Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina PROPEDÊUTICA SISTEMA VENOSO PERIFÉRICO – MEMBROS INFERIORES → É composto pelas veias superficiais, profundas e suas comunicantes. → Fluxo Venoso em duas direções; → Distal para proximal (da periferia para o coração); → Superficial para Profundo. SISTEMA VENOSO PERIFÉRICO – MECÂNICA DO FLUXO → Contrações dos Músculos das Panturrilhas: “sístole muscular” que bombeia o sangue. → Válvulas Venosas: impedem o refluxo na direção oposta. → Fluxo arterial periférico: garante o enchimento das vênulas. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA → Falha no bombeamento do sangue periférico → Incompetência das Válvulas; → Sobrecarga pressórica sobre a circulação venosa; → Alterações na parede dos vasos venosos. MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina → Primária: Defeito do sistema que faz o bombeamento, por patologias ou características pessoais do indivíduo. → Secundária: O sistema é competente, mas há sobrecarga por um fator externo. Exemplo: trombose venosa ou compressão extrínseca por um tumor. FATORES DE RISCO → Sexo feminino, idade acima de 50 anos, hereditariedade. → Ortostase mantida por longos períodos. → Sobrecarga hormonal: estrogênio e progesterona. → Estrogênio: reduz o tônus das vênulas. → Progesterona: causa dilatação venosa. → TVP e compressões extrínsecas (IVC “secundária”). FISIOPATOLOGIA → Refluxo de sangue para a periferia (MMII distais) e para os vasos superficiais, com sobrecarga pressórica nesses territórios. → Extravasamento de hemácias e produtos de sua decomposição (hemossiderina) para o interstício. → Passagem de macromoléculas: fibrinogênio, bradicinina, citocinas e outros mediadores inflamatórios. → Aumento da produção local de colágeno intersticial: fibrose local de tecido cutâneo e adiposo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - ANAMNESE → Edema: bilateral, pior ao final do dia, melhor ao se elevar os membros, “mole”, com cacifo, sem sinais flogísticos (dor, calor, rubor). → Prurido e sensação de desconforto (“peso” nas pernas) pela congestão venosa. → Telangectasias – “Aranhas Vasculares” → Relacionam-se à sobrecarga de estrogênio, que fragiliza as paredes dos vasos. → Varizes – Dilatações superficiais, tortuosas, às vezes dolorosas. → Edema e Dermatite Ocre – Deposição de Hemossiderina no Interstício. MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina → Úlcera Venosa: Doença mais avançada, relacionada às mudanças na arquitetura local da pele e às reações inflamatórias locais mediadas por citocinas. IVC – COMPLICAÇÕES DA DOENÇA → Celulites – Infecções de pele relacionadas à perda da “função de barreira” da pele contra patógenos do meio ambiente. Mais comum em associação com úlceras. → Linfedema – A drenagem linfática também é comprometida pelo extravasamento intersticial e a produção desordenada de colágeno. Aspecto de “pé de boneca”, com pele mais áspera e grossa (em “casca de laranja”). É um edema bem mais endurecido, por vezes sem cacifo. → Tromboses Venosas Superficiais e Profundas: por estase venosa e lesão endotelial IVC – COMO AVALIAR? Anamnese e Exame físico! → Para definir a localização e a extensão do problema: US de membros inferiores com Doppler Colorido, identificando as direções e velocidades dos fluxos. IVC – TRATAMENTO → Medidas conservadoras (em casos leves): uso de meias elásticas compressivas durante o dia, elevação dos membros à noite, deambulação regular. Algumas MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina medicações (como a diosmina) produzem certo alívio dos sintomas, porém não interferem no curso da doença. → Escleroterapia de varizes superficiais: para alterações locais que produzam dor ou desconforto estético. → Bota de Unna: é um curativo compressivo que pode ser aplicado em regiões ulceradas, com medicações tópicas que facilitam sua cicatrização. → Cirurgia: Safenectomia. Indicada em casos de refluxo mais importante ou úlceras cutâneas. → Antibióticos: apenas para o tratamento da úlcera infectada. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA → É o surgimento abrupto de um coágulo que obstrui parcial ou totalmente a circulação venosa em um dos vasos do sistema venoso profundo dos MMII. TVP – FATORES DE RISCO → Igual em ambos os sexos, mais frequente em idosos e pessoas da raça negra, história familiar positiva. TRÍADE DE VIRCHOW → Estase Venosa; → Lesão Endotelial; → Hipercoagulabilidade. TVP – FATORES DE RISCO → Obesidade, Gravidez, Sedentarismo; → Pós-Operatório de grandes cirurgias (Ortopédica, Vascular); → Traumatismos, Imobilizações, Pacientes Acamados; → Viagens Prolongadas; → Neoplasias; → Doenças que promovem inflamação crônica: ICC, cirrose, DPOC; → Tabagismo; → Uso de reposições hormonais (Estrogênio, Progesterona); → Doenças que interferem na coagulação: trombofilias (SAAF, Fator V de Leiden, etc). TVP - LOCALIZAÇÕES → Tibiais e Poplíteas (distais): Mais Comuns; → Femorais e Ilíacas (proximais): Mais Perigosas. TVP – ANAMNESE E EXAME FÍSICO → Dor em pontada, não muito intensa, de início sub-agudo (alguns dias de evolução). → Edema unilateral, com sinais flogísticos (calor, rubor, dor). MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina → Panturrilha empastada: dolorosa ao toque, de consistência endurecida. → Possível Circulação Colateral. Essencial investigar os possíveis fatores de risco para TVP! TVP - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → Sinal de Homans: Dorsiflexão súbita do pé, com dor na panturrilha. Não é confiável! → Flegmasia Alba Dolens ou Flegmasia Cerúlea Dolens: O membro se torna esbranquiçado (por compressão das artérias pelas veias ingurgitadas) ou azulado (pelo acúmulo de sangue venoso). TVP – COMO DIAGNOSTICAR? → Achados Clínicos: Anamnese e exame físico. → Dosagem do D-dímero: É um marcador que indica lesão vascular aguda, medindo produtos de decomposição do trombo. Muito sensível, mas pouco específico. Ou seja: é mais útil quando negativo. → Escore de Wells: Usa diversos parâmetros para calcular uma pontuação que indica a probabilidade de TVP → presença de imobilizações nos membros, características do edema e outras alterações do exame físico, neoplasia em atividade, etc. → Doppler Venoso de MMII: → Aspecto do fluxo e compressibilidade das veias; → Extensão do trombo e o seu grau de aderência à parede. COMPLICAÇÕES DA TVP → Embolia Pulmonar: Os trombos se deslocam de seu local de origem em direção à circulação pulmonar e lá se alojam. → Estima-se que 90% dos TEPs se originem de TVPs do membro inferior. É a complicação mais temida da TVP. MEDICINA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ @proalunanamedicina TEP – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → Início súbito de taquidispneia, dor torácica e taquicardia. Em casos mais graves: cianose, esforço respiratório, congestão periférica por sobrecarga do ventrículo direito. Pode também haver tosse e broncoespasmo. → Assim, em pacientes com os fatores de risco para TVP, o início súbito desses sintomas deve imediatamente motivar a suspeita de TEP e a investigação de TEP e TVP. SÍNDROME PÓS-TROMBÓTICA → Síndrome pós-TVP: é uma forma de IVC, podendo cursar com dor, peso, sensação de edema local e até ulcerações. Além das medidas de tratamento iniciais para o TVP, o tratamento de longo prazo é semelhante ao da IVC. TVP - TRATAMENTO → Anticoagulação: Inicialmente com heparina (de baixo peso molecular ou não fracionada) na fase de indução. Em seguida, manutenção com anticoagulantes orais (varfarina, rivaroxabana). Tempo variável, dependendo dos fatoresde risco. → Uso de meias compressivas para prevenir novos episódios. → Trombectomia Cirúrgica: Em caso de trombos grandes, proximais, de alto risco. → Filtros de Veia Cava: Para pacientes com alto risco de TEP ou aqueles que não podem anticoagular.
Compartilhar