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Exame físico de criança/bebê é sempre sem roupa. O exame físico deve ser completo, com inspeção, palpação, percussão e ausculta, independente da queixa dos pais. Aferição de sinais vitais. Aferição de medidas antropométricas. Exame físico especial: otoscopia e exame da orofaringe – deixar por último para estabelecer vínculo com a criança. A sequência pode ser alterada: nem sempre é como na clínica médica e a investigação dos aparelhos e sistemas não é necessariamente em ordem craniocaudal. Posicionamento do paciente. Idade (medo, ansiedade). O ambiente deve ser tranquilo, não ameaçador e lúdico. PARTICULARIDADES DA SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA • Palitinho colorido e com sabor para exame bucal. • Estetoscópio. • Otoscópio. • Esfigmomanômetro. • Balança para crianças até 15 kg e balança normal. • Antropometrometro. As crianças apresentam maior taxa metabólica e alterações anátomo-funcionais, como: alterações em via área superior e inferior, sopro “inocente” – comum escutar sopros em crianças, cadeias linfonodais (normal aparecer caroços no pescoço devido as infecções), aspecto do abdome (barriguinhas proeminentes), fígado palpável 1-2cm do RCD em crianças da faixa etária pré-escolar. Vias aéreas particularidades: A língua é maior em relação a orofaringe e a mandíbula é maior, quando comparado aos adultos. Por isso, qualquer obstrução nasal, a criança fica com dificuldade para respirar, pois a língua tampa a boca. Em decorrência disso, os pediatras indicam lavar as narinas com soro fisiológico. As vias aéreas em crianças possuem menor diâmetro e são mais curtas e em menor número do que em adultos. A caixa torácica complacente (por conta da consistência cartilaginosa dos ossos e do menor desenvolvimento da musculatura respiratória) faz com que as crianças tenham que fazer mais esforço para respirar e circular o volume corrente. Em decorrência disso, a FR em crianças é maior. Tórax arredondado nos lactentes causa menor elevação das costelas e faz com que eles tenham mais esforço para respirar. Necessitam de uma maior quantidade de oxigênio e possuem menor capacidade residual funcional e menores reservas de oxigênio. Assim, há maiores chances de desenvolver hipoxemia. EXAME FISICO GERAL Pediátrico • Primeiro impacto do paciente: quando olhar já formular na mente os aspectos possíveis de observação. • Estado geral/aparência: (BEG, REG, MEG) subjetiva, deve começar a ser avaliado no momento da anamnese, é possível verificar o comportamento da criança, sua interação, dores, desenvolvimento cognitivo e motor. • Fácies: é a expressão facial do paciente. Pode ser atípica (fácies de nada, significa que está tudo bem) ou pode ser característica de alguma condição clínica. Observar durante consulta e alertar para síndromes congênitas/genéticas. • Estado nutricional: eutrófico (está bem) ou distrófico (magro ou obeso). A relação entre peso e altura (IMC) é utilizada para quantificar se o paciente está eutrófico ou distrófico. • Nível de consciência, atividade, atenção e orientação. Ativa (criança que brinca, interage) reativa (na hora do exame, reage, interage). Se a criança está ativa e reativa, significa que ela está com o nível de consciência preservado. Se a criança está dormindo por exemplo, a criança seria hipoativa e reativa (reage ao exame físico). • Padrão respiratório. • Coloração de pele e mucosas: avaliar se criança é normocorada ou hipocorada, anictérico ou ictérico (classificar por zonas de Kramer em RNs, e em crianças em cruzes), acianótica ou cianótica, se apresenta pletora facial (rubor facial), palidez. • Estado de hidratação: avaliar olhos, lágrimas, boca, sinal de Prega, fontanelas (RNs desidratados apresentam fontanelas deprimidas). • Pulsos: simetria e amplitude. Aferir os quatro membros e pulso femoral. Exame físico geral pediátrico • Perfusão capilar periférica: elevar o membro da criança acima do nível do coração e apertar a polpa digital por 5 segundos. A perfusão normal é menor ou igual 2 segundos. • Avaliar também atitude, condição de higiene e estado nutricional. SINAIS VITAIS • Frequência respiratória (irpm) Possui variação de acordo com a idade: IDADE FR RN (até 28 dias) 30 a 60 irpm Lactente (até 2 anos) 24 a 40 irpm Pré-escolar (até 6 anos) 22 a 34 rpm Escolar 18 a 30 irpm Adolescente 16 a 20 irpm A aferição da FR deve ser feita durante a inspeção e ausculta. • Frequência cardíaca (bpm) Possui variação de acordo com a idade: IDADE FC RN (até 28 dias) 120 a 160 bpm Lactente (até 2 anos) 90 a 140 bpm Pré-escolar (até 6 anos) 80 a 110 bpm Escolar 75 a 100 bpm Adolescente 60 a 90 bpm A aferição da FC deve ser feita durante a ausculta. A frequência cardíaca pode ser classificada em pulso forte, fraco, ausente. • Pressão arterial (milímetros de mercúrio, mmHg) Recomendações: criança calma, em repouso. Condições técnicas adequadas: medir a distância do acrômio ao olecrano; no ponto médio, medir a circunferência do braço; a largura do manguito deve ser 40% da circunferência do braço; estetoscópio deve estar a 2 cm da fossa cubital, fazer sempre duas medidas com intervalo de 1 a 2 min. Faixa etária Largura (cm) Comprimento (cm) Circunferência máxima do braço (cm)3 Recém- nascido 4 8 10 Lactente 6 12 15 Criança 9 18 22 Mensuração de pressão arterial: Crianças maiores de 3 anos: 1 vez por ano. A aferição começa ser realizada a partir dos três anos de idade, a menos que a criança apresente algum fator cardíaco ou fatores de risco (histórico neonatal, doenças cardíacas, doenças renais, transplantes). Valores de normalidade: gráfico percentil de PA x percentil de altura. Passos para realizar a verificação da PA na tabela (em sequência): verificar o sexo da criança na tabela, idade, verificar percentil de altura e, assim, confirmar pressão sistólica e diastólica. Com isso, será possível determinar se a pressão está normal ou não. Valor normal: abaixo de percentil 90. PA elevada: entre percentil 90 e 95. Hipertensão: percentil maior ou igual que 95 com 3 medidas em ocasiões distintas. HAS estágio I: percentil entre 95 + 12 mmHg. HAS estágio II: percentil maior ou igual que 95 + 12mmHg. • Temperatura axilar (ºC) Febre é considerada temperatura maior ou igual que 37,8°C. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS • Estatura • Peso • Perímetro cefálico !! Escala de Glasgow para crianças. Escala de observação de Yale para crianças com febre de origem indeterminada. EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO DA CABEÇA E PESCOÇO: na cabeça, deve avaliar crânio, fácies, cavidade oral, ouvido, olhos. Crânio (inspeção): simetria, tamanho, lesões. Palpação: consistência – diferenciar craniotabes fisiológica da craniotabes adquirida. Fontanelas: anterior (fecha com 18 meses) e posterior (já nasce fechada ou fecha até os dois meses), avaliar se a fontanela está normotensa, tensa/abaulada, deprimida. Palpação: suturas cranianas, avaliar se há um osso sobre o outro (cavalgadas) e se há presença de craniossinostose (fechamento prematuro das suturas). Cavidade oral: dentes – avaliar aspecto geral, cáries, abscesso dentários, malformações. Dentição: arcada superior e arcada inferior, avaliar se há atrasos da dentição. Pesquisar lesões típicas como candidíase, fenda labial, quelite. Orofaringe – avaliar palato (ver se há fenda palatina), úvula (pesquisar malformações), amigdalas. Ouvido: inspeção – verificar se há malformações. Palpação – pavilhão doloroso. Otoscopia: posição – lactentes em decúbito ou no colo da mãe, crianças maiores podem ficar sentadas. Membrana timpânica: avaliar os seguintes parâmetros de normalidade: côncava, translúcida, brilhante, coloração perolada, móvel. Olhos: inspeção,teste do reflexo vermelho para ver se há obstrução na passagem da luz na retina. Pescoço: formato, malformação. EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO DOS LINFONODOS: localização das cadeias linfonodais, avaliar de forma crânio-caudal. Características dos linfonodos: avaliar tamanho, consistência (fibroelástico ou endurecido), mobilidade, dor, fístulas. Sinais de alerta: neoplasias – linfonodos endurecidos, aderidos ao plano profundo, não doloroso a palpação. Linfonodo supraclavicular aumentado sempre é patológico. Linfonodo com tamanho aumentado ou paciente que já fez antibioticoterapia e o linfonodo continua aumentando. Por fim, se o paciente apresenta sintomas associados. EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO DO APARELHO CARDIOVASCULAR: Inspeção: malformação tórax, forma do tórax. Palpação do ictus: avaliar tamanho, propulsão, localização (faixa de normalidade depende da faixa etária). Frêmito: localização, qual etapa do ciclo cardíaco, intensidade. Ausculta: pode apresentar arritmia respiratória comum na pediatria, sopro inocente (características - sistólico, suave, curta duração, baixa intensidade, sem irradiação, criança muda a aposição muda a intensidade do sopro), sopro transitório (comum em RNs por conta do fechamento do canal arterial), extra-sístoles ventriculares isoladas (comuns em adolescentes) quando é normal, somem com o exercício físico/esforço. EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO: inspeção: padrão respiratório – avaliar respiração da criança, contar frequência respiratória, avaliar se há sinais de esforço respiratório. Ausculta: no dorso e no tórax, verificar se há estridor, ronco, sibilos, estertor. Palpação e percussão não é realizada de forma rotineira na pediatria. Além disso, deve examinar as particularidades dos órgãos genitais masculino e feminino. Verificar se há malformações, ambiguidade, lesões, pruridos, entre outros.
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