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Contrato de trabalho Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. O contrato de trabalho pode ser definido como o acordo de vontades, tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física (empregado) coloca seus serviços à disposição de uma pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado (empregador), sendo estes serviços pessoais, não eventuais, onerosos e subordinados. . CARACTERÍSTICAS . - É um contrato de Direito Privado; A essência do contrato (prestação de serviço) é de natureza privada, inclusive quando o Estado é o empregador, pois neste caso age como particular, sem privilégios frente ao Direito do Trabalho. Ademais, os sujeitos do contrato são particulares. - É um contrato consensual; O contrato de trabalho pode ser ajustado livremente pelas partes contratantes, sem necessidade da observância de formalidades imperativas, sendo suficiente para atribuir validade ao contrato o simples consentimento. Nasce da manifestação da vontade livre das partes e, como regra, não depende de forma prevista em lei, podendo ser celebrado verbalmente, por escrito ou até tacitamente. Somente em casos excepcionais, decorrentes de expressa previsão legal, o contrato de trabalho sujeita-se a uma pactuação formal, tais como o contrato de trabalho do atleta profissional de futebol e o do artista profissional. Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. A imperatividade das normas trabalhistas limita o âmbito e a amplitude da manifestação das partes do contrato de trabalho. Dirigismo contratual: se fundamenta na necessidade de proteção do trabalhador, parte economicamente mais fraca da relação de emprego. Como forma de compensar essa desigualdade, o Direito do Trabalho cria um sistema de proteção fundado em normas imperativas, que limitam a atuação da vontade das partes. - É um contrato sinalagmático; Trata-se de pacto de natureza bilateral que gera obrigações recíprocas às partes contratantes, resultando um equilíbrio formal entre as prestações ajustadas. O sinalagma deve ser aferido levando-se em consideração o conjunto do contrato de trabalho, e não apenas o contraponto de obrigações específicas (trabalho x salário, por exemplo). Isto porque nos períodos de interrupção contratual, como, por exemplo, no período de férias, a obrigação do trabalho não é exigida, permanecendo, porém, a obrigação de pagamento do salário. - É um contrato celebrado intuitu personae; O contrato de trabalho gera uma obrigação pessoal em relação a um de seus sujeitos, o empregado. A obrigação de prestar serviços é infungível. Tal característica está ligada à fidúcia que decorre do contrato de trabalho e que permite que o empregador exija a prestação de serviços daquele que contratou como empregado. - É um contrato comutativo; Na celebração do contrato de trabalho é dado conhecimento prévio às partes das vantagens que receberão por conta do adimplemento do contrato: o empregado sabe quanto receberá pelos serviços prestados e o empregador sabe quais atividades laborais poderá exigir do empregado. - É um contrato de trato sucessivo; O contrato de trabalho vincula as partes contratantes ao cumprimento de obrigações de débito permanente, que se sucedem continuadamente no tempo, cumprindo-se e vencendo-se seguidamente. O contrato de trabalho não se esgota com o cumprimento da obrigação, que, após cumprida, renasce. Tal dinâmica perdura enquanto vigorar o contrato. - É um contrato oneroso; As obrigações assumidas em decorrência do contrato de trabalho são, para ambas as partes, economicamente mensuráveis. Do contrato decorrem perdas e vantagens econômicas tanto para o empregado como para o empregador. Importante ressaltar que a ausência da onerosidade só descaracteriza o contrato de emprego quando o trabalhador voluntariamente dela se despoja, trabalha gratuitamente, do contrário, o que existe é mora salarial do empregador. - É um contrato complexo; Uma das características do contrato de trabalho é a possibilidade de que sejam celebrados contratos acessórios a ele, como, por exemplo, um contrato de locação, um contrato de mandato, um contrato de comodato etc. Tais contratos auxiliares dependem do contrato principal, o que significa dizer que seguem a sorte dele: extinto o contrato de trabalho, extinguem-se os contratos acessórios. . CLASSIFICAÇÃO . a) FORMA DE MANIFESTAÇÃO ▪ Contrato expresso: aquele que decorre de uma expressão explícita de vontade, pela qual as partes estipulam os direitos e as obrigações que vão reger a relação jurídica; ▪ Contrato tácito: aquele que se revela por um conjunto de atos praticados pelas partes, sem que tenha havido manifestação inequívoca de vontade. A conduta das partes revela elementos indicativos da pactuação empregatícia, sem que tenham manifestado expressamente sua vontade. Apenas excepcionalmente, e em decorrência de previsão legal, alguns contratos de trabalho devem necessariamente ser celebrados por escrito, tais como: - Contrato de trabalho temporário; - Contrato do atleta profissional de futebol; - Contrato do artista profissional; - Contratos por prazo determinado, inclusive o contrato de experiência. b) SUJEITOS ATIVOS ▪ Contrato individual: celebrado entre o empregador e um único empregado. ▪ Contrato plúrimo ou por equipe: celebrado com diversos empregados ao mesmo tempo. c) DURAÇÃO ▪ Contratos por prazo indeterminado: aqueles que têm duração indefinida no tempo; ▪ Contratos por prazo determinado: cujo período de duração é estabelecido desde o início da pactuação; ▪ Contratos de trabalho intermitentes: a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. A duração indeterminada dos contratos de trabalho é a regra geral. Exatamente por isso, em qualquer contratação incide a presunção de que a relação de emprego foi pactuada sem determinação de prazo, salvo se existir prova em sentido contrário. SÚMULA 212, TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. A indeterminação do prazo de duração do contrato de trabalho faz prevalecer, na prática e concretamente, o princípio da continuidade da relação de emprego e o princípio da norma mais favorável, tendo em vista que esta modalidade de contratação assegura ao trabalhador um conjunto mais amplo de direitos rescisórios. Assim, somente por exceção os contratos de trabalho são celebrados por prazo determinado. ELEMENTOS ESSENCIAIS . Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei. A existência depende da presença dos requisitos caracterizadores da relação de emprego (SHOPA). a) AGENTE CAPAZ Em relação ao empregador, ante a falta de norma específica a capacidade trabalhista coincide com a capacidade civil. Assim, o empregador deve ter, no mínimo, 18 anos para que possa admitir empregado. Aplicam-se, contudo, as hipóteses de emancipação civil. Em relação ao empregado, por sua vez, a capacidade plena para os atos da vida trabalhista é adquirida aos 18 anos. - Menores de 16 anos: são incapazes para celebrar contrato de trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. - Entre 16 e 18 anos: são relativamente incapazes paracelebrar contrato de trabalho, necessitando da assistência dos pais ou responsáveis para a prática de tal ato. A restrição de capacidade neste caso abrange também o requerimento de expedição da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e a assinatura do termo de rescisão do contrato de trabalho. Alguns atos, porém, são autorizados ao trabalhador com idade entre 16 e 18 anos, sem necessidade de assistência do responsável, tais como assinatura de recibo de pagamento de salário e de outros recibos ao longo do contrato de trabalho, tais como recibo de vale-transporte, de vale-refeição etc. Tratando-se, porém, de trabalho a ser prestado em horário noturno, em condições perigosas ou insalubres, o contrato somente pode ser celebrado com o maior de 18 anos. Assim, nestas circunstâncias não há que se falar em relativamente incapaz: ou é capaz, porque tem 18 anos ou mais, ou é incapaz. Art. 7. XXXIII. Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; b) OBJETO LÍCITO Não poderá ter como objeto a prestação de serviços contrários à moral e aos bons costumes, cuja prática se caracteriza como crime ou contravenção penal. Assim, não será válido contrato de trabalho que tenha por objeto trabalho ilícito. Trabalho ilícito: aquele que compõe um tipo penal ou concorre diretamente para a realização da conduta definida como crime. Retira do obreiro, em regra, qualquer proteção trabalhista. OJ 199. É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico. Trabalho proibido: trabalho irregular, no sentido de que é vedado pela lei, mas não constitui crime. Em outras palavras, o trabalho em si é lícito, mas na circunstância específica em que é prestado é vedado pela lei, a fim de proteger o trabalhador ou ainda o interesse público. Merece a integral proteção trabalhista, desde que o trabalho não caracterize, também, tipo penal. Assim, no caso do trabalho proibido, normalmente determina-se a imediata cessação do contrato de trabalho; porém, garantem-se os efeitos trabalhistas adquiridos até então, ou seja, a declaração de nulidade tem efeitos ex nunc. SÚMULA 368. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. Art. 1. Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 anos para desempenho de trabalho doméstico. c) FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. A forma, quando prescrita no Direito do Trabalho, visa à proteção do trabalhador ou ainda à segurança jurídica das partes contratantes. Desse modo, ausente a forma prescrita em lei não poderá o trabalhador ser prejudicado, pelo que, na prática, se falta a forma prescrita, considera-se a regra geral, que é o vínculo por prazo indeterminado, com todos os direitos trabalhistas daí advindos. Conforme o art. 37, II, da CRFB/88, a administração pública direta e indireta somente poderá contratar trabalhadores mediante aprovação prévia em concurso público. Este é um requisito formal, pelo que seu descumprimento gerará consequências jurídicas. Portanto, a contratação de trabalhadores sem tal requisito formal será causa de nulidade contratual, com efeitos limitados. SÚMULA 363. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2o, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. Todavia, a nulidade por vício de forma, em caso de ausência de concurso público, é convalidada em caso de privatização. SÚMULA 430. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização. NULIDADES . As nulidades são vícios que afrontam normas de ordem pública, e como tal têm as seguintes características básicas: - Podem ser pronunciadas de ofício pelo Juiz; - Não se convalidam com o tempo; - Não podem ser supridas e o negócio ratificado pelas partes; - Produzem efeitos ex nunc. Dessa forma, no Direito do Trabalho a regra em relação às nulidades é a decretação da nulidade provocar efeitos ex nunc, limitando-se a impedir a produção de novas repercussões jurídicas a partir da declaração de nulidade do contrato. As anulabilidades, por sua vez, referem-se a vícios que afrontam normas de ordem privada, sobre as quais as partes têm livre disposição. Suas principais características são: - Não podem ser pronunciadas de ofício pelo Juiz; - Podem ser supridas; - Anulação judicial do negócio opera efeitos ex nunc. Por sua vez, no caso das anulabilidades, invalida-se o negócio jurídico a partir da declaração judicial de nulidade, isto é, com efeitos ex nunc, pelo que se preservam os efeitos do negócio até a declaração de nulidade. .CI= CONTRATO DE TRABALHO POR . PRAZO DETERMINADO . Art. 443. § 1. Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2. O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Caracterizando-se como exceção à regra geral de contratação por prazo indeterminado, os contratos de trabalho por razo determinado (ou contratos a termo) dependem de previsão legal para validade de sua pactuação, ou seja, somente podem ser celebrados regularmente nas hipóteses expressamente previstas em lei. a) HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI - Contrato de safra; Pacto empregatício rural que tem sua duração dependente de variações estacionais das atividades agrárias. Tendo em vista que a contratação do empregado pelo período da safra corresponde a uma típica hipótese de serviços transitórios. Assim, aplicam-se a este tipo de contrato todas as regras previstas na CLT para o contrato por prazo determinado, tais como prazo máximo de duração, prorrogação, sucessividade, rescisão. - Contrato rural por pequeno prazo; Pode ser celebrado diretamente entre o empregador rural pessoa física e o empregado rural e que tem duração máxima de 2 meses, a cada período de um ano. Pode ser utilizada para atividades de natureza temporária que não se caracterizem no conceito de safra, como, por exemplo, acréscimo extraordinário de serviços no tratamento do gado; melhorias de cercas; equipamentos e instalações da fazenda, etc. - Contrato de trabalho temporário; Tem por objeto o trabalho prestado pelo trabalhador temporário, por intermédio da empresa de trabalho temporário, a um tomador do serviço, para atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular ou permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço. Tem prazo máximo de duração, em relação a um mesmo empregado, de três meses, salvo autorização do Ministério do Trabalho. - Contrato de trabalho do atleta profissional de futebol; O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigêncianunca inferior a três meses nem superior a cinco anos. - Contrato de trabalho do artista; - Contrato por obra certa; Se extingue pelo término da obra, ou serviço, não sendo necessário que tenha sido prefixada a data do evento. - Contrato de trabalho de técnico estrangeiro; - Contrato por prazo determinado instituído por convenção coletiva ou por acordo coletivo de trabalho; - Contrato por temporada. Art. 443. § 1. Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2. O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Ocorrendo a contratação por prazo determinado fora das hipóteses autorizadas por lei, será irregular, considerando-se o contrato, neste caso, como sendo por prazo indeterminado. a) TERMO Pode ser certo (quando é fixado por meio de data especificada) ou incerto (quando não há fixação exata de data, embora seja certa sua ocorrência em futuro previsível, por exemplo, final da temporada de verão na praia ou final da temporada de inverno na serra). b) PRAZO DE DURAÇÃO Nos casos de serviços transitórios e de atividades empresariais transitórias, o contrato por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 anos. O contrato de experiência não poderá ultrapassar 90 dias. Prorrogação do contrato: caso seja celebrado por prazo inferior ao máximo permitido, o contrato por prazo determinado, qualquer que seja sua modalidade, somente poderá ser prorrogado, expressa ou tacitamente, uma única vez, sob pena de passar a vigorar por prazo indeterminado. A soma dos dois períodos contratuais (primeiro período de contratação e o período de prorrogação) não pode ultrapassar o prazo máximo de duração do contrato por prazo determinado. Art. 451. O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. c) CELEBRAÇÃO DE NOVO CONTRATO Art. 452. Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Será considerado como de prazo indeterminado o contrato que suceder, no prazo de 6 meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Carência de 6 meses entre os contratos por prazo determinado, não se aplicando ao contrato de experiência, salvo se for para função diferente. d) EXTINÇÃO ▪ Extinção normal: cumprimento do prazo previsto. São devidas as seguintes verbas rescisórias: saldo de salário; 13o proporcional; férias proporcionais, acrescidas de 1/3; liberação do FGTS (sem a indenização de 40%). ▪ Extinção anormal: ocorre de forma antecipada. - Rescisão antecipada por iniciativa do empregador (dispensa sem justa causa): gera ao empregado o direito ao recebimento de verbas rescisórias (saldo de salário; 13o proporcional; férias proporcionais, acrescidas de 1/3; liberação do FGTS), além do recebimento de indenização específica prevista no art. 479 da CLT, correspondente ao valor da metade dos salários que lhe seriam devidos pelo período faltante do contrato. Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o término do contrato. - Rescisão antecipada por iniciativa do empregado (pedido de demissão): gera o direito ao recebimento de verbas rescisórias (saldo de salário; 13o proporcional; férias proporcionais, acrescidas de 1/3). O empregado, no entanto, deverá indenizar o empregador pelos prejuízos que resultarem desta ruptura antecipada. Tal indenização não poderá, porém, ser superior àquela a que teria direito o empregado caso a rescisão antecipada tivesse sido por iniciativa do empregador. A indenização é devida somente se comprovado o prejuízo pelo empregador, sendo ônus deste a comprovação. Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. - Rescisão antecipada por iniciativa de qualquer uma das partes, em contrato contendo cláusula assecuratória de rescisão antecipada: na hipótese das partes terem inserido no contrato de trabalho por prazo determinado cláusula que assegure reciprocamente o direito de rescindir o pacto antecipadamente, exercido o direito, a extinção do contrato será regida pelas regras dos contratos por prazo indeterminado (art. 481, CLT). Assim, neste caso, além do pagamento do saldo de salário, do 13o salário proporcional e das férias proporcionais, acrescidas de 1/3, é devido aviso prévio e, no caso de dispensa sem justa causa, também é devida a indenização de 40% dos depósitos do FGTS. Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. § 2. Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. Súmula 163, TST. Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT. - Rescisão antecipada em decorrência de prática de justa causa: a prática de justa causa pelo empregado implica na rescisão imediata do contrato de trabalho por prazo determinado, com pagamento apenas do saldo de salário. Sendo a justa causa praticada pelo empregador, ocorre a rescisão indireta do contrato, incidindo todos os direitos rescisórios característicos de uma dispensa sem justa causa, inclusive aviso prévio e indenização de 40% dos depósitos do FGTS (além do saldo de salário, 13o salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3 e levantamento do FGTS). - Rescisão antecipada por culpa recíproca: a ocorrência de culpa recíproca (justa causa de ambas as partes) implica na rescisão imediata do contrato a termo, tendo o empregado direito a 50% do valor do aviso prévio, do 13o salário, das férias proporcionais (Súmula 14, TST) e a metade da indenização, ou seja, 20% dos depósitos do FGTS. Nada impede que o contrato de trabalho seja celebrado por prazo indeterminado, mas com previsão de duração mínima, que pode ser entendida como uma garantia de estabilidade pelo período fixado na referida cláusula. Rescindido sem justa causa pelo empregador, antes de vencido o prazo de garantia mínima, deve ser liberado ao empregado o “FGTS, acrescido de 40%, sem prejuízo da indenização prevista no art. 479 da CLT, pelo ato abusivo que impediu o cumprimento da duração mínima, além do aviso prévio, das férias e do 13o salário proporcionais alusivos ao período trabalhado. Vencida a duração mínima, persiste o liame empregatício. .CI = CONTRATO DE TRABALHO . . . INTERMITENTE . Art. 443. §3. Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. O período de inatividade não será considerado como tempo à disposição do empregador e não será remunerado. Na hipótese de haver remuneração pelo período deinatividade, restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente. Durante o período de inatividade o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho. Uma vez celebrado o contrato de trabalho, havendo serviço a ser prestado, com pelo menos 3 dias corridos de antecedência, o empregador, por qualquer meio de comunicação eficaz, convocará o empregado para essa prestação, informando qual será a jornada a ser cumprida. Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de 24 horas para responder ao chamado podendo o empregado: Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. § 1. O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, 3 dias corridos de antecedência. § 2. Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. § 3. A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. § 4. Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. § 5. O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. § 6. Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I - remuneração; II - férias proporcionais c/ acréscimo de ⅓; III - décimo terceiro salário proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais.
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