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Artigo e Material Complementar - Praticas Pedagogicas Natureza, Sociedade e Matematica

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:
NATUREZA, SOCIEDADE
E MATEMÁTICA
Emerson Rolkouski
Diretores
Diretoria Executiva Luiz Borges da Silveira Filho
Diretoria Operacional Marcelo Antonio Aguilar
Diretoria Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Editora
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
 Projeto Gráfico Evelyn Caroline dos Santos Betim
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
Emerson Rolkouski
RESUMO
O objetivo deste artigo é a discussão de conteúdos e metodologias das áreas de matemática e natureza e socie-
dade para a educação infantil. Para tanto, inicia-se por apresentar o que caracteriza a educação infantil e as 
características da criança dessa faixa etária. A partir daí são apresentadas separadamente as áreas de educação 
matemática e natureza e sociedade, elencando seus objetivos e conteúdos, tais como aparecem nos Referenciais 
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, e, finalmente, apresentando alguns encaminhamentos metodo-
lógicos, apontando possibilidades para o trabalho pedagógico com as crianças dessa faixa etária.
1 INTRODUÇÃO
Antes de dar início à discussão sobre questões de conteúdo e metodologia a respeito da matemática, natu-
reza e sociedade na educação infantil, faz-se necessário caracterizar, ainda que em linhas gerais, o aluno da edu-
cação infantil e o perfil da educação infantil como são concebidos atualmente.
De acordo com o Art. 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, essa fase da educação tem 
como objetivo “o desenvolvimento integral das crianças até 6 anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, 
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Cabe, portanto, caracterizar a criança 
dessa faixa etária.
Para que seja possível proporcionar às crianças experiências significativas que venham ao encontro de tal 
objetivo, deve-se levar em conta que essa criança está imersa em um conjunto de fenômenos naturais e sociais 
indissociáveis. Um mundo repleto de informações numéricas, formas geométricas e conceitos matemáticos. 
Trata-se de uma criança curiosa que faz perguntas a todo o momento e procura respostas às suas indagações 
realizando experiências.
As crianças dessa faixa etária interessam-se pelos animais, pela natureza que a cerca, pelas plantas, pelas dife-
rentes pessoas com que convive e também por castelos, monstros e fadas criados pelo seu imaginário disparado 
pelas histórias ouvidas dos adultos. Trazem, portanto, um vasto campo de experiências que devem ser aprovei-
tadas e mobilizadas em sala de aula com vistas a problematizar, ampliar e sistematizar os conhecimentos que 
já possuem, ao mesmo tempo em que se criam novas experiências para a construção de novos conhecimentos.
Tal criança encontra-se, de acordo com Piaget, no período pré-operacional, ou seja, a criança está se prepa-
rando para atingir o período operacional que se caracteriza pela possibilidade de ação e representação.
Entre as características do pensamento intuitivo, que ocorre na maior parte das crianças entre os 4 e 7 anos, 
podemos citar (LORENZATO, 2008, p. 5-6):
 2 a criança gosta de perguntar os “porquês” das coisas (a grande curiosidade das crianças), ainda que 
façam afirmações sem justificativa, pois seu raciocínio apoia-se em seus próprios desejos, sensações, 
temores, aparências e não em fatos;
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 4
 2 na representação gráfica, a criança dá prefe-
rência ao que conhece e não ao que vê. Por 
exemplo, ela pode estar vendo um avião, mas 
desenha o corpo dele como se visto de lado 
e as duas asas como se vistas de cima, abaixo 
encontramos a vista de cima de uma sala de 
aula, com as vistas superiores das carteiras 
corretamente representadas enquanto a vista 
da porta está desenhada como vista de frente;
Fonte: arquivo do autor
 2 no domínio espacial, de início, o cen-
tro continua sendo o próprio corpo, mas 
em seguida a criança consegue avançar, 
tomando como referência um objeto. Assim, 
o atrás, o em frente, o em cima, o depois, o 
antes já podem ser utilizados comparando a 
posição de um objeto com a de outro, mas 
ainda sem sair do concreto. Seus desenhos 
ou representações gráficas já manifestam 
as relações espaciais de fechamento, conti-
nente, conteúdo, vizinhança;
 2 muitas crianças, apesar de trabalhar corre-
tamente com dois atributos separadamente, 
apresentam dificuldade em considerar dois 
atributos simultaneamente, a dificuldade 
também se apresenta quando lidam com 
conceitos relativos (por exemplo, diante 
dos desenhos de um elefante, um cachorro 
e uma formiga muitas crianças podem não 
perceber que o cachorro é maior e menor ao 
mesmo tempo);
 2 a percepção visual é mais forte que a corres-
pondência um a um, por exemplo, quando a 
criança compara sete bolas grandes com sete 
bolas pequenas pode concluir que quem tem 
as bolas grandes tem mais bolas;
 2 os conceitos que envolvem tempo se apre-
sentam como os mais difíceis à criança; por 
exemplo, ela confunde o ontem com o ama-
nhã e diz que “andou mais quem chegou pri-
meiro”, sem relacionar tempo e espaço, por 
não compreender a questão da velocidade;
 2 por meio da manipulação de materiais con-
cretos, a criança já consegue adicionar e ini-
ciar a contagem com significado.
Ainda que em linhas gerais, tendo conhecimento 
de como é o mundo da criança e suas condições cog-
nitivas, é possível passar agora a considerar as especi-
ficidades de cada área apresentando um repertório de 
possibilidades de atividades que objetivam atingir os 
conteúdos elencados para cada área.
2 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Faz parte de uma determinada concepção de 
escola, que a criança primeiramente deve ser alfabeti-
zada na língua materna, para que depois possa viven-
ciar experiências em outras áreas como matemática 
e natureza e sociedade. No entanto, é fundamental 
compreender que a alfabetização ocorre em todas as 
áreas, e que, de fato, uma criança só pode ser con-
siderada alfabetizada, quando detiver as capacidades 
necessárias para uma leitura adequada do mundo 
em que vive, de acordo com sua faixa etária. Dessa 
maneira é coerente falar-se em alfabetização matemá-
tica e alfabetização científica.
Nessa mesma direção, ao se refletir especificamente 
sobre a educação matemática, é importante levar em 
conta que a construção de competências matemáticas 
se dá por meio de atividades diversas e não somente 
quando se está explicitamente trabalhando com mate-
mática. O caminho contrário também é verdadeiro, 
ou seja, quando se está alfabetizando matematica-
mente, também se está alfabetizando nas outras áreas. 
De acordo com Referencial Curricular Nacional para 
a Educação Infantil (RCNEI),
 2 aprender matemática é um processo contínuo 
de abstração no qual as crianças atribuem sig-
nificados e estabelecem relações com base nas 
observações, experiências e ações que fazem, 
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
5Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
desde cedo, sobre elementos do seu ambiente 
físico e sociocultural;
 2 a construção de competências matemáti-
cas pela criança ocorre simultaneamente 
ao desenvolvimento de inúmeras outras de 
naturezas diferentes e igualmente importan-
tes, tais como comunicar-se oralmente, dese-
nhar, ler, escrever, movimentar-se, cantar, 
etc. (BRASIL, 1998).
Antes de fazer referência aos objetivos e conteú-
dos da educação matemática para a educação infan-
til, serão inseridas as noções elementares iniciais que 
se deve enfatizar. No entanto, é importante perceber 
que o desenvolvimento de tais noções não deve impe-
dir o trabalho com os outros conteúdos. Não se tra-
tam de pré-requisitos obrigatórios, pois os conceitos 
se ancoram em outros, por vezes até mais complexos 
que os primeiros.
Otrabalho com a matemática é dividido em “três 
campos aparentemente independentes: o espacial, das 
formas, que apoiará o estudo da geometria; o numé-
rico, das quantidades, que apoiará o estudo da arit-
mética; e o das medidas, que desempenhará a função 
de integrar a geometria com a aritmética” (LOREN-
ZATTO, 2008, p. 24).
Cada campo sugere um conjunto de noções que 
devem ser trabalhadas:
 2 Campo espacial: deve-se enfatizar as noções 
de: dentro/fora, aberto/fechado, na frente/
atrás/ao lado, direita/esquerda, para cima/
para baixo. 
 2 Campo numérico: o trabalho deve se dar 
com a finalidade primeira de desenvolver 
as noções de: mais/menos, muito/pouco, 
igual/diferente, primeiro/último/entre, 
ganhar/perder. 
 2 Campo das medidas, tem-se as noções de: 
antes/agora/depois, começo/meio/fim, deva-
gar/depressa, cedo/tarde, dia/noite, ontem/
hoje/amanhã, vazio/cheio, grande/pequeno, 
maior/menor, grosso/fino, curto/comprido, 
alto/baixo, largo/estreito, perto/longe, leve/
pesado, aumentar/diminuir.
De acordo com Lorenzatto (2008, p. 25), 
seja, qual for a noção e o campo 
matemático (espaço, número, 
medida) que estiver sendo traba-
lhado, haverá sempre uma relação 
direta com um dos conceitos físico-
-matemáticos seguintes:
 2 tamanho, lugar, distância, forma;
 2 quantidade, número, capacidade, tempo;
 2 posição, medição, operação, direção;
 2 volume, comprimento, massa.
Considerando as noções elementares e também 
os conceitos físico-matemáticos já relacionados, resta 
ainda à professora a compreensão de alguns processos 
mentais para a aprendizagem matemática: correspon-
dência, comparação, classificação, sequenciação, seria-
ção, inclusão e conservação. 
Se a professora não trabalhar com as 
crianças esses processos, elas terão 
grandes dificuldades para aprender 
número e contagem. Sem o domí-
nio desses processos, as crianças 
poderão até dar respostas corretas, 
segundo a expectativa e a lógica dos 
adultos, mas, certamente, sem sig-
nificado ou compreensão para elas. 
(LORENZATTO, 2008, p. 25).
Serão considerados separadamente cada um des-
ses processos:
 2 Corresponder – é o ato de estabelecer a 
relação “um a um”. Esse processo é exi-
gido em diversas situações da vida diária, 
por exemplo, para cada pé um sapato, para 
cada criança uma carteira, para cada pessoa 
um prato, e assim por diante. Na escola, ele 
também é exigido em situações mais com-
plexas, por exemplo, para cada quantidade 
um número (cardinal), para cada posição um 
número (ordinal).
 2 Comparar – é o ato de estabelecer diferenças 
ou semelhanças. Na vida, comparações são 
realizadas a todo o momento, ganho mais 
ou menos que meu colega, esta casa é maior 
ou menor que aquela, esta camisa é preta, 
enquanto aquela é branca. Na escola, todas 
essas situações cotidianas podem ser explo-
radas e também as situações escolares, como, 
por exemplo, um quadrado possui mais lados 
que um triângulo.
 2 Classificar – é o ato de separar em catego-
rias de acordo com semelhanças e diferen-
ças. Por exemplo, em uma loja de CD, há 
uma classificação de acordo com o gênero 
musical, em uma loja de roupas, geralmente 
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 6
se separam os produtos em masculinos e 
femininos. Na escola, parte-se de situações 
como estas e ainda são exploradas separa-
ções em pares e ímpares, em figuras triangu-
lares e quadrangulares.
 2 Sequenciar – é o ato de fazer suceder a cada 
elemento um outro sem considerar a ordem 
entre eles. Um exemplo típico é o sorteio de 
números em um bingo, são retirados um a 
um, mas não há uma ordem entre eles.
 2 Seriar – é o ato de ordenar uma sequência 
segundo um critério. Há várias situações na 
vida que sugerem seriações. Por exemplo, os 
dias da semana são dispostos de um em um, 
no entanto, considerando as segundas-feiras, 
se verá que estão dispostas de sete em sete, a 
disposição das palavras nos dicionários. Na 
escola esse processo é trabalhado em diver-
sas situações, por exemplo, dispondo os alu-
nos do maior para o menor, os números em 
ordem crescente ou decrescente.
 2 Incluir – é o ato de fazer abranger um con-
junto por outro. Trata-se de um processo fun-
damental em nossa vida, a todo o momento, 
as mulheres e homens são incluídos no con-
junto de seres humanos, bananas e peras em 
frutas, feijão e arroz no conjunto de cereais. 
Na escola, um exemplo clássico de inclusão é 
observar que losangos, paralelogramos, qua-
drados, retângulos e trapézios estão todos no 
conjunto dos quadriláteros.
 2 Conservar – é o ato de perceber que a quan-
tidade não depende da disposição, da forma, 
ou posição. Diariamente, apresentam-se situ-
ações em que as novas formas das embalagens 
levam o indivíduo a questionar se continuam 
com a mesma quantidade de produto que as 
antigas, para sanar dúvidas como essa, exis-
tem as medidas presentes nas embalagens. 
Na escola, a criança deve perceber que, ao 
tomar um litro de um determinado líquido, 
essa quantidade não se altera se a forma do 
recipiente for alterada; que uma determinada 
quantidade de bolinhas não se altera se estas 
forem dispostas de outra maneira.
De acordo com os RCNEI, os objetivos e conte-
údos da educação matemática são separados em duas 
faixas etárias: 0 a 3 anos e 4 a 6 anos.
Para as crianças de 0 a 3 anos, o objetivo é pro-
porcionar oportunidades para que as crianças desen-
volvam a capacidade de:
 2 Estabelecer aproximações a algumas noções 
matemáticas presentes no seu cotidiano, 
como contagem, relações espaciais, etc.
Quanto aos conteúdos para se atingir esse obje-
tivo destacam-se:
 2 Utilização da contagem oral, de noções 
de quantidade, de tempo e de espaço em 
jogos, brincadeiras e músicas junto com 
a professora e nos diversos contextos nos 
quais as crianças reconheçam essa utiliza-
ção como necessária;
 2 Manipulação e exploração de objetos e brin-
quedos, em situações organizadas de forma 
a existirem quantidades individuais suficien-
tes para que cada criança possa descobrir as 
características e propriedades principais e 
suas possibilidades associativas: empilhar, 
rolar, transvasar, encaixar, etc.
Para as crianças de 4 a 6 anos, os objetivos 
ampliam-se e são assim descritos:
 2 Reconhecer e valorizar os números, as ope-
rações numéricas, as contagens orais e as 
noções espaciais como ferramentas necessá-
rias no seu cotidiano;
 2 Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, 
processos utilizados e resultados encontrados 
em situações-problema relativas a quantida-
des, espaço físico e medida, utilizando a lin-
guagem oral e a linguagem matemática;
 2 Ter confiança em suas próprias estratégias e 
na sua capacidade para lidar com situações 
matemáticas novas, utilizando seus conheci-
mentos prévios.
Os conteúdos para este nível são divididos em três 
blocos: números e sistema de numeração; geometria e 
medidas; espaço e forma. A seguir serão descritos cada 
um dos blocos tal como se encontram nas RCNEI.
3 NÚMEROS E SISTEMA 
DE NUMERAÇÃO
Esse bloco de conteúdos envolve contagem, nota-
ção e escrita numérica e as operações matemáticas.
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
7Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
 2 Utilização da contagem oral nas brincadeiras 
e em situações nas quais as crianças reconhe-
çam sua necessidade.
 2 Utilização de noções simples de cálculo men-
tal como ferramenta para resolver problemas.
 2 Comunicação de quantidades, utilizando 
a linguagem oral, a notação numérica e/ou 
registros não convencionais.
 2 Identificação da posição de um objeto ou 
número numa série, explicitando a noção de 
sucessor e antecessor.
 2 Identificação de números nos diferentes con-
textos em que se encontram.
 2 Comparação de escritas numéricas, identifi-
cando algumas regularidades.
4 GRANDEZAS E MEDIDAS
 2 Exploração de diferentes procedimentos para 
comparar grandezas.
 2 Introdução às noções de medida de com-
primento, peso, volume e tempo, pela uti-
lização de unidades convencionais e não 
convencionais.
 2 Marcação do tempopor meio de calendários.
 2 Experiências com dinheiro em brincadeiras 
ou em situações de interesse das crianças.
5 ESPAÇO E FORMA
 2 Explicitação e/ou representação da posição 
de pessoas e objetos, utilizando vocabulário 
pertinente nos jogos, nas brincadeiras e nas 
diversas situações nas quais as crianças consi-
derarem necessário essa ação.
 2 Exploração e identificação de proprieda-
des geométricas de objetos e figuras, como 
formas, tipos de contornos, bidimensiona-
lidade, tridimensionalidade, faces planas, 
lados retos, etc.
 2 Representações bidimensionais e tridimen-
sionais de objetos.
 2 Identificação de pontos de referência para 
situar-se e deslocar-se no espaço.
 2 Descrição e representação de pequenos percur-
sos e trajetos, observando pontos de referência.
Da mesma maneira que as áreas, os blocos de 
conteúdos não são trabalhados de forma disjunta neste 
nível de ensino. De fato, não deveriam ser trabalha-
dos separadamente em nenhum nível de ensino, no 
entanto, tendo em vista a figura da professora poliva-
lente, isto se torna mais fácil de ser efetivado nos anos 
iniciais da escolarização.
Serão apresentadas algumas atividades discutindo 
os conteúdos que ali estão sendo desenvolvidos.
5.1 Orientações didáticas da 
educação matemática
De maneira geral o que deve ser enfatizado no 
que diz respeito às orientações didáticas para a educa-
ção infantil é o respeito pelo universo infantil. Deve-
-se sempre ter em mente que se está trabalhando com 
crianças que possuem um mundo próprio bastante 
diferente do mundo do adulto.
Por outro lado, é sempre importante lembrar que 
essas crianças trazem saberes que devem ser resgatados, 
valorizados, sistematizados e problematizados com 
vistas a possibilitar sua ampliação.
Serão tratados alguns recursos que podem ser 
utilizados para os diferentes conteúdos matemáticos. 
Independentemente da atividade escolar se caracteri-
zar intencionalmente como uma brincadeira, a criança 
na maior parte das vezes tratará de tomá-la como uma 
brincadeira. É importante aproveitar essa espontanei-
dade para explorar ao máximo a potencialidade de 
cada recurso.
6 O RECURSO AOS JOGOS
O recurso às brincadeiras e aos jogos infantis será 
enfatizado com vistas a ampliarmos esse conhecimento 
lúdico da criança.
Inicialmente é imprescindível salientar que não 
será apenas no ato de jogar e brincar que a criança 
desenvolverá habilidades, é necessário que a professora 
assuma conscientemente a tarefa de criar situações que 
possibilitem às crianças ampliar seus conhecimentos.
Os benefícios que estão associados ao uso dos 
jogos e brincadeiras na educação infantil podem ser 
divididos em dois blocos: atitudinal e pedagógico.
Do ponto de vista atitudinal, é importante salien-
tar que o uso de jogos favorece o desenvolvimento pes-
soal, social e cultural, promove a saúde mental, facilita 
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 8
os processos de interação, expressão, comunicação, 
desenvolve a autoestima, auxilia no aprendizado do 
respeito a regras, dentre outras (ANASTÁCIO, 2003). 
Do ponto de vista pedagógico, o trabalho com 
jogos apresenta-se como um potencial disparador de 
interessantes situações-problemas, podendo ir muito 
além do conteúdo específico que trabalha, além disso, 
trata-se de um elemento contextualizador de trabalhos 
pedagógicos que, de outra maneira, acabariam se tor-
nando enfadonhos exercícios mecânicos.
Além desses aspectos, a utilização de jogos e brin-
cadeiras permite, desde cedo, desmistificar a imagem da 
matemática como uma disciplina difícil e desagradável.
Nas situações em que lida com 
jogos em sala de aula, a professora 
se depara, certamente, com a com-
petição como uma característica 
marcante nos mesmos, mas, nes-
sas atividades, a professora pode 
enfatizar o aspecto de construção 
do conhecimento, em lugar de 
enfatizar a rivalidade. A professora 
pode observar a forma como cada 
aluno lida com a situação e atuar 
de maneira a propor atividades que 
impliquem em diferentes aproxi-
mações, umas mais competitivas, 
outras menos, alternadamente. Os 
jogos competitivos podem ser asso-
ciados a atividades que envolvam 
a cooperação (construção de um 
jogo por todos os alunos da sala, 
uma brincadeira). Mas, é impor-
tante não ignorar o vencer e o per-
der propostos pelo jogo, desde que 
se tenha cautela para não reforçá-
-los, pois tal atitude pode resultar 
numa baixa autoestima ou numa 
superestimação (ANASTÁCIO, 
2003, [s. p]).
Com a finalidade de explorar ao máximo as 
potencialidades do uso de jogos e brincadeiras, pode-
-se iniciar pela discussão das regras pelos alunos. Esta 
já é uma tarefa pedagógica que desenvolve a oralidade 
das crianças, amplia o seu poder de entendimento do 
mundo que a cerca e desenvolve a capacidade de argu-
mentação, já que, muitas vezes o entendimento das 
regras não é o mesmo para todos.
Após esse primeiro momento, pode-se iniciar o 
jogo em duplas ou mesmo com toda a classe garan-
tindo assim o entendimento das regras por todos os 
alunos. A partir desse momento, pode-se estabelecer 
um determinado tempo para o jogo ou uma quan-
tidade fixa de partidas. Depois do jogo, a profes-
sora pode socializar o que foi vivenciado oralmente 
e, finalmente, construir um texto coletivo com 
as crianças a fim de registrar o que foi aprendido 
durante esse momento.
Dentro dessa perspectiva é imprescindível ter 
em mente que o jogo não é utilizado como um pas-
satempo ou como um dispositivo que a professora 
lança mão quando sobram alguns minutos da aula. O 
jogo, dentro de uma perspectiva pedagógica, é uma 
dentre outras atividades que compõem a rotina de sala 
de aula, tendo, portanto, o mesmo tratamento. Nesse 
sentido concorda-se com Anastácio (2003, [s. p]):
Ao dispor-se a trabalhar com jogos 
nessa abordagem que assumimos, é 
necessário que a professora conheça 
o jogo, o vivencie, discuta de forma 
crítica a possibilidade de utilizá-lo 
em suas aulas, conheça os objeti-
vos aos quais se dirige. Além de se 
apresentar como espaço para con-
templar o raciocínio e a construção 
de conhecimento pelos alunos, o 
jogo pode ser, para a professora, 
um espaço privilegiado de observa-
ção de seus alunos. 
Além disso, para se aproveitar ao máximo as 
potencialidades pedagógicas dos jogos, deve-se 
constantemente avaliar o aprendizado dos alunos 
após o seu uso, com a finalidade de verificar o que, 
de fato, foi assimilado e o que precisa ser reforçado 
e sistematizado.
De modo geral, os jogos e as brincadeiras podem 
ser usados para exercitar um conteúdo previamente 
estudado e também para introduzir um conteúdo. 
Na próxima seção será dada continuidade ao artigo 
apresentando alguns usos de jogos na educação 
matemática em que o leitor poderá perceber essas 
duas potencialidades. 
7 OS JOGOS DE PERCURSO
Os jogos de percurso são bastante flexíveis e 
podem trabalhar diferentes conteúdos. São várias as 
possibilidades que se apresentam, bastando criativi-
dade para elaborá-los.
De forma geral, um jogo de percurso consiste em 
uma trilha com casa que podem ser numeradas, colo-
ridas, preenchidas com formas geométricas, ou outro 
conceito que se deseje trabalhar da área da matemática 
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
9Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
ou não. Joga-se um dado com as faces preenchidas da 
mesma maneira que as casas do tabuleiro. Por exem-
plo, se as casas forem coloridas, as faces do dado devem 
ter a mesma cor, conforme se pode observar a seguir:
Saída
Chegada
Fonte: arquivo do autor.
O desenvolvimento do jogo é bastante simples, a 
criança joga um dado e avança até a próxima cor do 
tabuleiro correspondente à face do dado sorteada.
Ainda que se trate de uma atividade voltada 
especificamente ao reconhecimento de cores, pode-se 
explorar outros conteúdos. A seguir algumas situações 
que vão além da especificidade do jogo.
Ao se contar as casas, as crianças tomam contato 
com os números em dois usos distintos. Por exemplo, a 
professorapode se referir à primeira, segunda, terceira 
casa e assim por diante, enfatizando a característica 
ordinal do número. Quando a criança está contando 
quantas casas conseguiu avançar, está trabalhando 
com o número quando de seu uso como cardinal, ou 
seja, a quantidade de casas.
Ao se solicitar à criança como ela continuaria as 
casas do jogo, ela estará percebendo regularidades e cons-
truindo uma série. Enfim, pode-se observar que se trata 
de uma forma de jogo que traz várias possibilidades, tanto 
para introduzir um conteúdo como para exercitá-lo.
8 O RECURSO AO TRATAMENTO 
DA INFORMAÇÃO
Ao contrário do que ocorre em documentos ofi-
ciais de outros níveis de ensino, o bloco tratamento 
da informação não se encontra explicitamente nas 
RCNEI, no entanto, acredita-se que o uso de gráficos 
e tabelas é uma possibilidade bastante rica de introdu-
ção de diversos conteúdos.
Propõe-se uma atividade bastante simples e, em 
seguida, uma reflexão sobre as possibilidades que 
essa atividade traz para o trabalho pedagógico com 
a criança.
Trata-se da construção de um gráfico de colunas 
dos meses dos aniversários das crianças.
É feita a descrição da atividade de forma a 
explorá-la ao máximo. No entanto, cabe à professora a 
decisão de qual etapa realizar e qual deve suprimir de 
acordo com a faixa etária com que se trabalha.
Primeira etapa: construindo um quadrado a par-
tir de um retângulo.
Junto com os alunos a professora poderá cons-
truir um quadrado de papel a partir de um retân-
gulo. É importante que a cada etapa da dobradura se 
enfatize qual a figura geométrica formada. Tomando 
a folha retangular nas mãos, enfatiza-se que se trata 
de um retângulo.
A partir daí se faz a primeira dobradura, enfati-
zando que se trata de um trapézio.
Pode-se perguntar em que outros lugares já ouvi-
ram o nome trapézio, ou colocar uma figura de um 
trapézio de circo para que se discutam quais as seme-
lhanças e diferenças entre eles.
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 10
Trapézio de circo.
REPRODUÇÃO: Gustavo Ferrari.
Retira-se uma parte retangular e se obtém um tri-
ângulo.
Abrindo o triângulo obtém-se um quadrado.
A todo o momento, deve-se mostrar as figuras em 
posições diferentes, pois as crianças e também mui-
tos adultos cristalizam uma ideia de figura geométrica 
de acordo com sua posição e não suas características 
como é o correto.
Finalmente, com cada criança de posse de um 
quadrado elas devem escrever o seu nome nesse 
quadrado.
Nesse momento a professora poderá perceber o 
nível de escrita de cada criança. Com uma fita crepe 
ou cola, cada criança vai até o gráfico e cola seu qua-
drado no mês correspondente ao seu aniversário.
Fonte: arquivo do autor.
De acordo com o nível das crianças, pode-se soli-
citar que copiem o gráfico no caderno quadriculado.
Fonte: arquivo do autor.
A partir do gráfico pronto, pode-se realizar várias 
perguntas, como, por exemplo:
 2 Quantas crianças têm no total?
 2 É a mesma quantidade de crianças que há 
na sala? 
 2 É a mesma quantidade de crianças que há na 
nossa turma (eventualmente pode ter faltado 
algum colega)?
 2 Qual mês possui mais aniversários?
 2 Qual mês possui menos aniversários?
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
11Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
 2 Nos meses de março e abril quantas crianças 
fazem aniversário?
 2 Qual a diferença do número de aniversários 
de janeiro e fevereiro?
Como já foi comentado, trata-se de uma atividade 
bastante simples, mas que possibilita o trabalho com 
diversos conceitos. Observe que nas situações acima 
foram abordados: nomenclatura de algumas figuras 
geométricas, correspondência um a um, comparação, 
noções de adição e comparação, contagem, além da 
própria construção e leitura de um gráfico de colunas.
Esta é uma atividade bastante versátil que pode 
ser adaptada para vários outros contextos, como, por 
exemplo, para ilustrar: quem gostou ou não gostou da 
merenda; a quantidade de meninas e de meninos da 
sala; aqueles que moram em sobrados, casas ou apar-
tamentos, as crianças de 5 e de 6 anos, quem tem ani-
mais em casa e quem não tem. Enfim, pode-se abusar 
da criatividade de acordo com o interesse das crianças.
Comumente tem-se encontrado nas salas de aula 
da educação infantil uma única referência à mate-
mática que, com diferentes adaptações, se restringe a 
seguinte figura:
Um trabalho como o apresentado cumpre os mes-
mos objetivos de uma maneira muito mais significativa 
e ainda possui a vantagem de disparar trabalhos com 
muitos outros conceitos. É curioso observar que, em 
salas de aula em que são observados gráficos e tabelas, 
não são encontrados o “1, uma bolinha, 2, duas boli-
nhas, etc.” isso porque, de fato, ele não é necessário, 
está completamente descontextualizado e restringe a 
utilização do número a contagens.
Na mesma direção dessa atividade, pode-se solici-
tar aos alunos que tirem suas medidas com barbantes 
e os cortem para compor um gráfico de alturas como 
se sugere a seguir:
Fonte: arquivo do autor.
É importante que cada barbante seja colocado 
encostado no chão e que sobre cada linha seja 
colocado um nome. Na sequência da atividade 
muitas vivências podem ser proporcionadas de 
acordo com o que se pretende e com a faixa etária 
com que se está trabalhando.
Inicialmente a professora pode solicitar às crian-
ças que reestruturem o gráfico em ordem crescente e 
em ordem decrescente. A partir daí pode-se realizar 
uma série de perguntas como as que seguem:
 2 Quem é a criança mais alta?
 2 Quem é a criança mais baixa? 
 2 Carlos é maior que João, João é maior que 
Joana, Carlos é maior ou menos que Joana? 
Por quê?
 2 Qual criança é segunda mais alta?
 2 Qual criança é a segunda mais baixa?
Finalmente, pode-se aproveitar a oportunidade 
para solicitar às crianças que se meçam com seus pal-
mos e registrem suas descobertas. A professora pode 
instigar as crianças a comparar as medidas obtidas com 
o objetivo de auxiliá-los a perceber que não é possível 
comparar, tendo em vista que os palmos não são todos 
do mesmo tamanho, e discutir com eles como podem 
fazer para resolver esse problema. A intenção é que 
concluam que é necessário estabelecer uma unidade 
padrão, como, por exemplo, o palmo de uma criança 
ou da professora, ou mesmo um pedaço de madeira.
Com essa atividade foram trabalhados vários 
conteúdos, como, por exemplo, as noções de maior 
e menor, unidades de medidas, contagens, compara-
ção, ordenação.
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 12
Certamente que não é possível esgotar as possibi-
lidades metodológicas da educação matemática para a 
educação infantil. Por outro lado, espera-se que esses 
dois exemplos possam dar suporte ao entendimento 
dos princípios que regem uma aprendizagem matemá-
tica com significado. Na próxima seção, segue-se nessa 
mesma direção, ao considerar os princípios que nor-
teiam uma aprendizagem significativa dos conceitos 
de natureza e sociedade na educação infantil.
9 NATUREZA E SOCIEDADE 
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Os RCNEI dividem os objetivos da área de natu-
reza e sociedade para a educação infantil em duas eta-
pas: para as crianças de zero a três anos e para as crian-
ças de quatro a seis anos.
O objetivo para as crianças de 0 a 3 anos é:
 2 Explorar o ambiente, para que possa se rela-
cionar com pessoas, estabelecer contato com 
pequenos animais, com plantas e com objetos 
diversos, manifestando curiosidade e interesse.
Para se atingir esses objetivos, os conteúdos a 
serem trabalhados são:
 2 Participação em atividades que envolvam 
histórias, brincadeiras, jogos e canções que 
digam respeito às tradições culturais de sua 
comunidade e de outros grupos;
 2 Exploração de diferentes objetos, de suas 
propriedades e de relações simples de causa 
e efeito.
 2 Contato com pequenos animais e plantas.
 2 Conhecimento do próprio corpo por meio 
do uso e da exploração de suas habilidades 
físicas, motoras e perceptivas.
Já para as crianças de 4 a 6 anos, destaca-seque 
os objetivos para a faixa etária de 0 a 3 anos devem ser 
aprofundados e ampliados, oportunizando às crianças 
situações para que sejam capazes de:
 2 Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo 
mundo social e natural, formulando pergun-
tas, imaginando soluções para compreendê-
-lo, manifestando opiniões próprias sobre 
os acontecimentos, buscando informações e 
confrontando ideias.
 2 Estabelecer algumas relações entre o modo 
de vida característico de seu grupo social e de 
outros grupos.
 2 Estabelecer algumas relações entre o meio 
ambiente e as formas de vida que ali se esta-
belecem, valorizando sua importância para a 
preservação das espécies e para a qualidade 
da vida humana.
Ao contrário do que ocorre para a faixa etária de 
zero a três anos, nessa faixa os conteúdos são dividi-
dos em cinco blocos: “Organização dos grupos e seu 
modo de ser, viver e trabalhar”; “Os lugares e suas pai-
sagens”; “Objetos e processos de transformação”; “Os 
seres vivos” e “Fenômenos da natureza”.
O documento enfatiza que há uma série de pro-
cedimentos metodológicos que são pertinentes a todos 
os blocos, são eles:
 2 Formulação de perguntas.
 2 Participação ativa na resolução de problemas.
 2 Estabelecimento de algumas relações simples 
na comparação de dados.
 2 Confronto entre suas ideias e as de outras 
crianças.
 2 Formulação coletiva e individual de conclu-
sões e explicações sobre o tema em questão.
 2 Utilização, com ajuda da professora, de dife-
rentes fontes para buscar informações, como 
objetos, fotografias, documentários, relatos 
de pessoas, livros, mapas, etc.
 2 Utilização da observação direta e com uso 
de instrumentos, como binóculos, lupas, 
microscópios, etc., para obtenção de dados 
e informações.
 2 Conhecimento de locais que guardam infor-
mações, como bibliotecas, museus, etc.
 2 Leitura e interpretação de registros, como 
desenhos, fotografias e maquetes.
 2 Registro das informações, utilizando diferen-
tes formas: desenhos, textos orais ditados à 
professora, comunicação oral registrada em 
gravador, etc.
A seguir serão listados os conteúdos referentes a 
cada bloco.
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
13Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
9.1 Bloco 1: organização dos grupos e 
seu modo de ser, viver e trabalhar
Conteúdos:
 2 Participação em atividades que envolvam 
histórias, brincadeiras, jogos e canções que 
digam respeito às tradições culturais de sua 
comunidade e de outras.
 2 Conhecimento de modos de ser, viver e tra-
balhar de alguns grupos sociais do presente e 
do passado.
 2 Identificação de alguns papéis sociais existen-
tes em seus grupos de convívio, dentro e fora 
da instituição.
 2 Valorização do patrimônio cultural do seu 
grupo social e interesse por conhecer diferen-
tes formas de expressão cultural.
9.2 Bloco 2: os lugares e suas paisagens
Conteúdos:
 2 Observação da paisagem local (rios, vegeta-
ção, construções, florestas, campos, dunas, 
açudes, mar, montanhas, etc.).
 2 Utilização, com ajuda dos adultos, de fotos, 
relatos e outros registros para a observação de 
mudanças ocorridas nas paisagens ao longo 
do tempo.
 2 Valorização de atitudes de manutenção 
e preservação dos espaços coletivos e do 
meio ambiente.
9.3 Bloco 3: objetos e processos 
de transformação
Conteúdos:
 2 Participação em atividades que envolvam 
processos de confecção de objetos;
 2 Reconhecimento de algumas características 
de objetos produzidos em diferentes épocas 
e por diferentes grupos sociais;
 2 Conhecimento de algumas propriedades dos 
objetos: refletir, ampliar ou inverter as ima-
gens, produzir, transmitir ou ampliar sons, 
propriedades ferromagnéticas, etc.;
 2 Cuidados no uso dos objetos do cotidiano, 
relacionados à segurança e prevenção de aci-
dentes, e à sua conservação.
9.4 Bloco 4: os seres vivos
Conteúdos:
 2 Estabelecimento de algumas relações entre 
diferentes espécies de seres vivos, suas carac-
terísticas e suas necessidades vitais.
 2 Conhecimento dos cuidados básicos de 
pequenos animais e vegetais por meio da sua 
criação e cultivo.
 2 Conhecimento de algumas espécies da fauna 
e da flora brasileira e mundial.
 2 Percepção dos cuidados necessários à preser-
vação da vida e do ambiente.
 2 Valorização da vida nas situações que impli-
quem cuidados prestados a animais e plantas.
 2 Percepção dos cuidados com o corpo, à pre-
venção de acidentes e à saúde de forma geral.
 2 Valorização de atitudes relacionadas à saúde 
e ao bem-estar individual e coletivo.
9.5 Bloco 5: os fenômenos da natureza
Conteúdos:
 2 estabelecimento de relações entre os fenôme-
nos da natureza de diferentes regiões (relevo, 
rios, chuvas, secas, etc.) e as formas de vida 
dos grupos sociais que ali vivem;
 2 participação em diferentes atividades envol-
vendo a observação e a pesquisa sobre a ação 
de luz, calor, som, força e movimento.
10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 
PARA O TRABALHO EDUCATIVO 
DE NATUREZA E SOCIEDADE
Da mesma maneira como apontado no trabalho 
com a matemática, é no respeito ao saber prévio e o 
mundo da criança que se encontra o maior princípio 
pedagógico para essa faixa etária.
É a observação e exploração do ambiente em 
que se vive o maior disparador para o trabalho com 
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 14
a natureza e sociedade. De acordo com os RCNEI 
(BRASIL, 1998, p. 178):
É dessa forma que poderão, gra-
dualmente, construir as primei-
ras noções a respeito das pessoas, 
do seu grupo social e das relações 
humanas. A interação com adultos 
e crianças de diferentes idades, as 
brincadeiras nas suas mais diferen-
tes formas, a exploração do espaço, 
o contato com a natureza, se cons-
tituem em experiências necessárias 
para o desenvolvimento e aprendi-
zagem infantis. 
Serão apresentadas algumas atividades com o sen-
tido de ilustrar o trabalho educativo com esse bloco 
para essa faixa etária.
10.1 Construindo um terrário
Pode-se afirmar que um terrário é uma espécie de 
réplica do ambiente natural externo em pequena escala. 
De posse de garrafas de plástico transparentes, 
pode-se construir um terrário em sala de aula. Para 
povoá-lo pode-se solicitar às crianças que tragam inse-
tos e outros pequenos animais que habitam seus jar-
dins, além de pequenas plantas.
Fonte: Jardinsecia-lifeassis (2009).
A coleta dos animais e plantas é uma excelente 
oportunidade para se falar sobre os cuidados que se 
deve ter com a higiene quando é feita a manipulação 
destes, além dos cuidados com os animais venosos 
como, por exemplo, algumas aranhas, escorpiões e 
algumas espécies de lagartas. 
A observação do dia a dia dos animais e plantas 
ali presentes pode ser um disparador para vários traba-
lhos. Ao perguntar as semelhanças e diferenças entre 
os animais coletados deve-se ter a mão, também, um 
repertório de fotografias para que as crianças observem 
características como: número de patas, possuir ou não 
alguma forma de esqueleto, viver sobre ou embaixo 
da terra, ser ou não venenoso e assim por diante. Tal 
discussão pode ser ampliada para outros animais de 
acordo com os objetivos.
Algo que sempre desperta a atenção das crianças 
é a direção que as plantas acabam tomando dado que 
sempre buscam a luz. Essa é uma excelente oportuni-
dade para discutir fotossíntese e questões relacionadas 
à poluição e cuidados com o meio ambiente.
A medição do tamanho das plantas pode gerar 
discussões sobre como os seres vivos se desenvolvem e 
também geram possibilidades para um trabalho inter-
disciplinar com a matemática, já que os dados coleta-
dos podem se transformar em um gráfico.
Realizar a escrita de um texto coletivo ao final de 
cada semana é outra oportunidade interdisciplinar que 
insere a criança no universo da leitura e escrita, além 
de desenvolver a oralidade.
Finalmente, a observação do nascimento e morte 
de animais e plantas dispara discussões sobre o ciclo 
da vida.
10.2 Conhecendo outras brincadeiras
Inicialmente é solicitado às crianças que pergun-
tem aos adultos de sua casasobre as brincadeiras que 
costumavam fazer quando estes eram pequenos. A 
professora pode elaborar um gráfico para mostrar as 
brincadeiras mais comuns.
A partir daí pode-se promover uma discussão 
sobre que brincadeiras permaneceram e quais foram 
abandonadas. Essa discussão pode ser ampliada para 
procurar responder ao questionamento: O que existia 
antigamente e que hoje já não existe mais? O que não 
existia antigamente e que hoje é comum? Era melhor, 
pior, em que sentido?
Tal atividade, além de desenvolver a oralidade, 
auxilia a criança a perceber a transformação da socie-
dade em que está inserida, partindo do seu mundo.
A professora pode então coletar vídeos na inter-
net para mostrar às crianças a brincadeira de pessoas 
de outras regiões do país e do mundo. Sendo assim 
a criança terá contato com brincadeiras de índios, 
afrodescendentes, entre outras. No YouTube, existem 
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
15Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
vídeos que mostram brincadeiras e jogos de vários 
povos, por exemplo, no site <http://www.youtube.
com/watch?v=TciJU4Acw3E>, pode-se observar as 
brincadeiras dos índios manchineri, já no <http://
www.youtube.com/watch?v=8Vc3svFAwbM> pode-
-se conferir o uso do aware, jogo africano, em uma 
sala de aula de um colégio estadual de Salvador.
Na medida do possível, com o auxílio da profes-
sora de educação física, a professora poderá criar ofici-
nas de brincadeiras.
Finalmente, de posse de um globo terrestre e de 
um mapa do Brasil, a professora poderá localizar os 
países e regiões de onde as brincadeiras vieram. 
Novamente, o trabalho pode ser ampliado para 
discutir os costumes de maneira geral. Trabalhos como 
este se bem conduzidos acabam se mostrando muito 
mais significativos que as práticas comumente empre-
gadas de se comemorar datas especiais colorindo folhas 
mimeografadas. Tais atividades acabam trazendo este-
reótipos para a criança que, muitas vezes, acabam cons-
truindo imagens errôneas de pessoas de outras culturas. 
De acordo com os RCNEI (BRASIL, 1998, p. 179):
O trabalho com as brincadeiras, 
músicas, histórias, jogos e danças 
tradicionais da comunidade favo-
rece a ampliação e a valorização da 
cultura de seu grupo pelas crianças. 
O professor deve propiciar o acesso 
das crianças a esses conteúdos, 
inserindo-os nas atividades e no 
cotidiano da instituição. Fazer um 
levantamento das músicas, jogos 
e brincadeiras do tempo que seus 
pais e avós eram crianças pode ser 
uma atividade interessante que 
favorece a ampliação do repertório 
histórico e cultural das crianças.
A construção de um texto coletivo registrando 
as descobertas gera uma boa oportunidade de inter-
disciplinaridade.
Um trabalho como esse tem como objetivo auxi-
liar a criança a compreender o contexto social em 
que vive, suas semelhanças e diferenças com relação a 
outras culturas; a compreender o tempo em que vive 
observando o que se alterou e o que permaneceu no 
decorrer do tempo.
10.3 Coletando e fazendo receitas
Novamente inicia-se o trabalho solicitando às 
crianças que pesquisem junto aos adultos de casa recei-
tas fáceis de fazer. 
De posse de algumas receitas que podem ser 
selecionadas pela professora, pode-se copiar a receita 
no quadro discutindo as partes que compõem uma 
receita, bem como classificando os ingredientes, as 
medidas utilizadas e a quantidade de cada uma delas.
Após essa etapa, pode-se realizar uma dessas recei-
tas no intuito de observar as transformações que ocor-
rem quando os ingredientes são misturados.
A partir daí pode-se discutir outras transforma-
ções que ocorrem com as substâncias, por exemplo, 
gelo em água, água em vapor e sua relação com a 
formação das chuvas. Além disso, a criança pode 
observar outras formas de obtenção de substâncias, 
como, por exemplo, a obtenção da cor verde, a partir 
de tintas de cores de cor azul e amarela, a fabricação 
de tintas naturais, a obtenção de cerâmica a partir da 
argila, entre outras.
O objetivo principal dessa atividade é observar 
transformações de diferentes substâncias.
10.4 Conhecendo fenômenos da natureza
De acordo com os RCNEI (BRASIL, 1998, p. 191),
A seca, as chuvas e as tempestades, 
as estrelas e os planetas, os vulcões, 
os furacões, etc. são assuntos que 
despertam um grande interesse 
nas crianças. Alguns são fenôme-
nos presenciados e vividos pelas 
crianças, outros são conhecidos por 
serem comumente veiculados pelos 
meios de comunicação e outros por 
estarem presentes no imaginário 
das pessoas e nos mitos, nas lendas 
e nos contos. Algumas perguntas, 
como “Por que as sombras dos 
objetos mudam de lugar ao longo 
do dia?”, “As estrelas são fixas no 
céu ou será que elas se movimen-
tam?”, “Como fica a cidade depois 
de uma pancada forte de chuva?”, 
ou “O que acontece quando fica 
muito tempo sem chover?”, podem 
desencadear um trabalho intencio-
nal, favorecendo a percepção sobre 
a complexidade e diversidade dos 
fenômenos da natureza e o desen-
volvimento de capacidades impor-
tantes relacionadas à curiosidade, à 
dúvida diante do evidente, à elabo-
ração de perguntas, ao respeito ao 
ambiente, etc.
A compreensão de que há uma 
relação entre os fenômenos natu-
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 16
rais e a vida humana é um impor-
tante aprendizado para a criança. 
A partir de questionamentos sobre 
tais fenômenos, as crianças pode-
rão refletir sobre o funcionamento 
da natureza, seus ciclos e ritmos 
de tempo e sobre a relação que o 
homem estabelece com ela, o que 
lhes possibilitará, entre outras coi-
sas, ampliar seus conhecimentos, 
rever e reformular as explicações 
que possuem sobre eles. 
Considerando as afirmações presentes no referido 
documento, será sugerido um encaminhamento meto-
dológico que possibilita um trabalho bastante rico envol-
vendo as áreas de natureza e sociedade e matemática.
Trata-se da elaboração de um calendário do 
tempo. Esse trabalho deve ser feito desde o primeiro 
dia de aula e pode se estender durante o período de 
férias escolares.
Primeiramente, a professora deve tomar uma folha 
de papel sulfite (tamanho seja A3, de preferência) e 
dividi-la em cinco partes com desenhos que represen-
tem um céu nublado, chuva, sol, sol com nuvens, sol 
com nuvens e chuva, como a seguir:
Fonte: arquivo do autor.
Além disso, poderá fazer um calendário do tempo, 
como apresentado a seguir:
Fonte: arquivo do autor.
A partir daí, os alunos devem, diariamente, colar 
um quadradinho na coluna correspondente. Nesse 
momento podem surgir dúvidas quando o tempo 
muda. A professora pode deixar para as crianças discu-
tirem como devem resolver esse problema. Poderá ser 
o tempo logo na entrada, ou o que ocorreu na maior 
parte do período de aula. O gráfico pronto ficará da 
seguinte forma:
Fonte: arquivo do autor.
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
17Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
É importante transpor esse gráfico para a folha de 
papel quadriculado, como abaixo:
Fonte: arquivo do autor.
Essa atividade de transposição exigirá dos alunos 
a contagem dos quadradinhos. Além disso, não deve 
se perder a oportunidade de realizar outras perguntas, 
como, por exemplo:
 2 Neste mês fez mais dias de sol, ou mais dias 
de chuva?
 2 Quantos dias a mais fez de sol do que de 
chuva?
As perguntas acima são pertinentes à área da 
matemática, no entanto, as outras áreas também serão 
abordadas com perguntas adequadas:
 2 O que muda na cidade ou no campo 
quando chove?
 2 Por que é importante que chova?
 2 Há outros fenômenos que não estão registra-
dos no gráfico? (geada, granizo, etc.)
 2 Como fica a cidade ou o campo depois que 
chove?
Finalmente, ao final do ano letivo, a professora 
poderá colocar todos os gráficos lado a lado, com a 
finalidade de ampliar a discussão:
 2 Quais os meses em que mais chove?
 2 Isto ocorre em todas as regiões? Em todos 
os países?
 2 Neste ano, houve período de seca? Quando? 
Por quê?
 2 Como você se sente quando fica muitotempo 
sem chover? Que cuidados se deve ter?
 2 Houve época de enchente? Quando? Por quê?
Sempre que possível, deve-se finalizar um traba-
lho como esse com a escrita de um texto coletivo.
Se bem realizada, uma atividade como essa per-
mite encaminhar o trabalho com uma série de con-
ceitos pertinentes a várias áreas do conhecimento. A 
criança terá a oportunidade de conhecer melhor o seu 
meio ambiente e observar as diferenças entre a região 
em que mora e outras regiões, entre o meio urbano e 
o meio rural. Além disso, está fazendo uso de diferen-
tes representações gráficas para a compreensão de uma 
mesma situação, o que é altamente recomendável. 
Finalmente, desenvolve sua oralidade e seu poder de 
argumentação, tendo em vista as discussões que irão 
ser realizadas.
11 CONSIDERAÇÕES
O objetivo deste artigo foi a discussão de conteú-
dos e metodologias das áreas de matemática e natureza 
e sociedade para a educação infantil. 
Para cumprir tal objetivo, foram caracterizadas a 
educação infantil e as características da criança dessa 
faixa etária. A partir daí foram apresentadas separada-
mente as áreas de educação matemática e natureza e 
sociedade, elencando seus objetivos e conteúdos, tais 
como aparecem nos Referenciais Curriculares Nacio-
nais para a Educação Infantil, e, finalmente foram des-
critos alguns encaminhamentos metodológicos, apon-
tando possibilidades para o trabalho pedagógico com 
as crianças dessa faixa etária.
As discussões aqui presentes foram pensadas 
com o objetivo de apontar para a necessidade de 
se repensar determinadas práticas pedagógicas que, 
mesmo se mostrando ineficientes, ainda permeiam a 
rotina escolar.
Acredita-se que os encaminhamentos metodoló-
gicos aqui presentes, exemplificam o que entendemos 
por princípios fundamentais do trabalho pedagógico 
com crianças dessa faixa etária, quais sejam, o respeito 
ao saber prévio da criança, o estabelecimento de um 
diálogo constante com o seu mundo particular de fan-
tasias e seu universo sociocultural com vistas a ampliar 
a sua leitura de mundo e compreender as práticas 
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 18
sociais que a envolvem, a sociedade, o tempo e o meio 
ambiente em que vive.
Trata-se, portanto, de fazer da rotina escolar, algo 
vivo, em constante movimento e aliado às expectativas 
de cada criança, bem como às expectativas da socie-
dade sobre elas. 
REFERÊNCIAS
ANASTÁCIO, M. Q. A. Jogo e matemática: uma 
associação possível. Duc in Altum (Muriaé), Muriaé, 
v. único, p. 233-243, 2003. 
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. 
Referencial curricular nacional para educação 
infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.
LORENZATO, S. Educação infantil e percepção 
matemática. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associa-
dos, 2008. v. 1. 210 p.
Material Complementar
Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 20
AFIRMAÇÕES
 2 O uso de jogos na educação infantil
Nas situações em que lida com jogos em sala de aula, a professora se depara, certamente, com a 
competição como uma característica marcante nos mesmos, mas, nessas atividades, a professora 
pode enfatizar o aspecto de construção do conhecimento, em lugar de enfatizar a rivalidade. 
A professora pode observar a forma como cada aluno lida com a situação e atuar de maneira a 
propor atividades que impliquem em diferentes aproximações, umas mais competitivas, outras 
menos, alternadamente. Os jogos competitivos podem ser associados a atividades que envolvam 
a cooperação (construção de um jogo por todos os alunos da sala, uma brincadeira). Mas, é 
importante não ignorar o vencer e o perder propostos pelo jogo, desde que se tenha cautela para 
não reforçá-los, pois tal atitude pode resultar numa baixa autoestima ou numa superestimação. 
(ANASTÁCIO, 2003, [s. p.]).
ANASTÁCIO, M. Q. A. Jogo e matemática: uma associação possível. Duc in Altum, Muriaé, v. único, 
p. 233-243, 2003. 
 2 Conhecendo fenômenos da natureza
A seca, as chuvas e as tempestades, as estrelas e os planetas, os vulcões, os furacões etc. são assuntos 
que despertam um grande interesse nas crianças. Alguns são fenômenos presenciados e vividos 
pelas crianças, outros são conhecidos por serem comumente veiculados pelos meios de comunica-
ção e outros por estarem presentes no imaginário das pessoas e nos mitos, nas lendas e nos contos. 
Algumas perguntas, como “Por que as sombras dos objetos mudam de lugar ao longo do dia?”, “As 
estrelas são fixas no céu ou será que elas se movimentam?”, “Como fica a cidade depois de uma 
pancada forte de chuva?”, ou “O que acontece quando fica muito tempo sem chover?”, podem 
desencadear um trabalho intencional, favorecendo a percepção sobre a complexidade e diversi-
dade dos fenômenos da natureza e o desenvolvimento de capacidades importantes relacionadas à 
curiosidade, à dúvida diante do evidente, à elaboração de perguntas, ao respeito ao ambiente, etc. 
(BRASIL, 1998, p. 191).
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para educação 
infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.
 2 Possibilidades do trabalho com músicas, brincadeiras, histórias, jogos e danças tradicionais
O trabalho com as brincadeiras, músicas, histórias, jogos e danças tradicionais da comunidade favo-
rece a ampliação e a valorização da cultura de seu grupo pelas crianças. O professor deve propiciar o 
acesso das crianças a esses conteúdos, inserindo-os nas atividades e no cotidiano da instituição. Fazer 
um levantamento das músicas, jogos e brincadeiras do tempo que seus pais e avós eram crianças pode 
ser uma atividade interessante que favorece a ampliação do repertório histórico e cultural das crianças. 
(BRASIL, 1998, p. 179)
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para educação 
infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.
ESTUDOS DE CASOS
1) Baseado nas suas leituras e experiências proponha alternativas didáticas para a construção do número 
pela criança, que superem as práticas tradicionais, como colagem de bolinhas de papel em folhas 
mimeografadas, contorno de algarismos e contagem de bolinhas. Argumente sobre a necessidade de se 
alterar essas práticas.
2) Baseado nas suas leituras e experiências proponha alternativas didáticas para a exploração do corpo 
humano na educação infantil.
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
21Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
CASOS DE REFORÇO
1) João Pedro possui 5 anos e apesar de conseguir identificar os números está com dificuldades para com-
preensão de seu significado e seus usos. Descreva algumas atividades possíveis de serem trabalhadas 
com essa criança com o objetivo de auxiliá-la a superar essa dificuldade:
Pedro Henrique possui um problema com o nome das figuras geométricas. Para ele, os nomes depen-
dem da posição em que a figura se encontra.
Para ele, esta figura é um trapézio:
Mas, quando ela é rotacionada, ele afirma ser um triângulo:
Procure encontrar os motivos que o levam a pensar dessa forma e encaminhamentos didáticos para que 
Pedro Henrique supere sua dificuldade.
TEMAS TRANSVERSAIS
Os Temas Transversais são importantes para ampliar e qualificar os conhecimentos adquiridos na disciplina, 
porque permitem interagir com outras temáticas.
Para acessar os sites a seguir, basta posicionar a seta sobre o link e clicar.
 2 Sexualidade
Na atualidade, tratar de sexualidade já com as crianças pequenas exige do professor se despir de pre-
conceitos e de maneira geral abandonar os métodos e conteúdos aos quais fomos expostos enquanto 
alunos da pré-escola. Para isso é preciso estar em constante estudo para formarmos crianças saudáveis 
fisicamente, mentalmente e socialmente. O artigo abaixo nos auxilia a refletir sobre a temática.
MELO, S. M. M.; FERREIRA, A.; ROSA, S. B. Refletindo sobre a sexualidade na educação infantil. 
In: Linhas (UDESC), Florianópolis/SC, v. 4, n. 1, p. 105-113, 2003. Disponível em: <http://www.
periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1205/1020>. Acesso em: 23 abr. 2018.
Faculdade Educacionalda Lapa - FAEL 22
TEMAS EMERGENTES
Os Temas Emergentes indicam temas atuais que enriquecem os conhecimentos da disciplina, pois permi-
tem identificar conceitos e fatos em evidência na sociedade.
Para acessar os sites a seguir, basta posicionar a seta sobre o link e clicar.
 2 Educando para a sustentabilidade em um sistema não sustentável
A palavra sustentabilidade conquistou um lugar de destaque na mídia. De modo geral, podemos afir-
mar que sustentabilidade é a habilidade de utilizarmos os recursos naturais de que dispomos sem com-
prometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, um dos conceitos da educação ambiental. 
O artigo “O ambiente da escola – o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola-natureza 
em educação infantil”, de Elali Gleice Azambuja, tem como objetivo mostrar a importância da educa-
ção ambiental na educação infantil.
ELALI, G. A. O ambiente da escola – o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola-na-
tureza em educação infantil. Estud. Psicol., Natal, v. 8, n. 2, aug. 2003. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/epsic/v8n2/19047.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018.
 2 O trabalho com a geometria na educação infantil
Durante muito tempo o trabalho com a matemática de modo geral foi reduzido aos blocos de números e 
operações. Dentro desse quadro, gerações de professores foram formadas. Dessa maneira, ainda que os docu-
mentos oficiais e os currículos enfatizem a necessidade do trabalho com outras áreas da matemática, como a 
geometria, muito pouco tem sido realizado nas salas de aula. O artigo “Quebra-cabeças: um recurso para ensi-
nar e aprender geometria na educação infantil”, de Kátia Stocco Smole e Maria Ignez Diniz, além de algumas 
reflexões teóricas, traz o quebra-cabeça como um interessante recurso para abordar conceitos de geometria com 
as crianças.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Os textos a seguir selecionados para leitura e desenvolvimento acadêmico retratam as produções de pes-
quisadores da área. A leitura e a análise desses textos contribuem para o seu conhecimento, além de subsidiar a 
realização das avaliações, já que as questões são elaboradas também a partir deles. 
Para acessar os sites a seguir, basta posicionar a seta sobre o link e clicar.
LAMONATO, M.; PASSOS, C. L. B. Tarefas exploratório-investigativas de geometria na formação contínua 
do professor da Educação Infantil. In: Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sudeste, 8, 2007, Vitória. 
Anais... Vitória: Eduforum-Anped, 2007. p. 01-07. Disponível em: <www.sbem.com.br/files/ix_enem/Comu-
nicacao_Cientifica/Trabalhos/CC15272255852T.doc>. Acesso em: 23 abr. 2018.
NUNES, Deise Gonçalves. Educação infantil e mundo político. In: Rev. katálysis, Florianópo-
lis, v. 12, n. 1, jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1414-49802009000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 abr. 2018.
VASCONCELOS, Tânia. Crianças em trilhas na natureza: jogos de percurso e reencantamento. In: Revista 
do Departamento de Psicologia – UFF, v. 18, n. 2, p. 143-162, jul./dez., 2006. Disponível em: <http://www.
portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/media/objeto_de_aprendizagem_criancas_trilhas_natureza.
pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018.
VÍDEOS
Os vídeos selecionados retratam de forma audiovisual os conceitos abordados nesta disciplina.
Para acessar os sites a seguir, basta posicionar a seta sobre o link e clicar.
Práticas Pedagógicas: natureza, sociedade e matemática
23Faculdade Educacional da Lapa - FAEL 
1. Matemática em toda parte.
Produção Aiupa Brasil. Direção: Roberto Machado Junior. Conteúdo e apresentação: Professor Antonio José 
Lopes Bigode.
Série de programas que apresentam a matemática presente em nosso cotidiano, desde as feiras livre, passando 
pelos mercados até a zona rural.
Disponível em: <http://matematicaemtodaparte.blogspot.com/>. Acesso em: 23 abr. 2018.
2. Vida Maria.
Direção de Márcio Ramos, 2006.
Trata-se de uma animação curta metragem que mostra a vida de Maria dos 5 aos 45 anos, proporcionando refle-
xões sobre as mazelas da falta de alfabetização.
Apresentação disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=gfRJaSZMm-I>. Acesso em: 23 abr. 2018.
3. Campanha da Animal Planet: os animais salvam o planeta.
Uma série de vídeos que mostram animais em situações de conflito com questões ambientais.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KElRziFUBTo>. Acesso em: 23 abr. 2018.
4. A história das coisas
Trata-se de um vídeo que tem como objetivo explicar o ciclo de produção, o uso e o descarte dos objetos no 
sistema capitalista de produção.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k>. Acesso em: 23 abr. 2018.
5. Ilha das flores.
Direção de Jorge Furtado, 1989.
Curta metragem que trata sobre a a plantação de um tomate até o seu destino final, trazendo uma crítica sobre 
a sociedade de consumo. Pode servir de disparador para interessantes discussões acerca da sociedade em que 
vivemos, bem como sobre o desperdício dos alimentos e a hierarquia social.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28>. Acesso em: 23 abr. 2018.
6. Matemática é D+. 
Produção: Revista Nova Escola.
Série de vídeos que apresentam situações reais de salas de aula quando as crianças estão envolvidas em tarefas 
matemáticas. Ressalta a importância do saber ouvir o aluno em diversas situações didáticas.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Wx1GIcdfkqE>. Acesso em: 23 abr. 2018.
7. Donald no país da matemática.
Produção: Walt Disney.
Animação que apresenta o pato Donald em diversas situações em que necessita utilizar a matemática. Além 
disso, apresenta diversas aplicações da matemática em outros campos do conhecimento.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Nc1vulpH31E>. Acesso em: 23 abr. 2018.

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