrem a decisão: programada e não programada. Vejamos como o autor define essas duas situações. Programada: Uma decisão tomada em resposta a uma situação que ocorre com frequência para permitir que as regras da decisão sejam desenvolvidas e aplicadas no futuro. Não programada: Uma decisão tomada em resposta a uma situação isolada, mal definida, e, em grande parte, desestruturada, com importantes consequências para a organização. 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Outro aspecto a ser considerado é a relação entre certeza, risco, incerteza e ambivalência. Existem situações nas quais todas as informações que o toma- dor de decisão necessita estão totalmente disponíveis (CERTEZA). Entretanto, existem situações nas quais uma decisão tem objetivos bem estabelecidos e boas informações estão disponíveis, mas os resultados futuros associados com cada alternativa estão sujeitos à possibilidade (RISCO). Em outros casos, os indivíduos sabem o querem, mas a informação sobre as alternativas e os acontecimentos futuros está incompleta (INCERTEZA). Quando se trata de uma situação em que as condições para aquilo que o in- divíduo pretende alcançar ou o problema que deve resolver não estão claras (difícil definir as alternativas) e as informações sobre os resultados não estão disponíveis, ocorre o que Daft (2010) denomina de AMBIVALÊNCIA. O que difere, principalmente, uma decisão PROGRAMADA de uma NÃO PRO- GRAMADA é o grau de certeza ou incerteza com que a pessoa tem de lidar e uma tomada de decisão. Em um mundo ideal, os indivíduos teriam todas as informações necessárias para tomar decisões. Na realidade, entretanto, al- gumas coisas são impossíveis de conhecer (pelo menos no momento). Desse modo, algumas decisões falharão em resolver o problema, em atender à de- manda ou em atingir o resultado desejado. A tendência (via de regra) será o consumidor tentar obter informações sobre as alternativas que podem redu- zir o grau de incerteza que envolve a decisão. Daft (2010) aponta que, de acordo com a disponibilidade das informações, a possibilidade de erro será maior ou menor. Enquanto as decisões PROGRAMA- DAS podem ser tomadas em situações que envolvem a certeza, muitas das si- tuações com que a Dona Maria lida todos os dias envolvem pelo menos algum grau de incerteza e requerem uma tomada de decisão NÃO PROGRAMADA. Na prática, para se operacionalizar uma decisão, Daft (2010) destaca a necessi- dade de se questionar as causas subjacentes à tomada de decisão. Tais ques- tões ajudam a especificar o que realmente aconteceu e o porquê. 71 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Qual é o estado de desequilíbrio que me afeta? • Quando isso ocorreu? • Onde aconteceu? • Como ocorreu? • Com quem ocorreu? • Qual é a urgência do problema? • Quais são os processos de interconexões dos eventos? Uma vez que o problema ou a oportunidade tenha sido reconhecido e ana- lisado, os tomadores de decisão começam a considerar a tomada da ação. O próximo estágio é gerar alternativas possíveis de solução que responderão às necessidades da situação e, então, corrigir as causas subjacentes. Estudos ve- rificaram que limitar a busca de alternativas é a causa principal do fracasso da decisão nas organizações. O estágio da implantação envolve o uso de habilidades gerenciais, administra- tivas e persuasivas para assegurar que a alternativa escolhida seja executada. O sucesso final da alternativa escolhida depende de sua viabilidade de ser traduzida em ação. 4.4 REGRAS DE DECISÃO COMPENSATÓRIA Segundo Daft (2010), uma decisão é uma escolha entre as alternativas dispo- níveis. Por exemplo, o senhor Nestor, homem de meia idade, tem de escolher qual viagem ele fará com a esposa: “rota do vinho”, na cidade de São Roque- -SP, ou “roteiro do café”, no norte do estado do Paraná. Muitas pessoas supõem que fazer uma escolha é a principal parte da tomada de decisão, mas isso é somente uma parte. A tomada de decisão é o processo para identificar problema e oportunidade e depois resolvê-los. Mesmo diante de uma condição de consumo, a tomada 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR de decisão envolve esforços tanto antes quanto após a escolha de fato. Assim, a decisão que o senhor Nestor tomará requer que ele se certifique se a escolha é necessária, que determine a disponibilidade de dinheiro, busque mais infor- mações para adquirir o subsídio necessário, selecione a opção e operacionali- ze a execução para assegurar o sucesso da decisão. A diferença dos processos, aparentemente, diferencia-se mais pelo grau do que por sua tipologia. Assim sendo, tem-se que: O comportamento decisório extenso é aquele no qual o comportamento pode ser estimulado em função de um input social que, combinado com fatores internos, levará ao reconhecimento do problema caso o indivíduo sinta uma incongruência entre seu estado e o desejado. O comportamento decisório mais limitado é aquele no qual não ocorre a procura externa de alternativas, passando o consumidor diretamente do reconhecimento do problema para a avaliação, usando do seu conhecimento armazenado paraa decisão. O comportamento decisório mais comum e simples é aquele no qual o problema é reconhecido, havendo em seguida a aquisição ou não, sem haver procura e avaliação de alternativas entrementes. 4.5 DETERMINANTES E GRADUAÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO Os fatores do meio que levam o indivíduo a um processo completo entram em jogo quando o consumidor, ao adquirir determinado item, percebe uma diferença entre seu comportamento e o do seu grupo de referência, entre o desejo da compra e as atitudes de seus familiares a respeito, entre os seus conhecimentos e novos componentes cognitivos, fornecidos pelos meios de propaganda ou pelo próprio meio social. 73 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A tendenciosidade só se verifica na avaliação pós-compra, sendo objetiva a avaliação feita das alternativas antes da compra. Acredita-se que o processo decisório segue as seguintes fases: FIGURA 3: FATORES DE INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE COMPRA In flu ên ci as p si co ló g ic as Motivação Percepção Aprendizagem Crenças e atitudes In flu ên ci as p es so ai s Estágio do ciclo de vida Ocupação Condições econômicas Estilo de vida Personalidade In flu ên ci as s oc ia is Grupos de referência Família Papéis e posições sociais In flu ên ci as c u lt u ra is Cultura Subculturas Classe social C O M P R A D O R Fonte: Kotler (1998, p. 163). De acordo com Kotler (1998, p. 173), “[...] um motivo ou impulso é uma neces- sidade que está pressionando suficientemente para levar uma pessoa a agir”. Quando o indivíduo se encontra em um dilema (conflito interno) gerado por uma incongruência entre seu estado atual e aquele em que deseja estar, isso deriva dos motivos, atitudes, valores e padrões de respostas particulares, que, como já vimos, podem ser influenciados pela classe social, família, grupos de referência, condições financeiras, bem como pela máquina publicitária. 4.6 COMPRA No limite de uma decisão de consumir, o que é considerado pelo indivíduo? As alternativas disponíveis! Até mesmo não comprar é opção nessa hora. Schi- ffman e Kanuk (2000) destacam que as pessoas tendem a delimitar suas es- colhas a partir de um padrão de preferências: de marcas, de tipos de produ- tos, de experiências, ou mesmo de uma intenção. A análise das alternativas sempre será influenciada pelo entorno que circuns- creve o indivíduo. Para Kotler e Armstrong (2000), isso pode correr tanto po- sitiva quanto negativamente. Assim, comprar um dado produto ou vivenciar uma certa experiência será norteado por fatores situacionais imprevistos. Ima- gine então a perda de um emprego, a morte de um parente, uma promoção no trabalho, ser mal atendido pelo vendedor, uma tempestade ou uma neces- sidade emergencial (por exemplo, acabaram as fraldas do bebê). Nem tudo que está em condição potencial, necessariamente, vai efetivar-se enquanto consecução. Ou seja, não é porque o indivíduo tem vontade de comprar algo ou ficou interessado por algo que fará uma nova aquisição. Como dito antes, 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ele pode decidir abortar o processo nesse ponto. Isso pode ocorrer por uma infinidade de motivos e razões, desde questões internas (motivacionais) até questões ambientais (circunstanciais). Seja uma nova informação, seja a in- disponibilidade, muitos fatores podem interferir no momento da compra. FIGURA 4: MUITOS FATORES MOTIVAM UMA COMPRA Fonte: Plataforma Deduca (2019). Outro fator relevante diz respeito ao momento da compra. Se está quente, se está chovendo (trata-se do clima, o que pode condicionar a compra de apare- lhos de ar-condicionado, aquecedores a óleo e guarda-chuvas, por exemplo) ou se é um momento do ano mais festivo (os feriados e datas comemorativas podem impulsionar, por exemplo, a compra de viagens de férias e de fogos de artifício). Isso significa que a compra sofre o crivo da sazonalidade. Então, para alimentar ou não as intenções de compra de alguém, faz-se ne- cessário munir o indivíduo de informações, de alternativas para selecionar que ampliem sua motivação para consumir. Segundo Schiffman e Kanuk (2000), esse tipo de motivação mostra-se fator relevante, ou mesmo determinante, no comportamento de fazer compras. Isso fica claro quando vemos a grande variedade de um determinado pro- duto. Ou seja, na hora de decidir por esta ou aquela compra, o indivíduo terá 75 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 perpassado sua decisão pelo impacto que o número de opções a ele for apre- sentado. Ir ao mercado, abastecer a despensa está cada vez mais complicado, pois nossas escolhas são gradualmente influenciadas por um crescimento notável de novas marcas e produtos para o lar, por exemplo. Os próprios esta- belecimentos têm contribuído com essa condição. Por último, não menos importante, o ato de pagar para consumir. É nessa hora em que “se separam os fortes dos fracos”. O momento de mais desistên- cia de uma compra é identificado nesse instante. Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) apontam uma certa tendência de mudança nesse padrão, com a emergência de compras com cartão (tanto de débito quanto de crédito), ou mesmo com outras formas que postergam o pagamento. Nesse sentido, é preciso entender como se organizam as pessoas que têm alguma intenção de compra. Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), é possível classificá-las em três categorias: • aquelas que se planejaram para tal: escolhem com antecedência (marca ou produto); • aquelas que se planejaram em parte para a compra: a intenção de comprar um dado produto existe, mas não houve uma pesquisa prévia pela marca (isso só ocorre na hora da compra); • aquelas que não se planejaram em nada para comprar: assim, nem marca nem produto foram consultados previamente (acabam sendo escolhidos no momento e no local da compra). Ocorre a chamada “compra por impulso”, de difícil compreensão, pois é interferida por uma ampla gama de fatores, em geral de ordem subjetiva. 4.7 PÓS-COMPRA Um elemento que constitui o ato de comprar é justamente o efeito que essa ação proporciona, gera: o chamado pós-compra. Diz respeito ao nível de sa- tisfação ou insatisfação, em relação ao produto, apresentado pelo indivíduo comprador. Será que excedeu ou atendeu às expectativas? Ou será que não atendeu, gerou frustração? 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Isso significa que é impreterível compreender, por meio do acesso a informa- ções reais, quais são as expectativas do indivíduo quanto ao desempenho do produto. Ou seja, haverá uma avaliação do pós-consumo quanto ao que se es- perava e sua efetiva consecução. O que advir dessa avaliação reforçará, ou não, a lealdade do indivíduo em futuras compras. Schiffman e Kanuk (2000, p. 413) entendem que: “[...] quando o produto sobrevive às expectativas, é provável que voltem a comprá-lo. Quando o desempenho do produto é decepcionante ou não corresponde às expectativas, porém, os consumidores irão procurar alternativas mais adequadas”. O pós-compra tem um efeito claro em termos psicológicos, pois delimitará a experiência que o indivíduo vivenciar e influenciará futuras decisões de con- sumo. Isso pode gerar sensações que vão desde o regozijo ao arrependimento quanto à decisão de compra tomada. Sheth, Mittal e Newman (2001) identificaram o processo de pós-compra es- truturado em quatro etapas: 1ª etapa – referente à CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO, o indivíduo buscará ele- mentos que confirmem a sensatez e o nível de acerto de sua escolha. Estão envolvidos, nesse momento, aspectos cognitivos(julgamento). 2ª etapa – referente à AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA, o indivíduo, efetivamen- te, consome o que comprou. Essa experiência determinará as futuras relações que ele estabelecerá com aquilo que ele comprou. 3ª etapa – referente ao PROCESSO de INSATISFAÇÃO ou SATISFAÇÃO do pro- duto ou serviço, o indivíduo qualifica a experiência, atribuindo significado ao que vivenciou com o que comprou, dotando ao produto, ou serviço, a qualida- de de satisfação ou insatisfação. 4ª etapa – referente à EXPERIÊNCIA de INSATISFAÇÃO ou SATISFAÇÃO com o produto ou serviço, gerando três possíveis posicionamentos: (a) não manu- 77 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 tenção da marca/produto utilizado (se a insatisfação for gerada), resultando em abandono; (b) reclamação e estado de incerteza (se usufrui novamente o produto marca escolhido); ou, então, pura satisfação, em que, como resultado, o indivíduo permanecerá fiel à marca ou ao produto. Cabe uma ressalva: os autores destacam que, muitas vezes, mesmo satisfeito, o indivíduo tende a explorar marcas diferentes (novidades), sempre buscando melhores e maio- res níveis de satisfação. O ponto a ser considerado aqui é justamente mudar a concepção de que a relação de consumo se finda com a efetivação da compra. Como vimos, a ex- periência de consumir transcende o pagamento do produto, ela se guia pela experiência proporcionada, antes durante e depois dela. CONCLUSÃO O ato de consumo é perpassado por inúmeros elementos, entre os quais o ní- vel e a qualidade de expectativas que o indivíduo nutre sobre o que pretende consumir. Decidir consumir, comprar, trocar, manter e fazê-lo novamente depende da satisfação proporcionada pela experiência vivida. Esta pode ser definida como um processo avaliativo (pré, durante e pós-consumo) que determina se o que foi escolhido atendeu (total, parcial ou em nenhuma medida) às expectativas. O mundo contemporâneo está imerso em meio a pressões do consumismo. Isso tem gerado um sentimento de desprezo e, por conseguinte, de despres- tígio a marcas, produtos e experiências que apresentem níveis inferiores de qualidade e satisfação às expectativas comumente emergentes. Todo esse movimento tem direcionado muitas pesquisas do consumidor nos últimos anos, com uma mudança significativa no estabelecimento de estratégias or- ganizacionais em inúmeros níveis. A decisão do consumidor tem sido cada vez mais complexa e instável. O sinal de alerta está, há tempos, ativo. O que atende às pessoas hoje em dia? Como manter-se no “top five” nas escolhas do consumidor? Essas são questões que passam pelo debate sobre decisão do consumidor e sobre o processo de compra e pós-compra. 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR > Verificar como se dá o envolvimento do consumidor no comportamento de compra. > Reconhecer como se dá a experiência da compra. > Analisar as atitudes do consumidor no aspecto do comportamento de compra. > Verificar quais são os fatores controláveis e incontroláveis pelos varejistas. > Esclarecer aspectos sobre a satisfação do consumidor. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa UNIDADE 5 79 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 5 EXPERIÊNCIA DA COMPRA, ENVOLVIMENTO, ATITUDE E A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE Pode-se afirmar que o comportamento do consumidor é dinâmico porque sentimentos e ações individuais ou de grupos em geral estão mudando cons- tantemente. Temos como exemplo a internet, que mudou a maneira como as pessoas pesquisam informações sobre produtos e serviços. Tudo isso destaca a importância das pesquisas e análises contínuas dos consumidores por parte dos profissionais de marketing para acompanhar as tendências importantes. A natureza dinâmica do comportamento do consumidor torna o desenvolvi- mento de estratégias de marketing uma tarefa emocionante, porém difícil. Es- tratégias que funcionam ao mesmo tempo ou em um mercado podem falhar em outros momentos ou em outros mercados. Como os ciclos de vida dos pro- dutos são mais curtos do que nunca, muitas empresas precisam inovar cons- tantemente para criar valor superior para os clientes e permanecer lucrativas. Também o comportamento do consumidor envolve interações entre o pensa- mento, os sentimentos e as ações das pessoas e o meio ambiente. Assim, os profissionais do marketing precisam entender quais produtos e marcas signi- ficam para os consumidores, o que devem fazer para comprá-los e usá-los e o que influencia as compras e o consumo. Nesse contexto, esta unidade apresentará os seguintes assuntos: o envolvi- mento do consumidor no processo de compra; o aspecto relacionado à expe- riência de compra, entre outros temas relacionadas a essa área. 5.1 ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR O envolvimento do consumidor, segundo Solomon (2016), dá-se pelo grau de relevância pessoal que o produto ou compra mantém significado. Dessa for- ma, o processo de escolha que um consumidor utiliza depende se ele consi- dera a compra extremamente relevante e importante, vejamos: 80 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1 - TIPOS DE COMPRA E ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR Comportamento com alto envolvimento Este tipo de compra inclui produtos ou serviços que envolvem altos gastos ou muitos riscos pessoais. Exemplo de compra de alto envolvimento é a compra de um carro, de uma casa ou realizar envestimen- tos. Quando um compra é altamente envolvente, o consumidor passa por um processo de avaliação mais profundo. O consumidor dedica mais tempo, atenção e energia na fase de pesquisa do processo de compra. Pois, está tomando uma decisção de valor pensando em vários produtos equivalentes e tetando tomar a melhor decisão possível com base em seus critérios individuais. Comportamento de baixo envolvimento Este tipo de compra inclui produtos ou serviços que envolvem menor gasto e menor risco pessoal . Exemplos de com- pras de baixo envolvimento são: comprar um refrigerante, escolher um xampu para cabelo ou decidir se será carne de frango ou bovina para o jantar. Compras de baixo envolvimento têm menos valor e mais frequentemente conveniência, razão pela qual exigem um processo de avaliação simples. Fonte: Elaborada pela autora (2019). O envolvimento pode ser visto como a motivação para processar informações. Pois, quando há um elo entre as necessidades, metas ou valores de um con- sumidor e o conhecimento do produto ou serviço, este será incentivado a ficar alerto às informações sobre tais. Quando o conhecimento é acionado na memória, é originado um estado motivacional que conduz o comportamento (por exemplo, compras). Dessa forma, conforme aumenta o envolvimento com um produto ou serviço, o consumidor atribui mais atenção aos anúncios (propagandas) relacionados a tal produto. Também, faz mais esforço cognitivo para entender esses anúncios e concentra mais atenção nas informações relacionadas ao produto ou serviço. De acordo com Solomon (2016), o tipo de processamento de informações que ocorrerá depende do nível de envolvimento do consumidor. Pode-se alterar de um processamento simples, em que apenas os recursos essenciais de uma mensagem são considerados, até a elaboração, em que as informações recebi- das estão ligadas ao sistema de conhecimento pré-existente. 81 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O Quadro 1 mostra os tipos de envolvimento do consumidor com a compra. QUADRO 1 - TIPOS DE COMPRA E ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR Tipo de envolvimentoTipo de envolvimento Com o produto ou serviço Com o produto ou serviço Com mensagem Com mensagem Situacional Situacional Fonte: Adaptado de Solomon (2016, p. 41-46). Portanto, o envolvimento é um estado motivacional causado pelas percep- ções dos consumidores de que um produto ou serviço, marca ou anúncio é relevante ou interessante. As necessidades do consumidor exercem um papel importante na formação do envolvimento, e os profissionais do marketing devem adaptar suas estratégias, dependendo do nível e do tipo do envolvi- mento exibido por seu público-alvo. 5.2 ENVOLVIMENTO E PROCESSO DECISÓRIO DE COMPRA Quando os consumidores compram seus produtos ou serviços, eles se envol- vem em um processo de tomada de decisão. Ao reservar um tempo para en- tender as necessidades e preocupações de seus clientes à medida que avan- çam nesse processo, as empresas podem aumentar as chances de conquistar novos negócios. Nesse contexto, os profissionais de marketing desejam ter clientes envolvidos na compra e visualizam a marca que compram junto. Muitos estudos mostra- ram que o alto envolvimento com a categoria de produto e também a per- cepção de uma determinada marca como superior leva à lealdade à marca. 82 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Embora não exista um perfil generalizado de um consumidor altamente envolvido, muitos estudos investigaram e investigam as características pessoais relacionadas ao nível de envolvimento. Por exemplo, a relação entre etnia e envolvimento na compra; os apelos que mostravam identidades hispânicas eram eficazes na publicidade de itens de baixo envolvimento, mas não em produtos de alto envolvimento. Os consumidores se envolvem em relacionamentos de longo prazo com pro- dutos e marcas, e o aumento dos níveis de envolvimento aprimora esses vín- culos. A melhor estratégia para aumentar a relevância pessoal dos produtos para os consumidores é: fornecer benefícios importantes para os clientes, di- ferenciar a oferta da concorrência, melhorar o produto e adicionar benefícios relevantes (especialmente à medida que a concorrência se intensifica). Mas, para avaliar o grau do envolvimento do consumidor no processo de com- pra, existe a medição do envolvimento. Grande variação na conceituação e medição do envolvimento do consumidor. Grande variação na conceituação e medição do envolvimento do consumidor. 83 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Na pesquisa de marketing, o “envolvimento” inclui produtos, marcas e anúncios. Como não existe uma definição universal de envolvimento, não há uma maneira única de mensurá-lo. Algumas medidas de fatores cognitivos, como a importância de uma compra para um comprador e o risco percebido com a compra; outras medidas enfo- cam os aspectos comportamentais do envolvimento e avaliam fatores como a busca e avaliação das informações do produto. A ferramenta de medição mais popular são as pesquisas administradas que avaliam as cognições ou os comportamentos do consumidor em relação a um produto ou categoria de produto específico e medem o envolvimento em um continuum. Por exemplo, uma escala que mede o envolvimento com livros eletrônicos pode exigir que os entrevistados expressem suas atitudes em escalas diferen- ciais semânticas de cinco pontos em intervalos entre adjetivos como impor- tantes – sem importância, relevantes – irrelevantes, emocionantes – desinteres- sante, inestimável – sem valor, interessante – entediante. Outra técnica para medir o grau de envolvimento e conhecimento do consu- midor são pesquisas (ou testes) de reconhecimento e recall para determinar se os consumidores se lembram de ver um anúncio e até que ponto o leram e se podem recuperar seu conteúdo. As pesquisas de reconhecimento são baseadas em recall auxiliado, enquanto as puramente de recall o usam sem auxílio. 84 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2: TESTE RECALL Fonte: Plataforma Deduca (2019). Em um teste de reconhecimento, o consumidor recebe um anúncio e é per- guntado se ele se lembra de vê-lo em algum ponto importante ou em algum local. Em um teste de recall, o consumidor é questionado se leu uma revista específica ou assistiu a um programa de televisão específico e, nesse caso, se ele pode recordar quaisquer anúncios ou comerciais vistos, o produto e a mar- ca anunciados e quaisquer pontos notáveis sobre as ofertas promovidas. 5.3 O QUE É UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA? A primeira coisa a se compreender é que a experiência de compra deve real- mente ser entendida da perspectiva do comprador. A experiência de compra inclui todo o processo em que o comprador se envolve à medida que passa do status quo para a compra. O status quo representa o que o comprador está fazendo antes de entrar na experiência de compra, enquanto esta representa a etapa final que move 85 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR De acordo com Merlo e Ceribeli (2014, p. 118): De maneira ampla, uma experiência de compra pode ser definida como um conjunto de respostas cognitivas, afetivas, emocionais, sociais e físicas desenvolvidas pelos consumidores a partir do contato direto com determinado varejista, que ocorre quando aqueles estão dentro de uma loja física ou navegando em um website para efetuar compras. A partir dessas definições, podemos perceber que as experiências de compra estão associadas ao tempo em que os consumidores permanecem em determinada loja (física ou virtual). Durante esse período, os varejistas devem ser capazes de impressionar os indivíduos e mantê-los confortáveis física e emocionalmente. Algumas experiências de compra são simples o suficiente para consistir em apenas algumas etapas. Muitas experiências centradas no e-commerce, por exemplo, enquadram-se nessa categoria. Outras experiências, no entanto, são complexas o suficiente para consistir em muitas etapas. Isso geralmente é encontrado em mercados B2B (Business-to-Business), de empresa para empresa. Mas exemplos, como a compra de uma nova casa ou a escolha de uma faculdade, também podem ser encontrados nos mercados consumidores. 86 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Do ponto de vista do processo, é importante entender que o comprador pode não chegar a uma compra final. Da mesma forma, eles podem comprar algo de um concorrente, mas não da sua empresa. Isso não significa que eles não tiveram uma experiência de compra. FIGURA 3: EXPERIÊNCIA DE COMPRA Fonte: Fonte: Plataforma Deduca (2019). A experiência de compra consiste em diferentes elementos da psicologia do comprador, as informações que eles consomem, as interações que eles têm durante o processo de compra. Pois, nenhum desses elementos é mais impor- tante que a psicologia e as emoções do comprador, seus desejos, necessida- des, vontades e medos. Experiência de compra também consiste nas informações que o comprador consumirá durante o processo. A maioria dos compradores são afoitos por in- formações e as veem como a moeda da experiência de compra. Assim, o ele- mento final são as interações que um comprador tem durante o processo. Portanto, essas interações são definidas por quem o comprador está interagin- do (marcas, colegas, jornalistas, analistas etc.) e como a interação ocorre (on-li- ne, pessoalmente, pelo telefone, entre outras). Quando se trata de interações, é fundamental saber que as experiências de compra quase sempre incluem interações que não envolvem unicamente o “eu”. 87 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767,de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 5.4 FATORES CONTROLÁVEIS E INCONTROLÁVEIS PELOS VAREJISTAS Quais tipos de fatores os varejistas podem ter controle ou não no processo de decisão de compra do consumidor? Esses fatores podem ser de quatro tipos: macro fatores incontroláveis; fatores situacionais incontroláveis; microfatores incontroláveis; microfatores controlá- veis pelos varejistas. FIGURA 4: FATORES QUE INFLUENCIAM AS EXPERIÊNCIAS DE COMPRA Macrofatores incontrolaveis pelos varejistas: Ambiente político-legal Ambiente econômico Ambiente sociocultural Ambiente tecnológico Demografia e aspectos naturais Microfatores incontroláveis pelos varejistas: Objetivos do consumidor Humor durante a compra Atitudes frente so varejista Sensibilidade ao preço Envolvimento com a compra Experiência de compra Fatores situacionais incontroláveis pelos varejistas: Experiências de compra em outros canais Experiências de compra em concorrentes diretos Experiências de compra em outra loja da mesma rede Relacionamento entre os próprios clientes Microfatores controláveis pelos varejistas: Sortimento Precificiação Ambiente de loja Conveniência Relacionamento entre clien- tes e funcionários Promoção de vendas Fonte: Merlo e Ceribeli (2016, p. 120). Os macrofatores incontroláveis pelos varejistas referem-se ao macroambien- te em que as organizações operam e que participam das relações entre Go- verno, varejistas, fornecedores, concorrentes, clientes etc. Segundo Merlo e Ceribeli (2016), os fatores situacionais incontroláveis pelos varejistas dizem res- peito a dois aspectos: o relacionamento entre os próprios clientes dentro da 88 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 loja e a comparação que os consumidores fazem envolvendo sua experiência de compra atual e as passadas. Fatores situacionais: Como aglomeração no varejo, atrasos nos voos, calor excessivo ou ruído podem contribuir para o mau comportamento do consumidor. Esses tipos de fatores desempenham papéis importantes na orientação do comportamento do consumidor. Por exemplo, normalmente pessoas caladas e bem-educadas podem perder a calma depois de ter que esperar na fila por 20 minutos em uma loja de varejo. Elas podem acabar descontando suas frustrações nos funcionários. Os microfatores incontroláveis pelos varejistas: Estão relacionados ao consumidor, seus objetivos ao ir a uma loja, seu estado de humor durante as compras, suas atitudes frente ao varejista, sua sensibilidade a variações nos preços, bem como seu envolvimento durante a compra (merlo, ceribeli, 2016). Os microfatores controláveis pelos varejistas: Englobam todos os elementos relacionados com o mix de marketing no varejo, os quais podem ser modificados conforme com as mudanças nas estratégias competitivas utilizadas pelos gestores. Dentre os microfatores controláveis que motivam as experiências de consu- mo no varejo, Merlo e Ceribeli (2016) mencionam o sortimento, a precificação, o ambiente de loja, a promoção de venda, a conveniência oferecida ao indiví- duo que está realizando suas compras e o atendimento. 5.5 ATITUDES DO CONSUMIDOR As atitudes podem dizer muito sobre os consumidores, desde que se preste atenção. A atitude do consumidor é uma avaliação geral de algo, abrange o conhecimento, seu gosto ou a aversão e a força de seus sentimentos em re- lação a ele. 89 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A atitude de um consumidor refere-se ao que ele sente ou acredita sobre um produto ou serviço. Uma atitude é uma predisposição aprendida a se comportar de maneira sempre favorável ou desfavorável em relação a um objeto. No campo do marketing, atitudes são sentimentos duradouros, avaliação e tendência que os consumidores têm em relação ao seu produto, ao seu serviço ou à sua empresa. Ao entender os componentes da atitude, pode-se entender melhor o consu- midor. Os três componentes da atitude são: crenças (o que o consumidor pen- sa sobre um produto); sentimentos (como o consumidor se sente sobre um produto); e intenções (como um consumidor age com o resultado dessas cren- ças e sentimentos). A Figura 5 mostra como esses componentes influenciam a formação de atitudes e a decisão de compra. FIGURA 5: COMPONENTES QUE INFLUENCIAM NAS ATITUDES DE COMPRA DO CONSUMIDOR Crenças Intenções Sentimentos Atitude (avaliação geral do produto ou serviço - gosta ou não - e a força dessa avaliação) Decisão de compra (o consumidor compra ou rejeita o item) Comportamento pós-compra (o consumidor avalia a compra) Fonte: Elaborada pela autora (2019). 90 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A crença representa a opinião ou a maneira como alguém “pensa”, o que a ajuda a formar o ponto de vista que se reflete em sua atitude em relação a um produto. Por exemplo, considere uma pessoa que diz que fumar faz mal à saúde. Essa afirmação é o componente de crença de sua atitude; é o que ela “pensa” sobre fumar. Essa crença trabalha para criar sua atitude (ou ponto de vista), que afirma que ela “não gosta” de fumar e não acha que as pessoas deveriam fumar. O sentimento é o componente emotivo das atitudes do consumidor e deriva das emoções que ele sente em relação a um produto ou serviço. Esse compo- nente da atitude é desenvolvido pela associação emocional passada com um produto e pelo efeito emocional da crença. A intenção é o componente de comportamento das atitudes do consumidor. Como no componente sentimento, as intenções às vezes são uma consequên- cia lógica que representam a ação. Entretanto, às vezes também podem refle- tir outras circunstâncias. Por exemplo, mesmo que um consumidor não goste de uma loja de departamentos e acredite que não é bom para a comunidade, ele pode ir até lá com um amigo e acabar comprando um produto. Os consumidores examinam informações que conflitam com suas atitudes: em suas mentes, eles mudam as informações para torná-las consistentes com suas crenças e atitudes. 91 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Eles também se lembram seletivamente de informações que reforçam suas atitudes: é por isso que é importante trabalhar para mudar atitudes negativas sobre os produtos; caso contrário, a empresa não alcançará a intenção de compra pela qual está se esforçando. Portanto, a intenção é o componente que cria a presteza para responder à intenção de comprar ou não o produto ou serviço. O componente de inten- ções é um indicador de comportamento muito mais forte do que crenças ou sentimentos porque representa a ação. 5.6 ENTENDENDO A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR Os consumidores são afetados por influências externas e internas que às ve- zes podem determinar como eles o recebem, mas também pode-se fornecer uma influência de marketing ao se comunicar com os consumidores. Depois que os consumidores tomam decisões de aquisição, consumo ou dis- posição, eles podem avaliar os resultados de suas decisões. Se suas avaliações são positivas – se acreditam que suas necessidades ou objetivos foram aten- didos – eles sentem satisfação. Assim, pode-se sentir satisfeito com a compra de um novo smartphone, um corte de cabelo, uma experiência de compra ou uma loja de varejo. A satisfação do consumidor é determinada pela avaliação pós-compra de um produto ou serviço. Os consumidores avaliam constantemente a eficácia de suas escolhas à medida que integram produtos em suas vidas diárias. A satisfação é importante para os profissionais do marketing, pois influencia as compras futuras. 92 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pelaportaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Quando os consumidores têm uma avaliação negativa de um resultado, sen- tem insatisfação. A insatisfação ocorre se o consumidor, por exemplo, não gos- tou de um filme, ficou insatisfeito com um vendedor ou desejou não ter joga- do algo fora. A insatisfação pode estar relacionada a sentimentos de tolerância, angústia, tristeza, arrependimento, agitação e indignação. Os consumidores de alto envolvimento tendem a expressar maior satisfação imediatamente após uma compra, devido à sua avaliação mais extensa, entre- tanto sua satisfação diminui com o tempo. Consumidores com menor envol- vimento exibem menor satisfação no início, mas sua satisfação aumenta com maior uso ao longo do tempo. Observe que, quando os consumidores fazem suas próprias escolhas de produ- tos hedônicos (como comprar um ingresso para o show da próxima semana), ficam mais satisfeitos quando adiam o consumo apenas em um curto período de tempo após a decisão. Se as escolhas foram feitas por outras pessoas, no entanto, a satisfação dos consumidores diminuirá quando houver mais tempo no atraso do consumo. O conceito de marketing sugere que a satisfação do consumidor deva ser o ponto focal das atividades de marketing, pois a satisfação influencia positiva- mente as repetidas intenções de compra dos consumidores e leva a gastos maiores. Esses efeitos podem ser compensados pela intensidade competitiva, ou seja, a número de alternativas disponíveis. Outro aspecto a se considerar é que clientes satisfeitos estão dispostos a gas- tar mais com uma marca que eles gostam. Pois, níveis extremamente altos de satisfação podem se traduzir em lealdade à marca, o objetivo estratégico mais importante dos gerentes de marketing em todo o mundo. Além disso, os con- sumidores que mantêm um relacionamento de longa data com uma marca demonstram um alto risco de mudar quando sua lealdade é fraca. Os julgamentos de satisfação e insatisfação com base no pensamento podem se relacionar com: 93 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Os pensamentos e as expectativas dos consumidores sobre a oferta são confirmados ou não por seu desempenho (desconfirmação). Os pensamentos sobre causalidade e culpa (teoria da atribuição). Os pensamentos sobre justiça e equidade (teoria da equidade). Os consumidores também julgam a satisfação e a insatisfação com base nos sentimentos, especificamente se: emoções experimentadas (e lidando com essas emoções); e previsões errôneas sobre emoções. Os consumidores po- dem responder à insatisfação reclamando, reagindo à recuperação do serviço e adotando palavras negativas. Portanto, a satisfação é um sentimento subjetivo e a insatisfação ocorre quan- do os consumidores têm sentimentos negativos e acreditam que seus objeti- vos ou necessidades não foram cumpridos. 94 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar a experiência da compra, o envolvimen- to, a atitude e a satisfação do consumidor. As percepções, crenças, atitudes e valores de uma pessoa podem influenciar substancialmente sua experiência e envolvimento com os produtos. Os consumidores tendem a se envolver mais com produtos que eles acreditam que podem suprir suas próprias necessida- des, que mantêm importância e relevância em suas vidas. Vimos que o envolvimento do consumidor tende a variar, dependendo do tipo de produto e de seu relacionamento com o consumidor. Em geral, o en- volvimento do consumidor tende a ser maior para produtos muito caros. Vimos também que os profissionais do marketing tentam frequentemente mudar as crenças e atitudes dos consumidores usando publicidade e outras técnicas de persuasão. 95 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR OBJETIVO Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: UNIDADE 6 > Conhecer os principais aspectos do e-commerce. > Reconhecer os determinantes, fatores e atributos que influenciam na decisão de compra no e-commerce (on-line). > Verificar as categorias de produtos e comportamentos on-line. > Delinear como se dá a satisfação do consumidor do e-commerce. 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 6 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO E-COMMERCER INTRODUÇÃO DA UNIDADE Desde o surgimento da internet (meados de 1960) e de seu acesso, em mea- dos de 1990, a dinâmica social tem sido impactada significativa, inicialmente, pelos aspectos comunicacionais da existência humana e mais agressivamente pelos modos de ser e estar, de se comportar (em sentido mais amplo). Muitos profissionais, dos mais diversos nichos, têm se dedicado a construir compreensões e entendimentos sobre o papel que as interações sociais, me- diadas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), têm assumido. Desde então, praticamente tudo mudou! As maneiras de consumir, que an- tes ocorriam de maneira presencial e física, passaram a um outro patamar. A experiência de consumir ocorre em um espaço e tempo muito diferentes; se antes as compras eram pautadas pela compra, agora temos o e-commerce, delineando e determinando as formas de consumir das pessoas. 6.1 ENTENDENDO O E-COMMERCE Segundo Felipa (2017), o e-commerce pode ser definido como a articulação entre as oportunidades e desafios do marketing e da internet. A Internet tor- nou-se parte da vida e do dia a dia das pessoas. À medida que os custos dimi- nuíram, as possibilidades de acesso a padrões de consumo mais elevados au- mentaram, de modo que novas oportunidades para as empresas melhorarem seus negócios também aumentaram. 97 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: O E-COMMERCE GANHOU ESPAÇO NAS COMPRAS Fonte: Plataforma Deduca (2019). Com a internet, não há mais barreiras geográficas; de qualquer lugar, e a qual- quer hora, é possível consumir. O aparecimento das redes sociais é um bom exemplo disso, porque o comportamento de consumo das pessoas é influen- ciado, de modo a mudar de mais de uma maneira, o comportamento do con- sumidor. Seus hábitos de consumo se modificam constantemente. De acordo com Felipa (2017), o consumidor contemporâneo é um consumidor incons- tante, justamente pela quantidade de informações com a qual precisa lidar. É nesse cenário que emerge o e-commerce. Nesse sentido, conforme o autor, o e-commerce pode ser definido como as transações financeiras e de informação que são realizadas de maneira eletrôni- ca entre quem vende (uma organização ou mesmo um terceiro qualquer) e um consumidor que compre. Assim, a internet configura-se como uma estratégia corporativa, nos processos comerciais, na política de negócios da organização. 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 6.2 DETERMINANTES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE COMPRA ON-LINE Não muito tempo atrás, as ações de marketing e as peças de publicidade e merchandising eram focadas, quase que invariavelmente, em produtos, e um pouco menos em serviços. Tínhamos muitos jingles, jargões e slogans. A experiência de consumo estava situada na concepção de posse. Nos dias de hoje, as pessoas anseiam mais. Se antes éramos conduzidos a comprar, hoje buscamos, pesquisamos, agimos, decidimos, desistimos, criticamos etc. Grande parte disso, para Felipa (2017), deve-se à popularização da internet. Com o poder do polegar, as pessoas são capazes de operacionalizar decisões que demandavam uma grande mobilizaçãode pessoas e procedimentos. A neurociência tem encontrado evidências de que tanto consumidores quanto empresas estão evoluindo. Conhecimentos e técnicas, das mais variadas, têm auxiliado verdadeiros batalhões de profissionais e de consumidores a atingir o propósito de consumir. Camargo (2013) identifica três fatores que impactam o comportamento do consumidor nos tempos atuais: (a) O fator PSICOLÓGICO, o qual abarca processos como percepção, atenção, memória, aprendizagem e julgamento, todos relacionados a uma dada necessidade; (b) O fator COGNITIVO-EMOCIONAL, o qual refere-se à forma, individualmente, como as pessoas decidem consumir. Sofre influência desde questões como gênero, idade, cultura, antecedentes etc.; 99 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 (c) O fator SOCIAL, o qual abrange o entorno cultural e prático do indivíduo (trabalho, classe social, economia, política, religião, família etc.). Nesse sentido, os profissionais que fazem uso do neuromarketing têm busca- do compreender como os indivíduos se comportam, em diferentes segmen- tos, sob a referência dos grupos de interesse aos quais pertencem, para, então delinear quais estratégias e quais campanhas criar e adotar. Não nos esque- çamos de que a opinião alheia (positiva ou negativa) atua de maneira deter- minante na tomada de decisão de se consumir ou não algo. Ou seja, o “boca a boca” agora é ON-LINE. Outra faceta no que tange aos determinantes da compra on-line referem-se a como a experiência de compra é vivenciada: 1. ela está facilitada e rápida nas compras on-line: com o número gigantes- co de aplicativos para smartphones e outros aparelhos, houve uma signi- ficativa agilização do processo; 2. ela está mais flexível em termos de customização. É fácil personalizar buscas hoje, de modo a singularizar diferentes experiências de compra; 3. ela está mais humanizada, nunca se interessou tanto por informações como resultados obtidos com o uso, por reclamações e sugestões. O intuito tem sido compreender, da melhor maneira possível, o que se está buscando com aquela experiência de consumo; 4. ela é comparativa, pois as pessoas têm muito mais acesso às informa- ções para pesquisar em diferentes lugares e comparar diversas opções de preços, qualidade e outros condições a se considerar. 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 6.3 ELEMENTOS QUE INFLUENCIAM NA SATISFAÇÃO ON-LINE Para se compreender a dinâmica com o que o e-commerce influencia o ato de consumo das pessoas, é preciso considerar o perfil comportamental de quem consume sob a lógica do contexto virtualizado. Segundo Libermann e Stashevsky (apud FONSECA, 2015, p. 61): “[…] o consumidor on-line [...] é alguém que: • considera que a compra no CE apresenta baixos custos; • tem conhecimento dos benefícios da CE; • navega várias horas na internet; • é um utilizador experiente da internet; • utiliza a internet para múltiplas tarefas; • costuma ser o maior comprador da família; • utiliza frequentemente a internet para procurar informação sobre produtos e serviços”. Isso nos sinaliza que os elementos que determinam o comportamento do consumidor on-line precisam ser pensados em termos de vantagens e des- vantagens. 101 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2: COMPRAR ON-LINE PRECISA SER VANTAJOSO Fonte: Plataforma Deduca (2019). Assim, conforme Mariano et al. (2018), vejamos quais são esses elementos: QUADRO 1 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DA COMPRA ON-LINE VANTAGENS DESVANTAGENS 1. A amplitude de extensão (quantos tipos de produtos, serviços e experiências podem ser acessados). 2. O nível de acessibilidade. 3. Custo-benefício. 4. Maior e melhores negócios. 5. Nível de inovação disponibilizado. 6. Personalização de produtos e maior flexibilidade. 7. Interatividade. 8. Não deslocamento. 9. Disponibilidade 24 horas, durante sete dias na semana. 9. Melhor eficiência de tempo e espaço. 1. Preocupação com privacidade. 2. Desempenho inferior ao esperado. 3. Gastos adicionais com o produto. 4. Desapontamento. 5. Segurança. 6. Tempo gasto no processo de compra on- line. 7. Aceitação de compra de alguns tipos de produtos, serviços e experiências on-line, apenas. 8. Necessidade de contato presencial com os produtos, serviços e experiências. 9. Insegurança com o compartilhamento de dados e informações pessoais. Fonte: Adaptado de Mariano et al. (2018, p. 355). 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Cabe ainda destacar que o e-commerce é permeado por alguns fatores bas- tante específicos. Para Fonseca (2015), os principais fatores (e que de uma ma- neira ou de outra também determinam e condicionam o ato de consumir on- -line) são: (a) logística; (b) segurança e privacidade da informação; (c) confiança na loja on-line; (d) oportunidade de compra; (e) disponibilidade; (f) conveniên- cia de se consumir; (g) serviço de apoio ao consumidor; (h) percepção do risco; (i) design e facilidade de utilização dos aparatos eletrônicos e digitais (smar- tphones, PCs, notebooks, sites, plataformas etc.); e (j) economia de tempo. Para o autor, isso significa que a conveniência da compra on-line é um dos mais fortes impulsionadores da intenção de consumo, porque o indivíduo que consume o produto, o serviço, ou mesmo a experiência, tem a oportunidade de fazê-lo de qualquer ponto do planeta, em qualquer dia e hora, de forma ágil e sem limitações. Entretanto, o nível de qualidade com que as tecnologias e plataformas de ser- viço on-line disponibilizam a experiência de consumir é determinante. Outro ponto bastante importante a se considerar é o processo de aprendizagem que o consumir vivencia para consumir novos produtos e serviços. Ou seja, o quanto o consumidor consegue acompanhar e compreender essas novas experiências proporcionadas pelas tecnologias envolvidas nesse processo. 6.4 ATRIBUTOS DO E-COMMERCE E COMPORTAMENTO CONSUMIDOR Segundo o dicionário Michaellis da Língua Portuguesa (2010), atributo pode ser definido como: 103 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 “atributo a·tri·bu·to sm 1 Aquilo que é característica de alguém ou de alguma coisa. 2 Qualquer qualidade positiva. 3 Sinal distintivo; símbolo. 4 FILOS Propriedade essencial de uma substância. 5 ZOOL O que caracteriza especialmente uma família, uma espécie, um indivíduo. 6 GRAM Palavra que se junta ao substantivo para lhe exprimir a qualidade ou determinação; adjetivo. 7 GRAM Tudo que se afirma ou nega do sujeito da oração; predicado. 8 ESTAT Dado quantitativo ou qualitativo que diferencia um indivíduo de um grupo.”. Um atributo é o que vai caracterizar, dimensionar e qualificar um determinado produto, serviço ou experiência de consumo. Assim, o e-commerce, enquanto modalidade, é um catalisador que outorga uma série de caraterísticas ao con- sumir do indivíduo. Os atributos do e-commerce – ou seja, suas características –, de acordo com Mariano et al. (2018), podem ser traduzidos da seguinte forma: 1º ATRIBUTO: ATITUDE Que se constitui pela articulação das (a) vantagens relativas ao indivíduo ofertadas (o e-commerce se organiza e mobiliza as pessoas sob essa condição); (b) pela complexidade do que se está analisando em termos de decisão; e, por conseguinte (c) pelo nível de compatibilidade de consumo, com suas expectativas e possibilidades. 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 2º ATRIBUTO: SUBJETIVIDADE Composto pelas condiçõespsicológicas e sociais com as quais o indivíduo vai ter que lidar para consumir (é o terreno psíquico, emocional que ele tem para agir). Ou seja, a influência de amigos, família e vizinhos na realização da compra, as crenças e valores envolvidos. 3º ATRIBUTO: CONTROLE PERCEBIDO Relativo à percepção que determinará o nível de julgamento, sob o que ocorre e o que pesa, para agir e escolher o que consumir e de que forma. Aqui se articulam a eficácia (isto é, a habilidade dominada pelo indivíduo de consumir sozinho, sem auxílio) e uma CONDIÇÃO FACILITADORA, que pode ser disponibilizada por tempo, dinheiro e rede de comunicações. Vantagens relativas Complexidade Compatibilidade Estrutura normativa Eficácia Condições facilitadoras Controle percebido Normas subjetivas Atitude Intenção Comportamento Fonte: Adaptada de Mariano et al. (2018, p. 360). 105 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 São esses atributos que, para os autores, canalizaram a intenção de consumo das pessoas. Tal uma predisposição para realizar e emitir um determinado comportamento. 6.5 CATEGORIAS DE PRODUTOS E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ON-LINE Segundo Mariano et al. (2018), podemos delimitar seis categorias de consu- mo ao e-commerce, as quais delimitam o comportamento dos consumidores com base no segmento e na finalidade da busca por consumir. Veja os tipos de consumidores: Simplificidade São exigentes, difíceis de satisfazer e manter; gostam de informações sobre os produtos disponíveis, serviços confiáveis e rápida entrega. Respondem favoravelmente a indícios de que a compra on-line é mais fácil do que a off-line. São responsáveis por mais de 50% do comércio on-line. Navegação Utilizam a internet para pesquisas, compras, diversão e trocam de sites com muita rapidez procurando novas experiências; são atraídos por novidades e conteúdos atualizados. Para atrair esse segmento, o site deve ser moderno, atualizado e com muita variedade de produtos e serviços. Negociação Gostam de bons negócios, como os leilões. Pesquisam bons preços, gostam de ter controle sobre as compras e da sensação de fazer parte de uma comunidade. Para atrair esse segmento, o site precisa se preocupar com as emoções do consumidor. 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Conexão São novos na internet e a utilizam para se relacionar: usar redes sociais, trocar e-mails, mensagens e enviar cartões gratuitamente. Para atrair esses clientes, o site deve ser fácil e simplificado para estimular o hábito de compra on-line. Rotina Utilizam a internet para ler notícias, informações financeiras e, geralmente, navegam nos mesmos sites. Esporte/aventura São semelhantes aos rotineiros, com a diferença de preferirem sites de esportes, entretenimento e aventura (adaptado de MARIANO et al., 2018, p. 359). 107 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os próprios autores destacam que essa categorização não é absoluta e que um mesmo tipo de consumidor pode apresentar múltiplas características simbióticas. Mesmo assim, ainda se configura como um modelo bastante prático para quem precisa lidar com o consumidor on-line. 6.6 SATISFAÇÃO DE COMPRA ON-LINE De acordo com Mansano e Gorni (2014), uma das grandes preocupações dos gestores no âmbito do e-commerce é a satisfação do cliente, o que, obviamen- te, desdobra-se na manutenção das vendas e na sobrevivência no mercado. Quando nos referimos à satisfação, significa dizer que uma pessoa se entende atendida ao comparar o desempenho de um produto, serviço ou experiência de consumo com as expectativas que nutriu. FIGURA 3 – A SATISFAÇÃO OU INSATISFAÇÃO DETERMINA O SUCESSO DAS VENDAS Fonte: Plataforma Deduca (2019). É preciso deixar claro que satisfazer o cliente não significa atender à qualida- de. Na satisfação, temos a percepção como ponto-chave, logo se sentir satis- feito tem relação direta com aquilo que é percebido em termos da compa- ração expectativa-desempenho. Já a qualidade faz referência à análise das dimensões do que é entregue. 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR CONCLUSÃO Resumindo, o ato de consumir é perpassado por inúmeros elementos, entre os quais a qualidade do produto e a satisfação das expectativas que o indiví- duo nutre sobre o que pretende consumir. Decidir consumir, comprar, trocar, manter e fazê-lo novamente depende da sa- tisfação proporcionada pela experiência vivida, a qual pode ser definida como um processo avaliativo (pré, durante e pós-consumo) que determina se o que foi escolhido atendeu (total, parcial ou em nenhuma medida) às expectativas. O mundo contemporâneo está imerso em meio a pressões do consumismo. Isso tem gerado um sentimento de desprezo e, por conseguinte, de despres- tígio a marcas, produtos e experiências que apresentem níveis inferiores de qualidade e satisfação às expectativas comumente emergentes. As mudan- ças têm direcionado muitas pesquisas em relação ao consumidor nos últimos anos, o que causa alterações significativas no estabelecimento de estratégias organizacionais, em inúmeros níveis. A decisão do consumidor tem sido cada vez mais complexa e instável. O sinal de alerta está, há tempos, ativo. O que atende às pessoas hoje em dia? Como manter-se no ranking dos melhores nas escolhas do consumidor? Essas são questões que passam pelo debate sobre a decisão do consumidor e sobre o processo de compra e pós-compra. 109 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS CAMARGO, P. C. J. de. Neuromarketing: a nova pesquisa de comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas; Grupo GEN, 2013. CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. DAFT, R. L. Administração. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. ENGEL, J. F.; BLACKWELL, R. D.; MINIARD, P. W. Comportamento do consumidor. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2000. FELIPA, P. B. Marketing + internet = e-commerce: oportunidades y desafios. Finanza y política eco- nómica, v. 9, n. 1, p. 41-56, jan./jun. 2017. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/fype/v9n1/2248- 6046-fype-9-01-00041.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. FONSECA, J. L. C. 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Figura 10: Modelo geral de planejamento e plano de marketing Figura 1: Exemplo de cultura: o processo de desenho do ornamento do henna menhdi na mão da mulher. Figura 2: A importância de tomar cuidados com as cores no mercado global Figura 3: Subculturas Figura 1: Decidir é como uma equação matemática Figura 2 – A tomada de decisão implica ponderar Figura 3: Fatores de influência no processo de compra Figura 4: Muitos fatores motivam uma compra Figura 1 - Tipos de compra e envolvimento do consumidor Figura 2: Teste recall Figura 3: Experiência de compra Figura 4: Fatores que influenciam as experiências de compra Figura 5: Componentes que influenciam nas atitudes de compra do consumidor Figura 1: O e-commerce ganhou espaço nas compras Figura 2: Comprar on-line precisa ser vantajoso Figura 3 – A satisfação ou insatisfação determina o sucesso das vendas Apresentação da disciplina 1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE 1.1 O QUE É O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 1.2 TEORIAS COMPORTAMENTAIS SOBRE O CONSUMO 1.3 MARKETING E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 1.4 NEUROMARKETING 1.5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 1.6 SOCIEDADE E CONSUMO 2 MOTIVAÇÕES DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE 2.1 HIERARQUIA DE MASLOW 2.2 A NATUREZA DAS NECESSIDADES HUMANAS. 2.3 ABORDAGENS DE SETH, NEWMAN E GROSS SOBRE ESCOLHAS INDIVIDUAIS. 2.4 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MARKETING 2.5 A pesquisa em marketing. 2.6 A elaboração do plano da pesquisa. 3 FATORES SOCIAIS, DEMOGRÁFICOS E PSICOLÓGICOS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE 3.1 A CULTURA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 3.2 DIFERENÇAS CULTURAIS 3.3 INDIVIDUALISMOS VERSUS COLETIVISMO 3.4 AS DIFERENÇAS ENTRE OS INDIVÍDUOS E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 3.5 A PERCEPÇÃO HUMANA E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 3.6 INFLUÊNCIA DA CULTURA BRASILEIRA SOBRE O CONSUMIDOR 4 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 4.1 RECONHECENDO UMA NECESSIDADE 4.2 BUSCANDO INFORMAÇÃO 4.3 AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS 4.4 REGRAS DE DECISÃO COMPENSATÓRIA 4.5 DETERMINANTES E GRADUAÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO 4.6 COMPRA 4.7 PÓS-COMPRA 5 EXPERIÊNCIA DA COMPRA, ENVOLVIMENTO, ATITUDE E A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE 5.1 ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR 5.2 ENVOLVIMENTO E PROCESSO DECISÓRIO DE COMPRA 5.3 O QUE É UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA? 5.4 FATORES CONTROLÁVEIS E INCONTROLÁVEIS PELOS VAREJISTAS 5.5 ATITUDES DO CONSUMIDOR 5.6 ENTENDENDO A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR 6 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DO E-COMMERCER INTRODUÇÃO DA UNIDADE 6.1 ENTENDENDO O E-COMMERCE 6.2 DETERMINANTES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE COMPRA ON-LINE 6.3 ELEMENTOS QUE INFLUENCIAM NA SATISFAÇÃO ON-LINE 6.4 ATRIBUTOS DO E-COMMERCE E COMPORTAMENTO CONSUMIDOR 6.5 CATEGORIAS DE PRODUTOS E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ON-LINE 6.6 SATISFAÇÃO DE COMPRA ON-LINE