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Estudo dirigido História da Pedagogia, Franco Cambi

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Estudo Dirigido II 
Texto: “História da Pedagogia” – Franco Cambi 
 
1) Faça um pequeno resumo de como se deu o desenvolvimento da História da 
Pedagogia e comente sobre o que esse estudo representava. 
 Na introdução do livro “História da Pedagogia”, Franco Cambi apresenta um 
panorama acerca da história dessa área do conhecimento. Relata que a história dessa 
disciplina origina-se a partir do século XVIII, mas foi no século XIX que ela se 
desenvolveu através de pesquisas de profissionais escolares que se esforçavam para que 
essa instituição fosse cada vez mais central, que formasse técnicos e cidadãos instruídos 
de acordo com os padrões ideológicos da sociedade moderna. Ela foi orientada 
ideologicamente pelas correntes de pensamento filosófico positivista, idealista e 
espiritualista, que propagavam ideais da história universal ou de períodos pretéritos, como 
a Antiguidade, Idade Média e Modernidade. 
 Cambi (1999) utiliza o pensamento de Gentile, filosofo e educador italiano, que 
afirmava que a Pedagogia é a teoria da autoafirmação do espirito, e que deveria ser 
totalmente imersa na filosofia. Entretanto, no período pós Segunda Guerra Mundial novas 
orientações historiográficas surgiram no campo pedagógico, o que configurou uma crise 
de alguns pressupostos do modo tradicional de se fazer história da Pedagogia. Desse 
modo ela seria substituída pela história da educação, por ser mais rica e complexa. 
 Ora, em um primeiro momento a pedagogia perdia a sua exclusiva (ou quase) 
conotação filosófica e revelava-se constituída pela contribuição de diversas ciências e, 
portanto, como um saber interdisciplinar. Com o passar dos tempos a pedagogia tinha 
uma função cada vez mais central na vida social, pois socializava o indivíduo através de 
uma formação atrelada a múltiplas vias institucionais e técnicas (voltadas para o corpo, o 
imaginário, o intelecto, e para o manual), disseminadas no corpo social. 
 A partir da década de 50 e de forma mais evidente nas décadas de 60 e 70, 
produziu-se uma forma inédita de fazer história de eventos pedagógico-educativos, que 
se distanciou do teoreticismo do passado, fortemente ideológico. Desse modo, passou-se 
de uma maneira fechada e limitada de fazer história em educação e pedagogia, para um 
modelo aberto, reflexivo, crítico e ciente da riqueza e complexidade de suas áreas de 
pesquisa e das variadas metodologias e instrumentos de trabalho. 
 
2) O que o autor quer dizer com o termo “história ideologicamente orientada”? 
 Cambi (1999) ao discorrer sobre a história da Pedagogia, ressalta que a mesma foi 
“ideologicamente orientada”, pois valorizava a continuidade dos princípios, convicções e 
ideais que dominavam cada período histórico. Os professores se baseavam nas ideias de 
determinada filosofia (positivista, idealista ou espiritualista) para direcionar a transmissão 
do conhecimento, do saber. Era, portanto, uma história ao mesmo tempo persuasiva (que 
tenta convencer) e teoreticista (baseada em uma determinada teoria) que muito se 
distanciava dos processos educativos presentes em sociedades diversas. 
 
3) Quais são as três revoluções da historiografia? Comente cada uma delas. 
 Segundo Cambi (1999) as três revoluções da historiografia fazem referência aos 
Métodos, Tempo e Documentos. 
 Revolução do dos Métodos: onde relata que fazer história é algo plural (ou 
pluralista). Em consequência disso foram necessárias mudanças nos seus métodos de 
estudo, que passaram a ser reflexivos, autônomos e integrados, para que dessem conta de 
abordar toda essa pluralidade. 
 Revolução do Tempo: Cambi baseia-se no pensamento de Braudel para chamar 
atenção para a noção de temporalidade. Há uma grande diferença entre o tempo histórico 
e daquele tempo artificial, dos relógios ou do tempo, vivido, das práxis cotidiana. Essa 
revolução pode ser definida em três situações: o tempo dos acontecimentos ou eventos, 
próximo do vivido e do cronológico; tempo fracionado, medido pelo instante ou tempo 
da história-narração; e o tempo da curta duração ou das permanências relativas que está 
ligado a estruturas políticas, sociais e culturais. 
 Revolução dos Documentos: recentemente passou por uma drástica renovação. 
Ele pode ser acessado por classes inéditas. Deixa de ser visto como um “monumento” e 
sim como efeito de interpretação, possibilitando uma nova unidade de informação. Ele 
também sofreu recentemente uma renovação radical, ampliando-se para classes inéditas 
e pondo o documento não mais como um monumento, mas como efeito da interpretação. 
 Todas essas revoluções foram fundamentais não só na transformação, mas 
também na forma de compreender a história e pesquisar cientificamente. Entretanto, é 
importante ressaltar que, para que essas três revoluções ocorressem, quatro orientações 
foram necessárias: o marxismo; a pesquisa dos Annales e a história total; a contribuição 
da psicanálise para a pesquisa histórica; o estruturalismo e as pesquisas quantitativas. 
 
4) Comente essa afirmação do autor “A história da educação é, hoje, um repositório 
de muitas histórias, dialeticamente interligadas e interagentes, reunidas pelo objeto 
complexo ‘educação’, embora colocado sob óticas diversas e diferenciadas na sua 
fenomenologia”. 
 Através dessa assertiva, Cambi define o que é a história da educação. Atualmente 
a história da educação é pluralista, ou seja, conta com uma diversidade de metodologias 
que se articulam para estuda-la. Ou seja, a história da Pedagogia não percorre um único 
caminho. Ela passou por diversas revoluções para chegar a ser como ela é atualmente. 
 A Pedagogia não é apenas uma ciência por si só. Há todo um contexto histórico, 
político e social. E está interligada com diversas áreas do conhecimento, como filosofia, 
sociologia, psicologia, antropologia, etc. Porém está voltada para um único objetivo: a 
educação de antes, de agora e do futuro. Desse modo, evidencia-se a grande importância 
dos estudos historiográficos, pois os mesmos auxiliam para a consolidação da história da 
educação. 
 
5) Na perspectiva do autor, o pluralismo e a conflitualidade podem contribuir para 
uma produção dinâmica e crítica da pesquisa histórica atual. O que se faz necessário 
para que isso ocorra? 
 Na perspectiva do autor, durante o processo de “fazer história” em educação, 
reconhecer a pluralidade e a conflitualidade possibilita uma visão dinâmica e crítica da 
realidade É necessário integrar as variadas perspectivas de leitura que emerge a 
possibilidade de ler a história segundo a verdade, deixando sempre espaço para 
aprofundamento ulteriores, para aproximações, para um objeto complexo e fugido, como 
é o histórico, e em particular o histórico-educativo. 
 Um trabalho histórico é produzido através do diálogo entre os variados 
“programas de pesquisa” ou orientações de pesquisa relacionadas com objetos, 
metodologias e recortes interpretativos. O pluralismo é reconhecido, mas o conflito-
diálogo ainda não está totalmente consolidado, pois as pesquisas tradicionais, 
fundamentadas em ideologias ou em uma única metodologia, ainda predominam. O autor 
ressalta ser necessário é preciso deixar aflorar um pluralismo com leituras e modelos mais 
intensos. E sempre confrontá-los, pois é através do confronto de ideias que se atinge a 
verdade, se faz ciência e se aproxima mais de uma compreensão dinâmica dos eventos 
histórico-educativos. 
 
6) O que é necessário segundo o autor para exercer a memória criticamente? ´ 
 O autor chama atenção para a necessidade de voltarmos ao passado, através da 
memória, para compreendermos e nos orientarmos no presente e as possibilidades e 
perspectivas de um futuro a se construir ou escolher. Para tanto, é necessário ativar e 
exercitar a memória crítica, despida ao máximo de ideologias e juízos de valor. Não 
existem verdades absolutas e existem inúmeras as maneiras de se chegar até elas. 
 Do pontode vista do autor, exercer uma memória crítica – em especial na 
educação - implica em compreender detalhadamente o passado em cada uma de suas 
formas de vida (estruturas socioculturais, mentalidades, e aspectos humanos, como 
saberes, sentimentos e linguagens), sem juízos de valor, preconceitos e condicionamentos 
restritivos. Cambi inclusive relata que se trata de um complexo trabalho hermenêutico, 
interpretativo, reflexivo e compressivo do percurso histórico educacional até os dias 
atuais 
 É preciso estimular os indivíduos – principalmente os futuros educadores - a 
realizarem esse exercício de recomporem o tempo, questionando, analisando e 
compreendendo principalmente a pluralidade das formas educativas. Que possam 
alcançar um pensamento que articule a ação com a reflexão crítica e não sendo mais 
apenas reprodutores de conhecimentos. Isso é fundamental para que ocorram 
transformações e melhorias no processo ensino-aprendizagem.

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