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1 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP Sangramento Uterino Anormal (SUA) DEFINIÇÃO O sangramento uterino anormal (SUA) é definido como como sangramento – agudo ou crônico – proveniente do corpo uterino, com anormalidade – seja na sua regularidade, no volume, na frequência ou duração, em mulheres não-grávidas. Conceitos de normalidade da menstruação: • Duração do ciclo → média de 28 dias – de 24 a 38 dias • Duração do fluxo → 4,5 a 8 dias; acima de 8 dias considerado prolongado; abaixo de 4 dias, curto. • Volume de sangramento a cada menstruação → 5 a 80 ml ❖ É importante afastar o diagnóstico de gravidez como causa, pois abortamento, mola hidatiforme e gravidez ectópica cursam com sangramentos e são causas potencialmente fatais. Nomenclaturas novas e tradicionais dos distúrbios menstruais As alterações da ciclagem e do tempo de sangramento são definidas na anamnese de acordo com o relato da paciente. As alterações de fluxo são mais bem qualificadas pelo número de absorventes trocados diariamente. Método de avaliação que leva em consideração o tempo entre a troca de absorventes, o tipo de absorvente usado e se há coágulos no sangue menstrual. Foi desenvolvido, a partir disso, um quadro denominado PBAC (pictorial blood assessment chart). As pacientes são, então, orientadas a registrar diariamente o número de absorventes higiênicos ou tampões utilizados, bem como se eles estão leve, moderada ou intensamente saturados de sangue. Presença de coágulos e seus tamanhos também são critérios desse método. 2 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP EPIDEMIOLOGIA O SUA afeta 30% das mulheres em idade reprodutiva, atingindo até 50% daquelas na perimenopausa. É mais rara em crianças, mas pode ocorrer. Vamos destrinchar aqui as principais causas em cada faixa etária: 1. Infância: qualquer sangramento anterior à menarca deve ser tratado como achado anormal. Deve-se determinar o local do sangramento para ter certeza de que não se trata de um sangramento uretral ou retal, que podem ser confundidos com sangramento vaginal. Nessa idade, a vagina – mais que o útero – é a principal fonte de sangramento, tendo a vulvovaginite como causa mais frequente. Ainda, doenças dermatológicas, crescimento neoplásico, trauma por acidente, abuso sexual ou corpo estranho também podem ser causas. Nessa idade, sangramento uterino é causado principalmente por aumento nos níveis de estrogênio. Puberdade precoce, ingestão exógena acidental ou neoplasias ovarianas devem ser consideradas. O exame pélvico é, portanto, necessário para identificar a fonte de sangramento. Pode ser necessário exame sob anestesia com ou sem vaginoscópio para melhor avaliação. 2. Adolescência: nessa faixa etária, com muito maior frequência as causas são anovulação e coagulopatias. Neoplasias – como pólipos, leiomiomas e neoplasias ovarianas – são menos comuns. No entanto, possibilidade de gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e abuso sexual não podem ser menosprezada. 3. Idade reprodutiva: problema frequente nessa idade, cerca de 1 em 20 mulheres em fase reprodutiva irá se consultar devido a SUA. Aumentam as taxas de sangramento por gravidez e DST’s. O eixo hipotálamo-hipófise- ovário amadurece e o sangramento anovulatório passa a ocorrer menos frequentemente. Leiomiomas e pólipos endometriais também aumenta com a idade e não pode ser descartado como causa, especialmente acima dos 30 anos. 4. Período perimenopausa: é responsável por 70% de todas as consultas ginecológicas nessa fase. Torna-se frequente o SUA por anovulação, por disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Reduz-se também o risco de sangramento por gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, outras etiologias aumentam em frequência, como as neoplasias benignas e malignas. 5. Climatério: o sangramento que ocorre após a menopausa frequentemente é causado por doenças benignas. Destacam-se as atrofias do endométrio e da vagina, bem como pólipos endometriais benignos. Neoplasias malignas, como o carcinoma de endométrio, se tornam mais frequentes. Menos comumente, tumor ovariano produtor de estrogênio pode acarretar hiperplasia endometrial que cursa com sangramento. Neoplasias ulcerativas vulvar, vaginal e cervical também são possíveis etiologias. É interessante, assim como na fase pré-puberal, estabelecer corretamente a fonte anatômica do sangramento. HISTOLOGIA DO ENDOMÉTRIO O endométrio é formado por duas camadas: a camada basal e a camada funcional. Camada basal • É localizada abaixo da camada funcional e está em contato com o miométrio. • Responde pouco a estímulos hormonais e funciona como um reservatório para a renovação da camada funcional após o desprendimento desta na menstruação. Camada funcional • Reveste a cavidade uterina, alterando suas características ao longo do ciclo e desprendendo-se ao final deste. • Histologicamente se apresenta como endométrio superficial e plexo subepitelial capilar. Há estroma e glândulas, bem como leucócitos entremeados. O sangue alcança o útero via artérias uterinas e ovarianas. A partir destas, formam- se artérias arqueadas, que nutrem o miométrio. Das artérias arqueadas, surgem as artérias radiais, que se estendem na direção do endométrio fazendo ângulos retos com as artérias arqueadas. As artérias radiais, então, formam as artérias basais e espiraladas na transição do miométrio-endométrio. As artérias basais nutrem a camada basal, respondendo pouco a estímulos hormonais e, as artérias 3 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP espiraladas, se estendem para nutrir a camada funcional e formar o plexo capilar subepitelial. Diversos mecanismos podem contribuir para o sangramento uterino anormal. Desequilíbrios hormonais, como disfunção lútea, fase folicular alongada curta ou alongada e queda brusca dos níveis de estrogênio são causas importantes de SUA. Problemas no eixo neuro-endócrino, da unidade hipotalâmico-hipofisária e de natureza idiopática também podem causar. Por fim, o SUA ainda pode ocorrer por alteração na receptividade dos hormônios. AVALIAÇÃO INICIAL E CLASSIFICAÇÃO Ao se deparar com um sangramento uterino anormal, é necessário primeiramente excluir a gravidez – por meio do exame beta-HCG. De preferência, realizar o teste quantitativo pois os valores de beta-HCG associados ao período de amenorreia podem ajudar no diagnóstico diferencial de doenças como a doença troflobástica gestacional (DTG). No contexto de emergência, no qual uma paciente chega com sangramento agudo e intenso, com hipovolemia e anemia, é necessário – antes de partir em busca do diagnóstico etiológico – estabilizá-la hemodinamicamente com o uso de soluções coloide e cristaloide, estancar o sangramento e, se necessário, realizar transfusão. As condutas iniciais serão feitas pensando na abordagem inicial ao paciente grave. Indicam-se, para a diminuição do sangramento agudo: estrogênio endovenoso (não disponível em nosso meio), contraceptivo oral combinado monofásico em multidoses, progestagênio oral em multidoses e ácido tranexâmico. Já em contexto ambulatorial, excluída a gravidez, iremos partir para uma investigação etiológica mais detalhada. Em 2011, a FIGO (do francês, Fédération Internacionale de Gynécologie et d’Obstétrique) elaborou o mnemônico PALM- COEIN para guiar médicos na etiologia do sangramento uterino anormal. • PALM → se refere às causas estruturais • COEIN → se refere as causas não-estruturais. PALM • “P” → pólipos endometriais; • “A” → adenomiose; • “L” → leiomiomas, muito prevalentes a partir dos 30 anos; • “M” → malignidade. COEIN • “C” → coagulopatias, que se apresentam geralmente nos primeiros anos após menarca como SUA e sangramentos por todo o corpo, tendo a doença de von Willebrand como o principal exemplo: a doença de von Willebrand apresenta diminuição da agregação plaquetáriade maneira sistêmica secundário a fator de vW reduzido. Há ainda o uso de anticoagulantes entre as condições mais comuns; • “O” → ovulatórias – como na Síndrome dos Ovários Policísticos, hiperprolactinemia, hipotireoidismo, obesidade, estresse e extremos da menacme; • “E” → disfunções endometriais, por desequilíbrio hormonal ou malformação arteriovenosa (MAV, por exemplo); • “I” → iatrogênicas, como a inserção de dispositivo intrauterino (DIU); • “N” → não especificadas. Uma história detalhada deve ser colhida, tanto do sangramento como de antecedentes, levando a idade em consideração. Pesquisar fatores de risco para câncer de endométrio, coagulopatias, medicações em uso e doenças concomitantes. 4 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP É imprescindível também o exame físico completo: pesquisar sinais de Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), resistência insulínica, tireodeopatias, petéquias, equimoses, lesões da vagina ou colo do útero e tamanho do útero. Para investigação complementar, um hemograma, dosagem de ferritina e USG pélvica. Caso a USG identifique lesão estrutural – que se encaixariam no PALM – o tratamento se dará de maneira distinta para cada tipo de patologia. Caso a USG não identifique qualquer lesão estrutural, o tratamento farmacológico – baseado em hormonioterapia – ou cirúrgico pode ser estabelecido. ❖ OBS: O tratamento farmacológico terá o objetivo de reduzir ou cessar o sangramento, melhorando a qualidade de vida da paciente. Será sempre a primeira linha do tratamento, deixando o tratamento cirúrgico para casos não resolvidos pelo medicamento. DIAGNÓSTICO • O quadro clínico do sangramento uterino anormal pode se apresentar de maneiras diferentes. Algumas mulheres apresentarão hemorragia contínua, enquanto outras podem ter padrões específicos de sangramento. Pode ainda haver associação com outros sintomas. • Geralmente, elas chegam ao ambulatório queixando-se de estarem “menstruando há muito tempo” – se for o caso de sangramento contínuo. Podem também queixar-se de sangramento após certas ocasiões, como o ato sexual. • A partir daí, devemos analisar: ✓ duração do quadro; ✓ sua intensidade – compará-la com a sua menstruação normal; ✓ seu aspecto – é sangue vivo? Apresenta coágulos?; ✓ há sintomas associados – dor pélvica, dismenorreia, dispareunia, leucorreia, etc. • O exame físico deve ser cuidadoso e avaliar bem toda a vagina e fórnice, além de confirmar a origem uterina do sangramento. • A menorragia e metrorragia são os padrões mais comuns de SUA, caracterizados por anormalidade em padrão, duração ou fluxo menstrual. Sua medida com base na anamnese é muito imprecisa, sendo difícil fechar o diagnóstico apenas com esses parâmetros. A resposta ao tratamento, no entanto, é possível de ser avaliada com base no relato da paciente de redução do fluxo e da duração do sangramento. • O sangramento pós-coito é outro tipo de padrão. Geralmente ocorre nas mulheres entre 20 e 40 anos ou nas multíparas. No entanto, em até 2/3 delas, não se encontra causas subjacentes e, quando encontradas, são quase sempre de curso benigno. Pólipos endocervicais ou endometriais e cervicite são as principais causas – estudos evidenciaram que a infecção por Chamydia trachomatis é 2,6 vezes mais frequente em mulheres com sangramento pós-coito. Além disso, em algumas pacientes, neoplasias cervicais ou outras do trato genital inferior podem cursar com sangramento pós-coito. O epitélio da neoplasia intracelular epitelial (NIC) e do carcinoma invasivo é fino e friável, descolando-se facilmente da cérvix. 5 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP • A dor pélvica também pode acompanhar o SUA, particularmente nas lesões, infecções e complicações obstétricas. • Já a dispareunia (dor na relação sexual) e dor não-cíclica sugere causa estrutural – como a endometriose – ou causa infecciosa. Exames • Sempre iremos pedir o beta-HCG para descartar ou confirmar possível gravidez. Caso seja positivo, trataremos como sangramento uterino na gestação. • Ultrassonografia pélvica: exame complementar que mais irá auxiliar na condução do caso. Tem alta sensibilidade (96%), mas baixa especificidade (13,8%) para lesões do endométrio. • Histerossonografia ou histeroscopia: para lesões intracavitárias sem conclusão diagnóstica, sendo que esta última tem a vantagem de permitir colher material para biópsia. • Biópsia de lesão focal ou difusa: para diagnóstico definitivo. ✓ A biópsia está especialmente indicada em pacientes com 35 anos de idade ou mais e sangramento uterino anormal ou naquelas menores de 35 anos com sangramento uterino anovulatório refratário a tratamento clínico – para avaliar possibilidade de câncer de endométrio. Esses exames geralmente bastam para diagnosticar pólipos, miomas, lesões malignas e pré-malignas. A adenomiose, por sua vez, tem diagnóstico mais difícil: o definitivo se dá por estudo anatomopatológico pós-histerectomia. Outros exames complementares que podem lhe auxiliar são o coagulograma, a avaliação da tireoide com o TSH, a dosagem de prolactina, investigar a síndrome do ovário policístico ou até exames de imagem diferente da ultrassonografia como a ressonância magnética. TRATAMENTO Tratamento de lesões estruturais Nessa sessão, abordaremos o tratamento das lesões estruturais benignas que cursam com SUA. Pólipos • A polipectomia histeroscópica é a primeira opção de tratamento. • Enquanto pequenos pólipos (<0,5cm) podem ser removidos ambulatorialmente, pólipos maiores podem ser removidos em bloco (ressecando-se a base da lesão de implantação) ou em fragmentos. Mioma • O tratamento farmacológico é a primeira opção antes da cirurgia, tendo como opções as mesmas do tratamento do SUA não-estrutural – o qual veremos adiante. • Caso não haja resposta, indica-se a cirurgia, que pode ser realizada via histeroscopia, laparoscopia ou laparotomia, a depender das características do tumor - em número, localização, tamanho e considerando se há desejo de concepção – e da paciente. • Existem os miomas submucosos, localizados abaixo da camada mucosa do útero; os intramurais, localizados na parede uterina; e os subserosos, localizados externamente ao útero. 6 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP • Os submucosos estão mais associados ao SUA. A depender do componente submucoso ou intramural do tumor, decide-se a abordagem mais adequada. • Caso a lesão seja majoritariamente intracavitária, pode-se realizar a abordagem exclusivamente histeroscópica. • Lesões grandes e com componente intramural importante devem ser realizadas via laparoscopia ou laparotomia. • Existe uma escala para avaliar a segurança da abordagem histeroscópica do mioma, levando em conta o seu tamanho, nível de comprometimento da parede endometrial, largura da base e localização no útero. • Miomas pequenos (<2cm) podem ser retirados no ambulatório a depender das condições clínicas da paciente. • Miomas maiores que 3cm têm maiores complicações e podem afetar o miométrio circundante, sendo a miomectomia em dois tempos cirúrgicos uma boa opção para esses casos. • Miomas intramurais podem ser retirados por via laparoscópica ou laparotômica. • Já miomas extensos devem ser tradados idealmente com análogo de GnRH durante os 3 meses antes da cirurgia, objetivando a redução do tamanho. • Caso não haja possibilidade de miomectomia e nem desejo de concepção, indica-se a histerectomia – que pode ser por via vaginal, laparoscópica ou laparotômica. • Outra opção quando se quer preservar a fertilidade é a embolização de artéria uterina (EAU), uma nova técnica que tem apresentado bons resultados na redução do sangramento e no tamanho do tumor, embora a necessidade de reabordagem posterior seja alta: 15%-20%. Além disso, deve-se discutir previamente com a paciente ofato de que esse procedimento pode impactar negativamente a reserva ovariana. Adenomiose • Essa patologia é geralmente tratada por meio de histerectomia. No entanto, estudos têm apontado possível eficácia em relação à melhora de sintomas com abordagem farmacológica hormonal – as mesmas opções do SUA de causa não-estrutural. Tratamento de causas não estruturais Incluem as causas referidas no mnemônico “COEIN”: coagulopatias, anovulações crônicas, disfunção endometrial, iatrogenia e causas não especificadas. Estrogênio e progestagênio combinados • Geralmente, os contraceptivos combinados monofásicos são usados em esquemas cíclicos, com pausas – podendo, no entanto, ser utilizados continuamente. Várias formulações estão disponíveis. Além disso, regimes contínuos se mostraram superiores na capacidade de reduzir sangramento do que regimes cíclicos. • A limitação dessa alternativa é se houver desejo de gravidez, já que esse medicamento inibe a ovulação. • Suas contra-indicações incluem HAS, enxaqueca com aura, fumantes maiores que 35 anos, trombofílicas, etc. Progestagênio isolado sistêmico • Os estrogênios promovem atrofia endometrial e atuam contra a inflamação. Há diferentes formulações: contínuo, cíclico, por via oral, injetável e intrauterina. O principal efeito colateral, que atua como limitante, é o sangramento inesperado. 7 MARC 11 – Heloísa Paraíso 7ºP Progestagênio oral cíclico ou contínuo • Seu uso cíclico não é uma boa opção para o tratamento do SUA, apresentando resultados inferiores a diversas outras opções terapêuticas. • Sua indicação fica para o SUA por disfunção ovulatória. • Já o seu uso contínuo tem se mostrado eficaz e benéfico para redução do sangramento, gerando atrofia endometrial e diminuindo a ação do estrogênio sobre a proliferação do endométrio. É uma opção tanto para mulheres anovulatórias como para aquelas com sangramento de causa endometrial. Progestagênio injetável • Não há evidência robusta demonstrando benefício desse medicamento para o SUA, mas 24% das mulheres podem ter amenorreia com seu uso. • Efeitos colaterais podem limitar sua tolerância, incluindo sangramentos irregulares, ganho ponderal e cefaleia. Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LING) • É considerado mais efetivo para o tratamento do SUA do que os contraceptivos orais. Promove redução substancial no volume do sangramento e tem melhor aceitação, devido ao tratamento prolongado e menor ocorrência de efeitos adversos. • Não é recomendado se a cavidade uterina estiver irregular, por risco de expulsão. • Seu efeito colateral mais comum é o sangramento inesperado nos primeiros 3 meses de uso. Anti-fibrinolíticos • Mulheres com fluxo menstrual aumentado podem ter ativação do sistema fibrinolítico na menstruação, gerando degradação do coágulo formado para conter o sangramento. Logo, medicamentos que inibem a fibrinólise contribuem para redução do sangramento. O ácido tranexâmico é frequentemente indicado, sendo usado de 3 a 4 vezes por dia. Anti-inflamatórios não-esteroidais • Esses medicamentos inibem a ciclooxigenase. O aumento da inflamação endometrial se associa a maior fluxo hemorrágico e menstrual, o que explica o uso de anti-inflamatórios para conter o SUA. • O mais estudado é o ácido mefenâmico, com redução de 25% a 50% do volume de sangramento. • Os efeitos colaterais mais frequentes são os gastrintestinais, não sendo indicados em mulheres com histórico de úlcera. Tratamentos cirúrgicos Ablação endometrial • Constitui uma medida menos invasiva que a histerectomia, consistindo em um procedimento que destrói o endométrio até sua camada basal, impedindo sua regeneração. • Seus melhores resultados se mostram em úteros com histerometria inferior a 10cm. • Atualmente, há duas classificações: primeira geração, que ocorre por via histeroscópica; e segunda geração, que é feita com balões térmicos. Há vários métodos de destruição do endométrio: laser, vaporização, crioablação, balão térmico, etc.) A ablação por histeroscopia permite ainda o estudo anatomopatológico. Histerectomia • É o último tratamento que pensaremos em fazer no SUA de causa não estrutural. É idealmente apenas realizado em pacientes que não possuem desejo de futura concepção. • No mais, é um tratamento que apresenta alto índice de satisfação devido ao fato de curar o sangramento uterino definitivamente.
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