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RESUMO Febre Aftosa

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FEBRE AFTOSA 
 
● Talvez umas das doenças mais importantes na veterinária e talvez da                     
humana, em virtude da capacidade de disseminação/transmissão dessa               
doença  
● As doenças vesiculares que resumimos anteriormente irão servir agora                 
como diferencial  
● Santa Catarina é livre da vacinação 
● É uma doença complexa em virtude da sua capacidade de ser transmitida                       
de uma forma muito rápida, por isso da febre aftosa  
● É uma zoonose “menor” - significa que é uma zoonose de baixa frequência,                         
ou seja, ela acomete um pequeno número de indivíduos, no caso humanos,                       
mas mesmo assim ela ainda apresenta esse potencial de infectar pessoas   
 
DEFINIÇÃO​: 
● Doença infectocontagiosa de etiologia viral  
● Acomete ​animais domésticos e selvagens ​biungulados ​(pelo menos dois                 
dígitos)​ tanto animais ​domésticos ​quanto animais ​selvagens 
● Bovinos  
● Suínos  
● Caprinos  
● Ovinos  
● Búfalos  
● Caracterizada por lesões vesiculares - são ​aftas, lesões vesiculares que                   
tendem a aumentar seu volume, elas estouram e geram ulcerações, e isso                       
gera um desconforto nos animais. 
● Vai haver lesões vesiculares em ​diferentes regiões, como:  
● Mucosas oral 
● Mucosa nasal 
● Língua 
● Região coronária dos cascos e espaço interdigital 
 
 
● Rápida disseminação  
● Perdas econômicas significativas ​(essas perdas são basicamente descritas               
pelo fato do fechamento de mercados e exportações, porque os países que                       
apresentam foco de febre aftosa eles têm os mercados fechados,                   
justamente por se tratar de uma doença que se dissemina rapidamente, os                       
mercados impedem a entrada de qualquer material de qualquer produto                   
de origem animal) 
● Zoonose “menor” ​- significa que é uma zoonose de baixa frequência, ou                       
seja, ela acomete um pequeno número de indivíduos, no caso humanos,                     
mas mesmo assim ela ainda apresenta esse potencial de infectar pessoas 
- SC é livre da vacinação da febre aftosa 
 
Sinonímias​: – Glosopeda – Foot and Mouth Disease (FMD) - ​doenças dos                       
pés/bocas pois as lesões podem ser encontradas com maior frequência nesses                     
locais, lesões vesiculares 
 
Histórico na América do Sul:  
– Doença reconhecida em 1870  
– Surtos na província de Buenos Aires, Chile, Uruguai e Sul do Brasil  
– Franca expansão => 1960 praticamente toda a América do Sul (menos                       
Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Patagônia Argentina) 
– Ocorrência da doença no Brasil: criação do Ministério da Agricultura e                       
Pecuária (1909) 
 
– 1970 => Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA)  
 • Decisões políticas dos setores públicos e privados  
 • Novas técnicas de diagnóstico  
 • Uso da vacina com adjuvante oleoso  
 • Estratégias regionais  
=> Melhoria da situação epidemiológica na década de 1990 
– 2000-2001 => surtos na Argentina, Uruguai e Sul do Brasil 
– 2004: Pará 
 
– 2006: Mato Grosso do Sul (último foco no Brasil) 
Restrições impostas à exportação de produtos de origem animal 
Rebanho bovino e bubalino atual: mais de 218 milhões de cabeças 
 
 
ETIOLOGIA:  
● Família Picornaviridae  
● Gênero Aphthovirus​ (já vem na nossa cabeça as aftas) 
● RNA vírus não envelopado de fita simples ​(​não envelopado logo ele é mais                         
resistente ao ambiente e a dessecação, estando presente em materia                   
orgânica e água principalmente​) 
• ​Proteínas virais: VP1, VP2, VP3 e VP4 (elas vão ser importantes para                         
mecanismos da sua patogenicidade viral) 
 
 
● Sete sorotipos: ​A, O, C​, ASIA1, SAT1, SAT2 e SAT3 (Ele apresenta diferentes                         
sorotipos, mas no brasil A,O e C são os mais frequentes)  
- ​Vacinação contra um sorotipo não confere proteção contra outro -                     
apesar de serem sorotipos essa proteção cruzada entre eles é                   
pequena ou inexistente,uma vacina não imuniza a outra 
- Devido variações em um mesmo sorotipo  
 
 
 
 
● Vírus epiteliotrópico (adsorção a receptores) - ele apresenta tropismo,                 
predileção por células epiteliais e as proteínas de anteriormente,                 
juntamente com a ação de integrinas elas favorecem a adsorção a                     
receptores desse vírus a células epiteliais, então o vírus consegue se                     
interiorizar nos epitélios, principalmente quando falamos em estrato               
granuloso   
● Capsídeo viral é sensível a pH ácido e à temperatura elevada ​- quando                         
falamos em pH ácido, se pensarmos em consumo da carne animal positivo                       
para febre aftosa, a gente sabe que durante o processo de maturação da                         
carne é comum que ocorre a elevação do pH, então quando a carne é                           
maturada o vírus pode ser inativado, mas se a carne for congelada após                         
abate é possível que o vírus permaneça ativo nessa carcaça mesmo                     
congelada, por isso se restringem no mercado pois ele pode permanecer                     
na carcaça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA  
 
● Doença mais impactante na área de Defesa Sanitária Animal => pecuária                     
de corte e de leite  
● Pertence ao ​Código Zoosanitário Internacional da OIE (​doença de                 
notificação obrigatória​) 
● Países não livres:​ ​restrições à exportação de produtos de origem animal 
● Enzoótica em muitas partes do mundo  
● Partes tradicionalmente livres: Austrália, Nova Zelândia, Japão, países da                 
América Central e do Norte, pequenas ilhas da Oceania, Islândia e                     
Groenlândia ​- ​A ​ilhas são muito importante quando falamos em febre                     
aftosa, devida a natureza contagiosa desse vírus, muitos experimentos                 
realizados eles são feitos em ilhas, justamente para que esse vírus fique                       
isolado nessas ilhas. Os EUA destinaram uma ilha só para fazer                     
experimentos de febre aftosa e é utilizada até hoje 
 
● Erradicada há mais de 130 anos nos EUA  
● Canadá sem casos desde 1952  
● México sem casos desde 1954 
● Ásia, África e América do Sul: ainda com casos 
 
● Maio de 1998: SC e RS reconhecidos internacionalmente como livres de                     
febre aftosa sem vacinação, no entanto em 2000... 
● Tipos virais envolvidos em focos no Brasil: ​A, O e C e esses podem surgir                             
em pequenos focos e surtos de 6 em 6 anos aproximadamente 
 
● No entanto em 2000: houve um foco em Joia-RS ​=> em propriedades                       
leiteiras familiares, e isso ocorreu após notificações de animais positivos                   
na Argentina (nesta o RS perdeu essa certificação de ser livre da febre                         
aftosa) - mas vejam, não é uma doença tão agressiva, as lesões são                         
basicamente aftas, são vesiculas que se rompem e que ocorre na boca nos                         
pés, no então elas têm importância por conta da capacidade de                     
 
transmissão, se ela afeta vários animais acaba ocorrendo perdas                 
produtivas, por isso ser tão importante 
- 1.719 propriedades interditadas  
- 11.149 soros testados de bovinos, 1.605 ovinos e 41 caprinos 
- Sacrifício de inúmeros animais positivos e contactantes 
- Custo de US$ 2,950 milhões em indenizações e US$ 1,150 milhão em                       
outros serviços  
 
● ​Março de 2018: ato solene em Brasília - ​Brasil livrede Febre Aftosa, com                             
vacinação  
● Esse reconhecimento pela OIE: maio de 2018 - ​com exceção de SC que é                           
livre ​sem ​vacinação 
 
 
● Animais biungulados :​ ​suscetíveis 
● Equídeos, cães e gatos => ​refratários 
● Doença altamente ​transmissível  
- Vírus eliminado por ​todas as secreções e excreções (desde fezes,                   
secreções nasais, sêmen, leite) 
- ​24 horas antes dos sinais clínicos​, o vírus já pode estar sendo                         
eliminado 
- Uma vez estando contaminado pode ocorrer contaminação de água,                 
alimentos e fômites, ​aumentando ainda mais a capacidade de                 
transmissibilidade desse vírus 
● Leite:​ eliminação viral até ​4 dias antes do início dos sinais clínicos 
● A forma mais comum é por ​contato direto ou por fomites contaminados  
 
 
 
 
 
 
 
TRANSMISSÃO  
 
● Contato direto​ (uma das formas mais comuns) 
● Grande eliminação viral pela expiração - ​então por meio de aerossóis,                     
umas característica é que as vesículas se forma na cavidade nasal/oral, e                       
então na medida que ​as vesículas se rompem o vírus ganha o ambiente da                           
forma de aerossóis ​tendo essa ​grande capacidade de disseminação​, e                   
essas vesículas, uma vez que estão cheias de conteúdo/fluídos, ​elas                   
apresentam uma grandeee quantidade de vírus presente​. Esse conteúdo                 
das vesículas também será uma importante amostra para diagnóstico, por                   
conta da sua carga viral.   
● ​Aerossóis ​=> muito importante para ​bovinos e ovinos ​(e para suínos?                       
Suínos são um pouco mais resistentes em relação aos aerossóis, ou seja,                       
essa resistência seria que eles exigem uma maior quantidade de partículas                     
virais em suspensão para que se infectam por essas áreas erógenas, mas                       
uma vez infectados eles eliminam muito mais partículas virais do que                     
qualquer outra espécie.  
● E a infecção pode ser tanto por Infecção pelo epitélio danificado ou por via                           
oral 
 
● Menos suscetíveis à infecção aerógena​ (suínos) 
- Mas uma vez infectado, o suíno, eles eliminam muito mais                   
partículas virais do que qualquer outra espécie 
- Estágio agudo da doença => e​liminam 3.000 mais partículas virais                   
por aerossóis  
● Infecção epitélio danificado ou via oral - mais uma vez falando que são                         
importantes fontes de infecção 
 
 
 
 
 
 
 
Estamos diante de um ​foco inicial -             
um foco é quando há um animal ou               
vários acometidos - uma vaca, uma           
ovelha, um suíno ou vários         
acometidos, devido a alta       
morbidade da doença e a distância           
dotada na erradicação.  
Se a propriedade do seu João tem um foco inicial de febre aftosa, fomos                           
chamados e observamos que os animais apresentavam lesões vesiculares na                   
região da coronária dos cascos, na cavidade oral e nasal. ​Qual é a distância que                             
esse vírus consegue se disseminar? ​Lembrando que estamos diante de uma                     
doença altamente transmissível, altamente contagiosa e que necessita de um                   
controle e erradicação. Então precisamos isolar essa área, o que tem se falado é                           
que o vírus consegue se disseminar por aproximadamente ​10km (dispersão viral                     
10km), ​então quando estamos diante de um foco, todas as propriedades em um                         
raio de 10km devem ser isoladas, pois contaminar essas propriedades vizinhas, e                       
na medida que isso for se propagando, essa raio vai aumentando. 
No entanto algumas características como: ​T°, umidade e a velocidade dos                     
ventos - podem aumentar ainda mais a capacidade de dispersão do vírus, então                         
dependendo da região e do relevo, quem sabe precisaremos aumentar ainda                     
mais o raio de controle desse foco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Animal infectado ​(é a nossa fonte de infecção) ​– e quando ele é ​abatido                            
ou sacrificado, temos algumas características a serem levadas em                   
considerações 
● Toda carne e órgãos contém o vírus, todo o organismo dele é positivo                         
para a febre aftosa, ​então existem três possibilidades: 
1. Carcaça congelada antes do rigor mortis -  
- O vírus permanece infectante para as espécies suscetíveis, ou seja,                   
consegue permanecer na carcaça, pois não ocorre maturação               
dessa carne, então isso não foi efetivo na inativação do vírus.  
- Um exemplo disso são os suínos alimentados com resto de                   
alimentos, como resto de carcaças. Então os suínos podem se                   
infectar com o vírus da febre aftosa, eles são sensíveis e j´pa                       
sabemos que um suíno infectado é uma importante fonte de                   
disseminação desse vírus  
2. Carcaça maturada  
- A maturação da carcaça, ela produz o ​ácido lático que atua na                       
inativação do vírus , ​então depois dessa maturação podemos                 
consumir a carne pois o ácido lático já inativou o vírus 
- Exceção​: ​ossos, tecidos glandulares e medula óssea - no entanto,                   
apesar dessa maturação e essa inativação viral pelo ácido lático o                     
vírus não é inativado e vai permanecer viável dessas exceções 
3. Medida de segurança  
- Comércio da carne então ​livre de ossos !!! 
- Então essa carne pode ser comercializada desde que submetida a                   
maturação 
- É então essa a medida de segurança para controlar a transmissão                     
da febre aftosa  
- Ossos e tecidos glandulares devem ser removidos da carcaça que                   
será comercializada  
 
 
  
 
● Leite: Também pode atuar como uma fonte de infecção uma vez que o                         
vírus é eliminado no leite. É potencialmente infectante para bezerros e                     
leitões, principalmente leite que não é tratado, pasteurizado e é fornecido,                     
atuando como uma fonte de transmissão da doença 
● Sêmen/Oócitos  
● Rios e riachos ​- são importantes quando falamos em carcaça que                     
acabaram morrendo próximo desses riachos, podendo servir de               
contaminação por conta da dessedentação de animais infectados, onde o                   
vírus pode permanecer por longos períodos 
● Seres humanos ​- manipulação - humanos também podem se infectar,                   
principalmente indivíduos que manipulam animais infectados, podem se               
infectar pelas mães, vestimentas, calçados ou por meio da via respiratória.                     
Além disso podem carrear o vírus mecanicamente de um local para outro,                       
então o ser humano pode atuar como uma importante rota de                     
transmissão 
● Fômites 
● Veículos ​- é que o veículo precisa entrar em contato com um animal                         
infectado ou algumas superfície contaminada. Mas já foi descrito na                   
literatura que caminhões de leite foram implicados na disseminação do                   
vírus em vários episódios, inclusive em uma grande epidemia que ocorreu                     
na inglaterra, por isso veículos podem ser mecanismos de transmissão  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOGENIA 
 
 
 
● Há um processo de ​viremia​, então o vírus passa para a corrente sanguínea                         
e vasos linfáticos  
● A partir dai ele começa a infectar outros tecidos (cavidade oral, patas,úbere e rúmen) 
● Essas vesículas tendem a aumentarem de tamanho e ficarem repletas de                     
fluídos 
● Lembrar que as aftas geram um grande desconforto nos animais, a                     
claudicação é um exemplo, elas sentem muita dor com essas vesículas                     
que estouram na coronária dos cascos, o excesso de salivação esta                     
associada a inúmeras aftas na cavidade oral, sentem muita dor até deixam                       
de comer  
● A medida que elas vão se rompendo a o aparecimento dos sinais clínicos 
● Até a cura completa, ele pode permanecer no animal até um ano  
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
● São importantes para suspeita 
- No entanto o diagnóstico laboratorial é imprescindível- Pois há                 
outras doenças que também causam aftas/vesículas até mesmo               
nos mesmo locais, então o diagnóstico laboratorial é muito                 
importante para diferenciar 
● Período de Incubação 
- Depende da espécie 
- 2-14 dias (bovinos); 
- 3-8 dias (ovinos e caprinos);  
- 1-9 dias (suínos) 
● As lesões são mais evidentes em bovinos leiteiros de alta produção e                         
suínos criados de modo intensivo 
- Bovinos leiteiros e suínos altamente produtivos, criados de forma                 
intensiva apresentam sinais clínicos de forma mais evidente 
- Esses sinais clínicos são Lesões graves e debilitantes que estão                   
associadas a formação de vesículas, úlceras e crostas  
 
BOVINOS 
● Poder ter ​febre de 40°C por 2 dias 
● Vesículas que se formam na língua, palato duro, gengiva, no palato mole                       
(uma particularidade é que não apresenta lesões apesar disso apresenta                   
uma grande quantidade de virus), l​ábios, focinho, espaço interdigital e                   
tetos  
● Epitélio da língua se desprende e sangra ao exame - já que o vírus é                             
epiteliotrópico acometendo o extrato espinhoso do epitélio formando               
essas vesículas e o epitélio começa se desprender, é possível remover                     
esse epitélio da língua e abaixo deste há essas regiões que sangram muito                         
e sentem muita dor 
● Bezerros jovens, cordeiros e cabritos podem morrer sem apresentar                 
sinais (miocardite – “coração tigrado”) - ​febre aftosa pode causar em                     
 
animais jovens miocardite podendo eles morrerem sem ao menos terem                   
sinais clínicos e morrer antes do aparecimento das vesículas por conta                     
dessa miocardite (coração tigrado) 
 
● Qual característica é a mais importante? ​Sem dúvidas, a formação das                     
vesículas nas diferentes regiões do organismos desses animais, no iniciam                   
são vesículas depois estouram gerando ulcerações 
● Imagem mostram o epitélio da língua se soltado - a dor que esse animais                           
sentem é grande, por conta disso eles deixam de comer, vão ter salivação                         
excessiva justamente por causa das lesões que incomodam  
● Infecção aguda: descarga nasal mucosa/mucopurulenta - vai estar               
associada a infecções secundárias e isso piora o quadro, 
● Sialorréia profusa​ - saliva excessiva  
● Úlceras ​recobertas por pus e material necrótico 
● Cura das lesões vesiculares é rápida- o que vai influenciar essa cura                         
rápida é não haver contaminantes secundários  
● Erosões ​são recobertas por ​fibrina 
 
● Vesículas no espaço interdigital:       
associadas a contaminação secundária 
- Claudicação crônica 
● Crescimento anormal dos cascos       
(“achinelamento”) 
 
 
 
 
 
 
● Também acontece desprendimento do       
epitélio 
● Uma característica para chamar a nossa           
atenção é que lesões em fase inicial são               
difíceis de serem percebidas e as vezes             
precisamos rebater os pelos da região para             
identificar lesões  
 
● Vesículas e úlceras nos tetos 
- Dificuldade de amamentação 
- Queda de produção 
- Mastite (contaminação por contaminantes ambientais) 
● Lembrar de quando falamos do ​Herpesvírus tipo 2​, ele também causa                     
vesículas nos tetos pela ​Mamilite Herpética - podendo ser um diagnóstico                     
diferencial quando falamos de acometimento da glândula mamária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEQUENOS RUMINANTES  
● ​Ovinos e caprinos ​-> ​Claudicação é o sinal mais comum, quando falamos                         
em pequenos ruminantes sem dúvidas a claudicação é o sinal mais                     
importante 
● Podem apresentar ​Febre ​(sinal comum quando começa a ocorrer a                     
viremia) 
● E esses animais tendem a se ​isolarem do rebanho - mas isso é um sinal                                
inespecífico, qualquer animal doente acaba fazendo isso 
● Mas a cavidade oral também pode ser acometida, assim como a cavidade                       
nasal, e também podem apresentar a sialorréia profunda   
 
SUÍNOS  
● Sinais mais evidentes (principalmente animais de alta produção) 
● Claudicação 
● Febre - suíno com febre tende a se amontuar  
● Letargia, anorexia, amontoados 
● Lesões vesiculares em casco e focinho  
● Queda das unhas - em condições mais extremas, que também vai ta                       
associado ao caso da claudicação 
● Necrose da região interdigital e coronária dos cascos  
 
● Lesões de necrose na região da coronária dos cascos e interdigital - o que                           
vai chamar nossa atenção é a claudicação 
● Focinhos e cavidade oral também são acometidos 
 
● Vai ficando mais feio, vai formando crostas e depois de toda essa piora o                           
animal tende a se recuperar, claro que isso se não ocorrer contaminações                       
secundárias  
● Inclusive essas lesões que ele mostrou até agora podem surgir no rúmen                       
dos bovinos  
 
 
DIAGNÓSTICO 
● Laboratorial é fundamental 
- É fundamental pois como comentamos temos inúmeras outras doenças                 
com sinais clínicos semelhantes  
- Capacidade de disseminação do vírus  
- Embargos internacionais 
- O que poderíamos pensar como diagnósticos diferenciais​? 
– Estomatite vesicular 
– Exantema vesicular e doença vesicular dos suínos;  
– IBR 
– Língua azul 
– BVD: da ​mamilite herpética causado por herpesvírus tipo 2 
– Doença das mucosas 
 
 
 
● Peguei um animal com suspeita de lesão vesicular, vamos ter que                     
investigar isso mais a fundo  
● Se eu ​descartei a possibilidade de doença vesicular​, vou seguir com meu                       
diagnóstico diferencial  
● Caso seja ​provável ser uma doença vesicular​, avalie e ele apresenta                     
vesículas na região dos cascos e também na cavidade oral - Então vamos                         
investigar - Se eu ​descartei no meu exame laboratorial a febre aftosa ​-                         
sigo para meu ​diagnóstico diferencial ​// ​caso no exame laboratorial seja                     
confirmado para febre aftosa - ai vamos ​adotar medidas de controle de                       
erradicação do foco  
 
 
 
Aqui chamo a atenção: por que           
o ​equino ​não é acometido? pois           
e​le não é biangulado 
Chamo a atenção também para         
que as lesões podem       
apresentar na forma de       
vesículas, de úlceras, pápulas,       
crostas ​- e ​cada uma dessas           
doenças tem um perfil, ​no         
tentato todas elas podem atuar         
como diferencial  
A febre aftosa também afeta         
humanos mas não está       
marcado na tabela, pois ela é           
uma zoonose menor como já sabemos.  
 
 
 
 
 
● Laboratórios oficiais - Pernambuco e Pará, é onde temos esses                   
laboratórios oficiais 
● Alto nívelse segurança, os laboratórios têm justamente porque estamos                   
manipulando um material altamente contagioso  
● Caso suspeito: ​Med.V da Defesa Sanitária devem ser acionados e                   
realizaram colheitas de amostras 
● Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa ​(PNEFA) -                     
CAI EM PROVAS DE CONCURSO, LER MAIS A FUNDO 
 
● Para o diagnóstico precisamos da ​Identificação viral 
● Tecido de eleição: ​epitélio de vesículas íntegras ​(mín. 2g ou fragmento de                       
2cm3 )​, ou que se romperam recentemente ​- isso pois o conteúdo dentro                         
dessas vesículas contêm uma grande quantidade de material viral, então                   
ou a gente coleta esse conteúdo ou coletamos o epitélio dessas vesículas  
● Adição de líquido conservante 
- Meio de Vallée pH 7,6 ou tampão de glicerina fosfatada 
● A vesículas precisam ser lavadas apenas com água antes da coleta do                       
material 
● Amostras de fluido esofágico-faríngeo 
● Tecido de miocárdio  
● Fragmentos da glândula mamária ou tecido podal  
- todos esses podem ser coletados como amostras  
● Locais de colheita de lesões: ​Lavados com água limpa, sem uso de                       
desinfetantes/sabão 
● Frascos, identificação e refrigeração das amostras 
● Enviado aos Laboratórios oficiais  
● Animais suspeitos: ​ Isolados e identificados pelo serviço oficial  
 
 
 
 
 
● Avaliação de anticorpos: ELISA e Soro Neutralização (esses dois teste são                     
importantes porque eles fazer a ​diferenciação de animais vacinados de                   
não vacinados) - essa diferenciação é feita pelo fato de que o vírus da                           
vacina ela não deve se replicar no animal, então uma vez que não tenha                           
replicação do vírus no animal ele não produz as 8 proteínas estruturais e                         
consequentemente não há formação de AC específicos contra o vírus e                     
sim contra a vacina e isso permite a diferenciação de uma amostra vacinal                         
para uma amostra de campo 
● Pesquisa viral em líquido ​esofágico-faríngeo (​Técnica de Probang​); ou por                   
inoculação em células 
● Tipificação viral:​ fixação de complemento e ELISA 
● Detecção de vírus inativado: ​RT-PCR / RT-qPCR 
● Descrição detalhada das técnicas diagnósticas: www.oie.int 6 
 
 
Material para realizar a       
técnica de Probang​, esse           
copinho vai raspar o esofago         
e a faringe e então ele acaba             
coletando o material e       
fragmentos celulares  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO  
 
● Considerando alta morbidade e aspectos econômicos - ​CONTRAINDICADO               
não se indica tratamento  
● O que deve ser feito então- Animais positivos devem ser destinados ao                       
abate sanitário 
 
PROFILAXIA E CONTROLE 
 
● Medidas gerais e específicas (PNEFA)  
● Vacinação 
● Onde ainda é necessário: ​vacinas oleosas (melhor imunização)               
É descrito que o oleoso proporciona melhor imunização em                 
comparação com outros adjuvantes e essas vacinas sofrem               
um controle rigoroso do MAPA  
● Cepas virais contidas nas vacinas são de acordo com                 
região/país  
● Brasil: ​aqui no Brasil ela é trivalente ​cepas O1 Campos, A24                     
Cruzeiro e C3 Indaial ​lembrando que A,O e C são as mais                       
presentes e a vacina trivalente contempla os três  
 
O ​esquema de vacinação​,       
cada região apresenta     
algumas estratégias. 
Olhando para SC é uma zona           
livre sem vacinação, mas no         
mapa mostra os esquemas       
de vacinação realizados.  
 
 
 
 
 
Vacinação 
● Tábua do pescoço (1/3 médio)  
● IM (intra-muscular) nos adultos ou SC (subcutânea) na primovacinação 
● Suínos, ovinos e caprinos – sentinelas, eles podem ser vacinados mas no                        
entanto isso não é indicado pois essas espécies atuam como sentinelas do                       
vírus, então não se indica vacinar eles, a não ser que esses animais                         
estejam em regiões de alto risco ou em áreas consideradas não livres, pois                         
nesses casos ela é indicada  
- Por que eles servem como sentinelas? Pois nessas espécies não ocorre                     
infecção persistente, nem estado de portador, então se ele se infectar com                       
o vírus ele apresenta sintomatologia clínica, por isso a importância de nós                       
termos esses sentinelas  
 
Problemas da vacinação  
● Dificuldade manejo  
● Estresse dos animais e perda peso 
● Falta preparo de alguns produtores 
● Reações locais/abscessos/transmissão de patógenos 
● Perda de mercados importadores promissores 
 
Vacinação 
● PNEFA - MAPA (2017-2026)​- Prevê ​suspensão completa da vacinação no                   
país ​e o reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa sem                       
vacinação até 2023 
● Processo gradual e regionalizado - ​Brasil foi dividido em blocos  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda das ações  
A​: Implementação dos 
compromissos e ações prévias       
pactuadas  
B​: Comunicação à OIE e Suspensão           
de vacinação 
C​: Vigilância Soroepidemiológica 
D​: Reconhecimento pelo MAPA e         
encaminhamento de pleito à OIE  
E​: Avaliações e reconhecimento       
pela OIE  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE E ERRADICAÇÃO DE FOCOS  
 
● Doença de ​notificação compulsória  
● Foco/surto – comunicar OIE em até 48h 
● América do Sul: ​Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa                   
(PHEFA) ​Plano de ação 2011-2020 ​(new.paho.org/panaftosa/) 
 
● Notificação oficial e interdição das propriedades​ pelas autoridades oficiais  
● Animais suspeitos/positivos  
● Interrupção imediata do tráfego de animais  
● Abate sanitário​ de animais confirmados, contactantes e suscetíveis 
● Incineração/enterro​ das carcaças em valas profundas 
● Local apropriado (na própria propriedade e em propriedades               
circunvizinhas)  
 
● Bloqueio de estradas e rodovias​ de acesso ao local 
● Restrição ao trânsito de pessoas 
● Desinfecção​ de veículos e das instalações 
● Uso de desinfetantes em rodolúvios e pedilúvios  
 
● Após abate sanitário 
● Propriedades mantidas ​livres de animais suscetíveis por no mínimo                 
seis meses 
● Depois disso há um reintrodução de Animais ​sentinelas (suínos não                   
vacinados​) ​=> ​introduzidos ​=> ​e houver ausência de doença ​=>                   
liberação da propriedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE PÚBLICA  
● Zoonose de baixa frequência 
● 40 casos descritos no mundo 
● Humanos: hospedeiros acidentais 
● Contato direto com conteúdo das vesículas; ​ingestão de leite e carne de                       
animais infectados  
● A maioria das pessoas não apresenta sinais clínicos evidentes  
 
● Sinais clínicos  
● Febre 
● Dor de cabeça  
● Mialgias e inapetência 
● Formação de vesículas e aftas na boca, nas mãos e nos pés 
● ​Evolução benigna, a menos que ocorram infecções secundárias  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO COMPLEMENTAR 
 
Importância  
A febre aftosa (FA) é uma ​doença vira​l altamente contagiosa que afeta                       
principalmente espécies ​biunguladas domésticas e silvestres​.  
Embora os animais adultos geralmente se recuperem, ​a taxa de                   
morbidade é muito alta em populações suscetíveis, e dor e desconforto                     
significativos ocorrem em algumas espécies. As sequelas incluem diminuição da                   
produção de leite, dano permanente do casco e mastite crônica. Taxas de                       
mortalidadeelevadas podem às vezes ocorrer em animais jovens ou em                     
algumas populações de animais silvestres​. 
A febre aftosa é encontrada em todo o mundo; no entanto, já foi                           
erradicada de algumas regiões, incluindo toda a América do Norte e Europa                       
Ocidental. ​Onde é endêmica, esta doença é um dos principais entraves para o                         
comércio internacional pecuário​. A menos que sejam tomadas precauções                 
rigorosas, a febre aftosa pode ser facilmente reintroduzida em regiões livres de                       
doenças através de animais ou de seus produtos e subprodutos. ​Uma vez                       
introduzido, o vírus pode se espalhar rápido, principalmente se a densidade de                       
animais for alta ou a se detecção for tardia.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Etiologia  
O vírus da febre aftosa (VFA) é do gênero ​Aphthovirus na família                       
Picornaviridae.  
Existem sete principais sorotipos virais: ​O, A, C​, SAT 1, SAT 2, SAT 3 e Ásia                               
1. ​O sorotipo O é o mais comum em todo o mundo​. Outros sorotipos também                             
causam surtos graves; entretanto, o sorotipo C é incomum e não foi relatado                         
desde 2004.  
Enquanto a maioria das cepas afeta todas as espécies hospedeiras                   
suscetíveis, algumas têm uma gama de hospedeiros mais restrita ​(sorotipo O                     
cepa Cathay, que afeta apenas suínos)​. ​Não há imunidade cruzada entre                     
sorotipos.  
 
Espécies afetadas  
O VFA afeta principalmente mamíferos biungulados​. Acredita-se que a                 
maioria das espécies nesta ordem sejam suscetíveis em algum grau. Os                     
hospedeiros pecuários mais importantes incluem ​bovinos, suínos, ovinos,               
caprinos, bubalinos.​. O bovino é um importante hospedeiro de manutenção na                     
maioria das áreas, mas alguns vírus são adaptados aos suínos, e alguns isolados                         
podem circular em búfalos. Não se sabe se os pequenos ruminantes podem                       
manter o vírus durante longos períodos se não houver bovinos.  
.  
 
Transmissão  
O VFA pode ser encontrado ​em todas as secreções e excreções de animais                         
com infecção aguda​, incluindo ​ar expirado, saliva, leite, urina, fezes e sêmen,                       
bem como no fluído de lesões vesiculares associadas à febre aftosa e em líquido                           
amniótico e fetos abortados em ovinos.  
A quantidade de vírus propagada por cada via pode ser influenciada pela                       
espécie hospedeira e pela cepa viral. Os ​suínos produzem grandes quantidades                     
de vírus por aerossol, e a presença de grandes plantéis de suínos infectados                         
pode aumentar o risco de propagação pelo ar. A produção de pico de vírus                           
 
geralmente ocorre ​quando as lesões vesiculares se rompem e a maioria dos                       
sinais clínicos aparece​.  
No entanto, alguns animais podem liberar o vírus por até quatro dias                       
antes do aparecimento dos sinais clínicos​. O vírus ​pode entrar no organismo por                         
via respiratória ou digestória, ou por abrasões cutâneas e membranas mucosas​.  
A susceptibilidade a cada via de entrada varia entre as espécies. Os                       
bovinos são principalmente susceptíveis ao vírus na forma de aerossol, enquanto                     
os suínos necessitam de doses muito mais elevadas para serem infectados desta                       
maneira​. Em ovinos, foi demonstrado que o ​VFA atravessa a barreira placentária                       
e infecta o feto​.  
A transmissão mecânica por fômites, vetores e reservatórios é importante                   
para este vírus. A transmissão pelo ar pode ocorrer em condições climáticas                       
favoráveis, com alguns vírus se espalhando por longas distâncias,                 
particularmente pela água. Entretanto, os vírus da febre aftosa raramente viajam                     
através de aerossois por mais de 10 quilômetros sobre a terra.  
Há pouca informação sobre a sobrevivência do vírus da febre aftosa no                       
meio ambiente, mas a maioria dos estudos sugere que ele permaneça viável, em                         
média, por três meses ou menos. Em climas muito frios, sua sobrevivência até                         
seis meses pode ser viável. A estabilidade do vírus aumenta em temperaturas                       
mais baixas; em meio de cultura celular a 4°C o vírus pode permanecer viável por                             
até um ano.  
A presença de material orgânico, bem como a proteção contra a luz solar,                         
pode promover uma sobrevivência mais longa. O ​VFA é sensível ao pH​, ​sendo                         
inativado em faixas inferiores a 6,0 ou superiores a 9,0​. ​Este vírus pode persistir                           
na carne e em outros produtos de origem animal enquanto o pH permanece                         
acima de 6,0; mas é ​inativado pela acidificação dos músculos durante o rigor                         
mortis​. ​Como a acidificação não ocorre desta maneira em ossos, órgãos e                       
glândulas, o VFA pode persistir nesses tecidos​. 
 
 
 
 
​Humanos como vetores da Febre Aftosa ​- As pessoas podem atuar como                          
vetores mecânicos do vírus da febre aftosa, carreando o vírus nas roupas ou na                           
pele. O vírus também pode ser transportado por algum tempo nas vias nasais,                         
embora vários estudos afirmam que o transporte prolongado é improvável.. Em                     
outro estudo recente, os ácidos nucleicos do vírus da febre aftosa (sorotipos O ou                           
Asia 1) foram encontrados em apenas uma pessoa testada 16-22 horas após a                         
exposição a animais infectados e não foi possível isolar o vírus vivo desta                         
amostra. Tendo em vista que fatores como a desinfecção de instalações ou o não                           
cumprimento dos protocolos de higiene pessoal e biossegurança também                 
poderiam influenciar na transmissão aos animais, esses estudos podem não se                     
aplicar diretamente a situações de campo. 
 
Sinais Clínicos  
Embora haja alguma variabilidade nos sinais clínicos entre as espécies, a                     
febre aftosa é ​tipicamente uma doença febril aguda com vesículas (bolhas)                     
localizadas nos pés, na mucosa e ao redor da boca e na glândula mamária.  
As vesículas ocorrem ocasionalmente em outros locais, incluindo a vulva,                   
prepúcio, ou pontos de pressão nas pernas e em outros locais. ​As vesículas                         
geralmente se rompem rapidamente, evoluindo para erosões​.  
Dor e desconforto das lesões levam a sinais clínicos como                   
enfraquecimento, anorexia, sialorreia, claudicação, prostração e relutância em               
mover-se. ​As lesões na banda (rodete) coronária podem causar linhas de parada                       
do crescimento no casco. Em casos graves, os cascos podem apresentar                     
rachaduras ou até se soltar.  
Podem ser observadas perdas reprodutivas, principalmente em ovinos e                 
caprinos. As mortes são raras, exceto em animais jovens, que podem morrer de                         
miocardite multifocal ou de inanição. A maioria dos adultos se recupera em 2 a 3                             
semanas, porém as infecções secundárias podem retardar a recuperação.  
As possíveis complicações incluem diminuições temporárias ou             
permanentes da produção de leite,malformações de casco, claudicação crônica,                   
mastite, perda de peso e de condição corporal.  
 
 
Bovinos  
Os bovinos com febre aftosa, especialmente as raças altamente                 
produtivas encontradas nos países desenvolvidos, apresentam sinais clínicos               
graves. 
Geralmente se tornam febris e desenvolvem lesões na língua, pulvino                   
dental, gengiva, palato mole, narinas e/ou focinho. As vesículas na língua muitas                       
vezes coalescem, rompem rapidamente e são muito dolorosas, ficando o animal                     
relutante em alimentarse​. 
Salivação profusa e secreção nasal são comuns nesta espécie​; a secreção                       
nasal é mucóide primeiramente, tornando-se mucopurulenta logo depois. Os                 
animais afetados tornam-se letárgicos, perdem rapidamente a condição e podem                   
ter diminuição súbita na produção de leite. ​As lesões de casco, acompanhadas de                         
sinais de dor,​ ocorrem na ​área da banda coronária e do espaço interdigital​.  
Os animais jovens podem morrer de insuficiência cardíaca sem                 
desenvolver vesículas. Além de outras complicações como mastites ou                 
malformações de casco.  
Suínos  
Geralmente desenvolvem as lesões mais graves nas patas​. Nesta espécie,                   
os primeiros sinais clínicos são ​claudicação e branqueamento da pele em torno                       
das bandas coronárias​. ​As vesículas se desenvolvem na banda coronária e no                       
espaço interdigital.  
As lesões podem causar tanta dor que os animais rastejam ao invés de                         
caminhar. As extremidades digitais por vezes se desprendem. ​As lesões bucais                     
são geralmente pequenas e menos aparentes do que nos bovinos, e sialorréia é                         
rara​. No entanto, vesículas são por vezes encontradas no focinho ou úbere, bem                         
como no jarrete ou cotovelos se os suínos são alojados em pisos de concreto                           
áspero.  
Suínos afetados também podem apresentar diminuição do apetite, letargia                 
e amontoamento. Febre pode ser observada, mas a elevação da temperatura                     
pode ser curta ou inconsistente. Em alguns casos, a temperatura é próxima ou                         
mesmo abaixo da fisiológica. Suínos jovens de até 14 semanas de idade podem                         
 
morrer subitamente por insuficiência cardíaca; leitões com menos de 8 semanas                     
de idade são especialmente susceptíveis.  
Ovinos e caprinos  
Embora possam ocorrer casos graves, a febre aftosa tende a ser branda                       
em ovinos e caprinos. Um número significativo de animais infectados pode ser                       
assintomático ou ter lesões apenas em um local.  
Os sinais mais comuns em pequenos ruminantes são ​febre e claudicação                     
leve a grave de um ou mais membros​. Vesículas ocorrem nas patas, como em                           
outras espécies, mas podem romper e se pareccer com lesões de causas                       
diversas.  
As lesões orais geralmente não são perceptíveis ou graves, e geralmente                     
aparecem como erosões rasas. As vesículas também podem ser notadas nos                     
tetos, e raramente na vulva ou prepúcio. Cordeiros podem morrer devido à                       
insuficiência cardíaca (vesículas podem estar ausentes) ou por emagrecimento.                 
Os sinais clínicos em animais jovens podem incluir febre, taquicardia e respiração                       
abdominal marcante, bem como colapso. Em alguns casos, um grande número                     
de cordeiros pode morrer subitamente após serem movimentados.

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