Buscar

Modelo petição INICIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE JACAREZINHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RICARDO ARAUJO DA SILVA, brasileiro, solteiro, vendedor, portadora do 
documento de identidade RG n. 7.559.924-2, e inscrita no CPF sob n.041.817.229-37, 
residente na Rua Arapongas, 200, Jardim São Luiz, nesta cidade, vem mui 
respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seus procuradores e advogados, 
que esta subscreve, apresentar a presente 
 
AÇÃO DE DANOS MORAIS 
 
em face do 
 
BANCO BRADESCO SA, instituição financeira de direito privado, inscrita no CNPJ 
sob n. 60.746.948/1829-89, com sede na Rua Paraná, Esquina c/Rua Cel.Figueiredo, 
Agencia Jacarezinho, Centro, CEP n. 86.400-000, na cidade de Jacarezinho, Estado do 
Paraná, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados, para ao final requer. 
 
 
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
 A parte autora afirma sob as penas da lei, e nos exatos termos do disposto no 
artigo 4° e seu parágrafo 1° da lei 1.060/50, com a redação introduzida pela lei 7.510/86, 
que não possui condições financeiras de arcar com o pagamento das custas processuais e 
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, pelo que faz 
jus à GRATUIDADE DE JUSTIÇA. 
 
 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
II. DOS FATOS 
 
O Autor é usuário do cartão de débito e crédito da Instituição Financeira Ré, de 
bandeira Elo, este utilizava o cartão diariamente, não extrapolando o limite concedido 
para o Cartão de Crédito, tão pouco, o limite e valor disponível no Cartão de Débito, e 
sempre honrando com o seu pagamento. Os cartões de crédito e débito que possui são 
em razão da Conta Corrente 18.337-7, da Agência 1578-4, Bradesco, Jacarezinho/Pr. 
Frise-se ainda, que a referida conta, é a mesma em que o autor recebe o seu salário. 
 
Ocorre que no mês de Janeiro teve o cartão de Débito/Crédito, de número 
5067.2680.8474.5209, cancelado sem prévio aviso, e o pior, sem que incorresse com 
qualquer inadimplemento no cartão de crédito ou que o saldo ou limite do cartão de 
débito estivesse sido extrapolado. Pela digitalização do cartão acima mencionado, anexo, 
será possível perceber que a validade do mesmo é para o 09/18 não justificando o 
cancelamento arbitrário da Instituição Financeira. E para humilhação do Promovente, 
tomou conhecimento do cancelamento ao realizar compras na cidade de Londrina/Pr, ou 
melhor, tentar realizá-las. No momento da compra, perante terceiros, foi humilhado ao 
ter negado seu crédito na opção de Cartão de Crédito, e mais, proibido de utilizar a opção 
Cartão de Débito uma vez que possuía saldo em sua conta. Diante da situação, procurou 
na primeira oportunidade a Promovida para relatar a ocorrência da humilhação que 
sofreu na cidade de Londrina/Pr e foi instruído a solicitar novo Cartão sem lhe prestarem 
maiores esclarecimentos e justificativas. 
Posteriormente, recebeu em sua casa o novo Cartão de Débito/Crédito com o nº 
5067.2780.3368.0100, bandeira Elo, com validade para 09/19. Infelizmente, mais uma 
vez, teve o cartão cancelado sem prévio aviso ou notificação. Tal fato foi vivenciado ao 
tentar realizar o saque no caixa eletrônico, no dia 03/07/2015, na Agência Bradesco de 
Jacarezinho. Perceba, Vossa Excelência, que o Promovente possuía no dia informado R$ 
1.725,79 (um mil, setecentos e vinte e cinco reais e setenta e nove centavos), extrato 
anexo, parte desse valor, era o pagamento de seu salário que recebera no mesmo dia. 
Como já passava do horário de atendimento da agência, deixou para o próximo dia útil 
um contato com o banco. No dia 05/07/2015, dia em que desejava comemorar o 
aniversário de sua mãe, foi impedido de comprar na Panificadora Baguete de Ouro de 
Jacarezinho, pois mais uma vez, agora na opção Crédito, não teve autorizada a efetivação 
da compra. Humilhação e vexame perante os demais clientes da renomada Panificadora 
de Jacarezinho. 
Inconformado com a situação, no dia 06/07/2015, procurou a Instituição 
financeira e relatou o problema e teve como satisfação que um outro cartão deveria ser 
solicitado. Nada mais.... Que não poderiam fazer nada. 
Não bastasse a humilhação sofrida, teve que permanecer por mais de 30 minutos 
na fila do banco para poder sacar direto com o Atendente uma quantia em dinheiro que 
lhe atendesse. 
Veja Nobre Julgadora, de uma forma arbitrária a instituição financeira Ré cancela o 
cartão de débito e crédito da Autora, sem ao menos notificá-la ou informar qualquer 
motivo. 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
 
Indignada com a falta de profissionalismo, como também com o constrangimento 
que sofreu, vem o Autor procurar o Poder Judiciário, querendo ser indenizado, e com a 
intenção que isto não ocorra mais, ou que venha ocorrer com outros consumidores. 
 
III. DO MÉRITO 
3.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 
Entende-se por relação de consumo, segundo Nelson Nery Junior (1995, p.270), a 
relação jurídica entre fornecedor e consumidor, tendo como objeto o produto ou serviço. 
 
Elucidativa, ainda, a definição de Stoco (1996,p.411) 
 
Relação de consumo, para o Código de defesa do consumidor, é toda relação 
jurídica contratual que envolva a compra e venda de produtos, mercadorias ou 
bens moveis e imóveis, consumíveis e inconsumíveis, fungíveis ou infugiveis, 
adquiridos por consumidor final, ou a prestação de serviços sem caráter 
trabalhista 
 
Portanto, podemos entender relação de consumo como toda relação jurídica 
estabelecida entre consumidor e fornecedor, dois pólos de interesses distintos, cujo 
objeto é aquisição, por aquele, de produto fornecido ou serviço prestado por este último. 
 
Por se tratar de uma relação de consumo entre fornecedor de serviço e 
consumidor, é totalmente aplicável nesta relação às regras disposta no Código de Defesa 
do Consumidor. As normas deste código expressa nitidamente a tese: 
 
Art. 3° Fornecedoré toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
E para completar a relação de consumo: 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire 
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo. 
 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
Assim sendo, está mais do que nítida a relação de consumo entre o Autor e a 
empresa Ré, sendo passível a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor e demais 
normas do nosso ordenamento que venham a equilibrar a balança jurídica frente a esta 
lide. 
 
3.2 DO DANO MORAL 
 
Calca-se o raciocínio desenvolvido na idéia de que o sistema de proteção do 
consumidor, da maneira como foi concebido, consagrou a análise objetiva das relações de 
consumo, através de parâmetros (Standards) de conduta aferíveis de acordo com a 
legítima expectativa do consumidor. 
As lesões a esses padrões geram necessariamente o dever de indenizar por parte 
do ofensor. Não por outro motivo norteiam todo o sistema os princípios da 
vulnerabilidade e da boa-fé objetiva. 
Da mesma maneira que a discussão acerca da culpa do fornecedor foi banida dos 
conflitos envolvendo a responsabilidade civil pelos danos oriundos da relação de 
consumo, também nos casos de cobrança indevida não se justifica a investigação acerca 
de dolo ou culpa do ofensor. 
A Ré não desempenhou suas atividades comerciais com presteza causando lesão a 
direito da Autora. Tal atitude deve ser punida com severidade, para que a mesma não 
repita tais atos. 
O Código de Defesa do Consumidor estipula como direito básico do consumidor a 
reparação pelo dano moral: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos e difusos. 
 
O Código Civil é bem claro em seu artigo 186, que o causador de um dano a 
outrem, mesmo que moral comete ilícito. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
A decisão prolatada pelo Exmo. Dês. Almir Carneiro da Fonseca, do Egrégio 
Tribunal de Justiça da Paraíba, colhe-se uma definição sucintamente objetiva quanto ao 
dissabor de sofrer um dano moral, a saber: 
 
“O dano moral se caracteriza pelo sentimento humano de 
lesão de direitos da personalidade. Seu conteúdo é a dor, o 
espanto, a emoção, a vergonha, a humilhação, em geral uma 
dolorosa sensação experimentada pela pessoa”.(AC 
96,000312-3 – 2º CCDJ/PB 20/08/96) 
 
E, no Tribunal de Justiça de São Paulo, tem seguido o mesmo entendimento: 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
 
“DANO MORAL PURO. CARACTERIZAÇÃO. SOBREVINDO, EM 
RAZÃO DE ATO ILÍCITO, PERTURBAÇÃO NAS RELAÇÕES 
PSÍQUICAS, NA TRANQÜILIDADE, NOS ENTENDIMENTOS E NOS 
AFETOS DE UMA PESSOA, CONFIGURA-SE O DANO MORAL, 
PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E 
PROVIDO.” (Resp 8.768/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, 
4ª Turma, DJ de 06.04.1992, pág. 4.499) 
 
Vale ressaltar, Vossa Excelência, que o Autor não foi informado sobre o 
cancelamento do cartão, e muito menos solicitou o cancelamento do mesmo, o que mais 
frustrou o Autor foi a omissão de informações do motivo do cancelamento bem como o 
vexame que este suportou. 
 
A responsabilização da Ré, opera-se por força do simples fato da violação (dano in 
re ipsa), pois o dano moral esta ínsito na ilicitude do ato pela empresa praticado e 
decorre da gravidade do ilícito em si, independentemente de sua efetiva demonstração. 
Ainda, não só sentindo-se enganada, mas também a frustração de ter seus cartões 
cancelados, impedindo de exercer seu direito conforme contratado. 
 
Em caso análogo ao dos presentes autos, assim decidiu O Tribunal de Justiça do 
Paraná: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS RESCISÃO 
UNILATERAL DE CARTÃO DECRÉDITO SEM PRÉVIO AVISO 
TENTATIVA DE UTILIZAÇÃO DO CARTÃO PERANTE TERCEIROS 
DANO MORAL CONFIGURADO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO 
ENUNCIADO N° 2.2 DA TRU/PR - REFORMA DA SENTENÇA – 
FIXAÇÃO DE DANOS MORAIS FINALIDADES 
PUNITIVA,COMPENSATÓRIA E PEDAGÓGICA RECURSO 
PROVIDO. (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0011183-
10.2011.8.16.0018/0 - Maringá- Rel.: Sigurd Roberto 
Bengtsson - - J. 09.08.2012) 
 
Consta, ainda, na parte da fundamentação do v. Acórdão supra, o seguinte: 
 
“O dano moral é inerente à pessoa e decorre do próprio ato 
praticado pelo recorrente (sic), cancelando unilateralmente o 
cartão de crédito e não comunicando ao autor, colocando-o 
em situação vexatória ao tentar utilizar o cartão”. 
 
Vejamos outro julgado do Tribunal de Justiça do Paraná: 
 
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL –CONTRATO DE CARTÃO DE 
CRÉDITO – CANCELAMENTO UNILATERAL E SEM PRÉVIO AVISO 
– CONSEQUENTE NEGATIVA DETRANSAÇÃO, PERANTE 
TERCEIROS – DANOMORAL CARACTERIZADO – APLICAÇÃO, 
POR ANALOGIA, DO ENUNCIADO 2.2 DASTURMAS RECURSAIS 
DO PARANÁ. Recurso provido.(TJPR – Turma Recursal – 51322-
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
45.2013.8.16.0014 – Londrina-Rel.:Flavio Dariva de Rezende- 
26.02.2015). 
 
Ao presente caso, por analogia, deve-se utilizar o Enunciado 2.2 das Turmas 
Recursais do Paraná: 
 
Enunciado N.º 2.2– Cancelamento de limite de crédito – 
ausência de comunicação prévia e de motivação – dano moral: 
O cancelamento do limite de cheque especial, sem 
comunicação prévia ao consumidor e sem a devida 
motivação,acarreta dano moral. 
 
Os Tribunais Superiores tem seguido a falta de informação, bem como a má 
prestação de serviço passiveis a indenização por danos morais: 
 
Órgão: 2ª Turma Recursal dos Juizado Especiais Cíveis e 
Criminais. 
Classe: ACJ – Apelação Cível no Juizado Especial N. Processo: 
2005.09.1.017286-8 Apelante: Andata Comercial de Alimentos 
LTDA (Supermercado Supercei). Apelado: Etelvina Jose 
Ferreira. Relator Juiz: Silva Lemos.PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE 
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. CARTÃO DE CRÉDITO. 
IMPOSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO DA MATÉRIA DE DEFESA EM 
SEDE DE APELAÇÃO – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO – 
FALTA DE INFORMAÇÃO CLARA E ADEQUADA – COMPRA NÃO 
AUTORIZADA – IMPOSSIBILIDADE – FATURA PAGA ANTES DO 
DIA DO VENCIMENTO – DANO MORAL CONFIGURADO – 
INDENIZAÇÃO DEVIDA – RECURSO CONHECIDO E NEGADO 
PROVIMENTO – SENTENÇA MANTIDA. ACORDÂO: Acordam os 
Senhores Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e 
dos Territórios, SILVA LEMOS – Relator, JESUÍNO RISSATO – 
Vogal, ALFEU MACHADO – Vogal, sob a presidência do Juiz 
ALFEU MACHADO, em CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO 
RECURSO, SENTENÇA MANTIDA, POR UNANIMIDADE, de 
acordo com a ata do julgamento. 
 
3.3 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 
A questão do ônus da prova é de relevante importância, visto que a sua 
inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam, mormente à 
aplicação do Código de Defesa do Consumidor. 
Levando-se a efeito o disposto no art. 333 do Código de Processo Civil, provas são 
os elementos através dos quais as partes tentam convencer o Magistrado da veracidade 
de suas alegações, seja o autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, seja o réu, 
quanto ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
Lembrando que estas deverão ser indicadas na primeira oportunidade de se falar 
aos autos, ou seja, petição inicial e contestação. Oportunamente vejamos as lições de 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
VICENTE GRECO FILHO, com a proficiência que lhe é peculiar, em sua obra Direito 
Processual Civil Brasileiro, (2º volume, edição 1996, Editora Saraiva) que: 
 
“No momento do julgamento, porém, o juiz apreciará toda a 
prova (e contraprova) produzida e, se ficar na dúvida quanto 
ao fato constitutivo, em virtude do labor probatório do réu, ou 
não, o autor perde a demanda e o juiz julga a ação 
improcedente. O mesmo vale, em face do réu, quanto ao fato 
extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor”. 
 
Tecidas tais considerações reportemo-nos ao Código de Defesa do Consumidor, 
que traz uma inovação inserida no inciso VIII, artigo 6º do CDC, onde visa facilitar a defesa 
do consumidor lesado, com a inversão do ônus da prova, a favor do mesmo; no processo 
civil só ocorre a inversão, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação, ou quando 
for ele hipossuficiente, constatando-se a inversão do ônus probandi. 
 
Da exegese do artigo vislumbra-se que para a inversão do ônus da prova se faz 
necessária a verossimilhança da alegação, conforme o entendimento do Juiz, ou a 
hipossuficiência do autor. Portanto, são duas as situações, presentes no artigo em tela, 
para a concessão da inversão do ônus da prova, quais sejam a verossimilhança e/ou a 
hipossuficiência. 
 
A verossimilhança é mais que um indício de prova tem uma aparência de verdade, 
o que no caso em tela, se constata através do próprio cartão de crédito em anexo. Por 
outro lado, a hipossuficiência é a diminuição de capacidade do consumidor, diante da 
situação de vantagem econômica da empresa fornecedora. 
 
Daí, a relevância da inversão do ônus da prova está em fazer com que o 
consumidor de boa-fé torne-se mais consciente de seus direitos e o fornecedor de 
serviços mais responsável e garantidor dos bens e serviços que põe no comércio. 
 
Portanto, haja vista, a verossimilhança das alegações do Autor e da 
hipossuficiência do mesmo, esta faz jus, nos termos do art. 6º, VIII da lei 8.078/90, a 
inversão do ônus da prova ao seu favor. 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requerer finalmente a esse Juizado que seja admitido o 
processamento da presente ação, com os seguintes e sucessivos encaminhamentos: 
 
I – se digne de determinar a CITAÇÃO da Ré, na pessoa do seu representante legal, no 
endereço preambular, para responder a presente em todos os seus termos até o final, 
contestando se quiser, sob pena de confissão dos fatos, acaso reste revel; 
 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
 
 
 
Leonardo Diego Pereira Antônio Carlos Pereira 
OAB/Pr 58.782 OAB/Pr 25.500 
 
Rua Cel Baptista, 14 – Centro – Jacarezinho – (43) 3525-3284 – acpadvocacia@bol.com.br 
 
II - a concessão dos benefícios da justiça gratuita em favor da parte Autora, para fins 
recursais, visto que não possui condições de arcar com as custas processuais e honorários 
advocatícios sem o comprometimento de seu sustento. 
 
III – seja julgada PROCEDENTE a presente Ação nos termos propostos e para fins 
pretendidos, condenando a Ré ao pagamento de danos morais no valor que este douto 
Juízo determinar; 
 
IV – que seja INVERTIDA O ÔNUS DA PROVA, para que a empresa Ré apresente o real 
motivo do cancelamento do cartão de débito/crédito; 
 
V – Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o 
depoimento pessoal da promovida, através de seu representante legal, juntada de 
documentos e demais que se fizerem necessários. 
 
VI – Requer ainda, que todas as intimações sejam realizadas em nome do patrono do 
Autor, sob pena de nulidade. 
 
Por fim, da-se a causa do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) 
 
Termos em que, 
 
Pede deferimento. 
 
Jacarezinho, 20 de julho de 2015 
 
 
ANTÔNIO CARLOS PEREIRA 
OAB/PR n. 25.500 
 
 
LEONARDO DIEGO PEREIRAOAB/PR n. 58.782 
D
oc
um
en
to
 a
ss
in
ad
o 
di
gi
ta
lm
en
te
, c
on
fo
rm
e 
M
P
 n
º 
2.
20
0-
2/
20
01
, L
ei
 n
º 
11
.4
19
/2
00
6,
 r
es
ol
uç
ão
 d
o 
P
ro
ju
di
, d
o 
T
JP
R
/O
E
V
al
id
aç
ão
 d
es
te
 e
m
 h
ttp
s:
//p
ro
ju
di
.tj
pr
.ju
s.
br
/p
ro
ju
di
/ -
 Id
en
tif
ic
ad
or
: P
J5
6X
 C
Z
R
F
J 
P
C
6L
N
 E
Y
K
4D
PROJUDI - Processo: 0005805-85.2015.8.16.0098 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Leonardo Diego Pereira,
20/07/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Continue navegando