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SEPSE Introdução: Em linhas gerais, trata-se de uma síndrome clínica caracterizada por alterações fisiológicas, biológicas e bioquímicas consequentes da desregulação da resposta do hospedeiro à infecção. A sepse e a resposta inflamatória associada podem levar à síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e à morte. Rastreamento precoce de pior prognóstico (quick-SOFA ou qSOFA): ● Esse escore é formado por três sinais clí nicos e quando ≥ 2 é associado a desfechos desfavoráveis: ● Frequência respiratória ≥ 22 irpm; ● Alteração do ní vel de consciência (Glasgow < 15 pontos); ● Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg. Choque séptico: É uma espécie de choque distributivo definido como um quadro séptico com anormalidade circulatória, celular e metabólica associado a um risco maior de morte em comparação à sepse isoladamente. Sob o ponto de vista clínico, é definido como paciente com PAM ≤ 65 mmHg e lactato > 2 milimol/L (18 mg/dL), apesar da ressuscitação volêmica adequada, necessitando do uso de vasopressores. Etiologia: ● Suspeita de infecção intra-abdominal:Bacilos Gram-negativos aeróbios (ex.: Escherichia coli); ● Bacilos Gram-negativos aneróbios (ex.: Bacteroides fragilis). ● Presença de rash petequial: Neisseria meningitidis; ● Riquettsioses. ● Suspeita de infecção do trato urinário complicada/pielonefrite:Bacilos Gram-negativos aeróbios; ● Enterococos. ● Suspeita de pneumonia adquirida na comunidade:Pneumococos; ● Staphylococcus aureus (MSSA, MRSA); ● Legionella spp.; ● Bacilos Gram-negativos. ● Em vigência do uso de drogas ilícitas endovenosas:S. aureus. CLINÍCA: Febre ou hipotermia, calafrios, queda do estado geral, prostração, oligúria, inapetência e fraqueza. Além da presença de sintomas relacionados com o foco primário: dispneia e cansaço na pneumonia; dor abdominal em infecções intra-abdominais e infecção de trato urinário. Sinais de gravidade: Hipotensão arterial (PAS < 90 mmHg, ou PAM < 70 mmHg, ou queda na PAS > 40 mmHg); alteração do nível de consciência; dessaturação; taquipneia com esforço e sinais de insuficiência respiratória. Diagnóstico: O diagnóstico de sepse é clínico-laboratorial, lembrando que o resultado dos exames não deve retardar o início do tratamento (ressuscitação volêmica + antibioticoterapia de amplo espectro em, no máximo, 1 hora da admissão do paciente). Diante da suspeita de sepse/choque séptico, deve-se fazer expansão com cristaloides 30 mL/kg, dosagem de lactato e coleta de hemoculturas e inicio de antibiótico na 1ª hora. ● Diagnóstico microbiológico:Hemocultura: deve ser solicitada para todos os pacientes. Duas amostras de sítios diferentes (preferencialmente durante pico febril). Não se deve retardar o início de antibióticos, caso a hemocultura demore > 45 minutos para ser coletada; ● Urinocultura: indicada em casos sem foco indefinido ou suspeita de infecção urinária; ● Bacterioscopia por Gram e cultura do escarro: indicada se suspeita de pneumonia, porém com baixo rendimento. Deve-se solicitar RX de tórax para todos os pacientes com sepse. Abordagem Terapêutica: ● O Surviging Sepsis Campaign Bundle 2021 considera "tempo zero" o tempo da triagem na emergência ou da primeira constatação de sepse ou choque séptico, e indica até 1 hora para: ● Medição de lactato. Medir novamente entre 2-4 horas se lactato inicial > 2 mmol/L para guiar a ressuscitação volêmica; ● Obter hemoculturas previamente a administração de antibióticos; ● Administrar antimicrobianos de amplo espectro (< 45 minutos); ● Iniciar administração rápida de cristaloide 30 mL/kg para hipotensão ou se lactato ≥ 4 milimols/L (em até 3 horas); ● Iniciar vasopressores se paciente hipotenso durante ou após ressuscitação venosa para manutenção de PAM ≥ 65 mmHg. Na suspeita de sepse/choque séptico, deve-se realizar expansão volêmica (cristaloide 30 mL/kg em até 3 horas) independentemente de comorbidades, como doença renal ou cardiopatia (salvo sinais de sobrecarga hídrica prévia), coletar hemoculturas, lactato e iniciar antibiótico de amplo espectro imediatamente. 1. Ressuscitação inicial: Deve ser completada em até 3 horas (antibióticos na 1ª hora, reposição de fluidos até a 3ª hora e garantia dos objetivos até a 6ª hora). 2. Antibioticoterapia:Escolher antibióticos de amplo espectro em dose cheia com cobertura apropriada para germes Gram-positivos e negativos, e, possivelmente, fungos e vírus, com boa penetração no sítio de infecção suspeito, após coleta de culturas; 3. Identificação e controle do sítio de infecção 4. Ressuscitação volêmica:Realizar preferencialmente com cristaloides (fluidos balanceados como o Ringer lactato ou solução salina) 30 mL/kg de peso atual (atentar para condições de restrição volêmica como edema agudo de pulmão). 5. Vasopressores:Manter PAM ≥ 65 mmHg;(noradrenalina 0,5mcg/kg/min) 6-Profilaxia para TVP: Utilizar heparina BPM
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