Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR Problema 3 Impacto psicológico! E.R., sexo feminino, 57 anos, branca, casada, tabagista (30 maços/ano), comerciante, sedentária, procurou a UBS do bairro Lagoinha para consulta médica, relatando que havia palpado um caroço na mama esquerda e já trazia uma mamografia realizada por conta própria. História gineco-obstétrica: menarca aos 11 anos e menopausa aos 52 anos, sem realização de terapia de reposição hormonal até o momento. Possui vida sexual ativa. G3 P3 A0, todos os partos vaginais. História familiar: mãe falecida por câncer de mama, aos 65 anos, tia em tratamento de câncer de mama há 1 ano. Ao exame das mamas: mamas simétricas, sem retrações e sem drenagem de secreções pelos mamilos, espontânea ou à pressão. Presença de nódulo localizado no quadrante superior esquerdo, indolor à palpação e fixo e endurecido, na mama esquerda. Não se detecta linfonodomegalia à palpação das axilas. A mamografia apresentava como achado um nódulo irregular, com margens espiculadas, apresentando microcalcificações de permeio, localizado no quadrante súperolateral da mama esquerda, medindo cerca de 2,6 x 1,5 cm. Regiões axilares livres, sem evidências de linfonodomegalias (BIRADS V). Mama direita sem alterações dignas de nota. O médico explicou à paciente os achados dos exames e falou sobre a necessidade de realizar outros exames para confirmação diagnóstica. Ela foi encaminhada para o mastologista, que realizou a biopsia, confirmando o diagnóstico de câncer de mama, sendo, então, encaminhada ao oncologista para estadiamento e tratamento. TUTORIA 3 1) Descrever a anatomia e histologia das mamas 2) Analisar o câncer de mama considerando conceito, epidemiologia, etiopatogenia, fatores de risco, manifestações clínicas, evolução, propedêutica, diagnóstico, tratamento, prevenção e prognóstico 3) Explicar o rastreio e o estadiamento do câncer de mama 4) Descrever as diretrizes governamentais acerca do câncer de mama 5) Descrever as alterações sociais e psicológicas na vida do paciente com câncer de mama MAMA ANATOMIA E HISTOLOGIA Localizada anteriormente ao musculo peitoral maior São órgãos dinâmicos que variam com a idade, ciclo menstrual e estado reprodutivo da mulher. Se mantém inativas até a gravidez, período que assumem sua maturação morfológica e funcional completa. Sua principal função nas mulheres é secretar o leite materno. Histologicamente, consiste de 15-25 lóbulos de glândulas tubuloalveolares. Cada lóbulo é separado dos vizinhos por tecido conjuntivo denso e tecido adiposo, possuindo seu ducto secretor. A mama é formada pelo tecido glandular epitelial, a glândula propriamente dita ou parênquima; tecido adiposo, que preenche os ductos do tecido glandular e tecido fibroso (estroma) que atravessa e rodeia o tecido glandular. PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas apócrinas modificadas. Elas possuem uma estrutura dinâmica, o que significa que a sua anatomia muda dependendo da idade da mulher, fase do ciclo menstrual e status reprodutivo. A produção e ejeção do leite é mediada por hormônios, prolactina que estimula a produção de leite nos ductos e ocitocina que favorece a ejeção do leite na papila mamaria. DRENAGEM LINFÁTICA É importante para entender o desenvolvimento dos tumores na mama, pois geralmente quando ocorre as metástase dos tumores de mama se dá nos linfonodos axilares. Os linfonodos dos lóbulos mamários, mamilo e aréola drenam para o plexo linfático subareolar. Dali, cerca de 75% da linfa (principalmente dos quadrantes laterais da mama) drena para os linfonodos peitorais, e em seguida para os linfonodos axilares. O restante drena para os linfonodos paraesternais. É por isso que os linfonodos axilares são os primeiros a serem removidos cirurgicamente em algumas fases do câncer de mama. Os linfonodos axilares drenam para os troncos linfáticos subclávios, que também drenam os membros superiores. Os linfonodos paraesternais drenam para os troncos broncomediastinais, que também drenam os órgãos torácicos. Além dos linfonodos axilares e paraesternais, alguma drenagem da mama pode ocorrer através dos linfonodos intercostais, que estão localizados ao redor das cabeças e colos das costelas. Os linfonodos intercostais drenam para o ducto torácico ou para os troncos linfáticos broncomediastinais. CÂNCER DE MAMA O câncer de mama é a consequência de uma multiplicação desordenada de algumas células que se reproduzem em alta velocidade Acarretando o aparecimento de tumores ou neoplasias malignas que podem atingir tecidos próximos e provocar metástases O câncer mamário aparece em forma de nódulos e grande parte das vezes, pode ser notado pela mulher durante o auto exame É a neoplasia mais incidente na população feminina, excluindo-se os tumores de pele não melanoma EPIDEMIOLOGIA O câncer de mama é o câncer mais comum entre pessoas do sexo feminino em todo o mundo, depois do câncer de pele, podendo corresponder cerca de 25% de novos casos por ano Os homens também são afetados pelo câncer de mama, porém um número bem menor comparado as mulheres, correspondendo 1% do total de casos da doença O câncer é considerado raro antes dos 35 anos de idade, porém, após essa faixa etária, há um crescente e significativo aumento de números de casos, principalmente após os 50 anos Para 2015 são esperados para o ano de 2016, 57.960 novos casos de câncer de mama, o que representa 52,20 casos para casa 100 mil mulheres https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/linfonodos-axilares https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-membro-superior PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR ETIOPATOGENIA Para o desenvolvimento do câncer de mama, é preciso que tenha a primeira célula fundadora que irá perder o papel do órgão/mama e sofrer um processo de multiplicação celular que não sera contraposto por nenhum fator de vigilância periférica e com isso avançar no sentido de progressão. FASE DE INICIAÇÃO > a iniciação neoplásica ocorre em única célula (provavelmente tronco), que passa a se caracterizar pelo desequilíbrio entre seus processos de formação e morte (com predomínio do primeiro) e pelas condições específicas às células transformadas de invadir os tecidos adjacentes, embolizar por via linfática ou venosa, impactar em outro órgão à distância, onde pode passar a se multiplicar e sobreviver. A fase de iniciação depende da atuação de fatores carcinogenéticos sobre a célula alvo lesando seu conteúdo de DNA nuclear, promovendo alteração na regulação de seu ciclo celular e gerando um clone celular modificado. A célula, assim iniciada, sofre modificação na sua carga genética e a transmite às células-filhas. As alterações estruturais genéticas iniciadoras são basicamente de 4 tipos: translocação cromossômica (segmento cromossômico, genes ou parte de genes, após quebra da molécula do DNA, inserem-se em outros sítios do cromossomo), amplificação (em vez da única no alelo de determinado gene passa a ocorrer múltiplas cópias e consequentemente mais transcrição), deleção (perda completa ou parcial de um gene ou de segmento cromossômico com muitos genes), e mutação pontual (alteração no pareamento das bases nitrogenadas). As proteínas produzidas pelos genes BRCA-1 e 2 normais (sem mutação) atuam bloqueando a proliferação celular, especialmente atuando nas fases G 1 e S e colaborando no complexo de reparação do DNA. O gene BRCA-1, quando mutado, favorece a ocorrência de tumores de mama e ovário. Nestes casos a menina já nasce com predisposição genética, decorrente de mutação germinativaem um dos alelos cromossômicos, na região correspondente a 17q-21, e pode ocorrer durante a vida a perda de heterozigose na região alela correspondente o que implicaria na modificação necessária para desencadear a alteração no ciclo celular, obedecendo à teoria dos dois passos proposta por Knudson para a inativação de genes onco- supressores. PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR Um segundo gene que quando mutado confere alta suscetibilidade ao câncer de mama foi mapeado no cromossomo 13 (13q12) e está relacionado igualmente com aparecimento de câncer de mama precoce, mas não implica tanto em predisposição a câncer de ovário. Esse gene (BRCA-2) também está relacionado ao câncer de mama masculino. A ativação dos oncogenes também se deve a transtornos genéticos. Os oncogenes HER-2, c myc, ciclina D1, EGF, int-2 que estimulam a divisão celular são ativados por amplificação; o ras também multiplicador celular por mutação pontual; e o bcl-2, é ativado por translocação e inibe a apoptose (morte celular geneticamente programada). FASE DE PROMOÇÃO > Uma vez submetidas às alterações iniciadoras, as células geneticamente modificadas passam a se multiplicar, podendo ser estimuladas por fatores promotores. Entre os fatores promotores mais importantes da carcinogênese mamária estão os hormônios esteróides, cuja potência de ação sobre a mama é dependente do estágio de amadurecimento e diferenciação da unidade ductolobular. Existem dois períodos mais vulneráveis para a promoção do câncer de mama. O primeiro, na época do desenvolvimento mamário, que corresponde ao intervalo entre os 10 anos de idade e a primeira gestação a termo; o segundo, na época esperada da involução mamária, na pós-menopausa, quando fisiologicamente o tecido epitelial se atrofia. Acredita-se que um efeito hormonal desbalanceado nesse período possa romper o equilíbrio dinâmico do órgão, estimulando a atividade proliferativa e promovendo o crescimento tumoral. Se a mulher herdar a suscetibilidade ao câncer de mama, por alterações de p53, BRCA-1 ou BRCA-2, por exemplo, as suas células da unidade ducto-lobular, na interface entre o sistema ductal e a origem dos lóbulos, são predispostas a se malignizar. Na adolescência, com a estimulação hormonal estrogênica, estas células passam a se dividir e a existir intensa replicação do DNA. Havendo predisposição genética, as células anormais proliferam-se exageradamente, e desta instabilidade genética pode resultar também a ativação dos proto-oncogenes. Os estrogênios são reconhecidos como sendo os principais agentes estimuladores da proliferação celular mamária. Seu mecanismo de atuação parece ser primordialmente indireto, interagindo com outros hormônios e fatores de crescimento do epitélio e do estroma. FASE DE PROGRESSÃO > O epitélio ducto- alveolar é disposto em duas camadas, uma de células epiteliais luminais e outra que a circunda, de células mioepiteliais. As células das duas camadas são conectadas por caderinas, proteínas de adesão celular, que exercem ação reguladora de polaridade, “turn-over” e migração. O sistema das caderinas é protetor contra a progressão tumoral, e o processo da progressão começa com desarranjo neste sistema, ao que tudo indica geneticamente determinado deste o principio, pela perda de heterozigose no alelo CDH 1. A fase de progressão manifesta-se depois que as células neoplásicas já se desenvolveram a ponto de formar um tumor inicial e lograram invadir a membrana basal subepitelial e atingir o estroma subjacente. PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR A invasão é a passagem de um carcinoma “in situ” para infiltrativo. Isso depende da interação entre as células malignas e a matriz extracelular, com as células tendo de atravessar a membrana basal e atingir o estroma intersticial. A partir daí, existe condição de acesso aos vasos linfáticos e/ou sanguíneos e de metastatizar. FATORES DE RISCO Há vários fatores de risco relacionados ao câncer de mama, assim como sexo feminino, aumento da idade, histórico de câncer na família, menarca precoce Menopausa tardia, primeira gravidez tardia, uso prolongado de reposição hormonal (estrogênio- progesterona), exposição prévia a radioterapia em parede torácica, mutação genética como BRCA1/BRCA2 Fatores comportamentais/ambientais: ingestão de bebida alcoólica, tabagismo, sobrepeso e obesidade na pós-menopausa e exposição à radiação ionizante A obesidade é considerado um fator de risco principalmente na pós-menopausa, devido aumento de estradiol circulante A menarca e menopausa influenciam diretamente no CA de mama. A menarca aumenta os níveis de produção hormonal, já a menopausa tem queda do esteogênio. Assim, a menarca em idades precoses e a menopausa em idades avançadas predispõe a mulher a um longo período de exposição do tecido mário ao estrogênio MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sinais e sintomas do câncer podem variar e algumas mulheres podem não apresentar nenhum sinal e sintoma Os sintomas mais comuns do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou massa Um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares é muito provável que seja um tumor maligno No entanto, os cânceres de mama podem ser sensíveis ao toque, macios ou redondos, em alguns casos podem ser dolorosos Sinais e sintomas, como: Inchaço total ou parcial da mam Nódulo único endurecido Irritação ou abaulamento parciald da mama Dor na mama ou mamilo Inversão do mamilo Eritema na pele Edema da pele Espessamento ou retração da pele ou do mamilo Secressão sanguinolenta ou serosa pelos mamilos Linfodos aumentados EVOLUÇÃO DIAGNÓSTICO PRECOCE O exame físico detalhado é a chave para um diagnóstico correto PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR Deve ser realizado por um profissional de saúde treinado que pode palpar um tumor de até 1 cm quando superficial O exame das mamas inclui: 1) Inspeção estática: é a primeira parte do exame físico. Com a paciente sentada e com o tórax desnudo e braços em repouso o examinador irá observar: número, forma, volume e simetria das mamas 2) Inspeção dinâmica: observação associada a movimentos, como elevação dos braços, inclinação do tronco para frente e contração da musculatura peitoral. Sendo assim, é possível perceber abaulamentos, retrações por tumores fixos a planos superficiais ou profundos não vistos na inspeção estática 3) Palpação da região cervical e axilar: paciente sentada, faz-se primeiro a palpação das regiões axilares e supraclaviculares para avaliação de alterações nos gânglios linfáticos. 4) Palpação das mamas: realizada com a paciente deitada, com braços afastados do corpo e as mãos atrás da cabeça. Assim, as mamas se acomodam sobre a parede torácica anterior de forma uniforme. Começa pela palpação superficial, empregando-se as polpas digitais, em movimentos circulares, partindo da periferia para o centro, exercendo uma leve pressão para se definir as características da mama. Em seguida, repete-se a manobra aumentando a pressão da palpação (palpação profunda) e percorrer toda a anotomia da mama, observados os achados que não apareceram antes. MAMOGRAFIA DIAGNÓSTICA Pode ser solicitada em qualquer idade em mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama ou sempre que dúvidas existam e precisem de esclarecimento RASTREAMENTO A mamografia, entre os métodos de diagnóstico por imagem, é o mais utilizado para screening e diagnóstico de câncer de mama Atualmente é considerado “padrão ouro” entre os realizados em mastologia, principalmente pelo baixo custo e pela relativa acessibilidade No Brasil, a rotinamais frequente é fazer o exame de screening anualmente entre os 40 e 50 anos de idade No entanto, a presença de histórico familiar de câncer ou antecedentes de doenças proliferativas da PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR mama altera esta rotina e o início do screening de forma precoce (por volta dos 35 anos) Na evolução da mamografia foi necessário padronizar os laudos para facilitar a informatização e comparação dos resultados Assim, foi criado uma escala de utilização mundial que o BI-RADS Por exemplo, calcificações puntiformes, menores que 1 mm, pleomórficas, concentradas numa determinada área da mama, são altamente sugestivas de malignidade Sendo que se deve considerar a biopsia a partir do BI-RADS 4 CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Existem vários tipos de câncer de mama e maneiras diferentes de descrevê-los O tipo de câncer de mama é determinado pelas células específicas da mama afetadas A maioria dos cânceres de mama são carcinomas, ou seja, tumores que começam nas células epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo Quando os carcinomas se formam na mama, geralmente são um tipo específico denominado adenocarcinoma, que comça nas células do ducto mamário ou nas glândulas produtoras de leite (lóbulos) O tipo de câncer de mama também pode se referir se o câncer se disseminou ou não O câncer in situ começa no ducto de leite e não cresce no restante do tecido mamário O termo câncer de mama invasivo é usado para descrever qualquer tipo de câncer de mama que se disseminou no tecido mamário circundante, exemplo, carcinoma ductal invasico e carcinoma lobular invasivo Alguns câmceres de mama invasivos tem caracteristicas especiais ou se desenvolvem de maneira diferentes, o que afetam seu tratamento e prognóstico Doença de Paget: começa nos ductos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola Angiossarcoma: começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Pode envolver tecido mamário ou a pele da mama Tumor Filoide: é um tipo de tumor muito raro, que se desenvolve no tecido conjuntivo (estroma), a maioria é benigna, porém alguns podem ser malignos PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR Carcinoma inflamatório: ocorre quando os ductos linfátivos que existem na pele sobre o tecido mamário são bloqueadas pelas células tumorais ESTADIAMENTO 7 critérios: T. Indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas. N. Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais. M. Indica se existe presença de metástase em outros órgãos, como pulmões ou fígado. TRATAMENTO Cirurgia: consiste na retirada da lesão neoplásica e no restante da mama, incluindo, na maioria das vezes, a retirada da mama e dos linfonodos axilares (esvaziamento axilar). A retirada da mama e dos linfonodos axilares consiste na mastectomia radical. Existe ainda procedimento conservador realizado em casos com diagnóstico precoce: quadrantectomia (retirada do quadrante mamário acometido pelo tumor), linfadenectomia axilar e radioterapia de mama OBS: a linfadenectomia axilar pode resultar em consequências desagradáveis como: edema do membro superior correspondente, celulite, dor, erisipela, dormência. Portanto, para avaliar a real necessidade da retirada desses linfonodos, faz-se a técnica do linfonodo sentinela: 3 a 4 horas antes da cirurgia o cirurgião injeta um corante de cor azul na região; O primeiro linfonodo a se corar é o chamado linfonodo sentinela; O cirurgião realiza a retirada do linfonodo para processo de congelamento e avaliação, analisando possíveis células metaplásicas; Se o resultado for negativo é encerrada a cirurgia sem a retirada dos linfonodos, partindo apenas para a ressecção da lesão na mama; Se for positivo, é aconselhável a realização da quadrantectomia radical. OBS: Nos sarcomas, o tratamento cirúrgico indicado é a mastectomia total, sem linfadenectomia axilar, pois a metastatização ganglionar destes tumores é rara. Quimioterapia antineoplásica: quimioterapia adjuvante- realizada após a cirurgia com intuito de destruir as micrometástases existentes; quimioterapia neoadjuvante ou primária- tem como finalidade reduzir tumores volumosos, facilitando o procedimento PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR cirúrgico e melhorando os resultados de sobrevida e intervalo livre de doença; quimioterapia do câncer metastático. Radioterapia: está geralmente associada aos demais procedimentos terapêuticos, estando associada após a cirurgia conservadora da mama. Indicada também nos casos avançados, com finalidade paliativa e antálgica. Hormonioterapia: Ablativa- é realizada através da oofarectomia, nas pacientes em pré-menopausa e, em alguns casos, da adrenalectomia; Aditiva- uso de tamoxifeno (dito a função mais em cima) e acetato de megestrol (agente progestagênico que tem atividade antitumoral medida através dos receptores de progesterona e in vitro uma ação citotóxica direta em cultura de células malignas humanas de câncer de mama). Anticorpos monoclonais: 20% dos casos de câncer de mama apresentam células neoplásicas que expressão uma proteína que tem como função sinalização tumoral denominada de cerbB2. Os anticorpos monoclonais que agem sobre essas proteínas e diminuem a sua expressão, melhorando o prognóstico desses pacientes. PREVENÇÃO E PROGNÓSTICO Estudos epidemiológicos não fornecem evidências conclusivas que justifiquem a recomendação de estratégias específicas de prevenção É recomendado que alguns fatores de risco, como obesidade e tabagismo, sejam alvos de ações visando a promoção a saúde e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis em geral DIRETRIZES GOVERNAMENTAIS Outubro Rosa: Celebrado desde o dia 01 de outubro até dia 31 de outubro. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade Programa de qualidade em mamografia: tem como objetivos Implementar ações nacionais com a finalidade de aprimorar a qualidade das mamografias, no contexto das ações de detecção precoce do câncer de mama, por meio de parcerias com Secretarias de Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais, Colégio Brasileiro de Radiologia – CBR, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre outros. Elaborar e implementar instrumentos de garantia da qualidade da imagem, do laudo/diagnóstico e da dose de radiação empregada (controle de risco); Elaborar critérios para o credenciamento e monitoramento contínuo dos serviços de mamografia públicos ou privados, vinculados ou não ao SUS (Portaria GM/MS 2898/2013); Elaborar e implementar um sistema automatizado de coleta, processamento e gerenciamento de informações; Qualificar os recursos humanos para contribuir com a qualidade dos serviços de mamografia. PATRÍCIA RIBEIRO – 4º PERÍODO MÓDULO II: PROLIFERAÇÃO CELULAR REFERÊNCIAS Sinais e sintomas do câncer de mama. ONCOGUIA, 2020 (SITE) Caderno de atenção primária: rastreamento. Ministério da saúde. 2010 Tipos de câncer de mama. ONCOGUIA, 2020 (SITE) Mama: estadiamento. Diretrizes de tratamentos oncológicos recomendados pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, 2020 Oncologia básica. Sabas et al, 1 ed. Láysa de Almeida Cardoso. Câncer de mama: etiopatogenia e tratamentos. FAEMA, 2016 Programa de qualidade em mamografia. INCA, 2019 (SITE) Oncologia:uma abordagem multidisciplinar. MARQUES, 2015
Compartilhar