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TUTORIA 4 1. DORTs o LER: lesões por esforços repetitivos. o DORT: distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. o Essa sigla substitui a sigla LER, pois: ▪ A maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidência de lesão. ▪ Além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), a sobrecarga estática (uso de contração muscular por longos períodos para manutenção de postura) pode ser nociva para o trabalhador. o LER/DORT são agravos relacionados ao trabalho decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema musculoesquelético, sem que haja tempo para sua recuperação fisiológica. o É um importante problema de saúde com alta prevalência. o Possui implicações nos campos do trabalho, emprego e seguridade social, em decorrência da incapacidade laboral temporária ou permanente. • Epidemiologia: o Maior incidência entre 30-40 anos. o As mulheres são mais acometidas. o Principais regiões anatômicas acometidas: punho, cotovelo, ombro, mão e pescoço. o Principal causa de afastamento do trabalho. • Etiologia: o Possuem etiologia multifatorial complexa. o Desequilíbrio entre as exigências das tarefas no trabalho e as capacidades funcionais individuais → sobrecarga osteomuscular. o Fatores de risco: efeito sinérgico. ▪ Fatores biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de organização do trabalho. ▪ Solicitação contínua de mesmo grupamento muscular na realização de uma tarefa. ▪ Pressão por produtividade e relações de hierarquia muito rígidas. o Ocupações e ou atividades que apresentam maior risco para desenvolvimento de LER/DORT: ▪ Embalagem de produtos e setores de controle de qualidade de indústrias diversas. ▪ Corte e processamento de carnes. ▪ Produção de alimentos industrial e artesanal. ▪ Costureiras e outras profissões da indústria de confecções, vestuário e calçados. ▪ Montadores (as) de componentes eletrônicos, do setor plástico, elétrico e metalúrgico. ▪ Trabalhadores (as) de lavanderias. ▪ Operadores (as) de caixa de supermercados e bancos. ▪ Cortadores (as) de cana. ▪ Digitadores (as). ▪ Teleatendentes. • Fisiopatologia: o Durante a contração muscular, a pressão intramuscular aumenta e comprime os vasos sanguíneos intramusculares → nutrição dos músculos ativos pode ser temporariamente perturbada → hipóxia muscular → músculo funciona em condições anaeróbicas → fadiga. ▪ Ocorre principalmente em condições estáticas. ▪ A recuperação desta fadiga é condicionada pelo repouso. o Podem ocorrer alterações tendinosas: sob pressão exagerada, os tendões podem deformar. ▪ Isquemia → degeneração. o Compressão de nervos (ex.: síndrome túnel do carpo). • Manifestações clínicas: o Ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores. o O quadro é caracterizado por uma dor contínua, espontânea, que atinge segmentos extensos, com crises álgicas de duração variável. o Sensação de peso e fadiga, limitação funcional, parestesia, geralmente acompanhada de sofrimento psíquico, dificuldades nas atividades da vida diária e incapacidade laboral. o Aos poucos, os sintomas intermitentemente tornam-se presentes por mais tempo durante a jornada de trabalho e, às vezes, passam a invadir as noites e finais de semana. • Diagnóstico: o Conhecer sobre a atividade/ocupação exercida e as condições em que é realizada: ▪ Duração da jornada, ausência de pausas, organização da produção, complexidade, exigência de habilidades sincronizada com esforço físico, excesso de controle e relações interpessoais. o Na maioria dos casos não se dispõe de um exame laboratorial ou de imagem “padrão ouro” para o diagnóstico. → Exame físico do sistema músculo- esquelético: o Inspeção: ▪ Inicia desde a entrada do paciente ao consultório. ▪ Avaliação da marcha e postura. ▪ Observação de sinais flogísticos. o Palpação: ▪ Identificação de alterações de consistência da pele e dos demais tecidos moles, em particular os músculos. o Manobras clínicas: ▪ Vai depender da suspeita diagnóstica – testes específicos. • Tratamento: o Tratamento sintomático. o Mudanças nos locais de trabalho para eliminar ou reduzir as situações que determinam ou agravam o quadro clínico/incapacidade. o A definição de plano de tratamento depende da presença de inflamação e/ou degeneração e de alterações sensitivas e/ou motoras e/ou edema. o Abordagem multidisciplinar. o Plano terapêutico básico: abordagens combinadas. ▪ Afastamento das atividades laborais e/ou relocação no trabalho. ▪ AINES. ▪ Colocação de gelo no local. ▪ Fisioterapia. ▪ Acupuntura. ▪ Medicação homeopática. ▪ Formação de grupos terapêuticos. o Notificação: ▪ Notificação compulsória ao SUS. ▪ Solicitar e acompanhar a emissão da CAT pela empresa e preencher o LEM. ▪ Encaminhar CAT ao INSS + perícia médica (se afastamento > 15 dias). • Prevenção: o Adoção de medidas para eliminação ou controle da exposição aos fatores de risco, especialmente os relacionados à organização do trabalho, mediante ações de vigilância nos ambientes e processos de trabalho. o EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual ▪ Fornecimento obrigatório e gratuito pela empresa. ▪ Tipo adequado de acordo com a atividade ▪ O uso é obrigatório. ▪ Cabeça: capacete contra impactos. ▪ Olhos e face: óculos de segurança, protetores faciais. ▪ Ouvido: protetores auriculares. ▪ Vias respiratórias: respiradores com filtros, máscaras. ▪ MMII: botas impermeáveis e estrias no solado; botas com biqueira reforçada. ▪ Tronco: aventais, jaquetas, capas. ▪ Quedas: cintas e correias de segurança. o Controle médico: ▪ Exames pré-admissionais: realizado antes da data de assinatura do Contrato de Trabalho. ▪ Exames periódicos: identificar características ou fatores de risco prévios. ▪ Exame de retorno ao trabalho: realizado no primeiro dia de volta à atividade laboral se esteve ausente por período ≥ 30 dias por motivo de doença ou acidente ocupacional. ▪ Exame de mudança de função. ▪ Exame demissional: antes do desligamento definitivo do funcionário → registrar as condições de saúde no momento do desligamento da empresa. • Ergonomia/fatores ergonômicos: o Refere-se às interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas. o Visa melhorar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. o O reconhecimento do risco a que está exposto o trabalhador, para isso, as seguintes medidas da exposição devem ser pesquisadas: ▪ Duração: ➢ Tempo em que o empregado está continuamente exposto ao risco. ➢ Pequenas pausas na rotina podem ajudar a reduzir os efeitos da exposição. ▪ Frequência: ➢ Número de vezes que determinada tarefa é realizada na unidade de tempo. ▪ Intensidade: ➢ Quantidade de força necessária para realizar determinada tarefa. ➢ Grau de desvio de postura ou à pressão aplicada em uma superfície. ▪ Múltiplas exposições: ➢ O efeito total dos fatores é maior – efeito sinérgico. • Ginástica laboral: o “Ginástica de pausa para operários”. o É uma intervenção com exercícios físicos específicos para colaboradores desenvolvida no local de trabalho. o Visa melhorar desfechos gerais, como qualidade de vida e ambiente ocupacional, e desfechos específicos, como força muscular e flexibilidade. o Trata-se de uma atividade física diária, realizada durante aproximadamente 10 minutos, que acontece no próprio local de trabalho, que age de forma terapêutica e preventiva. o Exercícios de alongamento, força e resistência muscular, consciência corporal, massagem e automassagem e relaxamento. COLUNA VERTEBRAL CERVICOBRAQUIALGIA o Dor cervical com irradiação paraos ombros, podendo atingir os braços e mãos. o Braquialgia costuma ser por compressão de raiz cervical ou hérnia de disco posterolateral. o Cervicalgia: irritação do plexo sensitivo raquidiano. o A dor irradiada também pode ser causada pelo estreitamento do forame de conjugação pela hipertrofia facetária e pelos osteófitos. o Na estenose foraminal, a compressão e a tração da raiz podem ser acentuadas pelo movimento cervical. o A hiperextensão pode reduzir a dimensão dos foramens e exacerbar os sintomas de braquialgia. o É uma das DORTs que mais acometem os trabalhadores → 1ª causa de incapacitação relacionada ao trabalho até 45 anos e 3ª causa de afastamento de serviço de 45 a 64 anos. o A dor é provocada ou acentuada por certos movimentos ou posições do pescoço, podendo ser acompanhada por limitação do movimento e sensibilidade à palpação sobre a coluna cervical. o Ocorre após traumatismo (hiperextensão do pescoço, durante mergulho, manipulações quiropáticas forçadas, etc.) ou hérnia de disco, sendo este um dos problemas que acometem muitos trabalhadores. • Anatomia – plexo braquial: o Consiste em um conjunto de nervos formado pelo ramo anterior da medula espinal dos quatro nervos cranianos e o primeiro nervo torácico (C5, C6, C7, C8 e T1). o Estende-se desde a medula, através do canal cervical axilar sobre a 1ª costela, e na axila. o Fornece fibras nervosas aferentes e eferentes no peito, ombro, braço e mão. o Tronco superior: C5 + C6. o Tronco médio: C7. o Tronco inferior: C8 + T1. o Cada tronco se divide em anterior e posterior. ▪ Divisões anteriores dos troncos superior e médio → dão origem ao fascículo lateral → irá originar o nervo musculocutâneo e um ramo que vai formar o nervo mediano. ▪ Divisão anterior do tronco inferior → dá origem ao fascículo medial → irá originar o nervo ulnar e um ramo que vai formar o nervo mediano. ▪ Divisões posteriores dos três troncos → dão origem ao fascículo posterior → irá originar os nervos radial e axilar. • Manifestações clínicas: o Costuma ser insidiosa. o Em raras situações, tem início de forma súbita. o Casos de movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada ou traumatismos. o Normalmente melhora com repouso e piora com movimentação. o Com frequência, há espasmo da musculatura paravertebral. o Parestesias ou hipoestesia no membro acometido. o Pode haver déficit de força nos músculos inervados pela raiz acometida, mas a paralisia é rara. o Pode gerar cefaleias. o Na ausência de compressão medular associada, os reflexos poderão ser hipoativos ou abolidos. o Se houver reflexos exaltados ou presença de reflexos patológicos, deve-se procurar por compressão medular ou outra lesão do neurônio motor superior. • Diagnóstico: → Exame neurológico o Deve ser realizado sempre seguindo a sequência: motor > sensibilidade > reflexo. o Avaliação dos dermátomos C5, C6 e C7, em ambos os lados. → Avaliação de C5: → Avaliação de C6: → Avaliação de C7: → Testes especiais: o Teste de distração: colocar a mão espalmada sob o queixo do paciente enquanto a outra será colocada na região occipital → tracionar a cabeça removendo o peso que ela exerce sobre o pescoço. ▪ Teste positivo: alívio da dor do paciente. o Manobra de Spurling: colocar as mãos no topo da cabeça do paciente e realizar uma força de compressão para baixo e flexão lateral da cabeça. ▪ Teste positivo: aumento dos sintomas radiculares na extremidade (possível compressão ou irritação radicular). o Teste de Lhermitte: paciente sentado na maca com os joelhos levemente fletidos → realizar flexão cervical em direção ao tórax e, depois, flexão da coluna. ▪ Teste positivo: paciente refere parestesias nos membros durante a flexão. → Exames complementares: o Radiografias simples de frente, perfil e oblíqua podem mostrar a redução do espaço entre os corpos vertebrais ou estreitamento do forame. o As radiografias dinâmicas em flexão e extensão podem ser úteis para documentar a instabilidade entre dois segmentos. o RM é método de escolha para avaliação da compressão radicular. o Quando a RM não estiver disponível, a TC ou a mielotomografia podem ser úteis. • Diagnóstico diferencial: o Síndromes compressivas de nervos periféricas. o Diferenciar pelo exame físico. • Tratamento: o A maioria dos pacientes melhora com tratamento medicamentoso e de reabilitação. o O tratamento cirúrgico raramente é indicado – casos de radiculopatia grave, déficit neurológico rapidamente progressivo ou casos de insucesso no tratamento não operatório. SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO o Ocorre compressão anormal do plexo braquial na região do desfiladeiro torácico, limitando a mobilidade dos MMS. o O desfiladeiro cervicotoracobraquial é formado pelos músculos escaleno anterior e médio, clavícula, primeira costela, músculo subclávio e peitoral menor, formando uma passagem para os vasos subclávio-axilares e o plexo braquial. o Qualquer variação anatômica ou estruturas anômalas podem diminuir ainda este local e causar uma compressão neurovascular. ▪ Tumores. ▪ Costela cervical. ▪ Hipertrofia muscular. o A compressão nesta região é devido a movimentações que aproximem a clavícula da primeira costela, como em posição de militar em “sentido”, carregar objetos pesados ou por movimentos de hiperabdução prolongada (professores, violinistas, nadadores). o Fatores de risco: sexo feminino, biotipo longilíneo e profissões que necessitam da elevação dos braços. • Quadro clínico: → Sintomas nervosos: o Alteração de sensibilidade, motricidade (fraqueza) e trofismo (hipotrofia ou atrofia). o Dor de intensidade variável, de localização imprecisa, seguida de fraqueza, parestesia, principalmente em mãos e dedos. o Quando há compressão do do plexo braquial (C5 , C6 , C7 ) as dores são em região lateral da cabeça e pescoço, em região do músculo rombóide e supraescapular, membro superior, mão e dedos. o Na presença de costelas cervicais, há dor na região supraclavicular. o A dor piora com hiperabdução do braço e ao carregar objetos pesados, o que promove o abaixamento dos ombros. → Sintomas arteriais: o Ocorrem pela isquemia, incluem dor, palidez, cianose, eritrocianose, parestesia, fadiga, alterações tróficas como úlceras e gangrenas, diminuição da temperatura local. o Têm como fator agravante o frio e o exercício. → Sintomas venosos: o Sensação de peso, dor e ingurgitamento da extremidade superior, aumento da temperatura da pele, cianose, edema, turgência venosa, especialmente em ombro e região peitoral. • Diagnóstico: → Exame físico: o Inspeção: biotipo, simetria da musculatura e do nível horizontal dos ombros e presença de abaulamentos supra ou infraclaviculares. o Palpação. o Verificar se há sopros ou frêmitos (estenose da a. subclávia). o Exame neurológico (C5, C6, C7). o Manobra dos escalenos (Adson): elevação da primeira costela que tensiona os escalenos. ▪ Abdução de 30º e hiperextensão do braço ➢ + se pulso radial diminuído. ➢ Hipertrofia ou encurtamento do músculo peitoral menor. ▪ Abdução de 90° e hiperextensão do braço, inspiração forçada e rode a cabeça para o lado que está sendo testado. ➢ + se pulso radial diminuído. ➢ Hipertrofia ou encurtamento dos músculos escalenos. o Manobra costoclavicular: o paciente coloca os ombros para trás, abaixando-os, imitando a posição militar exagerada, diminuindo assim o espaço costoclavicular. ▪ + diminuição do pulso radial. o Manobra da hiperabdução (Wright): elevação de 180° do membro com rotação posterior do ombro. ▪ + diminuição do pulso ou ausculta de sopro, indicando compressão arterialpelo tendão do músculo peitoral menor. o Teste dos três minutos de estresse com o braço elevado: é o teste mais acurado, abdução de ambos os braços, em rotação externa com flexão de 90° dos cotovelos, o paciente deve ficar abrindo e fechando as mãos por três minutos. ▪ + dor, parestesia e incapacidade de continuar o teste. o O diagnóstico é essencialmente clínico. → Exames complementares: o Rx de cintura escapular, coluna cervical e tórax → procurar anormalidades ósseas. o TC ou RM → excluírem as compressões por hérnia de disco cervical, osteófitos, neoplasias, espondilólise cervical. o US com Doppler → alterações arteriais e venosas. o Arteriografia e venografia → pesquisa de estenoses vasculares. • Diagnósticos diferenciais: o Hérnia de disco, osteoartrite da coluna, tumor do ápice pulmonar, tumor da axila, síndrome do túnel do carpo, síndrome do cubital, bursite subacromial e osteoporose. • Tratamento: o Analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares. o Compressas quentes e repouso. o Orientar o paciente a emagrecer se for obeso, mudar de profissão, evitar hiperabduzir os braços, carregar objetos pesados carregar bolsas. o Tonificação dos músculos suspensores da cintura escapular, através de fisioterapia. o A anticoagulação, terapêutica trombolítica, trombectomia venosa e compressão elástica do membro devem ser consideradas quando há acometimento venoso. o O tratamento cirúrgico é indicado quando a síndrome é decorrente de anomalias ósseas sintomáticas ou complicações vasculares ou quando há falha do tratamento conservador. LOMBALGIA o Define-se lombalgia como todas as condições de dor, com ou sem rigidez do tronco, localizadas na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea. o Comprometimento que revela perda ou anormalidade da estrutura da coluna lombar de etiologia psicológica, fisiológica ou anatômica ou, ainda, uma deficiência que traduz uma desvantagem que limita ou impede o desempenho pleno de atividades físicas. o Pode evidenciar síndromes de uso excessivo, compressivas ou posturais, relacionadas a desequilíbrios musculares, fraqueza muscular, diminuição na amplitude ou na coordenação de movimentos e aumento de fadiga. • Epidemiologia: o Principal representante das síndromes dolorosas da coluna vertebral, seguida da cervicalgia. o Prevalência na população em geral: 50% a 80%. o Acomete comumente homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 a 60 anos de idade, estas provavelmente em decorrência da maior prevalência e consequências da osteoporose. o Acomete a população economicamente ativa, está relacionada a quadros de incapacidade laborativa, traz sofrimento a pacientes e familiares, acarreta custos (questão socioeconômica). o Fatores de risco: ▪ Nível educacional e socioeconômico. ▪ Satisfação com trabalho. ▪ Características psicológicas (ansiedade, depressão) e ocupacionais (trabalhos braçais/manuais, com rotação do tronco e movimentos de flexão, utilização de equipamentos vibratórios). ▪ Obesidade e sedentarismo. ▪ Tabagismo. • Etiologia: o Multifatorial. o A idade, a postura e a fadiga no trabalho são consideradas como fatores contribuintes para a elevada percentagem de recidiva da dor lombar. o Trabalho físico pesado. o Postura de trabalho estática. o Inclinar e girar o tronco frequentemente. o Levantar, empurrar e puxar. o Trabalho repetitivo. o Vibrações. o Fatores psicológicos e psicossociais. • Classificação: o Lombalgias e lombociatalgias podem ser primárias ou secundárias, com e sem envolvimento neurológico. o Mecânico-degenerativas (discopatias). o Não mecânicas localizadas: inflamatórias (espondilite anquilosante, síndrome de Reiter), infecciosas (espondilodiscites infecciosas) e metabólicas (osteoporose, osteomalácia, hiperparatireioidismo). o Psicossomáticas (causas emocionais podem levar à lombalgia ou agravar outras causas). o Como repercussão de doenças sistêmicas (doenças sistêmicas que podem acometer estruturas intra e extra-raquideanas). • Fisiopatologia: o É complexa e ainda pouco compreendida. o Nas causas mecanicodegenerativas e não mecânicas, seu desenvolvimento ocorre primariamente por meio da instalação de forças anormais sobre a coluna → gera novas lesões locais, que liberam mediadores de inflamação, principalmente dos discos vertebrais → mediadores estimulam nociceptores, encontrados nas articulações sinoviais, núcleo fibroso do disco intervertebral, ligamentos paravertebrais ou vasos e nervos protegidos pelos ossos da coluna. o As causas psicogênicas ou psicossomáticas têm a fisiopatologia menos clara e o que se infere até agora é que a dor é percebida no córtex cerebral. • Manifestações clínicas: o A lombalgia ocupacional é benigna. o Dor que piora com o movimento corporal ao longo do dia ou com longos períodos de permanência em pé. o Dor localizada, tipo queimação. • Diagnóstico: → História clínica: o Deve-se caracterizar o paciente, caracterizar a dor, pesquisar sintomas neurológicos e pesquisar sinais de alerta. → Exame físico: o Inspeção estática: inicia desde o momento que o paciente entra no consultório → avaliar deambulação, irregularidades, assimetrias. o Inspeção dinâmica: flexão, extensão, lateralização e rotação → avaliar amplitude dos movimentos. o Palpação: analisar presença de dor e deformidades. o Avaliação de L4, L5 e S1. o Teste da elevação do membro inferior: ▪ Realiza elevação passiva do membro inferior até 70º. ▪ Teste positivo: se dor. o Manobra de Laségue: ▪ Realiza flexão passiva do joelho em 90º com relação ao quadril e depois extensão. ▪ Teste positivo: se dor. o Dermátomo L4: ▪ Força muscular: avaliar m. tibial anterior → inversão do pé + resistência. ▪ Sensibilidade: região medial do pé. ▪ Reflexo: patelar. o Dermátomo L5: ▪ Força muscular: avaliar m. extensor longo do hálux → extensão do hálux + resistência. ▪ Sensibilidade: dorso do pé. ▪ Não há reflexo. o Dermátomo S1: ▪ Força muscular: avaliar m. fibulares longo e curto → eversão do pé + resistência. ▪ Sensibilidade: região lateral do pé. ▪ Reflexo: tendão de Aquiles. → Exames complementares: o Podem ser realizadas radiografia, TC, TM, eletroneuromiografia e exames laboratoriais. • Tratamento: o Eliminação dos fatores de risco. o Terapia medicamentosa: AINES, corticoides, analgésicos, relaxantes musculares, antidepressivos tricíclicos. o Fisioterapia. o Reeducação do paciente. • Prevenção: o A prevenção da lombalgia ocupacional envolve medidas físicas, organizacionais e cognitivas. o As medidas físicas devem abordar a biomecânica, a postura no trabalho, o manuseio de materiais e cargas, os movimentos repetitivos, o projeto do posto de trabalho e a segurança. o Diminuição dos fatores psicológicos. OMBRO o O ombro corresponde à associação de 3 articulações (esterno-clavicular, acromioclavicular e glenoumeral) e mais uma “articulação” do ponto de vista funcional que é a escapulotorácica. o Tem pouco conteúdo ósseo, grande massa muscular e poucas conexões articulares com o esqueleto axial. o O mais importante grupo muscular é o manguito rotador: o M. Supraespinhal. o M. Infra-espinhal. o M. Redondo menor. o M. Subescapular. o Estes músculos têm origem em torno da escápula e se inserem nas tuberosidades umerais e dão suporte à atuação de outros músculos importantes como o deltóide. o A articulação do ombro é a mais móvel do corpo, e por isto a mais instável. LESÕES DO MANGUITO ROTADOR ou SÍNDROME DO IMPACTO o A síndrome do impacto pode ser causada pelo excesso de movimentos com o ombro em abdução maior do que 90º de amplitude oupor um trauma. o É uma denominação geral de algumas lesões no ombro, como por exemplo, as tendinites e as bursites, variando de uma tendinite aguda reversível até uma lesão maciça envolvendo todos os seus componentes. • Estágios da Síndrome do Impacto: o I – Tendinite e Tenossinovite: ▪ Acomete jovens em torno de 20-40 anos de idade, principalmente esportistas que fazem movimentos repetitivos e vigorosos de abdução e flexão do braço acima de 90º. ▪ Edema. ▪ Hemorragia, hiperemia. ▪ Bursite. ▪ Dor à movimentação. o II-Tendinopatia e Tendinose: ▪ Acomete pessoas com 40-50 anos de idade. ▪ Tendinite e fibrose do manguito rotador (principalmente do supra-espinhoso) bursite subacromial. ▪ Dor ao movimento e ao repouso. ▪ Rubor, Calor. ▪ Perda da Função, diminuição da amplitude de movimento. ▪ Crepitação. o III- Ruptura: ▪ Ruptura da inserção do músculo. ▪ Exposição da cartilagem e da cabeça longa do bíceps. ▪ Atinge indivíduos acima de 50 anos, é caracterizado pelo aparecimento de osteófitos no acrômio, articulação acrômio-clavicular e tubérculo maior do úmero, bem como, por ruptura do manguito rotador. ▪ Não sustenta o braço em movimento. • Manifestações clínicas: o Dor: proporcional ao grau de inflamação e necrose do músculo. o A dor costuma ser mais intensa no músculo integro ou com ruptura parcial (na ruptura total há relaxamento das fibras do supraespinhal, diminuindo a dor). o Dor que piora durante o sono (paciente não consegue posição de acomodação). o Dor pode ser espontânea ou piorar com movimentos. o Dor localizada ao redor do ombro, mas pode irradiar para escapula e cotovelo. o Crepitação. o Força muscular: abdução e rotação externa tendem a estar diminuídas em lesões totais. o Contratura: ocorre devido ao processo inflamatório na capsula articular e imobilidade do membro pela dor. • Diagnóstico: o No exame físico são pesquisadas assimetrias das cinturas escapulares, atrofias das fossas supra e infra-espinhais e deformidades da coluna cervicotorácica. o A presença de crepitações à rotação passiva do ombro, muitas vezes dolorosa, é bastante sugestiva. o Raio X: AP em rotação interna e externa, axilar, AP com 30° de inclinação caudal e lateral do acrômio. o RM: excelente método; fornece dados objetivos sobre qualidade dos tendões. • Diagnóstico diferencial: o Doença cervical: suspeitar se dor irradiar até a mão. • Tratamento: o Infiltração de corticosteróides - diminui o processo inflamatório e a dor, sendo no máximo três infiltrações, com um intervalo mínimo de três meses entre elas. o Antiinflamatórios não-esteróides. o Fonoforese -o ultrassom é utilizado para a administração de medicamentos esteróides ou não-esterói-des por via transdérmica para evitar os seus efeitos colaterais sistêmicos. o Cinesioterapia - exercícios de alongamento com o objetivo de obter a recuperação completa das amplitudes do movimento e exercícios de reforço para o manguito rotador e os estabilizadores da escápula e, posteriormente, para o deltóide. o Nas lesões parciais (não-transfixantes) o tratamento cirúrgico está indicado em casos de insucesso do tratamento conservador durante de três a seis meses). ▪ Varia desde o desbridamento da lesão à ressecção da mesma e reparo tendão- tendão ou tendão-osso, com ou sem acromioplastia. ▪ O procedimento pode ser realizado por via aberta convencional transdeltóidea, artroscopicamente assistido ou por via totalmente artroscópica. o Nas lesões completas (transfixantes) o tratamento cirúrgico é a primeira indicação para indivíduos com idade de até 60 anos. COTOVELO EPICONDILITE MEDIAL o É uma tendinose. o É mais rara. o A maioria dos casos ocorre no membro dominante. o É causada por atividades que colocam força valga no cotovelo ou que envolva flexionar forçadamente os músculos do antebraço, provocando microtraumas nos músculos flexopronadores, mais comumente no pronador redondo e flexor radial do carpo. o Pode estar associada a síndrome do túnel do carpo, síndrome do manguito rotador ou epicondilite lateral. o Flexão repetitiva do punho (musculatura flexo-pronadora): ▪ Golfe, baseball e boliche. ▪ Lançamento de dardo. ▪ Faxineiras e passasdeiras. ▪ Trabalhadores da construção civil, principalmente aqueles que carregam muito peso e os que são expostos a vibração no cotovelo (Ex: operador de britadeira). • Manifestações clínicas: o Dor em tendões pronadores flexores (anexos ao epicôndilo medial) e epicôndilo medial quando o punho é flexionado ou pronado. o Dor um pouco abaixo do epicôndilo medial, piorada por movimento de preensão e movimentação do punho. • Diagnóstico: o Diagnóstico clínico. o O Raio-X costuma ser normal. o US e RM são reservados para casos em que a fonte de dor é incerta. o Em raros casos em que há sintomatologia do nervo ulnar, a eletroneuromiografia é uma boa pedida. • Tratamento: o Repouso, gelo e alongamentos (fisioterapia). o Modificação da atividade. o Uso de AINE. o Infiltração de corticóides, ondas de choque extracorpóreas ou acupuntura, são outras opções. o A cirurgia é considerada somente após 6 a 12 meses de insucesso de tratamento conservador. o As técnicas cirúrgicas envolvem remoção da cicatriz do tecido e recolocação dos tecidos lesados. EPICONDILITE LATERAL o Epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço e dos extensores do punho e dos dedos. o Processo degenerativo que compromete os tendões extensores do epicôndilo lateral. o Tendinose: resposta fibroblástica e vascular e degeneração angiofibroblástica da epicondilite. o Ocorre por microlesões na origem da musculatura extensora do antebraço, sendo mais frequente o acometimento do tendão extensor radial curto do carpo, mas pode envolver o extensor radial longo e o extensor ulnar do carpo. o É mais comum que a medial. o A maioria dos casos ocorre no membro dominante. o É a causa mais comum de dor no cotovelo, podendo afetar até 3% da população adulta. o Extensão repetitiva do Punho: ▪ Tenistas. ▪ Squash. ▪ Digitadores. ▪ Trabalhadores da construção civil (movimentos de preensão com ferramental pesado, colocação de tijolos e ato de martelar). • Manifestações clínicas: o Dor ao movimento de preensão ou extensão do punho. o Dor ao toque logo abaixo do epicôndilo lateral. o A queixa principal é a dor na região do epicôndilo lateral estendendo-se ao dorso do antebraço e a incapacidade para a prática esportiva ou laboral. o A dor surge com atividades que envolvem extensão ativa ou flexão passiva do punho com o cotovelo em extensão. o Início gradual da dor, que vai se tornando intensa e persistente. o Dor que piora com pequenos movimentos do cotovelo. • Diagnóstico: o O diagnóstico é clínico. o Palpação: epicôndilos lateral, medial e ponta do olécrano. ▪ Na face lateral palpa-se a origem da musculatura extensora do punho e dedos, complexo ligamentar lateral e cabeça do rádio. ▪ Palpar durante a pronossupinação e em graus variáveis de flexoextensão. o Dor localizada no epicôndilo lateral e na origem da musculatura extensora do punho é sugestiva de epicondilite lateral ou síndrome do túnel radial. o O teste clínico específico para a epicondilite lateral é o de Cozen. o Coffee Cup Test: dor no epicôndilo lateral ao levantar uma xícara de café, patognomônico de epicondilite lateral. o Teste de Maudsley: dor a extensão do dedo médio contra resistência. o O Raio-X não é pedido de rotina e quase sempre é normal, a não ser em alguns casos crônicos que já podem apresentar alguma calcificação dos tendões. o A ressonância não é necessária para o diagnóstico, mas pode ser útil quando hádúvida no diagnóstico. • Diagnóstico diferencial: o Síndrome do túnel radial, cervicobraquialgia, lesão do manguito rotador e anormalidades articulares (sinovite, corpos livres intra-articulares, osteoartrose pós-traumática e lesão ligamentar). • Tratamento: o Repouso, gelo e alongamentos (fisioterapia). o Modificação da atividade. o Uso de AINE. o Infiltração de corticóides, ondas de choque extracorpóreas ou acupuntura, são outras opções. o A cirurgia raramente é indicada, sendo reservada para casos que não melhoram após 6 a 12 meses de terapia não-cirúrgica. o A técnica mais utilizada é aberta, e consiste na liberação e debridamento (“limpeza”) do extensor radial curto do carpo. PUNHO TENDINITE DE DE QUERVAIN o Tenossinovite estenosante. o É um processo inflamatório dos tendões da base do polegar, especificadamente, da bainha do tendão do abdutor longo e do extensor curto do polegar, no primeiro compartimento dorsal dos extensores do punho. o A tenossinovite de Quervain ocorre quando o primeiro compartimento (do polegar) se torna inflamado o suficiente para apertar os tendões e impedir o seu deslizamento suave. o A tensão contínua e repetida sobre os tendões provoca fricção na bainha retinacular, levando a edema e/ou estreitamento do canal osteofibroso do 1º compartimento extensor. o A principal causa é a sobrecarga dessa articulação, que resulta em inflamação desses tendões, dificultando o movimento do polegar e do punho, principalmente quando for pegar algum objeto ou rodar o punho. o As pessoas que trabalham em escritório arquivando documentos, ou datilografando ou escrevendo a mão, em que há uso constante do polegar em direção ao dedo mínimo são as mais propensas a apresentar essa doença. o Fatores de risco: mulheres, gestantes e lactentes, artrite reumatóide, gota e diabetes. o A maior parte dos pacientes é do sexo feminino, com idade acima dos 40 anos. ▪ O início da menopausa produz irregularidade hormonal que provoca a retenção de líquido no corpo, isso causa o inchaço na mão (bainha dos tendões), e consequente travamento dos tendões. • Manifestações clínicas: o Dor em região de polegar e punho. o A dor do punho pode se irradiar para o braço. o Os sintomas começam com um desconforto na base do polegar, principalmente ao realizar movimentos laterais do punho com o polegar dobrado. o A dor pode aparecer de maneira gradual ou repentina. o A área lateral do punho é dolorosa ao ser palpada. o Pode existir um aumento de volume no local, isso é resultado do aumento de produção de líquido sinovial. o Em alguns casos, pode ser percebido ao toque o atrito dos tendões ao se realizar movimentos do punho. o Numa fase avançada, o paciente não consegue segurar objetos ou realizar qualquer movimento que utilize o polegar. • Diagnóstico: o O diagnóstico é clínico. o Dor e a incapacidade que o paciente tem ao utilizar o polegar. o Em casos de dúvida, um US pode ser feito e mostrará a compressão do tendão e o processo inflamatório do local. o As radiografias são normais, já que não há lesão óssea. • Diagnósticos diferenciais: o Artrose do trapézio metacarpal, fratura do escafoide e artroses carpais. • Tratamento: o Fisioterapia e uso de gelo. o Medicação oral (antiinflamatórios), podem melhorar os sintomas. o O uso de talas e órteses também geram alivio ao paciente, mas por período prolongado causam rigidez articular e atrofia muscular. o Nos casos iniciais pode ser feito tratamento com uma infiltração local com cortisona e xilocaína, para diminuir a inflamação dos tendões e o volume. ▪ Porém, geralmente, esse é um tratamento paliativo, e após a cessar o efeito do medicamento, os sintomas podem voltar. ▪ Nos dois primeiros dias o paciente pode relatar uma piora da dor, devido ao volume do medicamento injetado. ▪ Após dois ou três dias, os sintomas melhoraram e o resultado final é avaliado em um mês. ▪ Não se podem fazer várias infiltrações no mesmo local. ▪ A cortisona, que diminui a inflamação dos tecidos doentes, mas também causa o enfraquecimento dos tendões sadios e aumenta o risco de ruptura. o O tratamento conservador é pouco eficaz e não impede a evolução da doença. o Quando a infiltração não tem um bom resultado, e nos casos de doença avançada, o tratamento de escolha é a cirurgia. o O procedimento cirúrgico é realizado com anestesia regional (no punho e mão) e pode ser dado um sedativo leve. ▪ Na cirurgia, é feita a abertura do teto do primeiro compartimento extensor, criando mais espaço no seu interior. ▪ A sua abertura não causará problemas ao paciente, pois existem outros túneis que vão até a ponta do dedo. SÍNDROME DO TUNEL DO CARPO o Provocada pela compressão do nervo Mediano, numa região chamada túnel do carpo no punho. o Túnel do carpo: espaço anatômico na face anterior do punho, com assoalho formado pelos ossos do carpo e fechado acima pelo ligamento transverso do carpo. ▪ No interior do túnel, passam nove tendões (quatro flexores superficiais, quatro flexores profundos dos dedos e o flexor longo do polegar) e o nervo mediano. ▪ A pressão no interior do túnel aumenta com a flexão ou com a extensão do punho. o Esse nervo é o responsável pela movimentação do dedo polegar, além de promover a sensação nos dedos polegar, indicador e médio na parte da palma das mãos. o Devido ao uso excessivo dos dedos e punhos, começa a haver uma inflamação e inchaço das estruturas que passam pelo túnel do carpo, resultando na compressão do nervo mediano, resultando em sensação de formigamento e “choque” dos dedos das mãos, do polegar, indicador e médio. o A pressão no interior do túnel do carpo aumenta em extensão e em flexão do punho, os movimentos repetitivos em flexão- extensão do punho, assim como flexão dos dedos e supinacão do antebraço são fatores causais – está relacionado a uso de computador por tempo prolongado. o É a síndrome compressiva mais frequente. o É bilateral em mais da metade dos pacientes. o É mais comum em mulheres > 40 anos e é mais frequente na gestação. o As principais profissões relacionadas são digitadores e costureiras. o A forma crônica é a mais comum e está relacionada a movimentos repetitivos (DORT) ou alterações anotômicas que modifiquem as paredes do túnel do carpo. o A forma aguda é causada por um rápido e sustenido aumento da pressão no túnel do carpo - fratura do rádio, queimaduras, coagulopatias, infecções e aplicação de injeções. o A principal consequência desta síndrome é a lesão neural ou neuropatia por compressão. • Manifestações clínicas: o Queixa de hipoestesia (diminuição da sensibilidade) e formigamento insidiosa na região do território inervado pelo mediano (região ventral do polegar, dedo indicador, dedo médio e metade radial do dedo anular). o A queixa mais comum é dor associada a formigamento e parestesias no território do nervo mediano. o Dormência seguida de dor e fraqueza na mão. o Dormência noturna é a primeira manifestação. o O paciente não consegue segurar bem as coisas, principalmente fazer o movimento de pinçar. o Os sintomas pioram com o decorrer do dia, principalmente após um dia de trabalho. o Os pacientes acordam no meio da noite com as mãos amortecidas e dor intensa, tendo que sacudir as mãos ou pendurá-las para fora da cama para aliviar os sintomas. o Normalmente, os sintomas estão presentes nas duas mãos, mas são notados primeiramente na mão dominante. o Os sintomas podem variar, dependendo da severidade da doença. ▪ No início os sintomas do nervo mediano são apenas sensoriais e com a progressão da doença também aparecem alterações motoras. ▪ Sensação de fraqueza na mãoafetada, que piora com a atividade envolvendo o punho. • Diagnóstico: o Diagnóstico clínico. o O Raio-X das mãos afasta outras causas de dor nas mãos, como artrites, tumores ou fraturas ósseas. o Eletroneuromiografia: usado confirmar o diagnóstico (padrão ouro), mede a condução do nervo mediano e avalia a intensidade da compressão e auxilia na previsão do tratamento cirúrgico. o O US e a RM permitem a visualização direta da compressão do nervo mediano e outras estruturas de partes moles do túnel do carpo e devem ser solicitados apenas em casos duvidosos, na suspeita da doença e com estudo da condução nervosa normal. • Diagnósticos diferenciais: o Compressões mais altas do nervo mediano: realizar teste de sensibilidade na região tenar, pois na síndrome do túnel do carpo, esta está preservada, ao passo que, nas compressões mais altas. • Tratamento: o Antinflamatórios, para aliviar a dor e diminuir a inflamação local. o Vitamina B6, na tentativa de melhorar as condições do nervo. o Modificação da atividade com o punho. o Repouso. o O uso de munhequeiras ajuda a manter a articulação dos punhos fixa, aliviando a dor. o Em casos mais severos, poderão ser utilizados corticóides injetados diretamente nas articulações afetadas, repetido no máximo 3 vezes com 3-6 semanas de intervalo o O tratamento cirúrgico deve ser reservado para casos mais graves (com grande comprometimento do nervo mediano) ou após tratamento conservador ineficaz. o Cirurgia para a descompressão do nervo mediano, com liberação do ligamento transverso do carpo, tenossinovectomia com exploração do canal carpiano. DOENÇA OU CONTRATURA DE DUPUYTREN o É um tumor benigno desmóide/fibromatose palmar resultante da fibroproliferação dos tecidos, podendo conduzir à contração em flexão incapacitante da mão. o Doença da aponeurose palmar, incluindo a retinácula palmar e digital. o Ocorre um espessamento fibrótico da fascia palmar e digital da mão. o Costuma iniciar com um nódulo na banda prétendínea na palma e evolui comprometendo toda a banda, produzindo retração dos dedos. o Inicialmente apresenta-se como uma massa palmar palpável (nódulo de Dupuytren) que pode progredir para uma contractura em flexão das articulações da mão. o À medida que aumentam, os nódulos de Dupuytren desenvolvem cordões que se estendem distal e proximalmente e que encurtam e levam à contratura. o Ocorre mais frequentemente no 4º e 5º dedos. o Mais frequente no sexo masculino. o A diminuição da amplitude de movimentos afeta as atividades diárias do doente. o Fatores de risco: alcoolismo, tabagismo, imunodeficiência, diabetes e epilepsia. o Doença com transmissão hereditária autossômica dominante. o Esta patologia pode apresentar outras localizações como a fascia plantar (doença de Ledderhose), o pênis (doença de Peyronie) ou a face dorsal das articulações interfalângicas da mão (doença de Garrod). o A doença se desenvolve lentamente ao longo de vários anos. • Manifestações clínicas: o Dor, queimação, hiperestesia ou prurido no local. o Os nódulos pré-tendinosos que se formam nas pregas de flexão palmar poderão ser indolores ou moderadamente dolorosos. o Inicialmente há um espessamento e retração da pele, que adquire um aspeto enrugado, com reentrâncias, o que não deve ser confundido com calosidades. o Posteriormente ocorre o surgimento de nódulos distais à prega de flexão distal da palma e indolores. o Com o desenrolar da doença os nódulos podem progredir para cordas estáticas, contraídas e fixas à pele podendo lembrar o aspeto de tendões flexores. o No estádio mais avançado ocorre flexão dos dedos. o O doente pode ser incapaz de colocar a mão reta sobre uma mesa – “table top test” /teste de Hueston. • Diagnóstico: o O diagnóstico é clínico e raramente são necessários exames complementares. o No exame é possível palpar estes nódulos, bem como observar que a palma e os dedos da mão não se estendem simultaneamente sobre o mesmo plano. o Sinal mais precoce: presença de nódulo palmar, sobre a banda pré-tendínea, próximo da prega palmar. o Cordões fibrosos “amadurecem”, retraem e produzem contratura em flexão dos dedos. o Dedos mais acometidos: anular > mínimo > polegar > médio > indicador. o Tratamento: o Injeção intralesional de Triancinolona (corticoide). o Injeção intralesional de Colagenase: derivada do Clostridium histolyticum, promove a lise do principal componente das cordas – colágeno. o O tratamento é cirúrgico. o A cirurgia pode não levar à cura e a doença continuar a evoluir. o O objetivo da cirurgia é libertar as contraturas articulares para proporcionar uma maior amplitude de movimentos. o A técnica cirúrgica mais utilizada é a fasciectomia parcial aberta, que consiste na excisão dos cordões. o Pode também ser realizada uma fasciotomia por via percutânea. MÃO TENOSSINOVITE ESTENOSANTE DOS FLEXORES ou DEDO EM GATILHO o É uma tenossinovite estenosante que ocorre devido ao bloqueio da extensão ativa dos dedos, em consequência da desproporção entre o diâmetro dos tendões flexores dos dedos e o sistema de polias. o Ocorre quando o tendão, ao deslizar no interior do túnel osteofibroso denominado polia A1, tem seu deslizamento bloqueado, limitando em consequência sua excursão. o Se houver a formação de um nódulo sobre o tendão ou ocorrer um inchaço na bainha que o cobre, ele então se tornará mais largo, ficando comprimido nos túneis por onde ele passa. o Dor no trajeto dos tendões flexores, na região do túnel osteofibroso, associada à dificuldade de movimento dos dedos ou polegar, que podem permanecer em posição de flexão. o É causada por um estreitamento do sistema de polias e túneis, que abrigam os tendões flexores na região distal da palma da mão e região palmar dos dedos. o Pessoas que trabalham em atividades manuais de esforço ou atividades manuais de preensão repetitiva são mais susceptíveis. o Em crianças, o acometimento é mais frequente no polegar, conhecido como polegar em gatilho congênito. o Nos adultos é mais comum nas mulheres, no lado dominante e na idade entre 50 e 59 anos. o O dedo mais afetado também é o polegar, porém, mas pode ocorrer nos outros dedos. o Pode haver o comprometimento de mais de um dedo e ambas as mãos. o O dedo em gatilho também pode aparecer associado a outras doenças: artrite reumatóide, gota, síndrome do túnel do carpo, doença de De Quervain e diabetes, como consequência de alteração do metabolismo do tecido conjuntivo. • Manifestações clinicas: o Os sintomas variam de leve desconforto local até a presença de bloqueio tendinoso. o Os sintomas são piores no período matutino, devido a piora do edema e inatividade manual durante a noite. o Inicialmente, o dedo apresenta aumento de volume (edema), com limitação da movimentação e dor no trajeto dos tendões flexores. o Pode haver nódulo palpável na região da base do dedo acometido, é devido à estenose do túnel, a dificuldade de deslizamento dos tendões na entrada do túnel flexor (polia A1) gera o nódulo. ▪ A penetração e passagem do nódulo pelo sistema de polias causam o travamento do dedo e o ressalto durante o movimento. o À medida que a doença progride, o travamento do dedo na posição de flexão piora. o Dor intensa durante o movimento. o Ao realizar a extensão do dedo ou polegar, apresenta um ressalto semelhante ao disparo de um gatilho. o Nas tenosinovites estenosantes graves o dedo pode permanecer travado em posição de flexão, com incapacidade de estender ativamente o dedo. o Pode apresenta um nódulo no tendão. • Diagnóstico: o O diagnóstico é clínico. • Tratamento: o Repouso. o Uso de órtese extensora:a manutenção do dedo acometido em posição de extensão por algumas semanas pode promover o alívio temporário e até definitivo dos sintomas em casos leves. o Fisioterapia com exercícios: para manter a mobilidade e promover a drenagem linfática e combater o edema o Aquecimento: com bolsas térmicas, principalmente pela manhã. o AINEs: combater o quadro inflamatório, edema, dor e melhorar o deslizamento dos tendões flexores. o Esteróides: corticoesteróides sistêmicos, como a betametasona, podem ser utilizados em casos mais graves. o Esteróides injetados localmente: como a infiltração com acetato de metilprednisolona. o Liberação percutânea do túnel osteofibroso: utilizando agulha hipodérmica e anestesia local. o Liberação cirúrgica: incluindo uma via de acesso palmar na região da prega palmar distal dos dedos ou prega de flexão metacarpofalangiana do polegar, dissecção e secção longitudinal da polia A1. o a cirurgia é reservada para casos crônicos e que não responderam ao tratamento não cirúrgico. TENOSSINOVITE DOS FLEXORES DOS DEDOS o Os tendões flexores dos dedos estão presentes na parte da palma das mãos. o Esses tendões estão recobertos por uma bainha chamada sinovial, que faz com que a contração do músculo fique mais "macia". o Quando ocorre a inflamação dessa bainha sinovial, usa-se o termo tenossinovite, no caso dos tendões que fazem a flexão dos dedos. o Devido à inflamação da bainha, quando houver contração do músculo para movimentar os dedos, aparecerá o sintoma de dor local, e o movimento das mãos não será bem realizado. • Diagnóstico: o O paciente irá se queixar dor e inflamação na parte interna da mão, principalmente quando fizer o movimento de flexão dos dedos (quando a pessoa fecha as mãos, por exemplo) • Tratamento: o Antinflamatórios para aliviar a dor e inflamação. o Repouso das articulações envolvidas. TEDINITE DOS EXTENSORES DOS DEDOS o Tendões são estruturas responsáveis pela fixação dos músculos nos ossos. T o Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se esticam, possibilitando o movimento. o Tendinite significa uma inflamação dessas estruturas, em geral causada por excessivo uso daquela articulação envolvida. o Devido à inflamação, a pessoa irá apresentar dor quando movimentar a articulação comprometida. o No caso das mãos, possuimos um grupo de músculos que estendem os dedos e as mãos, e os respectivos tendões passam pela parte dorsal das mãos. o O uso excessivo e repetitivo de certa articulação irá provocar o inchaço das estruturas presentes nas costas das mãos, provocando dor ao movimento dos dedos e punhos. • Diagnóstico: o Dor na parte dorsal da mão, principalmente após o uso excessivo daquelas articulações. o O paciente pode se queixar de fraqueza nas mãos. o Sensação de queimação em vez de dor. • Tratamento: o Antinflamatórios para aliviar a dor e inflamação. o Repouso das articulações envolvidas. TENDINITE: o Inflamação aguda ou crônica dos tendões. o Se manifesta com mais frequência nos músculos flexores dos dedos. o São provocadas por movimentação frequente e periodo de repouso insuficiente. o Manifesta-se com dor que é agravada pelo movimento, edema e crepitação local. TENOSSINOVITE: o Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. o São provocadas por movimentação frequente e periodo de repouso insuficiente. o Manifesta-se com dor que é agravada pelo movimento, edema e crepitação local.
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