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STHEFANIE BESSA – T28 (UNISL) A síndrome nefrítica pode ser entendida como sendo um conjunto de sinais e sintomas que surgem quando um indivíduo tem os seus glomérulos renais tomados por um processo inflamatório agudo, podendo ocorrer de forma idiopática ou ser secundária a alguma doença sistêmica, como infecções. Também denominada de Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA), é causada, no geral, por complexos an- tígeno-anticorpo que atingem o parênquima renal, esse processo gera a inflamação juntamente com uma pro- liferação celular, o que lesiona o tecido renal. CAUSAS DA GNDA ASPESTOS CLÍNICOS Hematúria: originada dos glomérulos comprometidos, sendo um sinal comum e mais característico, já que as hemácias glomerula- res acabam deforma- das, fragmentadas e homocrômicas, por migrarem através das rupturas ou fendas que surgem nas alças capilares dos glomé- rulos inflamados. Essa característica é deno- minada de hemácias dimórficas. Oligúria: é um prejuízo da superfície de filtração dos glo- mérulos, devido a invasão pelas células inflamatórias e a concentração do espaço mesangial. Edema: é decorrente da retenção renal primária e da presencia de níveis plasmático de renina consistente- mente baixos. Como é de origem neurogênico, tam- bém pode acometer a região periorbitária. HAS: é provocada pela retenção volêmica. Proteinúria subnefrótica: sendo ela moderada, provem de alterações da permeabilidade e rupturas mecânicas da parede dos glomérulos comprometidos. GNPE A glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica é uma se- quela renal tardia de uma infecção por cepas específi- cas, chamadas de nefritogênicas do Streptococcus pyogenes, um Estreptococo b-hemolítico do grupo A. É uma patologia tipicamente de crianças e adolescen- tes, frequentemente entre os 5-12 anos. A incubação da faringite é de 1-3 semanas, já a da piodermite é de 2-6 semanas. A incidência é maior em meninos. Fisiopatologia A patologia inicia-se pela infecção por Streptococcus beta- hemolítico de grupos A, identificada por meio de impetigo e/ou faringite, esse que costuma ter alguns ti- pos de antígeno que geram rações cruzadas com o sis- tema imunológico, formando o complexo antígeno-an- ticorpo (imunocomplexo), que se depositam na parede do vaso, esse depósito irá desencadear uma resposta inflamatória aguda no glomérulo, o que significavam síndrome nefrítica, na qual gera a redução do lúmen do glomérulo, resultando a diminuição da filtração glome- rular, afetando a quantidade de plasma filtrado para dentro da cápsula de Bowman que segue para os túbu- los renais, essa redução gera o acúmulo certas substân- cias, como a ureia, a creatinina, o potássio e outros ele- trólitos. Quando a passagem dessas substâncias, que es- tão na luz do capilar glomerular e vão para dentro do túbulo renal, são reduzidas, consequentemente é ge- rado uma lesão renal aguda, potencializando, cada vez mais, a inflamação já presente. Porém, essa lesão renal, sucede na diminuição da filtração de água, saís minerais, sódio e diversas outras substâncias, e quanto menos fluido, menos filtrado glomerular chegando no túbulo renal, o que vai impulsionar o túbulo a aumentar sua reabsorção, o que diminui a quantidade de fluido que irar passar para a formação da urina. Simultanea- mente a reabsorção de mais água e sal pelos túbulos, essas substâncias irão voltar para os capilares peritubu- lares, como consequência ,dessas substâncias na circu- lação, há o aumento da pressão nos vasos, gerando uma hipertensão arterial no paciente, e há extravasa- mento da água para o interstício, tecido adjacente aos vasos, gerando edema. DIAGNÓSTICO Histórico clínico: paciente apresenta faringite ou pioder- mite recente, tendo tempo de incubação compatível com a manifestação. Queda dos níveis de complemento: a queda do C3 e do CH50 constitui um achado laboratorial típico, uma vez que sugere ativação da via alternada, com níveis de C1q e C4 (componentes da via clássica) normais ou discretamente reduzidos. 1- Síndrome pós-infecciosa 1.1 Pós estreptocócica 1.2 Não pós estreptocócica Bacterianas: Endocardite, Abcessos, Doença Pneu- mocócica, Sepse. Virais: Hepatite B, Hepatite C, Mononucleose infecci- osa, Caxumba, Sarampo, Varicela. Parasitárias: Malária falciparum, Toxoplasmose. 2- Causadas por doenças multissistêmicas Lúpus Eritematoso Sistêmico Púrpura de Henoch-Schönlein Crioglobulinemia Poliarterite microscópica Granulomatose de Wegener Síndrome de Goodpasture Tumores 3- Primárias do Glomérulo Doença de Berger GN Membranoproliferativa (Mesangiocapilar) GN Proliferativa Mesangial GN por “imunocomplexos” idiopática GN antimembrana Basal Glomerular GN pauci-imune (ANCA positivo) Síndrome nefrítica STHEFANIE BESSA – T28 (UNISL) Títulos elevados de anticorpos: Na GNPE pós-faringoa- migdalite o anticorpo mais encontrado vai ser o ASLO, também denominado de ASO. Na GNPE pós-impetigo o anticorpo mais sensível passa a ser o anti-DNAse B, se- guido pelo anti-hialuronidase. ACHADOS HISTOPATOLOGICOS Microscopia Óptica: observa-se duplo contorno da membrana basal com espessamento da alça capilar. Imunofluorescência: mostra depósitos de imunocomple- xos com IgG e C3 em um padrão granular se a amostra de tecido for coletada nas primeiras 2 a 3 semanas da doença. Microscopia Eletrônica: pode observar um sinal carac- terístico denominado de giba, corcova ou humps. São nódulos subepiteliais eletrodensos, formados por depó- sitos de imunocomplexos, que tendem a durar por oito semanas. BIÓPSIA Para os pacientes que preenchem os critérios diagnósti- cos, não é preciso realizar biópsia renal para confirma- ção de GNPE. Entretanto, em pacientes que apresenta certos aspectos atípicos, que sugerem outra causa de GNDA, é indicado a biópsia renal. Indicações clássicas: Anúria. Oligúria por mais de 1 semana. Hipocomplementemia que não melhora em até 8 semanas. Proteinúria em faixa nefrótica. Evidências clínicas de doenças sistêmicas. Indicações segundo a SBP: Anúria ou oligúria “importante” por mais de 72h. C3 baixo, sem melhora em até 8 semanas. Proteinúria > 50 mg/kg/24h (faixa nefrótica na cri- ança) por mais de 4 semanas. Hipertensão arterial ou hematúria macroscópica por mais de 6 semanas. Azotemia “acentuada” ou “prolongada”. TRATAMENTO Repouso e restrição hidrossalina (fundamental). Diurético de alça. Vasodilatadores (para a HAS, se necessário). Terapia Renal Substitutiva (raramente). PROGNÓSTICO Geralmente, os cuidados de suporte restauram a fun- ção renal. Primeiro, a melhora pode ser demonstrada quando a aumento da diurese, o edema diminui e a pressão arterial é normalizada. A hematúria macroscó- pica resolve-se entre a primeira e a segunda semanas. A hematúria microscópica pode durar 18 meses, não significando mau prognóstico. A proteinúria nefrótica desaparece em 4 semanas. A proteinúria discreta pode persistir por alguns meses. No geral, a GNPE tem um bom prognóstico. Apenas 5% dos pacientes se tornam crônicos. Pacientes com proteinú- ria persistente após 6 meses, especialmente adultos, têm prognóstico ruim a longo prazo.
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