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Hiago Manoel Araujo Medicina-P4 ANAMNESE GINECOLÓGICA -Ginecologista como especialista em saúde reprodutiva e clínico geral para a mulher -É recomendado que a primeira consulta com ginecologista ocorre entre 13 e 15 anos -Estabelecer relação médico/paciente -Avaliar estado de desenvolvimento da adolescência e tratar de saúde reprodutiva -Não é necessário exame interno da pelve, exceto quando há indicação -Necessidade de uma anamnese completa: suprir as queixas e rastrear os ricos -Medicina preventiva -Atentar-se aos riscos específicos de cada faixa etária -Importância de Antecedentes Médicos e Familiares -Principais queixas estão voltadas para mama e pelve -A anamnese é iniciada ao paciente entrar na sala (analisa-se também o seu acompanhante) -ANAMNESE -Atentar-se aos pontos importantes da IDENTIFICAÇÃO: -Idade (Doenças de faixa etária) -Profissão (Doenças laborais) -Naturalidade -Escolaridade (Nível de conhecimento) -Estado civil -Cor/Raça (Doenças de prevalência étnica) -Religião (Cultura) -A QUEIXA PRINCIPAL é anotada com as palavras do paciente -Corrimento genital é a principal e mais frequente queixa -Dor pélvica -Alterações do ciclo ou fluxo menstrual -Ardor, prurido genital -Modificações ou perturbações mamárias -Dificuldades sexuais (Dispareunia) -Perturbações miccionais -Dificuldade para engravidar -Na HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL é importante detalhar a queixa principal e tudo aquilo que pode estar atrelado a ela -O INTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO cabe apenas o que não está relacionado à queixa principal ou não é uma queixa ginecológica -Caso aqui seja identificado uma queixa que pode ter relação com queixa principal, deve ser realocado para HMA -A importância dos ANTECEDENTES PESSOAIS está em volta na necessidade de prevenção e rastreio *Fisiológicos: -HISTÓRIA MENSTRUAL (Menarca, Regularidade de ciclos, Intensidade do fluxo, DUM (data de início do fluxo – marca início do ciclo), Sintomas associados ao ciclo (dismenorreia, labilidade emocional, mastalgia, TPM), Menopausa – quando entrou, se foi cirúrgica ou natural) -HISTÓRIA SEXUAL (Coitarca, Número de parceiros, Presença de problemas sexuais (Libido e orgasmos – pode atrelar-se a condições externas, como trabalho), Anticoncepção) -HISTÓRIA OBSTÉTRICA (GPA, Complicações pré-natais (DMG, HAS, más-formações, eclampsia), Complicações no parto, Peso ao nascer do RN (alterações na musculatura pélvica), Amamentação) -HISTÓRIA GINECOLÓGICA (ISTs – se sim, susceptível a mais, Cauterizações – se excessivas, prejudicial ao colo – investigar se associada a HPV, Corrimentos – importante diferenciar o fisiológico e o patológico, Cirurgias – histerectomia é indicativo para não colher preventivo, a não ser por CA de colo) *Patológicos: -Nos ANTECEDENTES MÉDICOS, destacam-se patologias de base – podem influenciar na contracepção (doenças cardiovasculares, respiratórias, urinárias, gastrointestinais e endócrinas) -Necessidade de destacar ANTECEDENTES FAMILIARES (presença de câncer ginecológico, patologias endócrino/metabólicas, cardiovasculares) -EXAME FÍSICO -Mais focado e específico, voltado para queixas e rastreio de doenças -GERAL: Ectoscopia – marcha, fácies, avaliação de pele (acneica por hiperandrogenismo...) e pelos (hirsutismo...) -ANTROPOMÉTRICO: Peso, altura, IMC -DADOS VITAIS: PA -EXAME DE MAMAS: -O autoexame é realizado pela própria paciente em casa e pode contribuir para diagnóstico precoce de doenças mamárias benignas -Realizar uma semana após o final da menstruação -O exame clínico pode contribuir para o diagnóstico de doenças mamárias em mulheres jovens não indicadas à mamografia ainda *Inspeção (paciente sentada) -Estática: Avaliar simetria, cicatrizes, aspectos gerais de pele, como edema – pele em casca de laranja, escamações, retrações e eritema (paciente com mãos pressionando os quadris, flexionando músculo peitoral) -Dinâmica: Avaliar tumorações, movimentos diferentes (pedir para paciente abrir e fechar os braços) *Palpação -Axilas: Buscar por linfonodos, buscar também em cadeia supra e infraclavicular (paciente sentada com braço da axila examinada apoiado no ombro do examinador, fazendo força para baixo) -Movimento circulares, pressionando os linfonodos contra a parede torácica, desce do ápice ao fim da axila -Em pacientes magras, linfonodos normais, móveis e menores que 1cm de diâmetro podem ser encontrados -Palpação da mama com paciente deitada e a mão da mama examinada sob a cabeça -Palpação em quadrantes ou espiral (superficial e profunda) -Técnica do dedilhamento (bimanual ou não) ou com mão espalmada -Expressão ou descarga mamilar: avaliar se positiva ou negativa, aspectos, cor, consistência, presença de sangue -EXAME DO ABDOME: -Inspeção → Buscar marcas e cicatrizes -Palpação superficial e profunda – identificar massas -EXAME PÉLVICO: -Importante manter a comunicação com a paciente a fim de deixá-la à vontade e informada daquilo que será feito -Paciente em posição supina, com pernas em litotomia dorsal apoiadas em estribos e a cabeceira da cama elevada à 30° para contribuir com relaxamento da musculatura abdominal (melhora no exame bimanual) *Genitália Externa: -Inspeção: Necessidade de avaliar todo o períneo, do monte do púbis até o ânus – buscar por assimetrias, eritema, ulcerações, descamações -Avaliação do tônus genital (hipertrófica ou hipotrófica, comum na menopausa) -Avaliar pilificação -Inspecionar grandes e pequenos lábios, clitóris -Presença de anormalidades nas glândulas (Cisto de Batholim - Bartolinite) -Avaliar hímem (morfologia e integridade, se íntegro, não realiza exame especular), Meato uretral -Avaliar presença de prolapso e incontinência urinária → Manobra de Valsava (esforço voluntário, como tentar tossir para analisar externalização do útero por canal vaginal) -Distopias são alterações vaginais possíveis de identificar à inspeção (queixa de “bola/peso na vagina – indicativo de prolapso) -Prolapso pode ser fisiológico e deve ser investigado em toda consulta -Palpação: É necessário analisar as glândulas presentes na região (parauretral e de Bartholim) -A busca por linfonodos inguinais também é específica dessa fase *Genitália Interna -Avaliada com o EXAME ESPECULAR (avalia colo uterino e paredes vaginais) -Necessidade de avaliação sempre na primeira consulta -O exame especular nem sempre é o exame preventivo -Necessário fazer anualmente, mesmo em mulheres pós-histerectomias -Materiais: Espéculo (pode ser de plástico ou metal em diferentes tamanhos para adequar às variações individuais) -Plástico pode ter fonte de luz própria -Espéculo de Pederson: Pediátrico (para crianças, adolescentes e adultas virgens) e Adulto (sexualmente ativas com tônus vaginal adequado) -Espéculo de Graves: Adulto (para multíparas com parede vaginal relaxada ou colapsada) -De acordo com Griffith (2005), a lubrificação com gel ou água não influencia em citologias insatisfatórias (fazer uso de gel em quantidade compatível com tamanho de uma moeda de 10 centavos sobre as lâminas do espéculo) -Ameniza desconforto da inserção especular -Separar pequenos lábios e inspecionar uretra, antes de inserir espéculo -Importância da inserção do espéculo com calma e mantendo paciente relaxada -Necessidade de girar espéculo para posição horizontal, após inserção -Visualizar parede vaginal e colo em busca de descamação, ulceração/eritema, ectopia/mancha, secreções e massa -Descrever visualização do orifício externo, presença ou não de lesões e secreções -No exame especular, pode ser feito mais doisexames com a mesma técnica -COLPOSCOPIA: Uso de ácido acético 3%, colposcópio e lugol para TESTE DE SCHILLER -O ácido acético pode realçar lesões do HPV e o colposcópio auxilia na visualização de manchas no colo -Avalia lesões precursoras de CA -TESTE DE SCHILLER: Uso do lugol/iodo, possui baixo custo, alta sensibilidade e baixa especificidade, se + (não cora – tem lesão) -PAPANICOLAU (PREVENTIVO): Exame de triagem para CA de colo de útero -Exame citopatológico -Colhe material e envia para laboratório -Possui baixo custo -Material: Espéculo, Lâmina com identificação, Espátula (coleta de ectocérvice) e Citobrush (coleta de endocérvice) -Ectocérvice: coleta por fora -Endocérvice: coleta por dentro do canal -EXAME BIMANUAL: -Pode ser realizado antes ou depois do exame especular -Avaliar tamanho, mobilidade e consistência do útero e suas estruturas anexas -Anterversoflexão e Retroversoflexão -Avaliar presença de dor -Realizado também em mulheres com histórico de histerectomia (busca de outras patologias) -Também conhecido como toque vaginal -Técnica: Inserir dedo médio e indicador enluvados até alcançar colo uterino -Pode-se usar lubrificante à base de água para facilitar a inserção -A posição uterina pode ser avaliada com o toque do dedo indicador na porção anterior do colo -Útero antevertido (anteversoflexão): toca-se o istmo do colo em movimento ascendente do dedo médio -Útero retrovertido (retroversoflexão): toca-se o istmo do colo em movimento descendente do dedo médio -No útero antevertido, pode-se avaliar o tamanho do útero posicionando os dedos sob o colo e aplicando força ascendente, empurrando o fundo do útero contra a parede abdominal, com a segunda mão, o médico palpa a parede abdominal para identificar o fundo do útero -Pode-se aplicar a mesma técnica para os anexos -O normal é encontrá-lo abaixo da sínfise púbica -Toque retovaginal: A depender da conduta médica, é feito em pacientes como rotina ou apenas se houver queixas -Insere o dedo indicador no canal vaginal e o dedo médio no canal retal -Aplica-se manobra de aproximação entre os dois dedos, como uma tesoura, em busca de massas e avaliação do septo retovaginal -Retira o dedo indicador e apenas com o dedo médio, realiza-se movimento circular para avaliação das paredes retais -Importante trocar a luva entre toque bimanual e retovaginal (evitar contaminação do reto com patógenos vaginais, além de levar sangue vaginal que possa interferir em resultados de exames posteriores como o de sangue oculto nas fezes)
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