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Repasse ArrítImias e Farmacologia Antiarrítmicos

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Flavia Fumero de Souza 
Introdução 
Coração ➔ Sistema especial para gerar impulsos 
elétricos rítmicos que causam contrações rítmicas do 
miocárdio e conduzir esses impulsos rapidamente por 
todo o coração; 
Normal ➔ Átrios se contraem aproximadamente um 
sexto de segundo antes da contração ventricular, o 
que permite o enchimento dos ventrículos; 
Ventrículos ➔ Diferentes porções se contraem quase 
simultaneamente, o que é essencial para gerar 
pressão, com o máximo de eficiência 
 
O coração tem o formato de uma pirâmide inclinada, com o 
ápice em direção anteroinferior e para a esquerda, e a base 
oposta ao ápice (posterior). Cada lado do coração tem uma 
câmara de recepção (átrio) e uma câmara de sucção, 
compressão e expulsão (ventrículo). Tem o tamanho um 
pouco maior do que uma mão fechada. 
Ciclo cardíaco ➔ Contração ventricular isovolumétrica • 
 
Ejeção ventricular • 
Relaxamento isovolumétrico • 
Enchimento ventricular • Sístole 
atrial 
 
Sistema de Condução 
O coração tem dois tipos de células, as células miocárdicas, 
também denominadas células funcionais, que quando 
estimuladas eletricamente são capazes de se contrair, e as 
células marcapasso, responsáveis pela geração e condução 
 
 
 
dos estímulos elétricos. Os tecidos especializados que geram e 
conduzem impulsos elétricos 
através do coração, são o nó sinoatrial (nó SA), nó 
atrioventricular (nó AV), feixe de His e fibras de Purkinje. 
O controle da atividade cardíaca é feito sistema nervoso 
simpático e parassimpático, que inervam de forma abundante 
o coração (GUYTON; HALL, 2006) 
 
A regulação da ritmicidade do coração ocorre no nó SA ou 
marca passo do coração. Esta ritmicidade ocorre porque as 
membranas das fibras do nó SA são muito permeáveis ao 
sódio, que passa para o interior das fibras, fazendo com que o 
potencial da membrana em repouso passe para o valor 
positivo até atingir seu limiar transformando em potencial de 
ação. O impulso é propagado pelos átrios através do sistema 
de Purkinje provocando sua contração. Centésimos de 
segundos depois, o impulso atinge o nó AV, que retarda o 
impulso para que os átrios forcem a passagem de sangue para 
os ventrículos. Após esse retardo, o impulso é propagado pelo 
sistema de Purkinje aos ventrículos contraindo-os. 
Os impulsos elétricos que passam pelo complexo estimulante 
do coração podem ser registrados pelo eletrocardiograma. 
Onda P é a despolarização das fibras atriais do nó SA, o 
complexo QRS é a despolarização dos ventrículos e a onda T é 
a repolarização dos ventrículos, iniciando assim um novo ciclo 
cardíaco 
 
 
Potenciais de Ação 
0-Fase de despolarização rápida : abertura dos canais de 
Na+(sódio) -> o potencial de ação sobre -> tornando a carga 
que era negativa em positiva 
Despolarização = contração 
1-Repolarização rápida : efluxo de K+(potássio) 
2-Platô : abertura canais de Ca+(cálcio ) tipo L 
Plato limear 
3- Fase de Repolarização : efluxo de K+ 
Repolarização = enchimento 
4- Reestabelecimento do gradiente iônico (repouso) 
Repasse Arritmias 
 
Flavia Fumero de Souza 
 
 
Período Refratário Absoluto 
Quando não é possível de gerar um segundo potencial de 
ação, mesmo sendo o estímulo forte, ou seja, enquanto a 
membrana ainda estiver despolarizada pelo potencial de ação 
precedente, um novo potencial não poderá ocorrer em uma 
fibra elástica
 
 
Ritmo sinusal 
Origem ➔ NodoAS; 
• No ECG: Ondas P positivas nas derivações D1, D2 e 
aVF e negativa em aVR; 
• Toda onda P precede um QRS; 
• Amplitude máxima de 2,5 mm e duração inferior a 
110 ms; 
Complexo QRS 
Composto por três ondas, uma positiva (R) e duas negativas (Q 
e S), 
• dura de 0,06 a 0,10 segundo. 
• Onda Q costuma ter menos de 0,04 segundo de 
duração e 2 mm de profundidade 
 
 CONCEITO 
Arritmia 
Alteração da frequência ou regularidade, formação e/ou 
condução do impulso elétrico através do miocárdio; 
 De acordo com a frequência: 
Bradiarritmia: São arritmias que cursam com frequência 
cardíaca baixa (batimentos cardíacos lentos, abaixo de 
50bpm) 
 Taquiarritmia: são alterações no ritmo cardíaco 
caracterizadas por frequência cardíaca (FC) acima de 100 
bpm em adultos 
 
Classificação das arritimias 
 
Mecanismos Produtores de Arritmias 
Existem 3 mecanismos principais responsáveis por gerar e 
perpetuar as arritmias: 
1) Distúrbio da formação do impulso; 
 Perda de automatismo 
Automatismo celular é a capacidade de uma 
célula produzir um impulso elétrico 
espontaneamente, sem a necessidade de uma 
estimulação prévia 
• Automatismo normal alterado: o nó sinusal é sensível aos 
efeitos do sistema nervoso autônomo, de forma que a 
estimulação simpática produz taquicardia sinusal e a 
estimulação parassimpática provoca bradicardia. 
Simpática -> AUMENTA a frequência de disparos; 
Parassimpática (colinérgica) ->REDUZ a frequência de 
disparos; 
• Automatismo anormal /Patologico: ocorre em condições 
patológicas, que produzem alteração do metabolismo 
celular, com diminuição do potencial de repouso 
diastólico, as células miocárdicas comuns podem adquirir 
propriedade de automatismo. 
Ex: Isquemia /Hipocalemia / Extrassístoles / 
Taquiarritmias : atriais , ventriculares 
 
 
2)Atividade Deflagrada 
Ocorre quando o potencial de ação normal pode deflagrar 
despolarizações anormais adicionais. Pode ser : 
• pós-despolarização precoce: quando ocorre antes da 
repolarização 
• pós-despolarização tardia quando ocorre depois da 
repolarização.; 
• Não surge espontaneamente; 
• Não é autoinduzido; 
Aqui que agem 
os antiarrítmicos 
QRS normal 
(< 120 ms); 
Complex
o QRS 
alargado
(> 120 
ms) 
Flavia Fumero de Souza 
• Não é automático; 
 
3) Distúrbios de condução 
 Se dá por mecanismos de reentrada: 
 
a ativação do impulso nervoso pode persistir em uma região 
do coração, pelo tempo suficiente para que o tecido adjacente 
recupere a excitabilidade. Assim, o mesmo impulso volta a 
excitar o coração. 
 
 Bloqueio unidirecional com reentrada: 
Permite que seja formado o principal mecanismo 
arritmogênico relacionado a diversas taquiarritmias na 
prática clínica -> Reentrada 
 
1.O estímulo chega à região do circuito de reentrada e 
atinge as duas vias simultaneamente (a alça lentae a alça 
rápida). 
2. Não consegue descer por uma das vias que apresenta um 
bloqueio unidirecional, de modo que o estímulo percorre o 
circuito somente pela via lenta. 
3. Ao chegar à via bloqueada, o estímulo consegue subir por 
ela, uma vez que o bloqueio unidirecional só existe em um 
sentido e não no sentido oposto. A ascensão pela 
via rápida permite que o estímulo percorra todo o circuito 
de reentrada, voltando a atingir a via lenta inicial. 
4. Se a velocidade de condução fosse normal, o estímulo 
fecharia o circuito e não conseguiria descer novamente pela 
via inicial, que estaria em seu período refratário. Mas como 
a condução é lenta, há tempo para a via inicial sair de seu 
período refratário e ser ativada mais uma vez pelo estímulo. 
5. O circuito pode se perpetuar, ativar o coração seguidas 
vezes e gerar diversos tipos de taquiarritmias! 
FONTE: https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-
aula/5daa042f4340d20011fb234c/5da9fab74340d20011fb2342/documento/5e8cfcfe8
df578002628bdb1 
 
 Forma de reentrada: reemtrada no nodo av 
Enquanto o paciente se mantiver em ritmo sinusal, nada de 
anormal ocorrerá -> Há tempo suficiente entre os batimentos 
para que ambas as vias se recuperem do período refratário 
Problema -> Quando uma extrassístole atrial chegar ao nodo 
AV em um momento em que a via beta ainda se encontra no 
período refratário, quando a via alfa já se recuperou -> 
Estímulo da extrassístole descerá então pela via alfa 
alcançando o sistema His Purkinje por esta via, e não pela via 
beta 
 
 TRATAMENTO DE TAQUIARRITIIAS 
Conduta inicial 
 
Abordagem inicial de um paciente 
potencialmente emergencial 
Deve iniciar sempre pelas recomendações 
do suporte avançado de vida (ACLS): 
É necessário “MOVer”o paciente: Monitorização cardíaca, 
Oxímetro de pulso/Oxigênio e Venóclise. Através da 
monitorização obtêm-se os dados vitais principais: 
pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória. 
O oxímetro de pulso permite avaliar a necessidade de oxigênio 
suplementar (SatO2< 94%). O acesso venoso (venóclise) deve 
ser de grosso calibre, com preferência pelas veias ante 
cubitais,para coleta de amostras sanguíneas (obter enzimas 
cardíacas, creatinina,ureia, Na, K, Ca, Mg, transaminases, 
hemogasometria, etc.) e reposição volêmica. No contexto de 
arritmias, um eletrocardiograma de 12 derivações deve ser 
obtido, caso não atrase as condutas terapêuticas. 
A anamnese e o exame físico do paciente devem ser feitos 
concomitantemente 
 
 checar a presença de pulso-> Se não houver pulso -> 
manejo RCP 
Se houver pulso sempre classificar tratamento de acordo a 
sinais/sintomas de instabilidade hemodinâmica: 
5 D’s: 
• Dispneia 
• Dor torácica 
• Diminuição do nível de consciência 
• Diminuição da pressão arterial 
• Descompensação da Insuficiência Cardíaca 
 
 Taquiarritmia com instabilidade=>As taquicardias 
instáveis devem ser revertidas da forma mais rápi- 
da possível com a cardioversão elétrica! 
 
 
Flavia Fumero de Souza 
Farmacologia dos agentes antiarrítmicos 
Os antiarritimicos são divididos em classes, de acordo 
com seu mecanismo de ação,intensidade,e canais de 
bloqueio, a classificação de VAUGHAN WILLIANS 
Objetivo: 
▪ Reduzir a atividade marca passo ectópica 
▪ modificar a condução; 
▪ reduzir a refratariedade nos circuitos de reentrada 
▪ desabilitar o movimento em círculo; 
Ações farmacológicas: 
▪ Redução da inclinação da fase 4 do potencial de ação 
(nas células marcapasso) 
▪ Aumentar o limiar do impulso nervoso; 
▪ Diminuir velocidade de condução 
▪ Aumento do período refratário (as células não são 
reexcitadas ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem alguns mnemônicos que podem ajudam alembrar as 
classes : (fonte:SanarFlix) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Anexo : tabela antiarrítmicos ->AÇÕES 
/EFEITOS,EFEITOS EXTRA CARDÍACOS,EEITOS 
CARDIOTOXICOS,EFEITOS COLATERAIS E 
CONTRAINDICAÇÕES,FARMACOCINÉTICA DOSE 
USO TERAPÊUTICO 
 (link para acesso tabela 
https://www.passeidireto.com/arquivo/104974
083 ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.passeidireto.com/arquivo/104974083
https://www.passeidireto.com/arquivo/104974083
Flavia Fumero de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flavia Fumero de Souza

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