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58 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Unidade III 5 MISE EN PLACE DE SALÃO Ao entrar em um restaurante, o cliente o visualiza como um todo. Olha a disposição das mesas, o número de lugares, a ambientação, a decoração, por exemplo. Restaurantes que estão bem-organizados, limpos e com uma equipe bem alinhada transmitem ao cliente a segurança que ele busca em relação à bebida e comida. Para que o cliente tenha essa sensação, todo o preparo é realizado antes e com eficiência por todos os envolvidos. Para tanto, é preciso que algumas etapas sejam verificadas e cumpridas diariamente. O cuidado com cada utensílio utilizado e sua correta manipulação diminui muito a quebra e o desperdício. Nessa etapa é importante conscientizar cada colaborador sobre os cuidados a serem tomados e, muitas vezes, sobre o custo de cada item a fim de sensibilizá-lo. É importante a reposição de peças quebradas, bem como manter um estoque organizado e com fácil acesso àqueles que precisam retirar algo. Prateleiras mal organizadas, itens guardados erroneamente, peças menores embaixo de peças maiores somente deixam o serviço confuso e mal gerenciado. Antes de serem colocadas à mesa, é imprescindível que se verifique o estado das peças, sua limpeza e mesmo se há algum cheiro incomum. Todas as peças inutilizadas devem ser repostas (BECK et al., 2005). É interessante que pratos não sejam lavados nas mesmas máquinas que os copos, pois cada um tem uma programação de produtos adequados ao seu propósito. Os materiais utilizados podem variar de restaurante para restaurante, segundo sua tipologia de serviço prestado ao público, porém há alguns itens que podem ser básicos e a mise en place também. Sempre é bom ressaltar que copos e taças não devem ser carregados ou pegos pela boca, mas sempre pela base ou haste, ou ainda sobre a bandeja. 59 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR A B Figura 26 - Forma errada (A) e formas corretas (B) 5.1 Louças e baixelas Sempre manter a limpeza do lado superior e do lado inferior, para não correr o risco de algo manchar a toalha. Quando não houver uso diário desses materiais, a limpeza deve ser regular, a fim de evitar deterioração. 5.1.1 Levar pratos à mesa Importante seguir algumas regras nessa etapa: • Evite carregar um prato tocando-o por dentro: segure-o com o polegar e o indicador pelas bordas. • Deixe o segundo prato apoiado na palma da mão e segure-o com dedo mínimo e o anular. • Pode-se utilizar bandejas e, caso elas sejam estreitas ou possuírem alças, carregá-las na altura do ombro. • Se os pratos tiverem cloches, é importante todos serem retirados ao mesmo tempo. Lembrete Vimos anteriormente a importância da escolha de um mobiliário correto para a sala. Essa escolha também permite que a mise en place seja feita com correta perfeição. Mobiliários inadequados ao local dificultam a arrumação do espaço. 60 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III 5.2 Vidro Ao utilizar vidro, é importante estar atento se não há marcas de dedos, ranhuras ou odor. Seu armazenamento deve ser cuidadoso, com uma toalha entre uma peça e outra para não ocorrer riscos, quebras ou marcas indesejáveis que sacrifiquem seu uso. 5.3 Talheres de mesa A coleção de talheres, seja de prata ou aço inoxidável, deve sempre passar por uma criteriosa lavagem e posterior polimento com vinagre e água, eliminando resíduos e dando brilho às peças. A fase de polimento também é importante para verificação do fio da faca e de talheres tortos, riscados ou danificados de outra maneira. 5.4 Cristais Essas peças devem ser armazenadas com as bocas para baixo, apoiados sobre panos delicados e que não soltem fios ou linhas. 5.5 Mise en place da mesa O primeiro passo nesta fase é verificar o tampo e os pés das mesas, se eles se encontram alinhados e estáveis. É indesejável ter um cliente que reclame de uma mesa “balançando” e perigosa aos utensílios e materiais que ali serão dispostos. A mesa pode ser coberta por um forro de mesa (moletom), que, segundo Zanella e Cândido (2002), é um tecido, geralmente flanela, que tem por objetivo impedir que a toalha escorregue, não permitir que o calor passe direto para a mesa, não deixar que o líquido passe da toalha direto para mesa e também reduzir ruídos das louças, copos e talheres. A toalha, colocada em cima do forro, deve ser de um tecido de qualidade, resistente a várias lavagens, e devem estar limpas e passadas. Deve estar de acordo com a ambientação do local e seguir um padrão estético que não incomode visualmente o cliente. O uso do cobre-manchas é opcional em muitos restaurantes. Essa peça permite a reposição rápida em termos de limpeza. O guardanapo não deve ser manipulado muitas vezes e tem diversas possibilidades de dobraduras. É interessante que seja trocado quando estiver muito sujo, quando o cliente se ausentar da mesa e caso caia no chão. 61 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Figura 27 - Mise en place de mesa 5.5.1 Jogo americano Em restaurantes informais, o uso dessa peça é bastante comum. Acompanham a decoração do ambiente e tendem a ter um estilo mais despojado. Segundo Zanella e Cândido (2002), “devem ser colocados a 1 cm da borda, deixando espaços iguais entre elas, de aproximadamente 50 cm, facilitando o ato de as pessoas se servirem”. 5.5.2 Toalhas e guardanapos O uso de toalhas e guardanapos deve ser de acordo com o tipo de restaurante e o público-alvo. Restaurantes clássicos pedem toalhas de linho ou algodão com cores suaves. Restaurantes típicos optam por toalhas das cores ou com motivos que remetam à tipicidade do estabelecimento. Fast foods costumam optar por jogos americanos de papel com sua logomarca ou bandejas. Independentemente do tipo de restaurante, é importante, em qualquer situação, que as toalhas e guardanapos estejam limpos e adequados para uso. Tecidos que resistam a um grande número de lavagens, que não deixem fiapos e que não escorreguem são aspectos que devem ser levados em consideração na escolha do material. 5.5.3 Troca de toalhas As mesas de restaurantes possuem, em sua maioria: • Forro: de tecido macio ou moletom, que tem por objetivo absorver ruídos, líquidos e não deixar a toalha escorregar. 62 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III • Toalhas de mesa: as toalhas devem estar limpas e sem nada que comprometa o serviço (rasgos, furos, desfiados). Seguindo as técnicas do Instituto de Culinária da América (2005), certifique-se de que, antes de colocar a toalha, o salão esteja arrumado e o forro limpo e esticado, sendo que a dobra central da toalha deve sempre apontar para a mesma direção. As bordas devem cair com a mesma dimensão para cada lado da mesa, tomando cuidado para que não amasse ou suje. Devem manter a mesma uniformidade em todos os ângulos da mesa, sem que atinjam o assento das cadeiras. Para estender corretamente a toalha na mesa deve-se sempre deixar a toalha dobrada duas vezes no sentido do comprimento para que, ao se estender, o garçom pegue as pontas de cada lado e, em um só movimento, lance-a sobre a mesa e estenda-a de maneira que a dobra central fique no centro da mesa. Para trocar a toalha na frente do cliente, deve-se proceder da mesma maneira. Coloca-se a tolha limpa ao mesmo tempo em que suja é recolhida, evitando que o forro ou moletom seja visto pelo cliente. Em muitos restaurantes é usado um papel do tipo manteiga encerado, que é colocado por cima da toalha e do cobre-manchas, mas é preciso atentar para o estilo do restaurante. Geralmente, cantinas italianas ou pizzarias utilizam-se deste método, pois trabalham com o uso excessivo de molho e produções que sujam rapidamente as toalhas. Saiba mais Para se aprofundar nos assuntos referentes à montagem de salão e mise en place: PACHECO, A. Manual de serviço do garçom. 11. ed. São Paulo: Senac, 2009. 5.5.4 Serviço de salão: regras básicas Segundo Pacheco (2010), para que a equipe de salão tenha bom desenvolvimento em relação ao seu serviço, algumas regras básicas são estabelecidas: • Sempre à esquerda do cliente: – Apresentação de todos os pratos, desde as entradas até as sobremesas. – Serviços à inglesa direto e à francesa. – Servir, organizar e retirar os pães. – Limpeza da mesa. 63 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR • Sempre à direita do cliente: – Todos os serviços de bebidas. – Todos os serviços empratados ou prontos para consumo. – Servir, organizar e retirar todos os pratos, excluindo o pratinho de pão, quando houver. – Servir os talheres necessários. – Apresentação dos acessórios necessários, como sal, pimenta, azeite balsâmico etc. – Apresentação da nota. – Limpeza da mesa. • Regras comuns a todos os serviços e colaboradores: – Quando na mise en place, é importante envolver os talheres com guardanapos a fim de evitar que sujem ou fiquem marcados com dedos e digitais. – Evite manipular o guardanapo do cliente com as mãos. Se necessário, utilize uma pinça própria. – Deixe que o cliente tenha o tempo necessário para que ele entenda o cardápio e faça seu pedido ou peça auxílio. – Anote os pedidos corretamente. – A troca de talheres a cada novo prato é imprescindível. – Não toque os alimentos diretamente. – Quando servir o cliente, coloque os alimentos de forma harmoniosa e sem exageros. – O prato que chega deve ser no mesmo tempo que o anterior seja retirado. – Nunca dê as costas ao cliente, principalmente quando estiver usando o gueridón. – Quando o salão estiver com movimento, transite sempre à direita. O mesmo serve para áreas como copa, portas e escadas. – Não interfira no trabalho do seu colega, se não for necessário. – Cuide de sua praça. 64 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Da mesma forma, há regras a serem seguidas para as etapas de retirar a mesa, conforme Beck et al. (2005): • Pergunte ao cliente se pode retirar os copos vazios. Ao iniciar o serviço de vinho, os copos de aperitivos devem ser retirados, salvo se o cliente se recusar. • Logo após servir o vinho tinto, retiram-se os copos de vinho branco. • Somente ao servir o café e a sobremesa, deve-se retirar os copos de vinho tinto. • Todas as sujeiras e migalhas que estiverem na mesa devem ser imediatamente retiradas. • Sempre que o cliente deixar a mesa, arrume as cadeiras, troque os guardanapos, se necessário, e retire eventuais sujeiras. Mantenha sempre a decoração sobre a mesa. 5.5.5 Guardanapos e suas dobras Guardanapos podem ser de tecido ou de papel, mas este último só deve ser utilizado se a toalha também for de papel. Neste caso, disponha-os abaixo dos talheres ou em dispositivos ao lado esquerdo de quem senta. Já guardanapos de tecido podem ser colocados em diferentes lugares, centralizados ou à esquerda do garfo. A dobra a ser utilizada respeita a ambientação e a tipologia do restaurante. Há inúmeros tipos de dobras e elas ajudam a compor a decoração da mesa. Figura 28 - Exemplo de dobra 65 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Figura 29 - Exemplo de dobra Figura 30 - Exemplo de dobra Figura 31 - Exemplo de dobra 66 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III 5.6 Checklist do salão Freund (2017) propõe um checklist de salão que auxilia o mise en place. Destacam-se neste checklist: • Mesas e toalhas limpas e alinhadas, o mesmo para jogos americanos. • Guardanapos limpos e alinhados. • Salão limpo e organizado. • Talheres limpos e sem marcas. • Copos limpos. • Pratos limpos. • Conjunto (ménage) de sal e vinagre limpos, montados e disponibilizados. • Sistema de informática funcionando para emissão de comandas e controle de mesas. • Bandejas limpas. • Lixeiras limpas. 5.7 Transporte de bandejas Transportar bandejas exige atenção e destreza. Somente a prática poderá dar segurança para a realização desse serviço. Alguns aspectos podem ser considerados: • Deve-se usar a mão mais forte para carregar a bandeja, que pode estar apoiada na ponta dos dedos ou na mão toda. • No serviço à francesa, louças e talheres devem ser levados sem uso da bandeja, já os copos devem ir em bandejas de bebidas. • Não se deve apoiar a bandeja na mesa. • Ao carregar pratos sem o uso da bandeja, deve-se carregar somente o que puder aguentar. • Colocar materiais pesados no centro da bandeja e os itens menores nas extremidades. • Nunca colocar pratos frios em cima de pratos quentes. • Bandejas lotadas e pesadas devem ser carregadas por profissionais experientes. 67 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR • Clientes não devem retirar nada da bandeja, para que não desequilibrem o serviço. • Deve ser evitado o apoio de bandejas nos ombros. • Treinar sempre para adquirir experiência neste serviço. Ter atenção e cuidado evitará acidentes e dará segurança no dia a dia. Figura 32 - Transporte de bandeja Observação Aspectos importantes devem ser sempre lembrados: para que a mise en place seja perfeita, é imprescindível o checklist diário de todas as tarefas dos colaboradores e isso se dá somente com treino diário e com a criação de uma rotina de salão. 5.8 Mise en place de café da manhã Em A Arte e a Ciência do Serviço (BECK et al., 2005), os autores descrevem o mise en place de café da manhã tendo, além das normas para preparo da mesa, os seguintes passos: • Um prato com guardanapo para marcar o lugar. • Um pratinho para pão, com uma faquinha, à esquerda do guardanapo. • Uma faca pequena à direita, com a lâmina voltada para dentro. • Eventualmente, copo para suco de frutas. Os autores ainda colocam que somente geleias, açucareiros, flores e demais itens serão colocados à mesa minutos antes de o serviço iniciar. 68 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Em hotéis e pousadas, o café da manhã é um dos itens que mais chamam a atenção. São servidos em bufês com ofertas variadas de pães, frutas, frios, ovos mexidos, bolos, sucos de frutas, café, leite, achocolatado e chás. Ao lado desses bufês encontram-se pratos, copos e talheres. Ter um checklist para este serviço é importante para manter todas as etapas cumpridas. Esse checklist deve conter: • A descrição da equipe responsável pelos serviços. • A arrumação do salão com as etapas de limpeza, decoração e arrumação de utensílios. • Arrumação das mesas ou do bufê. • Colocação das produções elaboradas para o bufê: pratos frios e quentes, pães e confeitaria, bebidas quentes e frias. • Reposição de produções da cozinha. • Reposição do serviço de bar (sucos, águas etc.). • Reposição de utensílios. • Brigada responsável pela arrumação pós-café da manhã. 5.9 Mise en place de banquete Neste serviço, a atenção deve ser fundamental no mise en place. É a partir dele que o evento terá êxito. É importante que uma cópia do cardápio esteja sobre a mesa dos convidados ou, em serviço de bufê, que a descrição dos pratos esteja próxima deles. Evite colocar talheres parecidos perto um do outro para não confundir o convidado. Os talheres não podem ultrapassar o número de quatro pares por convidado, sendo que talheres de sobremesa devem ir acima do guardanapo, para que se possa pegar o guardanapo de tecido e colocá- lo em seu colo. Os copos devem ser no máximo três. O uso de talheres segue de fora para dentro, acompanhando os pratos que serão servidos em sequência. Estar atento à disposição da faca, sendo a segunda colocada à direita e o segundo garfo colocado à esquerda, levemente para o alto. No entanto, a regra de ouro é: disponha os utensílios e talheres de acordo com o serviço a ser utilizado e conforme os pratos a serem servidos. As toalhas devem estar limpas, passadas e organizadas de maneira sistemática. 5.9.1 Serviço de queijos Neste serviço é importante ter como primeiro passo a beleza da arrumação dos queijos. Estes devem despertar no cliente a fome e a vontade de degustar o que foi sugerido. 69 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Ao servir os queijos, é importante que o garçom os apresente e deixe os clientes confortáveis em degustá-los. Os queijos devem estar fora da embalagem, jamais sem a casca, mas com os devidos cortes feitos. Vale lembrar que tenham sido retirados da geladeira pelo menos duas horas antes para que as propriedades do queijo possam aflorar. E ainda que estejam com todas as suas propriedades perfeitas: textura, cor, aroma, sabor e frescor. Ao servir os queijos, estes devem ser especificados com nome, tipo e demais particularidades que possam vir a ter. Devem ser servidos em uma escala de sabores que vão dos mais leves aos mais picantes e dos mais suaves aos mais salgados. Alguns queijos pedem acompanhamentos, como geleia ou mel, e estes itens devem sempre acompanhar o produto para que a explosão de sabores seja correta. Bons acompanhamentos, como azeite de boa qualidade e pães de diversos sabores, também compõem o serviço. Disponha ao cliente os utensílios necessários, como facas apropriadas e talheres que possam vir a utilizar, pratos e apoio. O serviço de bebidas, como vinho, espumante ou água, deve estar sempre presente. 6 EVENTOS Eventos, ou banquetes, como eram chamados, são oportunidades únicas de celebrações ou reunião de pessoas e existem desde muito antes da Idade Antiga. Reunir-se em torno da mesa com comida e bebida para reuniões e ocasiões especiais sempre estiveram presentes na história. Tais demonstrações podem ser vistas em pinturas e retratações de época. Talvez o maior exemplo seja o quadro Santa Ceia, em que há a reunião em torno de uma mesa com comida e bebida. Figura 33 70 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Conhecer a história do banquete nos dá a oportunidade de entender sua evolução e algumas regras e aspectos que são usados nos dias atuais. 6.1 Breve história do banquete A palavra banquete deriva do francês banquet. Se procurarmos no dicionário, significa “refeição pomposa e solene servida a grande número de convidados; repasto; lauta refeição” (BANQUETE, 2017). Já o Manual de Organização de Banquetes coloca que: “diz a história que os cristãos primitivos usavam os bancos, no lugar das cadeiras do dia de hoje, para celebrar suas refeições comuns, nas catacumbas, em companhia de outras pessoas” Pacheco (2000, p. 13). Ao analisarmos o enunciado, percebemos que os banquetes são o que hoje, para nós, são os eventos que frequentamos ou realizamos. Pacheco (2000) ilustra que homens primitivos, por viverem em grupos, faziam suas refeições juntos, sendo as refeições brutas, por não haver nenhum tipo de cocção. De fato, com a descoberta do fogo, todo o modo de comer e servir transformou-se e os banquetes evoluíram com esse advento. Aliado à descoberta do fogo, tem-se a criação de vasilhas feitas de barro/argila e bronze, e a resistência desses materiais ao fogo modifica e aumenta as novas formas de fazer e alimentar-se. Comer passa a ser um ato de socialização e status que se transforma ao longo da história. 6.1.1 O banquete e os egípcios Egípcios eram cuidadosos na sua forma de comer e também de cozinhar. Acreditavam que a comida e a forma como era feita estavam diretamente ligados à maioria de suas doenças. Os banquetes também tinham grande importância na vida social, como bem cita Strong (2004, p. 16): As pinturas das paredes provam isso. Vemos convidados oferecendo flores, provavelmente ao chegar, a comida servida em procissão, inúmeros servos, música e dança. O banquete, mesmo naquela época, já era uma experiência estética muito além do mero consumo de comida, abarcando a elegância da roupa, tipos de condutas, cerimonial e todas as formas de entretenimento teatral. Percebe-se, portanto, que muitos dos rituais permanecem até hoje, como a preocupação com a estética e o entretenimento para os convidados. 6.1.2 O banquete e os gregos Para os gregos, que sofreram influência dos egípcios, os banquetes também eram motivo de status e ostentação. Os lugares eram distribuídos de acordo com o poder de cada convidado e seu status. Havia 71 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR música, dança e fartura em comida e vinho. A ostentação em alimentos e objetos de ouro também demonstravam poder e honrarias. Muitos estudiosos da época descrevem cerimoniais cheios de rituais e regras que deveriam ser obedecidos para não serem punidos. Eram banquetes de caráter social ou religioso, nos quais os participantes deveriam trajar roupas brancas e usar coroas de flores para agradar aos deuses, além da presença de rituais, como tirar os calcados e lavar-se antes de se sentarem (PACHECO, 2000). 6.1.3 O banquete e os romanos Em Roma, os banquetes também mantinham a ostentação e o status como referência em seus banquetes. A versão de banquete ou jantar sofisticado para os romanos era o convivium. Nele era permitida a presença de mulheres, diferente dos banquetes gregos, nos quais só homens eram convidados (STRONG, 2004). [...] a arrumação da sala de jantar iria mudar mais tarde [...]. Em vez de três divas retangulares havia um grande, em semicírculo, chamado stibadium, sigma ou accubitum, onde sete ou oito convidados poderiam reclinar-se. Há evidências que esta forma foi desenvolvida primeiro para jantares ao ar livre e mais tarde adaptadas para dentro de casa, em resposta a entretenimentos mais elaborados introduzidos pelo anfitrião nos convivia. O próprio triclinium mudou de formato, transformando numa sala com até três alcovas, cada qual com um divã diante de um espaço vazio no meio. Na verdade, a sala de jantar foi transformada em teatro de arena (STRONG, 2004, p. 32). Percebe-se que os romanos cuidavam de seus banquetes e de todos os aspectos que o envolviam com maestria. Esses cuidados se mantêm até os dias atuais. 6.1.4 O banquete da Idade Média até o século XV Estudiosos sobre a alimentação relatam um hiato de registros mais profundos sobre a alimentação e o convívio alimentar entre as pessoas. Dos relatos que se tem, observa-se o início de festins sendo anunciados pelo som de um chifre. Ainda aqui prevalece o status e o poder das pessoas convidadas. Nesse período já se vê o uso de boas maneiras, como lavar as mãos antes das refeições, mesmo porque ainda não havia o uso de talheres ou utensílios para comer. Havia a prece inicial para então dar início à refeição. Era seguida a ordem dos pratos leves e depois pesados. Todos criados e feitos com muita ostentação. 72 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III 6.1.5 O banquete do século XVI Os banquetes desse século foram marcados pela suntuosidade e pelo luxo. A decoração era rica tanto no serviço, com baixelas, talheres de prata e ouro, e recipientes luxuosos, como na decoração. Data de 1549 o banquete realizado em Paris para Catarina de Médici, com luxo e um serviço cheio de rituais. Em 1571, também em Paris, ocorre outro luxuoso banquete, desta vez para receber a rainha Elizabeth, da Áustria. Todos com luxo, requinte e riqueza de detalhes. 6.1.6 O banquete nos séculos XVII e XVIII No século XVII ocorrem mudanças nos banquetes e estes passam a ter menos ostentação. Dando mais importância à busca pelo simples, porém sofisticado, eram seguidos diversos protocolos de etiqueta à mesa. Se no século anterior foram introduzidos o garfo e a faca de cabos longos, é neste século, com Luís XIV, que se introduz o uso do garfo por todos os comensais e não só por quem destrinchava a carne, transformando novamente as regras de etiqueta à mesa. No final do século XVIII ocorre a criação de pequenos jantares, sempre com muito luxo e muitos rituais. 6.1.7 O banquete no século XIX Datam do século XIX duas publicações que mudariam a visão sobre alimentação e serviço. Tratam-se do Manuel des Amphitryons, de Grimod de La Reynière, e La Physiologie du Gout, de Brillat Savarin. A primeira obra aborda as regras de organização nos serviços de banquete e a segunda coloca a importância da harmonia durante a realização de um serviço. Aspectos como número de convidados, a escolha correta de quem convidar, a iluminação e ambientação do local e mesmo a temperatura foram evidenciados na obra de Grimod de La Reynière. 6.1.8 O banquete na atualidade É evidente que os serviços se modernizaram e muitos dos rituais foram retirados pelo custo e pelo tempo necessários para sua realização. Banquetes ou eventos estão acessíveis à maioria das pessoas e rituais são incorporados com o advento da modernidade e da tecnologia, porém, regras clássicas de etiqueta permanecem, bem como o uso de algumas regras sociais. 73 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR 6.2 Organização de evento Qualquer que seja o motivo da realização de um evento, seja para celebrações de aniversário, casamento, reunião de amigos ou ainda um coquetel de negócios, lançamento de um produto ou algo semelhante, é importante que ocorra um planejamento adequado do serviço. Planejar significa antecipar problemas e organizar com detalhes para que o evento transcorra com tranquilidade. Também significa encerrar o evento com qualidade. Para que um evento comece a ser planejado, é importante estabelecer inicialmente um checklist (PACHECO, 2000): • Perfil do cliente (informações pessoais, contatos). • Dados do evento (data, horário, local, número de convidados, motivo). • Tipo de cardápio: é de extrema importância a atenção a este item, que é um diferencial importante em um evento. Para cada evento, é necessário ter três ou quatro opções de menus, com opções mais simples e mais sofisticadas, com preços equivalentes, proporcionando escolhas que melhor se adequem à procura do cliente (FREUND, 2007). • Tipo de serviço de mesa e bar. • Número e disposição de mesas. • Recursos humanos necessários. • Recursos materiais necessários. • Decoração. • Segurança/estacionamento. Realizado o checklist inicial, o passo seguinte é desenvolver todos os procedimentos necessários para cada item listado. Para tanto, é importante que cada etapa tenha riqueza de detalhes, a fim de evitar improvisações. Observação Para que um evento tenha um excelente resultado, é primordial que o gestor obtenha o máximo de informações do cliente, suas expectativas e também informações sobre seus convidados (quantas crianças, faixa etária dos convidados etc.). Quanto maior a qualidade das informações, melhor será o resultado. 74 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III 6.2.1 Planejamento Devem fazer parte do planejamento as seguintes etapas: • Recursos humanos: uma das etapas mais importantes. Tão logo o evento tenha estabelecido motivo, número de convidados, tipo de serviço e cardápio, a captação de colaboradores para o salão e bar é essencial para garantir o número necessário de brigada no dia do evento. É nessa etapa que os serviços de cozinha são estabelecidos: se será um serviço terceirizado, se haverá necessidade de contratar recursos humanos para elaboração do cardápio etc. Também fazem parte desse processo as equipes de estacionamento e limpeza. • Recursos materiais: sempre tendo a perspectiva do número de convidados e do tipo de serviço, estabelecem-se os materiais necessários para o salão e para a cozinha, tendo cada um seu próprio checklist. Deve-se pensar em todos os materiais necessários para o evento: mesas, cadeiras, enxoval de mesa, talheres, pratos e tudo o que será preciso para que a cozinha tenha seu desenvolvimento. É nesse momento que se estabelece se haverá compra ou aluguel de materiais e quem serão os fornecedores. • Organização da área: esta etapa consiste em verificar o local e estabelecer quais serão os recursos necessários para o evento. Atualmente, há a realização de eventos ao ar livre. Nesse tipo de evento é necessária a captação de tendas específicas e de todo o mobiliário necessário para o conforto dos convidados. Também se faz necessário estabelecer estratégias alternativas para as mudanças climáticas. • Planejar a recepção e o encerramento: sempre pensando em como o serviço será realizado, elaborar como será a recepção dos convidados é importante para que o evento tenha um excelente início. Da mesma maneira, o encerramento de um evento é essencial. Prever quais recursos serão utilizados como fechamento de evento, conferência de materiais, limpeza do local, desligamento de energia e ainda procedimentos ligados a pagamentos, se houver a necessidade. • Planejar o durante: verificar se ocorrerá algum tipo de cerimonial e em que momento será realizado. Indicar os serviços de cardápio e bar que ocorrerão durante o evento e qual será o sistema de trabalho da equipe. É preciso organizar como estarão dispostas as mesas (fazer mapas com numeração), disposição das louças e talheres, disposição da decoração e iluminação, mise en place do salão e bar. • Planejamento de transporte: organizar e estruturar todos os sistemas de transportes necessários ao evento, como transportes de cargas de alimentos, material e recursos humanos, se necessário. • Planejamento de atrações: relacionar se haverá shows ou algum tipo de animação para o evento, sua duração e recursos necessários para que as atrações ocorram. 75 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Saiba mais O livro a seguir é específico sobre organização de eventos, sendo uma referência a ser utilizada por aqueles que trabalham na área: CESCA, C. G. G. Organização de eventos: manual para planejamento e execução. São Paulo: Summus, 2008. 6.2.2 Transevento Chama-se transevento o período em que ocorre o evento. Neste momento, é importante observar: • Duração dos serviços de salão e bar. • Duração de serviço do cardápio. • Acomodação dos convidados. • Resoluções de intercorrências. • Verificação do serviço da equipe de salão e cozinha. • Promoção dos cerimoniais pré-estabelecidos. • Organização do encerramento. 6.2.3 Pós-evento Ao término do evento, verificar: • Contagem de materiais. • Pagamentos a fazer, caso necessário. • Armazenamento correto de perecíveis e bebidas. • Devolução de materiais alugados. • Desmontagem de salão. • Limpeza do local. 76 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III • Verificação com o cliente sobre a qualidade do serviço prestado. • Envio de cartão de agradecimento. • Relatório de encerramento, contendo todas as intercorrências e a satisfação do cliente, anexado ao pedido do evento. Lembrete A regra primordial de um evento é um planejamento bem executado, observando todos os aspectos que ocorrem em suas diferentes etapas. Prever intercorrências e suas possíveis soluções diminui as chances de algo dar errado. 6.3 Ordem de serviço As ordens de serviço são formulários contendo as informações necessárias para a realização do evento. Assim, é importante que conste (PACHECO, 2000): • Logotipo da empresa contratada. • Dados do evento, como: – Data, horário, local e duração. – Tipo de evento (casamento, aniversário, formatura). – Número de convidados. • Discriminação do serviço: serviço à francesa, americano, bufê. • Serviço de bar: discriminar quais serão os tipos de bebidas a serem servidas (vinho, coquetel champanhe) e adequá-las ao serviço de pratos e tipologia de evento. • Discriminação de equipe: discriminar a brigada de bar e cozinha necessária para a realização do evento e a quantidade de pessoas necessárias, de acordo com o serviço. • Discriminação de transporte: descrever todo o serviço de transporte necessário para o evento. • Layout das mesas: mapa das mesas com número de lugares e, caso haja lugares marcados, discriminá-los. • Discriminação das equipes de som e iluminação: descrever as equipes responsáveis, com seus respectivos horários. 77 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR • Discriminação de decoração: discriminar o serviço de decoração, com dados e fornecedores, tipo de decoração contratada e seu layout no local. • Distribuição da ordem de serviço: todos os responsáveis por seus setores devem receber essa ordem, com respectivos contatos. 6.4 Cálculo de utensílios de sala e bar Após decidir qual o tipo de evento e qual serviço será utilizado, caberá fazer um cálculo de recursos materiais, brigadas e serviço de bar para o serviço correto. Acrescenta-se a esse cálculo 10% a mais, como segurança para serviço. Assim, nos apoiaremos nas tabelas de Pacheco (2000), que ilustra as quantidades necessárias para alguns tipos de eventos. As três primeiras tabelas a seguir ilustram as quantidades necessárias de produtos, utensílios e pessoal para um banquete para 100 pessoas, com serviço de prato montado, tendo duração de duas horas, sendo uma hora para o coquetel e uma para o banquete. Tabela 1 – Quantidades de produtos necessários Itens/Produtos Quantidade (por pessoa) Quantidade total CANAPÉS E SALGADINHOS Quentes 5,5 peças 550 peças Frios 5,5 peças 550 peças Total 11 peças 1.100 peças BAR COMPLETO (BEBIDAS DE DOSE, ÁGUAS E REFRIGERANTES) Cocktails 2 doses 200 doses Whisky 1 dose 100 doses Total de doses 3 doses 300 doses Águas e refrigerantes (misto) 60 ml 6 litros BEBIDAS PARA O JANTAR Vinho branco Chablis 250 ml 34 garrafas Champanhe Chandon Brut 104 ml 13 garrafas Águas e refrigerantes 300 ml 30 litros Café 1 xícara 4 kg JANTAR/MENU Carpaccio 50 g 5 kg Consommé 250 ml 25 litros Lagosta 200 g 20 kg Guarnições 100 g 10 kg Sorvete 100 g 10 kg Bolo 50 g 5 kg Fonte: Pacheco (2000, p. 78). 78 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Tabela 2 – Utensílios necessários Artigo Quantidade Justificativa Copos de cocktail 150 10 bandejas x 15 copos = 150 Copos de whisky 90 9 bandejas x 10 copos = 90 Copos de água 132 100 nas mesas 20 no cocktail 12 na reserva Copos de vinho branco 154 100 nas mesas 40 no cocktail 14 na reserva Copos de champanhe 110 100 nas mesas 10 na reserva Facas de peixe 100 Para a lagosta Garfos de peixe 100 Para a lagosta Facas de sobremesa 100 Para o carpaccio Garfos de sobremesa 200 100 para o carpaccio 100 para o bolo Colheres de sobremesa 200 100 para o consommé 100 pra o sorvete Pratos de mesa 110 100 para a lagosta 10 na reserva Pratos de sobremesa 220 100 para o carpaccio e para o bolo 100 para o sorvete 20 na reserva Taças de consommé com pires 110 100 para o consommé 10 na reserva Xícaras de café com pires 110 100 para o café 10 na reserva Bandejas de serviço de garçom 14 Para o serviço de garçons Baixelas para salgadinhos 9 Para o cocktail Baixelas para canapés 9 Para o cocktail Taças de sorvete 100 Para o sorvete Sous-plat 100 Para a mise-en-place Mesas redondas 18 13 no salão do jantar 5 no salão do cocktail Cadeiras 120 100 no salão do jantar 20 no salão do cocktail Toalhas redondas 18 13 no salão do jantar 5 no salão do cocktail Toalhas redondas de renda 18 13 no salão do jantar 5 no salão do cocktail Forros de bandeja 28 2 unidades por bandeja Capas de cadeira 120 Para melhorar o aspecto das cadeiras Guardanapos de garçom 14 2 unidades por garçom Guardanapos de mesa 120 100 nas mesas 20 na reserva 79 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Artigo Quantidade Justificativa Panos de limpar pratos 14 Higienização das louças Panos de limpar copos 14 Higienização dos copos Recipientes grandes para gelar bebidas 4 Manter geladas as bebidas Geladeiras 2 Manter geladas as bebidas Utensílios para preparar cocktails 2 Preparar coquetéis em grandes quantidades Produtos para limpar pratarias 2 Higienização e brilho das pratarias Álcool para limpar pratos, copos e talheres 4 Higienização dos utensílios Abridores de garrafas, saca-rolhas 4 Abrir garrafas Baldes de gelo para gelar bebidas 7 Gelar bebidas nas mesas Liquidificadores 2 Preparar cocktails Pranchões e toalhas para montagem de bar provisório 4 Montagem de bar provisório Fonte: Pacheco (2000, p. 80). Tabela 3 – Discriminação de pessoal de serviço necessário (sala, bar e cozinha) Gerente 1 Maître d’hotel 1 Garçom 7 Barman 1 Ajudante de barman 1 Chefe de cozinha 1 Cozinheiro 1 Confeiteiro 1 Ajudante de confeitaria 1 Ajudante de cozinha 1 Fonte: Pacheco (2000, p. 81). A tabela a seguir ilustra a quantidade de bebida para cocktail de acordo com a duração do evento e do número de convidados: Tabela 4 Número de pessoas Duração de cocktail (em minutos) 30 45 60 75 90 100 120 Número de doses por pessoa 25 – 50 2 2 e 1/2 3 3 e 1/2 3 e 3/4 4 4 e 1/4 50 – 100 2 2 e 1/2 3 3 e 1/4 3 e 1/2 3 e 3/4 4 100 – 200 1 e 3/4 2 2 e 1/2 3 3 e 1/2 4 4 e 1/4 200 – 300 1 e 1/2 2 2 e 1/4 2 e 1/2 3 3 e 1/2 4 Mais de 300 1 e 1/4 1 e 1/2 2 3 3 e 1/4 3 e 1/2 3 e 3/4 Fonte: Pacheco (2000, p. 81). 80 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III A tabela a seguir demonstra quais são os materiais necessários para um buffet com capacidade para servir 300 pessoas sentadas: Tabela 5 Artigo Quantidade a) Mobiliário Pranchões retangulares de 2,80 x 0,80 m para 8 pessoas ou mesas redondas desmontáveis de 1,40 m de diâmetro x 0,78 m de altura, também para 8 pessoas 38 Cavaletes de 0,76 m de altura 76 Cadeiras 300 Aparadores 6 Mesas auxiliares/gueridons/carrinhos 20 b) Roupas Toalhas retangulares de 3,40 x 1,40 m 114 Ou Toalhas retangulares de 2,00 x 1,40 m 228 Ou Toalhas redondas de 2,00 m de diâmetro para as mesas redondas 114 Guardanapos de mesa 0,35 x 0,35 m 900 Guardanapos de serviço 80 Panos de copos 50 Panos de pratos 50 Forros de bandeja 60 Capas de cadeira 600 c) Louças Pratos de mesa 660 Pratos de sobremesa 660 Taças de consommé com pires 330 Xícaras de café com pires 330 Xícaras de chá com pires 33 Taças de cocktail de camarões (opcional) 330 d) Baixelas Baixelas grandes 40 Baixelas médias 20 Baixelas pequenas 20 Baixelas para peixe 20 Sopeiras 2 Bandejas de serviço 40 e) Diversos/Prataria Saleiros 38 Cinzeiros 120 Pimenteiras 19 81 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Paliteiros 38 Galheteiros 6 Mostardeiras 6 Chaffing dishes 8 Baldes de gelo pequenos com pinça 6 Baldes de gelo grandes para gelar vinho 19 Porta-garrafas para vinho tinto 6 Lavandas 10 Bules de café 20 Bules de leite 6 Bules de chá 6 Açucareiros 20 Molheiras 6 Queijeiras 6 f) Talheres Facas de mesa 300 Garfos de mesa 300 Colheres de mesa 100 Facas de sobremesa 600 Garfos de sobremesa 600 Colheres de sobremesa 600 Facas de peixe 300 Garfos de peixe 300 Colheres de café 300 Colheres de chá 30 Conchas para açucareiro 20 Conchas para molheira 6 Conchas para sopeira 2 g) Copos Copos de água 330 Copos de vinho tinto 330 Copos de vinho branco 400 Copos de champanhe 330 Copos de whisky longos 110 Copos de whisky curtos 110 Copos de long drink 60 Copos de cocktail 330 Copos de licor 30 Copos de conhaque 30 Copos de vinho do Porto 30 Fonte: Pacheco (2000, p. 95). 82 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Na próxima tabela é possível visualizar o número de colaboradores necessários para o serviço de sala, bar e cozinha: Tabela 6 – Cálculo de quantidade de pessoal de serviço Profissional Banquete superfino (à francesa) Banquete normal (à francesa) Buffet (à americana) Cocktail Party Gerente 1/50 1/100 1/100 1/100 Maître d’hôtel 1/50 1/100 1/100 1/100 Garçom 1/10 1/16 1/30 1/30 Barman 1/50 1/80 1/150 1/80 Ajudante de barman 1/100 1/100 1/200 1/160 Chefe de cozinha 1/50 1/100 1/100 1/100 Cozinheiro 1/30 1/80 1/80 1/100 Ajudante de cozinha 1/30 1/80 1/80 1/100 Confeiteiro 1/100 1/100 1/200 Ajudante de confeitaria 1/100 1/100 1/200 Fonte: Pacheco (2000, p. 93). Resumo Nesta unidade tivemos a oportunidade de aprender sobre todas as mise en place necessárias para o desenvolvimento correto dos serviços de salão. É importante que esse conteúdo tenha aderência em sua aprendizagem, com os checklists necessários para o bom andamento de nossas funções. Aprendemos ainda sobre dobras de guardanapos, serviço de toalhas e copos. Aprender e se apropriar dos serviços de banquete e eventos nos deixa aptos a gerir os serviços distintos com propriedade teórica, fundamental à nossa prática. Nesta unidade entendemos o serviço de eventos e compreendemos que é vital planejar todos os aspectos de um evento para que todas as etapas transcorram com tranquilidade. Entendemos que, quanto mais minuciosa for a ordem de serviço e os aspectos ligados a ela, mais o evento terá sucesso. Conhecemos ainda as tabelas contendo as principais indicações de serviço em termos quantidade e indicadores de utensílios e mão de obra. 83 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Exercícios CQA Questão 1. A organização de eventos é trabalhosa e exige grande responsabilidade. Acontece ao vivo, e qualquer falha comprometerá o conceito/imagem da organização para a qual é realizado, e do seu organizador. Para ter os objetivos plenamente atingidos, é fundamental que se faça um criterioso planejamento, que envolve objetivos, públicos, estratégias, recursos, implantação, fatores condicionantes, acompanhamento, controle, avaliação e orçamento. Fonte: CESCA, C. G. G. Organização de eventos: manual para planejamento e execução. São Paulo: Grupo Editorial Summus, 2008. A partir do texto apresentado, é correto afirmar que o profissional responsável pelo evento, entre outras providências, deverá: I – Servir a um determinado objetivo e definir a forma de alcançá-lo. II – Atrair diversos perfis de pessoas. III – Definir um tema. IV – Criar várias formas para o evento. V – Ser criativo na sua forma de organização. Que aspecto pode prejudicar um evento a ser organizado? A) I. B) II. C) III. D) IV. E) V. Resposta correta: alternativa B. 84 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 Unidade III Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: é essencial a definição de um objetivo para o evento no planejamento. B) Alternativa correta. Justificativa: não se pode correr o risco de deixar o evento falar por si só, sem definir o público alvo. Outros públicos podem ser atraídos, dependendo das suas características, mas deve estar claro a quem ele é destinado. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a definição do tema também é importante para nortear o planejamento. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o evento pode assumir diversas formas, mas no planejamento deve ser estabelecida a característica principal dele. E) Alternativa incorreta. Justificativa: a organização de eventos exige criatividade, ainda mais nos tempos atuais. Questão 2. (Enade 2009) Ao planejar um festival gastronômico em seu restaurante, o gerente esquematizou algumas providências para esse período, com a intenção de melhorar o atendimento dos clientes costumeiros. Além de atrair novos clientes, esse gerente levou em consideração as seguintes questões: I – Como o número de pessoas iria aumentar, seria necessário aumentar o espaço para espera. Assim, poderia aproveitar esse momento para aumentar a venda de produtos adicionais, como bebidas e aperitivos. II – Seria importante aumentar o número de funcionários. No entanto, como sua intenção é também aumentar o lucro, iria contratar funcionários de outros restaurantes, pois não haveria necessidade de treiná-los. III – Faria a montagem de um buffet de saladas e apresentações frias, para os clientes poderem se servir à vontade, o que agilizaria o serviço e possibilitaria aos garçons dar mais atenção às mesas. IV – Compraria um sistema de comunicação a radio para que a recepção do restaurante pudesse ter melhor comunicação com os maîtres e garçons, evitando o deslocamento para a verificação da disponibilidade de mesas. Com isso, o serviço ganharia em qualidade. 85 Re vi sã o: M ar ci lia / Ro se - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a: 0 5/ 02 /2 01 8 SERVIÇO SALA E BAR Estão corretas somente as afirmativas: A) I, II e III. B) I, II e IV. C) II, III e IV. D) I, III e IV. E) II e III. Resolução desta questão na plataforma.
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