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Clínica Médica e Terapêutica dos Ruminantes Babesiose e anaplasmose Etiologia A Tristeza Parasitária Bovina é um complexo de doenças causadas por infecções com Babesia e Anaplasma, transmitidas por carrapatos (Boophilus microplus) e moscas hematófagas (Stomoxys calcitrans, tabanídeos, culicídeos), respectivamente. Babesia bigemina (protozoário) Babesia bovis (protozoário) Tristeza parasitária Anaplasma marginale (bactéria) bovina (TPB) Fonte: Figure: Babesia bovis–infected erythrocytes - MSD Veterinary Manual (msdvetmanual.com) Figure: Babesia bigemina-infected erythrocytes - MSD Veterinary Manual (msdvetmanual.com) Anaplasma marginale - an overview | ScienceDirect Topics Babesia motasi (protozoário) ovinos Babesia ovis (protozoário) e caprinos Epidemiologia Três situações epidemiológicas distintas para as babesioses e a anaplasmose podem ser observadas, e estão intimamente relacionadas à distribuição geográfica do vetor, Rhipicephalus (Boophilus) microplus. A ocorrência de babesiose está limitada a áreas onde o carrapato é encontrado. Já a anaplasmose pode ocorrer em áreas livres de carrapato, pois também pode ser transmitida mecanicamente por moscas hematófagas e fômites contaminados. As três situações epidemiológicas possíveis são: · Áreas livres: áreas sem a ocorrência do carrapato R. (B.) microplus, regiões de elevada altitude, onde o desenvolvimento do vetor é limitado pelo frio. · Instabilidade enzoótica: Rio Grande do Sul e Sertão Nordestino. No Rio Grande do Sul as condições climáticas determinam períodos mais ou menos longos sem a presença do carrapato R.microplus, transmissor desses agentes. Em consequência alguns animais não apresentam anticorpos contra Babesia spp. e Anaplasma spp., ou o nível de anticorpos contra a doença diminui consideravelmente favorecendo a ocorrência de surtos quando os animais entram novamente em contato com o agente. (FARIAS, 1995). No sertão nordestino, diferentemente do que acontece no Rio Grande do Sul, se encontra períodos prolongados de seca que também interferem no desenvolvimento do carrapato e podem levar à interrupção do ciclo de transmissão dos agentes de TPB deixando os animais mais susceptíveis. · Estabilidade enzootica: nestas áreas mais de 75% dos animais são expostos aos agentes de TPB antes dos nove meses de idade, e o risco de surtos é mínimo (Mahoney; Ross, 1972). Ciclo biológico Carrapato Fonte: Carrapato não tem pai? (independente.com.br) Ciclo biológico da Babesia sp. Fonte: NORMAS PARA DISSERTAÇÃO DO MESTRADO EM CIÊNCIA ANIMAL (embrapa.br) Ciclo biológico da Anaplasma marginale Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.vet.ufmg.br%2FDOWNLOAD.php%3Fo%3D8%26i%3D20170530112125%26a%3Destudo_epidemiolagico_e_econ%3Fmico_da_tristeza_parasitaria_bovina_em_u&psig=AOvVaw2VZP_y4fste_aqXD3Rk_jB&ust=1646601853003000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjIsbiH9K_2AhUAAAAAHQAAAAAQWA Sinais clínicos Tristeza Parasitária Bovina · Anemia hemolítica · Icterícia · Dispnéia · Taquicardia · Febre · Fadiga · Lacrimejamento · Sialorreia · Diarréia · Micção frequente · Anorexia · Perda de peso · Aborto · Às vezes agressividade · Podendo levar o animal à morte em menos de 24 horas Babesia spp. A suscetibilidade às infecções pelas Babesia spp. diminui com a idade, porém a gravidade da doença aumenta Babesia bigemina · Multiplicação no sangue dos vasos sanguíneos periféricos · Hemólise · Anemia · Icterícia · Hemoglobinúria · Febre elevada (41 °C) · Anorexia · Depressão · Fraqueza Babesia bovis (Babesia cerebral) · Multiplicação no sangue dos vasos viscerais · Incoordenação motora · Hipermetria · Opistótono (espasmo da coluna vertebral) / paralisia de língua · Cegueira · Tremores musculares · Pressão da cabeça contra objetos · Andar em círculos · Agressividade · Coma Anaplasma marginale · Temperatura retal aumenta lentamente e raramente ultrapassam 40,5 °C · Anemia · Icterícia · Aborto · Hemólise intensa · Emaciação (perda de massa muscular e de gordura) · Fígado aumenta e com coloração alaranjada · Rins congestos · Hemorragias no miocárdio Diagnóstico Laboratorial · Esfregaço sanguíneo de ponta de orelha – Giemsa · Exame histopatológico baço, fígado e medula óssea fixados em formol · Achados: eritrócitos rompidos, protozoário ou bactéria dentro da célula sanguínea Diferencial Babesiose Anemia, hemoglobinúria,icterícia · Hemoglobinúria Bacilar · Intoxicação por Cobre · Intoxicações por Plantas: Indigofera suffruticosa · Intoxicação por Pteridium aquilinum Babesiose cerebral · Raiva bovina · Encefalopatia hepática · Polioencéfalomalácia Anaplasmose (icterícia) · Fotossensibilização Tratamento · Transfusão sanguínea · Derivados de Diamidina (Babesicida) · GANASEG® · B. bigemina: dose de 3 a 3,5 mg/kg – IM – Dose única · B. bovis: 2 a 3 aplicações com intervalo de 24 horas · Tetraciclina (Anaplasmicida) · TERRAMICINA LA® · 20 mg/kg, com uma segunda aplicação 3 a 5 dias após · Imidocarb (Anaplasmicida e babesicida) · Imizol® (Atenção) · 1,2 a 3 mg/kg – SC – dose única Profilaxia · Quimioprofilaxia: a fim de evitar a manifestação clínica da doença · Vacinação: preparadas com os agentes da TPB atenuados B. Bigemina e B. bovis; Anaplasma centrale. Uso das vacinas associadas ao manejo racional. Vacinas moleculares (DNA recombinado). referências KENNETH, W. H.; PETER, D. C.; STANLEY H. D.; WALTER, G. (2010). CLÍNICA VETERINÁRIA - UM TRATADO DE DOENÇAS DOS BOVINOS, OVINOS, SUÍNOS, CAPRINOS E EQUINOS. 9°Edição. Rio de Janeiro: Editora, 2010. MANICA, S. (2013). Tristeza parasitária bovina: revisão bibliográfica. Trabalho de conclusão de graduação. Universidade Federal do Rio Grande do sul. Faculdade de Veterinária. Curso de Medicina Veterinária. URI: http://hdl.handle.net/10183/80755. SANTOS, L. R. dos; GASPAR, E. B.; BENAVIDES, M. V.; TRENTIN, G. (2019). Tristeza Parasitária Bovina - Medidas de controle atuais. In: ANDREOTTI, R.; GARCIA, M. V.; KOLLER, W. W. (Ed.). Carrapatos na cadeia produtiva de bovinos. 87-97. Embrapa, Brasília, DF. URL: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194271/1/Tristeza-parasitaria-bovina.pdf. VIDOTTO, O. & MARANA, E. R. M. DIAGNÓSTICO EM ANAPLASMOS E BOVINA. Ciência Rural [online]. 2001, v. 31, n. 2, pp. 361-368. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-84782001000200028.
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