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FEBRE AFTOSA ● Talvez umas das doenças mais importantes na veterinária e talvez da humana, em virtude da capacidade de disseminação/transmissão dessa doença ● As doenças vesiculares que resumimos anteriormente irão servir agora como diferencial ● Santa Catarina é livre da vacinação ● É uma doença complexa em virtude da sua capacidade de ser transmitida de uma forma muito rápida, por isso da febre aftosa ● É uma zoonose “menor” - significa que é uma zoonose de baixa frequência, ou seja, ela acomete um pequeno número de indivíduos, no caso humanos, mas mesmo assim ela ainda apresenta esse potencial de infectar pessoas DEFINIÇÃO: ● Doença infectocontagiosa de etiologia viral ● Acomete animais domésticos e selvagens biungulados (pelo menos dois dígitos) tanto animais domésticos quanto animais selvagens ● Bovinos ● Suínos ● Caprinos ● Ovinos ● Búfalos ● Caracterizada por lesões vesiculares - são aftas, lesões vesiculares que tendem a aumentar seu volume, elas estouram e geram ulcerações, e isso gera um desconforto nos animais. ● Vai haver lesões vesiculares em diferentes regiões, como: ● Mucosas oral ● Mucosa nasal ● Língua ● Região coronária dos cascos e espaço interdigital ● Rápida disseminação ● Perdas econômicas significativas (essas perdas são basicamente descritas pelo fato do fechamento de mercados e exportações, porque os países que apresentam foco de febre aftosa eles têm os mercados fechados, justamente por se tratar de uma doença que se dissemina rapidamente, os mercados impedem a entrada de qualquer material de qualquer produto de origem animal) ● Zoonose “menor” - significa que é uma zoonose de baixa frequência, ou seja, ela acomete um pequeno número de indivíduos, no caso humanos, mas mesmo assim ela ainda apresenta esse potencial de infectar pessoas - SC é livre da vacinação da febre aftosa Sinonímias: – Glosopeda – Foot and Mouth Disease (FMD) - doenças dos pés/bocas pois as lesões podem ser encontradas com maior frequência nesses locais, lesões vesiculares Histórico na América do Sul: – Doença reconhecida em 1870 – Surtos na província de Buenos Aires, Chile, Uruguai e Sul do Brasil – Franca expansão => 1960 praticamente toda a América do Sul (menos Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Patagônia Argentina) – Ocorrência da doença no Brasil: criação do Ministério da Agricultura e Pecuária (1909) – 1970 => Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA) • Decisões políticas dos setores públicos e privados • Novas técnicas de diagnóstico • Uso da vacina com adjuvante oleoso • Estratégias regionais => Melhoria da situação epidemiológica na década de 1990 – 2000-2001 => surtos na Argentina, Uruguai e Sul do Brasil – 2004: Pará – 2006: Mato Grosso do Sul (último foco no Brasil) Restrições impostas à exportação de produtos de origem animal Rebanho bovino e bubalino atual: mais de 218 milhões de cabeças ETIOLOGIA: ● Família Picornaviridae ● Gênero Aphthovirus (já vem na nossa cabeça as aftas) ● RNA vírus não envelopado de fita simples (não envelopado logo ele é mais resistente ao ambiente e a dessecação, estando presente em materia orgânica e água principalmente) • Proteínas virais: VP1, VP2, VP3 e VP4 (elas vão ser importantes para mecanismos da sua patogenicidade viral) ● Sete sorotipos: A, O, C, ASIA1, SAT1, SAT2 e SAT3 (Ele apresenta diferentes sorotipos, mas no brasil A,O e C são os mais frequentes) - Vacinação contra um sorotipo não confere proteção contra outro - apesar de serem sorotipos essa proteção cruzada entre eles é pequena ou inexistente,uma vacina não imuniza a outra - Devido variações em um mesmo sorotipo ● Vírus epiteliotrópico (adsorção a receptores) - ele apresenta tropismo, predileção por células epiteliais e as proteínas de anteriormente, juntamente com a ação de integrinas elas favorecem a adsorção a receptores desse vírus a células epiteliais, então o vírus consegue se interiorizar nos epitélios, principalmente quando falamos em estrato granuloso ● Capsídeo viral é sensível a pH ácido e à temperatura elevada - quando falamos em pH ácido, se pensarmos em consumo da carne animal positivo para febre aftosa, a gente sabe que durante o processo de maturação da carne é comum que ocorre a elevação do pH, então quando a carne é maturada o vírus pode ser inativado, mas se a carne for congelada após abate é possível que o vírus permaneça ativo nessa carcaça mesmo congelada, por isso se restringem no mercado pois ele pode permanecer na carcaça EPIDEMIOLOGIA ● Doença mais impactante na área de Defesa Sanitária Animal => pecuária de corte e de leite ● Pertence ao Código Zoosanitário Internacional da OIE (doença de notificação obrigatória) ● Países não livres: restrições à exportação de produtos de origem animal ● Enzoótica em muitas partes do mundo ● Partes tradicionalmente livres: Austrália, Nova Zelândia, Japão, países da América Central e do Norte, pequenas ilhas da Oceania, Islândia e Groenlândia - A ilhas são muito importante quando falamos em febre aftosa, devida a natureza contagiosa desse vírus, muitos experimentos realizados eles são feitos em ilhas, justamente para que esse vírus fique isolado nessas ilhas. Os EUA destinaram uma ilha só para fazer experimentos de febre aftosa e é utilizada até hoje ● Erradicada há mais de 130 anos nos EUA ● Canadá sem casos desde 1952 ● México sem casos desde 1954 ● Ásia, África e América do Sul: ainda com casos ● Maio de 1998: SC e RS reconhecidos internacionalmente como livres de febre aftosa sem vacinação, no entanto em 2000... ● Tipos virais envolvidos em focos no Brasil: A, O e C e esses podem surgir em pequenos focos e surtos de 6 em 6 anos aproximadamente ● No entanto em 2000: houve um foco em Joia-RS => em propriedades leiteiras familiares, e isso ocorreu após notificações de animais positivos na Argentina (nesta o RS perdeu essa certificação de ser livre da febre aftosa) - mas vejam, não é uma doença tão agressiva, as lesões são basicamente aftas, são vesiculas que se rompem e que ocorre na boca nos pés, no então elas têm importância por conta da capacidade de transmissão, se ela afeta vários animais acaba ocorrendo perdas produtivas, por isso ser tão importante - 1.719 propriedades interditadas - 11.149 soros testados de bovinos, 1.605 ovinos e 41 caprinos - Sacrifício de inúmeros animais positivos e contactantes - Custo de US$ 2,950 milhões em indenizações e US$ 1,150 milhão em outros serviços ● Março de 2018: ato solene em Brasília - Brasil livrede Febre Aftosa, com vacinação ● Esse reconhecimento pela OIE: maio de 2018 - com exceção de SC que é livre sem vacinação ● Animais biungulados : suscetíveis ● Equídeos, cães e gatos => refratários ● Doença altamente transmissível - Vírus eliminado por todas as secreções e excreções (desde fezes, secreções nasais, sêmen, leite) - 24 horas antes dos sinais clínicos, o vírus já pode estar sendo eliminado - Uma vez estando contaminado pode ocorrer contaminação de água, alimentos e fômites, aumentando ainda mais a capacidade de transmissibilidade desse vírus ● Leite: eliminação viral até 4 dias antes do início dos sinais clínicos ● A forma mais comum é por contato direto ou por fomites contaminados TRANSMISSÃO ● Contato direto (uma das formas mais comuns) ● Grande eliminação viral pela expiração - então por meio de aerossóis, umas característica é que as vesículas se forma na cavidade nasal/oral, e então na medida que as vesículas se rompem o vírus ganha o ambiente da forma de aerossóis tendo essa grande capacidade de disseminação, e essas vesículas, uma vez que estão cheias de conteúdo/fluídos, elas apresentam uma grandeee quantidade de vírus presente. Esse conteúdo das vesículas também será uma importante amostra para diagnóstico, por conta da sua carga viral. ● Aerossóis => muito importante para bovinos e ovinos (e para suínos? Suínos são um pouco mais resistentes em relação aos aerossóis, ou seja, essa resistência seria que eles exigem uma maior quantidade de partículas virais em suspensão para que se infectam por essas áreas erógenas, mas uma vez infectados eles eliminam muito mais partículas virais do que qualquer outra espécie. ● E a infecção pode ser tanto por Infecção pelo epitélio danificado ou por via oral ● Menos suscetíveis à infecção aerógena (suínos) - Mas uma vez infectado, o suíno, eles eliminam muito mais partículas virais do que qualquer outra espécie - Estágio agudo da doença => eliminam 3.000 mais partículas virais por aerossóis ● Infecção epitélio danificado ou via oral - mais uma vez falando que são importantes fontes de infecção Estamos diante de um foco inicial - um foco é quando há um animal ou vários acometidos - uma vaca, uma ovelha, um suíno ou vários acometidos, devido a alta morbidade da doença e a distância dotada na erradicação. Se a propriedade do seu João tem um foco inicial de febre aftosa, fomos chamados e observamos que os animais apresentavam lesões vesiculares na região da coronária dos cascos, na cavidade oral e nasal. Qual é a distância que esse vírus consegue se disseminar? Lembrando que estamos diante de uma doença altamente transmissível, altamente contagiosa e que necessita de um controle e erradicação. Então precisamos isolar essa área, o que tem se falado é que o vírus consegue se disseminar por aproximadamente 10km (dispersão viral 10km), então quando estamos diante de um foco, todas as propriedades em um raio de 10km devem ser isoladas, pois contaminar essas propriedades vizinhas, e na medida que isso for se propagando, essa raio vai aumentando. No entanto algumas características como: T°, umidade e a velocidade dos ventos - podem aumentar ainda mais a capacidade de dispersão do vírus, então dependendo da região e do relevo, quem sabe precisaremos aumentar ainda mais o raio de controle desse foco ● Animal infectado (é a nossa fonte de infecção) – e quando ele é abatido ou sacrificado, temos algumas características a serem levadas em considerações ● Toda carne e órgãos contém o vírus, todo o organismo dele é positivo para a febre aftosa, então existem três possibilidades: 1. Carcaça congelada antes do rigor mortis - - O vírus permanece infectante para as espécies suscetíveis, ou seja, consegue permanecer na carcaça, pois não ocorre maturação dessa carne, então isso não foi efetivo na inativação do vírus. - Um exemplo disso são os suínos alimentados com resto de alimentos, como resto de carcaças. Então os suínos podem se infectar com o vírus da febre aftosa, eles são sensíveis e j´pa sabemos que um suíno infectado é uma importante fonte de disseminação desse vírus 2. Carcaça maturada - A maturação da carcaça, ela produz o ácido lático que atua na inativação do vírus , então depois dessa maturação podemos consumir a carne pois o ácido lático já inativou o vírus - Exceção: ossos, tecidos glandulares e medula óssea - no entanto, apesar dessa maturação e essa inativação viral pelo ácido lático o vírus não é inativado e vai permanecer viável dessas exceções 3. Medida de segurança - Comércio da carne então livre de ossos !!! - Então essa carne pode ser comercializada desde que submetida a maturação - É então essa a medida de segurança para controlar a transmissão da febre aftosa - Ossos e tecidos glandulares devem ser removidos da carcaça que será comercializada ● Leite: Também pode atuar como uma fonte de infecção uma vez que o vírus é eliminado no leite. É potencialmente infectante para bezerros e leitões, principalmente leite que não é tratado, pasteurizado e é fornecido, atuando como uma fonte de transmissão da doença ● Sêmen/Oócitos ● Rios e riachos - são importantes quando falamos em carcaça que acabaram morrendo próximo desses riachos, podendo servir de contaminação por conta da dessedentação de animais infectados, onde o vírus pode permanecer por longos períodos ● Seres humanos - manipulação - humanos também podem se infectar, principalmente indivíduos que manipulam animais infectados, podem se infectar pelas mães, vestimentas, calçados ou por meio da via respiratória. Além disso podem carrear o vírus mecanicamente de um local para outro, então o ser humano pode atuar como uma importante rota de transmissão ● Fômites ● Veículos - é que o veículo precisa entrar em contato com um animal infectado ou algumas superfície contaminada. Mas já foi descrito na literatura que caminhões de leite foram implicados na disseminação do vírus em vários episódios, inclusive em uma grande epidemia que ocorreu na inglaterra, por isso veículos podem ser mecanismos de transmissão PATOGENIA ● Há um processo de viremia, então o vírus passa para a corrente sanguínea e vasos linfáticos ● A partir dai ele começa a infectar outros tecidos (cavidade oral, patas,úbere e rúmen) ● Essas vesículas tendem a aumentarem de tamanho e ficarem repletas de fluídos ● Lembrar que as aftas geram um grande desconforto nos animais, a claudicação é um exemplo, elas sentem muita dor com essas vesículas que estouram na coronária dos cascos, o excesso de salivação esta associada a inúmeras aftas na cavidade oral, sentem muita dor até deixam de comer ● A medida que elas vão se rompendo a o aparecimento dos sinais clínicos ● Até a cura completa, ele pode permanecer no animal até um ano SINAIS CLÍNICOS ● São importantes para suspeita - No entanto o diagnóstico laboratorial é imprescindível- Pois há outras doenças que também causam aftas/vesículas até mesmo nos mesmo locais, então o diagnóstico laboratorial é muito importante para diferenciar ● Período de Incubação - Depende da espécie - 2-14 dias (bovinos); - 3-8 dias (ovinos e caprinos); - 1-9 dias (suínos) ● As lesões são mais evidentes em bovinos leiteiros de alta produção e suínos criados de modo intensivo - Bovinos leiteiros e suínos altamente produtivos, criados de forma intensiva apresentam sinais clínicos de forma mais evidente - Esses sinais clínicos são Lesões graves e debilitantes que estão associadas a formação de vesículas, úlceras e crostas BOVINOS ● Poder ter febre de 40°C por 2 dias ● Vesículas que se formam na língua, palato duro, gengiva, no palato mole (uma particularidade é que não apresenta lesões apesar disso apresenta uma grande quantidade de virus), lábios, focinho, espaço interdigital e tetos ● Epitélio da língua se desprende e sangra ao exame - já que o vírus é epiteliotrópico acometendo o extrato espinhoso do epitélio formando essas vesículas e o epitélio começa se desprender, é possível remover esse epitélio da língua e abaixo deste há essas regiões que sangram muito e sentem muita dor ● Bezerros jovens, cordeiros e cabritos podem morrer sem apresentar sinais (miocardite – “coração tigrado”) - febre aftosa pode causar em animais jovens miocardite podendo eles morrerem sem ao menos terem sinais clínicos e morrer antes do aparecimento das vesículas por conta dessa miocardite (coração tigrado) ● Qual característica é a mais importante? Sem dúvidas, a formação das vesículas nas diferentes regiões do organismos desses animais, no iniciam são vesículas depois estouram gerando ulcerações ● Imagem mostram o epitélio da língua se soltado - a dor que esse animais sentem é grande, por conta disso eles deixam de comer, vão ter salivação excessiva justamente por causa das lesões que incomodam ● Infecção aguda: descarga nasal mucosa/mucopurulenta - vai estar associada a infecções secundárias e isso piora o quadro, ● Sialorréia profusa - saliva excessiva ● Úlceras recobertas por pus e material necrótico ● Cura das lesões vesiculares é rápida- o que vai influenciar essa cura rápida é não haver contaminantes secundários ● Erosões são recobertas por fibrina ● Vesículas no espaço interdigital: associadas a contaminação secundária - Claudicação crônica ● Crescimento anormal dos cascos (“achinelamento”) ● Também acontece desprendimento do epitélio ● Uma característica para chamar a nossa atenção é que lesões em fase inicial são difíceis de serem percebidas e as vezes precisamos rebater os pelos da região para identificar lesões ● Vesículas e úlceras nos tetos - Dificuldade de amamentação - Queda de produção - Mastite (contaminação por contaminantes ambientais) ● Lembrar de quando falamos do Herpesvírus tipo 2, ele também causa vesículas nos tetos pela Mamilite Herpética - podendo ser um diagnóstico diferencial quando falamos de acometimento da glândula mamária PEQUENOS RUMINANTES ● Ovinos e caprinos -> Claudicação é o sinal mais comum, quando falamos em pequenos ruminantes sem dúvidas a claudicação é o sinal mais importante ● Podem apresentar Febre (sinal comum quando começa a ocorrer a viremia) ● E esses animais tendem a se isolarem do rebanho - mas isso é um sinal inespecífico, qualquer animal doente acaba fazendo isso ● Mas a cavidade oral também pode ser acometida, assim como a cavidade nasal, e também podem apresentar a sialorréia profunda SUÍNOS ● Sinais mais evidentes (principalmente animais de alta produção) ● Claudicação ● Febre - suíno com febre tende a se amontuar ● Letargia, anorexia, amontoados ● Lesões vesiculares em casco e focinho ● Queda das unhas - em condições mais extremas, que também vai ta associado ao caso da claudicação ● Necrose da região interdigital e coronária dos cascos ● Lesões de necrose na região da coronária dos cascos e interdigital - o que vai chamar nossa atenção é a claudicação ● Focinhos e cavidade oral também são acometidos ● Vai ficando mais feio, vai formando crostas e depois de toda essa piora o animal tende a se recuperar, claro que isso se não ocorrer contaminações secundárias ● Inclusive essas lesões que ele mostrou até agora podem surgir no rúmen dos bovinos DIAGNÓSTICO ● Laboratorial é fundamental - É fundamental pois como comentamos temos inúmeras outras doenças com sinais clínicos semelhantes - Capacidade de disseminação do vírus - Embargos internacionais - O que poderíamos pensar como diagnósticos diferenciais? – Estomatite vesicular – Exantema vesicular e doença vesicular dos suínos; – IBR – Língua azul – BVD: da mamilite herpética causado por herpesvírus tipo 2 – Doença das mucosas ● Peguei um animal com suspeita de lesão vesicular, vamos ter que investigar isso mais a fundo ● Se eu descartei a possibilidade de doença vesicular, vou seguir com meu diagnóstico diferencial ● Caso seja provável ser uma doença vesicular, avalie e ele apresenta vesículas na região dos cascos e também na cavidade oral - Então vamos investigar - Se eu descartei no meu exame laboratorial a febre aftosa - sigo para meu diagnóstico diferencial // caso no exame laboratorial seja confirmado para febre aftosa - ai vamos adotar medidas de controle de erradicação do foco Aqui chamo a atenção: por que o equino não é acometido? pois ele não é biangulado Chamo a atenção também para que as lesões podem apresentar na forma de vesículas, de úlceras, pápulas, crostas - e cada uma dessas doenças tem um perfil, no tentato todas elas podem atuar como diferencial A febre aftosa também afeta humanos mas não está marcado na tabela, pois ela é uma zoonose menor como já sabemos. ● Laboratórios oficiais - Pernambuco e Pará, é onde temos esses laboratórios oficiais ● Alto nívelse segurança, os laboratórios têm justamente porque estamos manipulando um material altamente contagioso ● Caso suspeito: Med.V da Defesa Sanitária devem ser acionados e realizaram colheitas de amostras ● Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) - CAI EM PROVAS DE CONCURSO, LER MAIS A FUNDO ● Para o diagnóstico precisamos da Identificação viral ● Tecido de eleição: epitélio de vesículas íntegras (mín. 2g ou fragmento de 2cm3 ), ou que se romperam recentemente - isso pois o conteúdo dentro dessas vesículas contêm uma grande quantidade de material viral, então ou a gente coleta esse conteúdo ou coletamos o epitélio dessas vesículas ● Adição de líquido conservante - Meio de Vallée pH 7,6 ou tampão de glicerina fosfatada ● A vesículas precisam ser lavadas apenas com água antes da coleta do material ● Amostras de fluido esofágico-faríngeo ● Tecido de miocárdio ● Fragmentos da glândula mamária ou tecido podal - todos esses podem ser coletados como amostras ● Locais de colheita de lesões: Lavados com água limpa, sem uso de desinfetantes/sabão ● Frascos, identificação e refrigeração das amostras ● Enviado aos Laboratórios oficiais ● Animais suspeitos: Isolados e identificados pelo serviço oficial ● Avaliação de anticorpos: ELISA e Soro Neutralização (esses dois teste são importantes porque eles fazer a diferenciação de animais vacinados de não vacinados) - essa diferenciação é feita pelo fato de que o vírus da vacina ela não deve se replicar no animal, então uma vez que não tenha replicação do vírus no animal ele não produz as 8 proteínas estruturais e consequentemente não há formação de AC específicos contra o vírus e sim contra a vacina e isso permite a diferenciação de uma amostra vacinal para uma amostra de campo ● Pesquisa viral em líquido esofágico-faríngeo (Técnica de Probang); ou por inoculação em células ● Tipificação viral: fixação de complemento e ELISA ● Detecção de vírus inativado: RT-PCR / RT-qPCR ● Descrição detalhada das técnicas diagnósticas: www.oie.int 6 Material para realizar a técnica de Probang, esse copinho vai raspar o esofago e a faringe e então ele acaba coletando o material e fragmentos celulares TRATAMENTO ● Considerando alta morbidade e aspectos econômicos - CONTRAINDICADO não se indica tratamento ● O que deve ser feito então- Animais positivos devem ser destinados ao abate sanitário PROFILAXIA E CONTROLE ● Medidas gerais e específicas (PNEFA) ● Vacinação ● Onde ainda é necessário: vacinas oleosas (melhor imunização) É descrito que o oleoso proporciona melhor imunização em comparação com outros adjuvantes e essas vacinas sofrem um controle rigoroso do MAPA ● Cepas virais contidas nas vacinas são de acordo com região/país ● Brasil: aqui no Brasil ela é trivalente cepas O1 Campos, A24 Cruzeiro e C3 Indaial lembrando que A,O e C são as mais presentes e a vacina trivalente contempla os três O esquema de vacinação, cada região apresenta algumas estratégias. Olhando para SC é uma zona livre sem vacinação, mas no mapa mostra os esquemas de vacinação realizados. Vacinação ● Tábua do pescoço (1/3 médio) ● IM (intra-muscular) nos adultos ou SC (subcutânea) na primovacinação ● Suínos, ovinos e caprinos – sentinelas, eles podem ser vacinados mas no entanto isso não é indicado pois essas espécies atuam como sentinelas do vírus, então não se indica vacinar eles, a não ser que esses animais estejam em regiões de alto risco ou em áreas consideradas não livres, pois nesses casos ela é indicada - Por que eles servem como sentinelas? Pois nessas espécies não ocorre infecção persistente, nem estado de portador, então se ele se infectar com o vírus ele apresenta sintomatologia clínica, por isso a importância de nós termos esses sentinelas Problemas da vacinação ● Dificuldade manejo ● Estresse dos animais e perda peso ● Falta preparo de alguns produtores ● Reações locais/abscessos/transmissão de patógenos ● Perda de mercados importadores promissores Vacinação ● PNEFA - MAPA (2017-2026)- Prevê suspensão completa da vacinação no país e o reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa sem vacinação até 2023 ● Processo gradual e regionalizado - Brasil foi dividido em blocos Legenda das ações A: Implementação dos compromissos e ações prévias pactuadas B: Comunicação à OIE e Suspensão de vacinação C: Vigilância Soroepidemiológica D: Reconhecimento pelo MAPA e encaminhamento de pleito à OIE E: Avaliações e reconhecimento pela OIE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DE FOCOS ● Doença de notificação compulsória ● Foco/surto – comunicar OIE em até 48h ● América do Sul: Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA) Plano de ação 2011-2020 (new.paho.org/panaftosa/) ● Notificação oficial e interdição das propriedades pelas autoridades oficiais ● Animais suspeitos/positivos ● Interrupção imediata do tráfego de animais ● Abate sanitário de animais confirmados, contactantes e suscetíveis ● Incineração/enterro das carcaças em valas profundas ● Local apropriado (na própria propriedade e em propriedades circunvizinhas) ● Bloqueio de estradas e rodovias de acesso ao local ● Restrição ao trânsito de pessoas ● Desinfecção de veículos e das instalações ● Uso de desinfetantes em rodolúvios e pedilúvios ● Após abate sanitário ● Propriedades mantidas livres de animais suscetíveis por no mínimo seis meses ● Depois disso há um reintrodução de Animais sentinelas (suínos não vacinados) => introduzidos => e houver ausência de doença => liberação da propriedade SAÚDE PÚBLICA ● Zoonose de baixa frequência ● 40 casos descritos no mundo ● Humanos: hospedeiros acidentais ● Contato direto com conteúdo das vesículas; ingestão de leite e carne de animais infectados ● A maioria das pessoas não apresenta sinais clínicos evidentes ● Sinais clínicos ● Febre ● Dor de cabeça ● Mialgias e inapetência ● Formação de vesículas e aftas na boca, nas mãos e nos pés ● Evolução benigna, a menos que ocorram infecções secundárias RESUMO COMPLEMENTAR Importância A febre aftosa (FA) é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente espécies biunguladas domésticas e silvestres. Embora os animais adultos geralmente se recuperem, a taxa de morbidade é muito alta em populações suscetíveis, e dor e desconforto significativos ocorrem em algumas espécies. As sequelas incluem diminuição da produção de leite, dano permanente do casco e mastite crônica. Taxas de mortalidadeelevadas podem às vezes ocorrer em animais jovens ou em algumas populações de animais silvestres. A febre aftosa é encontrada em todo o mundo; no entanto, já foi erradicada de algumas regiões, incluindo toda a América do Norte e Europa Ocidental. Onde é endêmica, esta doença é um dos principais entraves para o comércio internacional pecuário. A menos que sejam tomadas precauções rigorosas, a febre aftosa pode ser facilmente reintroduzida em regiões livres de doenças através de animais ou de seus produtos e subprodutos. Uma vez introduzido, o vírus pode se espalhar rápido, principalmente se a densidade de animais for alta ou a se detecção for tardia. Etiologia O vírus da febre aftosa (VFA) é do gênero Aphthovirus na família Picornaviridae. Existem sete principais sorotipos virais: O, A, C, SAT 1, SAT 2, SAT 3 e Ásia 1. O sorotipo O é o mais comum em todo o mundo. Outros sorotipos também causam surtos graves; entretanto, o sorotipo C é incomum e não foi relatado desde 2004. Enquanto a maioria das cepas afeta todas as espécies hospedeiras suscetíveis, algumas têm uma gama de hospedeiros mais restrita (sorotipo O cepa Cathay, que afeta apenas suínos). Não há imunidade cruzada entre sorotipos. Espécies afetadas O VFA afeta principalmente mamíferos biungulados. Acredita-se que a maioria das espécies nesta ordem sejam suscetíveis em algum grau. Os hospedeiros pecuários mais importantes incluem bovinos, suínos, ovinos, caprinos, bubalinos.. O bovino é um importante hospedeiro de manutenção na maioria das áreas, mas alguns vírus são adaptados aos suínos, e alguns isolados podem circular em búfalos. Não se sabe se os pequenos ruminantes podem manter o vírus durante longos períodos se não houver bovinos. . Transmissão O VFA pode ser encontrado em todas as secreções e excreções de animais com infecção aguda, incluindo ar expirado, saliva, leite, urina, fezes e sêmen, bem como no fluído de lesões vesiculares associadas à febre aftosa e em líquido amniótico e fetos abortados em ovinos. A quantidade de vírus propagada por cada via pode ser influenciada pela espécie hospedeira e pela cepa viral. Os suínos produzem grandes quantidades de vírus por aerossol, e a presença de grandes plantéis de suínos infectados pode aumentar o risco de propagação pelo ar. A produção de pico de vírus geralmente ocorre quando as lesões vesiculares se rompem e a maioria dos sinais clínicos aparece. No entanto, alguns animais podem liberar o vírus por até quatro dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. O vírus pode entrar no organismo por via respiratória ou digestória, ou por abrasões cutâneas e membranas mucosas. A susceptibilidade a cada via de entrada varia entre as espécies. Os bovinos são principalmente susceptíveis ao vírus na forma de aerossol, enquanto os suínos necessitam de doses muito mais elevadas para serem infectados desta maneira. Em ovinos, foi demonstrado que o VFA atravessa a barreira placentária e infecta o feto. A transmissão mecânica por fômites, vetores e reservatórios é importante para este vírus. A transmissão pelo ar pode ocorrer em condições climáticas favoráveis, com alguns vírus se espalhando por longas distâncias, particularmente pela água. Entretanto, os vírus da febre aftosa raramente viajam através de aerossois por mais de 10 quilômetros sobre a terra. Há pouca informação sobre a sobrevivência do vírus da febre aftosa no meio ambiente, mas a maioria dos estudos sugere que ele permaneça viável, em média, por três meses ou menos. Em climas muito frios, sua sobrevivência até seis meses pode ser viável. A estabilidade do vírus aumenta em temperaturas mais baixas; em meio de cultura celular a 4°C o vírus pode permanecer viável por até um ano. A presença de material orgânico, bem como a proteção contra a luz solar, pode promover uma sobrevivência mais longa. O VFA é sensível ao pH, sendo inativado em faixas inferiores a 6,0 ou superiores a 9,0. Este vírus pode persistir na carne e em outros produtos de origem animal enquanto o pH permanece acima de 6,0; mas é inativado pela acidificação dos músculos durante o rigor mortis. Como a acidificação não ocorre desta maneira em ossos, órgãos e glândulas, o VFA pode persistir nesses tecidos. Humanos como vetores da Febre Aftosa - As pessoas podem atuar como vetores mecânicos do vírus da febre aftosa, carreando o vírus nas roupas ou na pele. O vírus também pode ser transportado por algum tempo nas vias nasais, embora vários estudos afirmam que o transporte prolongado é improvável.. Em outro estudo recente, os ácidos nucleicos do vírus da febre aftosa (sorotipos O ou Asia 1) foram encontrados em apenas uma pessoa testada 16-22 horas após a exposição a animais infectados e não foi possível isolar o vírus vivo desta amostra. Tendo em vista que fatores como a desinfecção de instalações ou o não cumprimento dos protocolos de higiene pessoal e biossegurança também poderiam influenciar na transmissão aos animais, esses estudos podem não se aplicar diretamente a situações de campo. Sinais Clínicos Embora haja alguma variabilidade nos sinais clínicos entre as espécies, a febre aftosa é tipicamente uma doença febril aguda com vesículas (bolhas) localizadas nos pés, na mucosa e ao redor da boca e na glândula mamária. As vesículas ocorrem ocasionalmente em outros locais, incluindo a vulva, prepúcio, ou pontos de pressão nas pernas e em outros locais. As vesículas geralmente se rompem rapidamente, evoluindo para erosões. Dor e desconforto das lesões levam a sinais clínicos como enfraquecimento, anorexia, sialorreia, claudicação, prostração e relutância em mover-se. As lesões na banda (rodete) coronária podem causar linhas de parada do crescimento no casco. Em casos graves, os cascos podem apresentar rachaduras ou até se soltar. Podem ser observadas perdas reprodutivas, principalmente em ovinos e caprinos. As mortes são raras, exceto em animais jovens, que podem morrer de miocardite multifocal ou de inanição. A maioria dos adultos se recupera em 2 a 3 semanas, porém as infecções secundárias podem retardar a recuperação. As possíveis complicações incluem diminuições temporárias ou permanentes da produção de leite,malformações de casco, claudicação crônica, mastite, perda de peso e de condição corporal. Bovinos Os bovinos com febre aftosa, especialmente as raças altamente produtivas encontradas nos países desenvolvidos, apresentam sinais clínicos graves. Geralmente se tornam febris e desenvolvem lesões na língua, pulvino dental, gengiva, palato mole, narinas e/ou focinho. As vesículas na língua muitas vezes coalescem, rompem rapidamente e são muito dolorosas, ficando o animal relutante em alimentarse. Salivação profusa e secreção nasal são comuns nesta espécie; a secreção nasal é mucóide primeiramente, tornando-se mucopurulenta logo depois. Os animais afetados tornam-se letárgicos, perdem rapidamente a condição e podem ter diminuição súbita na produção de leite. As lesões de casco, acompanhadas de sinais de dor, ocorrem na área da banda coronária e do espaço interdigital. Os animais jovens podem morrer de insuficiência cardíaca sem desenvolver vesículas. Além de outras complicações como mastites ou malformações de casco. Suínos Geralmente desenvolvem as lesões mais graves nas patas. Nesta espécie, os primeiros sinais clínicos são claudicação e branqueamento da pele em torno das bandas coronárias. As vesículas se desenvolvem na banda coronária e no espaço interdigital. As lesões podem causar tanta dor que os animais rastejam ao invés de caminhar. As extremidades digitais por vezes se desprendem. As lesões bucais são geralmente pequenas e menos aparentes do que nos bovinos, e sialorréia é rara. No entanto, vesículas são por vezes encontradas no focinho ou úbere, bem como no jarrete ou cotovelos se os suínos são alojados em pisos de concreto áspero. Suínos afetados também podem apresentar diminuição do apetite, letargia e amontoamento. Febre pode ser observada, mas a elevação da temperatura pode ser curta ou inconsistente. Em alguns casos, a temperatura é próxima ou mesmo abaixo da fisiológica. Suínos jovens de até 14 semanas de idade podem morrer subitamente por insuficiência cardíaca; leitões com menos de 8 semanas de idade são especialmente susceptíveis. Ovinos e caprinos Embora possam ocorrer casos graves, a febre aftosa tende a ser branda em ovinos e caprinos. Um número significativo de animais infectados pode ser assintomático ou ter lesões apenas em um local. Os sinais mais comuns em pequenos ruminantes são febre e claudicação leve a grave de um ou mais membros. Vesículas ocorrem nas patas, como em outras espécies, mas podem romper e se pareccer com lesões de causas diversas. As lesões orais geralmente não são perceptíveis ou graves, e geralmente aparecem como erosões rasas. As vesículas também podem ser notadas nos tetos, e raramente na vulva ou prepúcio. Cordeiros podem morrer devido à insuficiência cardíaca (vesículas podem estar ausentes) ou por emagrecimento. Os sinais clínicos em animais jovens podem incluir febre, taquicardia e respiração abdominal marcante, bem como colapso. Em alguns casos, um grande número de cordeiros pode morrer subitamente após serem movimentados.
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