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DENTE E PERIODONTO CAMYLA OLIVEIRA – ODONTOLOGIA 2020.2 UFPE Dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, cuja principal função é a mastigação. Periodonto é o nome dado a todos os tecidos envolvidos na fixação e sustentação do dente aos ossos (maxilar e mandíbula). Os dentes se fixam em cavidades ósseas (alvéolos), através do periodonto de inserção (ou sustentação) que consiste de: ligamento periodontal, cemento e osso alveolar). A gengiva constitui o periodonto de proteção. Os dentes desempenham função importante para a pronúncia de certas consoantes cuja expressão requer o apoio da língua de encontro com o arco dental. A ausência de alguns dentes pode modificar tanto a pronúncia das palavras como o timbre da voz. Na função estética os dentes servem de apoio para os lábios e bochechas que mantém o contorno da face, participando em grande parte da formação dos traços fisionômicos. Dentições e função dos dentes Até os 3 anos, a primeira dentição da criança já está completa, com 20 dentes. Mas, como os ossos continuam se desenvolvendo, é preciso trocar os dentes menores por outros maiores e proporcionais. Dentição permanente - 32 dentes Tecidos dos dentes Dente – é constituído de estruturas mineralizadas e um tecido conjuntivo (polpa). O dente pode ser dividido em 2 partes: a coronária (contato direto com o meio ambiente) e a radicular (presa ao osso alveolar). Esmalte: camada externa mineralizada que cobre a coroa, de cor esbranquiçada. Dentina: além de menos dura que o esmalte a dentina apresenta no seu interior vários túbulos os quais são preenchidos por prolongamentos pulpares e líquidos. O que justifica a dor quando temos uma cárie ou outro problema. Polpa (nervo): é ricamente vascularizada e inervada. É responsável pela nutrição, sensibilidade e reparo do dente. Esmalte O esmalte é o tecido mais mineralizado do corpo, consistindo de 97% de matéria inorgânica (cristais de apatita) e traços de matéria orgânica. As células responsáveis pela formação do esmalte, os ameloblastos, cobrem toda a superfície enquanto o esmalte se forma, mas são perdidas quando o dente surge na cavidade bucal. A perda dessas células faz com que o esmalte seja um tecido não-vital, que quando destruído (desgaste ou cárie) não pode ser regenerado. Vias utilizadas pelos ameloblastos para a regulação do pH no esmalte. À medida que os cristais são formados e aumentam de largura, o pH diminui. Para neutralizar estes prótons existem diversos mecanismos, que incluem transportadores de HCO3-, anidrase carbônica, canais de cloreto bem como bombas e trocadores de íons. Composição O esmalte é constituído quimicamente por uma matriz orgânica (1%), uma matriz inorgânica (97%) e água (2%). O componente orgânico mais importante é de natureza proteica, sendo elas: amelogeninas; enamelinas; ameloblastinas; tuftelinas. A matriz inorgânica é constituída de sais minerais cálcicos basicamente fosfato e carbonato formando cristais de hidroxiapatita. Esmalte - Propriedades Físicas Dureza - extremamente duro, capaz de resistir a forças mecânicas que incidem sobre ele durante a mastigação. Elasticidade - é muito escassa, por isso é um tecido frágil, com tendência a macro e micro fraturas, quando não tem um apoio dentinário elástico. Cor e transparência - o esmalte é translúcido e a cor varia do amarelo-claro ao branco-acinzentado, porém esta cor não é própria do esmalte, sendo que depende das estruturas subjacentes, em especial da dentina. Espessura variável entre 2,5 mm (cúspides) até muito fina na região cervical, o que influencia a cor do esmalte pelo fato de a dentina amarela subjacente ser vista através das regiões mais finas do esmalte Radiopacidade - estruturas radiopacas são aquelas em que os raios X não conseguem atravessa-las. A radiopacidade é muito alta no esmalte. Radiopacas são as estruturas brancas nas radiografias. As escuras são radio lúcidas. Permeabilidade - é permeável a íons e água, participa ativamente nas trocas químicas com a saliva. O esmalte dentário escurece com o tempo (com o avanço da idade), aparente redução da reincidência de cárie e diminuição da permeabilidade. Anomalias do esmalte dentário Os distúrbios de desenvolvimento no esmalte podem afetar o esmalte em dentes isolados, grupos de dentes, ou mesmo em todos eles, nas dentições decídua e/ou permanente. Clinicamente, a hipoplasia de esmalte (formação incompleta ou deficiente da matriz orgânica do esmalte) manifesta-se com falta total ou parcial da superfície de esmalte, apresentando uma estética insatisfatória, dentes sensíveis, má-oclusão, bem como predisposição à cárie dental. Diferentes fatores, são capazes de causar dano aos ameloblastos, tais como: deficiências nutricionais (vitaminas A, C e D), doenças como sarampo, catapora e escarlatina (Streptococcus pyogenes), sífilis congênita (envolve geralmente os incisivos permanentes superiores e inferiores e os primeiros molares), hipocalcemia, traumatismo por ocasião do nascimento, excesso de flúor (fluorose dental) e fatores idiopáticos (origem desconhecida). Hipoplasia- decorre da diminuição na quantidade (espessura) de esmalte formado, ou seja, ocorre uma formação deficiente ou incompleta da matriz orgânica, e é identificada como fossas, sulcos ou áreas com ausência total/parcial de esmalte. A hipomineralização ocorre na fase de maturação e causa alteração na translucidez, com áreas de coloração do branco ao amarelo-acastanhado. (SÓ OCORRE Dentina A dentina é um tecido conjuntivo avascular, mineralizado, que forma o corpo do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte. Odontolastos encontram-se na periferia da polpa e produzem a dentina. A principal função da dentina é fornecer suporte para o esmalte dental. Para tal finalidade a dentina necessita ao mesmo tempo ser um tecido duro, porém com certa elasticidade, sendo que estas propriedades são fornecidas pelo equilíbrio entre os componentes mineral e orgânico que formam este tecido. Ela é ligeiramente mais dura que o osso e mais mole que o esmalte. Tal diferença pode ser facilmente distinguida nas radiografias, em que a dentina aparece mais radio lúcida (mais escura) do que o esmalte e mais radiopaca (mais clara) do que a polpa. Componentes A dentina é composta por aproximadamente 70% de material inorgânico (principalmente cristais de hidroxiapatita), 20% de material orgânico e o restante, 10% de água. O componente inorgânico da dentina consiste em hidroxiapatita. A parte orgânica consiste em 90% de colágeno (principalmente tipo I e pequenas quantidades dos tipos III e V) e proteínas não colágenas. Várias proteínas de natureza diferente do colágeno foram identificadas na matriz extracelular da dentina, que receberam o nome de proteínas de matriz dentinária (DMPs). As proteínas não colágenas (fosfoproteínas e sialoproteínas dentinárias-DPP e DSP, osteocalcina e fatores de crescimento) estão relacionadas com o controle da Ca extracelular, regulação do crescimento e forma dos cristais e adesão celular à pré-dentina, DPP e DMP) – processo de mineralização. Metaloproteinases – degradam os componentes proteicos da matriz extracelular. Propriedades físicas Cor - é uma estrutura branca amarelada. O tom do amarelo varia com a idade e de um indivíduo para outro. Dureza - a dentina é um tecido mais duro que o osso e o cemento. Resiliência - a dentina apresenta considerável elasticidade, devido ao arranjo em rede das suas fibras colágenas, cedendo mediante pressões, e com isso, amortece as forças mastigatórias impostas sobre o esmalte, impedindo que o mesmo se frature. Permeabilidade - a estrutura contém canalículos que são responsáveis pela permeabilidade desta parte do dente. Substâncias podem penetrar através dos canalículose atingir a polpa. Radiopacidade - mais radio lúcida que o esmalte pelo menor conteúdo inorgânico. Durante o envelhecimento a luz dos canalículos dentinários vai lentamente diminuindo. Este processo ocorre devido à síntese progressiva da dentina intratubular. A síntese desta dentina pode levar a oclusão dos canalículos, num processo chamado de esclerose dentinária. Polpa A polpa dental é constituída por tecido conjuntivo frouxo que ocupa a cavidade interna do dente e é composta por células, vasos, nervos, fibras e substâncias intercelular. Geralmente permanece sã durante a vida, a menos que o suprimento sanguíneo apical seja interrompido por excessiva força ortodôntica ou trauma agudo. Porção celular Odontoblastos- responsável pela síntese da dentina. Fibroblastos – a função dos fibroblastos pulpares é formar, manter e remodelar a matriz pulpar, a qual consiste de colágeno e substância fundamental. Leucócitos - células de defesa. Células mesenquimais indiferenciadas - dependendo do estímulo, essas células podem dar origem a fibroblastos ou odontoblastos. Células endoteliais – forma a parede dos vasos – sanguíneos e linfáticos. Porção extracelular Substância intercelular amorfa: É constituída por: glicosaminoglicanas (GAGS), ácido hialurônico, sulfato de condroitina, glicoproteínas e água. Envolve as células, as fibras, vasos e nervos da polpa, de consistência viscosa oferece resistência à penetração de partículas estranhas para o interior da polpa e resistência à força de compressão. Substância intercelular fibrosa: As fibras encontradas no tecido pulpar são principalmente de colágeno tipos I e III, em uma proporção de 55%:45% aproximadamente. Vasos sanguíneos, linfáticos e inervação - Os vasos sanguíneos têm a função de nutrir e oxigenar estas células, que permanecem metabolicamente ativas durante toda a vida do dente. A polpa apresenta apenas axônios (não tem corpo celular), os estímulos nervosos da polpa dental são traduzidos principalmente como dor pelo sistema nervoso central. Funções da Polpa Formadora nesta região há dentinogênese, os odontoblastos que formam a dentina; Nutricional fornece nutrientes essenciais para formação da dentina; Defesa tem a capacidade de reação aos estímulos patológicos; Sensorial transmite estímulos neurais mediados através do esmalte ou da dentina para o centro nervoso; Reguladora controla e regula o volume e velocidade do fluxo sanguíneo; A distribuição e a quantidade dos componentes da polpa variam segundo o período de desenvolvimento e do estado funcional da polpa, modificando, assim, durante a idade. Polpa recém-formada: há equilíbrio entre as células e a substância intercelular. Nesta última a quantidade de fibras é menor. O tecido conjuntivo é do tipo mucoso. Polpas de dentes jovens: embora predomine a substância intercelular sobre as células, há um equilíbrio entre a quantidade de fibras colágenas e a substância amorfa caracterizando o tecido conjuntivo frouxo. Polpa senil: há um predomínio das fibras colágenas sobre os outros elementos - tecido conjuntivo denso. Isto tem implicações clínicas - uma polpa mais fibrosa é menos capaz de se defender contra as irritações quando comparada a uma polpa jovem, rica em células. Periodonto Conjunto de estruturas responsáveis pela fixação e sustentação dos dentes. Periodonto de sustentação: são as estruturas que fixam dos dentes no alvéolo, ligamento periodontal, cemento osso alveolar. Periodonto de proteção: reveste os espaços interdentais, protegendo os tecidos de sustentação contra a agressão do meio externo. - Gengiva livre; - Gengiva inserida. Periodonto de sustentação O periodonto de sustentação é dividido em cemento, ligamento periodontal e osso alveolar. Osso alveolar ou lâmina dura: é uma camada delgada de osso que circunda a raiz ou raízes do dente e fornece inserção às fibras colágenas do ligamento periodontal. Ligamento periodontal: é um tecido conjuntivo mole especializado, representa a estrutura de união entre a raiz (cemento) e o osso alveolar. Cemento: é semelhante ao osso, porém não possui a capacidade de remodelação, no entanto geralmente é mais resistente a reabsorção. É caracterizado por uma contínua deposição ao longo da vida. Ligamento periodontal (LP) – composição O LP é um tecido conjuntivo altamente especializado situado entre o dente e osso alveolar. Formado por tecido conjuntivo frouxo. Feixes de colágenos (fibras de Sharpey) grossos e paralelos, inseridos no osso alveolar e no cemento. Fibroblastos: produtores das fibras colágenas e elásticas, em constante renovação (turnover). Componentes celulares: células indiferenciadas, cementoblastos, osteoblastos, osteoclastos, fibras elásticas (oxitalânicas), fibras colágenas tipo I, III e XII: Função do LPD: suportar os dentes nos alvéolos e amortecer as forças mastigatórias. Espessura: 0,38mm na porção mais espessa; 0,15mm no terço médio da raiz. OBS: Mais espesso em jovens e mais delgado em idosos. As fibras colágenas estão arranjadas em feixes definidos e distintos de fibras no ligamento periodontal. Este arranjo dá condições às fibras de se adaptarem as contínuas forças nelas aplicadas. Funções É bem adaptado para sua função principal, manter os dentes nos alvéolos e, ao mesmo tempo, permitir que ele resista as forças da mastigação. Suporte - toda a pressão exercida sobre a coroa do dente é transformada pelo ligamento periodontal em tração sobre o osso e cemento. Sensorial - o ligamento periodontal através do suprimento nervoso permite ao organismo detectar as aplicações de força aos dentes e deslocamentos muito leves dos mesmos. Nutritiva - o fornecimento de nutrientes através dos vasos sanguíneos permite que as células mantenham a sua vitalidade. Protetora - o ligamento periodontal limita os movimentos mastigatórios amortecendo os traumas da mastigação. Função remodeladora - Algumas células presentes na estrutura são capazes de formar e reabsorver tecidos essenciais para a formação do osso, do cemento e do próprio ligamento periodontal. Cemento É um tecido mineralizado especializado que recobre a superfície das raízes dos dentes. É um tecido semelhante ao osso, exceto por ser avascular, o mineral também é apatita, e a parte orgânica é em grande parte colágeno. As células que se formam o cimento são chamadas de cementoblastos. É o tecido menos duro e mineralizado dos 3 tecidos dentários mineralizados. Seu conteúdo mineral é de aprox. 65% do peso, a matriz orgânica constitui 23% e 12% são representados por água. Material orgânico e água: representado por fibras colágenas e substância fundamental. O colágeno tipo I é o colágeno predominante (90% dos componentes orgânicos). O colágeno tipo III (encontrado em altas concentrações durante o desenvolvimento, reparo e regeneração dos tec mineralizados e o tipo XII encontrado nos tecidos ligamentosos, incluindo o LP. Material inorgânico: a porção inorgânica consiste principalmente pelos sais de carbonato e fosfato de cálcio, depositados na forma de cristais de hidroxiapatita. Numerosos outros elementos químicos são encontrados no cemento, sendo o tecido mineralizado que apresenta o maior conteúdo em fluoretos. Funções A função primordial do cemento é fornecer um meio de inserção das fibras colágenas que unem o dente ao osso alveolar. Compensa o desgaste oclusal através do seu crescimento contínuo. Capacita através do seu crescimento contínuo, fenômeno tais como: erupção, mesialização (movimentação dos dentes no sentido das extremidades para o centro do arco) fisiológica e movimentos ortodônticos. Possibilita o contínuo rearranjo das fibras do ligamento. Em condições normais o cemento não se reabsorve. Devido a contínua formação do cemento, as novasfibras do ligamento unem-se ao cemento recém- formado e as fibras de Sharpey antigas são continuamente reabsorvidas. Função de reparação: o cemento serve como maior tecido reparador para as superfícies das raízes. Danos aos dentes, como o caso de fraturas ou reabsorções que envolvem tanto cemento como dentina, podem ser reparadas pela aposição de novas camadas de cemento. Osso alveolar Os processos alveolares são as porções da maxila e mandíbula que suportam as raízes dentárias. O processo alveolar pode ser dividido em osso alveolar propriamente dito que reveste internamente o alvéolo e o osso de suporte (osso do processo alveolar) que é continuação do osso alveolar. Desenvolvem-se em conjunto com o desenvolvimento e erupção dos dentes e são gradativamente reabsorvidos com a perda dos dentes. Assim, os processos alveolares são estruturas dependentes dos dentes. Composição do osso alveolar – tecido conjuntivo mineralizado, composto basicamente por 33% de matriz orgânica e 67% de cristais de hidroxiapatita. O colágeno é o principal componente orgânico representado por mais de 90% de toda a composição orgânica, sendo o restante constituído por substância fundamental. A hidroxiapatita representa o maior componente mineral, mas outros sais amorfos também estão presentes. Gengiva - Periodonto de proteção A gengiva é o tecido epitelial, ricamente vascularizado, que reveste o osso e serve de sustentação dos dentes. Gengiva inserida: Esta é firme, resistente e fortemente inserida ao periósteo do osso alveolar, através de fibras colágenas. Também conhecida como mucosa mastigatória. Gengiva livre: Rodeia os dentes como um colar, com cerca de 0,5 a 2mm de altura. Alterações patológicos dos tecidos periodontais As doenças periodontais (DP) são divididas genericamente em gengivite e periodontite. Na gengivite a inflamação atinge só a gengiva, enquanto que na periodontite o processo inflamatório leva a reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes. A DP é um processo inflamatório que ocorre na gengiva em resposta a antígenos bacterianos da placa dentária que se acumulam ao longo da margem gengival. O acúmulo de placa irrita as gengivas, e elas se tornam inflamadas (gengivite). Na doença periodontal, a perda do ligamento das fibras periodontais afundando o sulco em um bolso periodontal. A reabsorção óssea diminui a altura da crista do osso alveolar (perda de osso horizontal) e move a superfície do osso para longe da raiz do dente (perda de osso vertical). Fatores de virulência das bactérias periodontopatogênicas Fatores de virulência são propriedades que permitem que uma espécie microbiana colonize o tecido-alvo, sobrepuje as defesas do hospedeiro e cause dano tecidual. Mecanismos inflamatórios que resultam em reabsorção óssea na periodontite A presença da placa é necessária, mas não suficiente para induzir a periodontite uma vez que é a resposta inflamatória do hospedeiro a esses microrganismos que causa a destruição do periodonto. Quando os neutrófilos recrutados falham em controlar a microbiota disbiótica esta invade o tecido conjuntivo e interage com células imune adicionais como macrófagos, células dendríticas, e células T. Estas células produzem mediadores pró-inflamatórios (como TNF, IL-1β, e IL-17) e também regulam o desenvolvimento de células Th, que também contribuem para aumentar a resposta inflamatória. A degradação do tecido gengival ocorre pela produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) pelos neutrófilos bem como pela produção de metaloproteinases de matriz (MMP) pelos neutrófilos e fibroblastos. O tecido ósseo é degradado por ativação dos osteoclastos pelo aumento de RANKL nos linfócitos ativados (B e T). Neutrófilos ativados também expressam RANKL e podem estimular diretamente a osteoclastogênse se próximos do tecido ósseo. Osteoclastogênese A formação dos OC requer a presença de osteoblastos ou células T ativadas que expressam o fator de diferenciação dos osteoclastos RANKL. Os osteoblastos produzem diversas proteínas que regulam a formação dos osteoclastos. O m-CSF e o RANKL que se ligam a seus receptores no pré- osteoclasto ativando a diferenciação de células precursoras dos OC. Os OB também produzem a, OPG um receptor inibidor para RANKL, porque bloqueia a interação RANK/RANK, bloqueando a ativação dos osteoclastos. Hormônios e fatores locais como PTH, Vit D, PGE2 e IL1 atuam nos OB aumentando a produção de RANKL e diminuindo a de OPG. Fatores que contribuem para a doença periodontal Após iniciada a doença, muitos fatores estão associados à sua progressão, fatores locais ou sistêmicos. Fatores locais - todos aqueles que possam possibilitar o acúmulo de placa ou que possam dificultar a sua remoção, tais como: restaurações defeituosas, aparelhos ortodônticos, arcos atrésicos (diminuídos transversalmente), presença de cálculo, hábito de fumar, pacientes respiradores bucais. Fatores sistêmicos - doenças diabetes, SIDA, leucemia, alterações hormonais (gravidez, climatério e uso de contraceptivos), uso de medicamentos (fenitoína, nifedipina e ciclosporina associados com hiperplasia gengival), imunodepressão e estresse. A influência dos hormônios sexuais nos tecidos periodontais A ocorrência da doença gengival e/ou periodontal está relacionada à susceptibilidade do hospedeiro e à presença de placa bacteriana, podendo ser exacerbada quando associada a fatores ou condições sistêmicas. Mulheres podem ser mais suscetíveis à problemas de saúde oral devido às mudanças hormonais únicas que experimentam. Hormônios afetam não somente o suprimento de sangue para a gengiva, mas também a resposta corporal à toxinas que resulta em acúmulo de placa. Como resultado dessas mudanças, mulheres são mais propensas a desenvolver doença periodontal em certos momentos da vida, assim como outros problemas de saúde oral. Existem cinco situações na vida da mulher durante as quais flutuações hormonais as tornam mais suscetíveis à problemas de saúde – durante a puberdade, em certos períodos do ciclo menstrual mensal, quando estão tomando pílula anticoncepcional, na gestação e na menopausa. Doenças que afetam o periodonto (exemplos) AIDS- A gengivite e o eritema gengival linear são as condições clínicas orais mais comumente descritas em crianças e adolescentes HIV-positivos. No entanto, há também a presença de periodontite em crianças e adolescentes infectados pelo HIV. SÍNDROME DE DOWN- Por apresentarem deficiências motora, neurológica e hipotonia muscular, os indivíduos com síndrome de Down têm dificuldade na higienização bucal, levando ao acúmulo do biofilme bacteriano, que aumenta a suscetibilidade à doença periodontal. Entretanto, a deficiência imunológica é o fator que contribui para a evolução da doença periodontal, já que, nesses casos, o organismo apresenta dificuldades de combater as bactérias presentes no biofilme dental. Há defeitos de quimiotaxia e morte intracelular de polimorfonucleares e outros fagócitos, que explicam a alta incidência de bolsa e perda óssea marginal. Hiperplasia gengival medicamentosa A hiperplasia gengival é o aumento macroscópico em volume e tamanho da gengiva. Alguns fármacos podem afetar os tecidos periodontais, modificando a resposta inflamatória e imunológica dos mesmos, principalmente da gengiva.
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