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Fisiopatologia da Dor - Nocicepção

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Maria Eduarda de Azeredo Amaral • UniRV – Medicina 
 
 
INTRODUÇÃO 
DOR: sensação e experiência dolorosa emocional 
desagradável associada à lesão tecidual (ou não) real 
ou potencial ou descrita em termos desta lesão; 
Experiência dolorosa gera resposta do SN; 
Sinal de alarme para alterações corporais que podem 
estar evidentes ou não; 
MECANISMO DA DOR: 
Dor nociceptiva: dor causada por lesão de tecidos não 
nervosas e por ativação de nociceptores; Sem dano em 
estrutura neural → é dano tecidual; 
Dor neuropática: causada por lesão ou doença do SN 
somatossensitivo – é uma doença que atinge o 
funcionamento dos nervos; 
Dor nociplástica: dor causada por alterações da 
nocicepção, sem evidência de lesão tecidual causando 
ativação de nociceptores ou evidência; 
TEMPORAL 
AGUDA: variedade de tempo de duração; 
CRÔNICA: mais prolongada; 
CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA 
• Dor em segmento cefálico; 
• Dor em região torácica; 
• Dor em região abdominal; 
• Dor em MMSS; 
• Dor em MMII; 
DEFINIÇÕES 
Hiperestesia: sensibilidade aumentada ao estímulo; 
• Insolação; 
Hiperalgesia: dor aumentada por estímulo doloroso 
normalmente. Pode ser primária (na área da ferida – 
nociceptor primário). Hiperalgesia secundária 
(aumentada circundante a área não ferida) 
• Torção; 
Hipoalgesia: redução da dor em resposta a estímulo 
normalmente doloroso; 
• Imobilização em torção; 
Hiperpatia: resposta anormal a um estímulo doloroso, 
principalmente um estímulo repetitivo, assim como 
limiar aumentado; 
• Fratura de osso – dor local (nociceptores produzem 
substâncias pró-inflamatórias; 
Alodina: dor provocada por um estímulo que 
normalmente não provoca dor; 
• Toque/pressão leve – calor ou frio leves; 
FISIOPATOLOGIA 
SOMESTESIA 
• Sensibilidades corporais; 
• As vias sensitivas seguem um sentido oposto ao do 
sistema motor. 
Início: periferia (receptores sensitivos) → SNP → SNC 
• Vias ascendentes e aferentes (vias que entram para 
o SNC) 
SISTEMA EPICRÍTICO 
Propriocepção/cinestesia: posição e movimento, 
localização corporal no espaço e consciência; 
• Consciente; 
• Inconsciente; 
Palestesia/sensib. Vibratória: capacidade de sentir 
estímulos vibratórias; 
Tato epicrítico: tato fino; 
• Esterognosia – capacidade de reconhecer objetos 
pelo tato; 
• Grafoestesia – capacidade de reconhecer símbolos 
e códigos exclusivamente pelo tato; 
• Discriminação entre dois pontos; 
SISTEMA PROTOPÁTICO 
Tato protopático: tato leve ou grosseiro – algo 
impreciso; reconhecimento de pressão; 
Dor/nocicepção: receptores e vias próprias; 
Sensibilidade térmica/termocepção; 
 
VIA DA NOCICEPÇÃO 
Presença de terminações nervosas livres → fibras que 
não se ligam diretamente a nenhuma estrutura, 
ficando soltas na ponta; 
NOCICEPTORES 
 Maria Eduarda de Azeredo Amaral • UniRV – Medicina 
 
 
Neurônio sensitivo do SN somatossensorial que é capaz 
de realizar transdução e codificar um estímulo 
nociceptivo; 
Sua função é transmitir informações aos neurônios 
superiores; 
CLASSES 
MECÂNICOS: pressão intensa; 
TÉRMICOS: temperaturas extremas (quentes > 45°C ou 
frias < 5°C) 
POLIMODAIS: estímulos químicos; 
SILENCIOSOS: estímulos químicos, mediadores 
inflamatórios; 
FIBRAS NOCICEPTIVAS 
De acordo com diâmetro, mielinização e velocidade de 
condução das fibras sensitivas; 
Quanto mais grossa, com mais mielina → maior rapidez 
e eficaz; responsividade; 
FIBRA MIELINA VELOCIDADE EFEITO 
A Grossas c/ Rápidas Via da dor 
aguda, est. 
mecânicos 
A Finas c/ Moderadas Frio, dor rápida, 
est. mecânicos 
C Fina sem 
mielina 
Lentas Via da dor 
crônica, calor, 
frio, est. 
mecânicos 
• A (A, A e A.): dor neuropática – com lesões 
nervosas; resposta aguda imediata local; 
• A (delta) e C: relacionadas com dor nociceptiva – 
dano local; 
Fibra C: sem mielina – faz dor difusa; 
Síndrome de Carpo: desmielinização das fibras; 
estímulos repetitivos; 
As terminações podem ser mielinizadas ou não; 
 PROVA 
• As fibras A estão mais localizadas na pele e em 
locais onde existe a dor somática. 
• As fibras C estão presentes em todo corpo. 
 
Processos periféricos dos neurônios pseudounipolares 
do gânglio dorsal da medula; 
Estímulos álgicos são captados, chegam na raiz dorsal, 
radículos e chega no corpo posterior da medula (onde 
ficam neurônios sensitivos). Esses neurônios fazem 
sinapse na região posterior do corno da medula, na 
Substância Gelatinosa (portão da dor). 
Todos os neurônios sensitivos primários (primeiros que 
captam até a medula) possuem seu corpo no gânglio 
dorsal da medula. 
O segundo neurônio sensitivo cruza a comissura branca 
e uma pequena parte na comissura cinzenta e vai o 
outro lado e sobe pelo funículo lateral da medula. Lá 
ele forma o Trato Espinotalâmico Lateral. 
As fibras tipo A seguem esse percurso. No caso das 
Fibras C (dor crônica) a via é bilateral (sobe pelos dois 
funículos dos dois lados) e não segue por outro trato o 
Trato Espinoreticular. 
Trato Espinotalâmico Lateral, antes de chegar no 
tálamo, se junta com o trato espinotalâmico anterior e 
com parte do nervo trigêmeo que faz parte do processo 
da dor protopática da cabeça (face, língua, olhos). 
Se juntam no lemnisco espinhal e vão em direção ao 
núcleoventroposterior lateral (ou ventra 
posterolateral) do Tálamo (VPL) e fazem sinapse lá. 
Após a sinapse, o terceiro neurônio da via sobe pelo 
Trato Talamocortical (radiações talâmicas) passando 
pela cápsula interna e coroa radiada até chegar no 
córtex. 
No córtex, chega no giro pós central na área 
somestésica primária (S1). 
ILUSTRAÇÃO DA VIA DA NOCICEPÇÃO 
 Maria Eduarda de Azeredo Amaral • UniRV – Medicina 
 
 
 
 
SENSIBILIZAÇÃO 
Aumento da responsividade dos neurônios sensitivos a 
estímulos normais e/ou aumento da resposta a 
estímulos normalmente subliminares. 
É caracterizada por diminuição do limiar e aumento a 
magnitude da resposta aos estímulos de supralimiar. 
 
• Estímulo recebido pelo nociceptor; 
• Transdução → gera impulso; 
• Transmissão → vias aferentes → região posterior 
da medula espinal 
• Estímulo chega na região do tálamo; 
Lesões na porção posterior da medula podem 
desencadear perda de sensibilidade; 
TRANSDUÇÃO DA DOR 
CANAIS DE POTENCIAL RECEPTOR 
TRANSITÓRIO – TRP 
• Parecem com canais de de potássio dependentes 
de voltagem; 
Repouso: fechados; 
Ativados: abertos → permitem influxo de sódio e 
cálcio que gera potenciais de ação nas fibras 
nociceptivas; 
CANAIS BAUNILHOIDES – VR-1 OU TRPV1 
• Presentes nas fibras C e A; 
• Ativado por calor moderado (45°C) e capsaicina 
(pimenta); 
CANAIS BAUNILHOIDES VRL-1 OU TRPV2 
• Limiar de resposta mais alto ao calor 52°C 
• Não sensível à capsaicina; 
• Fibras A; 
MEDIADORES QUÍMICOS DA DOR 
São liberados nos tecidos feridos e são responsáveis 
pela ativação e sensibilização dos nociceptores. A lesão 
induz um processo inflamatório, e, a nível periférico, 
permite a sensibilização dos nociceptores por meio de 
substâncias químicas. 
 Maria Eduarda de Azeredo Amaral • UniRV – Medicina 
 
 
Exemplos: prostaglandinas, serotonina, acetilcolina, 
adenosina, bradicinina,histamina, serotonina, 
leucotrienos, substância P, fator de ativação 
plaquetário, radicais ácidos, íons potássio, oxido 
nítrico, tromboxane, interleucinas, fator de necrose 
tumoral, fator de crescimento do nervo e monofosfato 
cíclico de adenosina) 
Mediadores químicos interagem com os canais iônicos 
nas membranas do nociceptor via sinalização e podem 
agir diretamente nos canais (canais ionotrópicos – 
controlados por ligantes) ou indiretamente (canais 
metabotrópicos- via GPCRs ou RTKs). 
SEROTONINA 
Neurotransmissor da classe das aminas biogênicas, 
derivado do aminoácido triptofano. Ele é captador 
pelos neurônios por meio do transportador na 
membrana plasmática e hidroxilado em reação 
catalisada pela triptofano-5-hidroxilase. 
É encontrada principalmente nos neurônios da região 
da Rafe da ponte e na parte superior do tronco 
encefálico, cujas projeções são difusas ao 
prosencéfalo. 
Induz efeito pós-sináptico excitatório. 
A recaptação ocorre pelo transportador específico de 
serotonina – TSER. E sua via catabólica é mediada por 
MAO. 
É liberada na sensibilização periférica quando ocorre 
interação dos nociceptores com as substâncias 
liberadas pelo tecido lesado. 
Ela atua como inibidora das vias de dor na medula e 
está relacionada com alterações comportamentais, 
ansiedade, sono, humor, depressão e supressão de 
apetite. 
Está relacionada, juntamente com a HISTAMINA, com 
primeira fase do aumento de permeabilidade durante 
a resposta inflamatória. Estão normalmente estocadas 
em grânulos citoplasmáticos de mastócitos, basófilos e 
plaquetas. Causam vasodilatação. 
HISTAMINA 
Uma amina biogênica que pode funcionar como 
neurotransmissor. 
Ela induz efeito pós-sináptico EXCITATÓRIO após 
estímulo por Histidina-descarboxilase, um aminoácido. 
Seu transporte para dentro de vesículas ocorre pelo 
TVMA que transporta as catecolaminas. A histamina é 
degradada pelas ações combinadas da histamina-
metiltransferase e da MAO. 
É encontrada nos neurônios do núcleo tuberomamilar 
(NTM) do hipotálamo, que se projetam de forma 
difusa para todo o encéfalo e medula. 
Essas projeções histaminérgicas centrais vão mediar o 
alerta e atenção, parecido com as projeções de ACo e 
noradrenalina. 
Exerce função de controle também na reatividade 
vascular, sendo liberada de mastócitos em reações 
alérgicas ou em DANO TECIDUAL. 
PROSTAGLANDINAS 
As prostaglandinas parecem contribuir para a 
sensibilização periférica ligando-se a receptores 
acoplados à proteína G, que aumentam os níveis de 
AMP cíclico dentro dos nociceptores. 
Elas também reduzem o limiar de despolarização 
necessário para gerar potenciais de ação pela 
fosforilação de uma classe específica de canais de sódio 
resistentes a TTX, que são expressos em nociceptores. 
Citocinas liberadas por células microgliais ou de outras 
fontes promovem a transcrição generalizada de COX-2 
e a produção de prostaglandinas pelos neurônios do 
corno dorsal. 
Níveis aumentados de prostaglandinas nos neurônios 
do SNC aumentam a excitabilidade neuronal. Assim, os 
efeitos analgésicos de drogas que inibem a COX são 
devidos a ações tanto na periferia quanto dentro do 
corno dorsal. 
DOR 
Está associada a uma resposta de stress 
neuroendócrino proporcional à sua intensidade. A 
resposta hormonal, que é consequência da dor, resulta 
da ativação do sistema nervoso simpático e de reflexos 
mediados pelo hipotálamo. 
A dor, quando não controlada, tem o potencial de 
afetar quase todas as funções do organismo e de 
influenciar de forma adversa a morbilidade e 
mortalidade. 
Permite: 
Liberação de hormonas catabólicas, como adrenalina, 
noradrenalina, corticoides, aldosterona, glucagon, 
hormona do crescimento; 
Supressão de hormonas anabolizantes (insulina e 
testosterona); 
Gera alterações sistêmicas a nível de: 
Sistema Cardiovascular: 
 Maria Eduarda de Azeredo Amaral • UniRV – Medicina 
 
 
Hipertensão, taquicardia, aumento da resistência 
vascular sistémica; 
Sistema respiratório: 
Aumento das necessidades de oxigênio e retenção de 
dióxido de carbono com aumento da frequência 
respiratória geram mais dor; 
TGI e urinário: 
Aumento do tónus dos esfíncteres, diminuição da 
motilidade intestinal e urinária e hipersecreção 
gástrica que conduzem a obstipação, náuseas e 
vómitos, retenção urinária, oligúria, úlceras gástricas; 
Hematológicos: 
Traduzem no aumento da adesividade plaquetária, 
fibrinólise reduzida e hipercoaguabilidade com risco 
aumentado de estase venosa, trombose venosa 
profunda e tromboembolismo 
DOR RÁPIDA (PELE): 
• Sensação de agulhada 
• Fibras mielínicas aferentes primárias (tipo A). 
• Localizada – estímulos de pressão e calor; 
DOR LENTA (PELE): 
• Sensação de queimação; 
• Fibras amielínicas aferentes primárias (tipo C); 
• Difusa – lesões teciduais (inflamação e 
queimadura). 
DOR NOCICEPTITVA 
MECÂNICA 
Ação sobre canais iônicos sensíveis à distensão; 
Ação sobre proteínas membranares; 
QUÍMICA 
Água sanitária em tentativas de autoextermínio 
provocam irritações extremas que geram estímulos 
álgicos excessivos exógenos;

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