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TRATAMENTO CIRÚRGICO DE CISTOS E TUMORES MAXILARES Cistos O cisto é uma cavidade patológica com conteúdo fluido, semifluido (como a ceratina) ou gasoso. É frequentemente, mas nem sempre, revestida por epitélio ou cápsula. Normalmente é bem delimitado, principalmente os cistos de crescimento lento. Em cistos de crescimento rápido e cistos infectados, normalmente não dá tempo do organismo reagir para formar aquele tecido ósseo reacional hiperdenso visto na radiografia. CLASSIFICAÇÃO Odontogênicos (com revestimento epitelial) Causados por distúrbios de desenvolvimento:* ● Cisto dentígero ● Cisto de erupção ● Cisto gengival ● Cisto periodontal lateral (e variante botrióide) ● Cisto odontogênico glandular ● Ceratocisto odontogênico ● Cisto odontogênico ortoqueratinizado ● Cisto odontogênico calcificante *provenientes da lâmina dentária ou epitélio odontogênico Causados por inflamação: ● Cisto radicular ● Cisto residual ● Cisto colateral inflamatório (paradental) Não odontogênicos (epiteliais)* ● Cisto do ducto nasopalatino ● Cisto nasolabial ● Cisto epidermóide da pele *cistos fissurais não epiteliais: ● Cisto ósseo aneurismático ● Cisto ósseo simples traumático, hemorrágico, solitário CISTOS ODONTOGÊNICOS Apesar de poderem estar em qualquer localização, os cistos aparecem em alguns locais mais predominantes. O ceratocisto odontogênico e cisto odontogênico calcificante já mudaram de classificação (de cisto para tumor e vice-versa) por conta do seu comportamento agressivo. Na classificação OMS de 2017 (aceito atualmente), colocam o ceratocisto como o paraqueratinizado e o cisto odontogênico ortoqueratinizado como outra entidade patológica. Em outra classificação, o ceratocisto podia ser tanto paraqueratinizado quanto ortoqueratinizado. SINTOMATOLOGIA Geralmente são assintomáticos descobertos por exame de rotina. A sintomatologia aparece quando o cisto está infectado secundariamente, por exemplo, com aumento de volume na região e presença de secreção purulenta. O ceratocisto cresce na medular, causando uma destruição e tendo sua extensão ao longo do corpo e do ramo sem expandir a cortical. TAMANHO/DESTRUIÇÃO ÓSSEA Os cistos podem ser de pequenas dimensões (sem causarem alterações faciais) ou podem ser de grandes dimensões (provocando alterações faciais ou intrabucais). Quando, na radiografia, observa-se a cavidade com a mesma densidade do tecido vizinho, é porque o conteúdo é provavelmente fluido ou semifluido. Se fosse gasoso, a região estaria mais radiolúcida ainda. Os cistos são conhecidos por destruir grandes porções dos maxilares e deslocar dentes. EXPANSÃO DAS CORTICAIS Com ou sem expansão das corticais ósseas. Quando ocorre, a expansão é gradual. ALTERAÇÃO DA MUCOSA A mucosa de revestimento usualmente possui coloração e consistência normais. Em alguns casos, como no cisto de erupção, têm alteração de cor (arroxeados) ou quando tem destruição de cortical (e translucidez do cisto) ou se tiver com uma fístula que drena secreção purulenta. ENVOLVIMENTO DE NERVOS Comumente não há déficit sensorial pelo envolvimento dos nervos. Ocasionalmente, uma parestesia pode ser referida pelo paciente quando o cisto comprime algum nervo, mas normalmente os cistos expandem e deslocam o nervo sem causar essa alteração sensorial. Algumas lesões malignas envolvem e destroem a bainha de mielina e as células invadem a região de nervos (invasão perineural), causando déficit sensorial. CONSISTÊNCIA Se o cisto não tiver expandido ou afinado a cortical óssea, notam-se o contorno e a firmeza normal da região (firmes à palpação - lesões centrais). Se o cisto tiver causado destruição das corticais, pode-se notar flutuação à palpação (resilientes à palpação). ASPECTO RADIOGRÁFICO Vistos como uma área radiolúcida com ou sem limites definidos. Área radiolúcida, com ou sem limites definidos. O aspecto radiográfico dos cistos é característico e exibe contorno distinto e denso de osso reacional com centro radiolúcido (em crescimentos lentos - o que normalmente ocorre, o organismo reage com a esclerose óssea para conter esse crescimento formando limites definidos). Nem sempre essa esclerose óssea pode estar presente. Os cistos geralmente não causam reabsorções dentárias, mas o deslocamento das raízes pode ser visto. Podem ser uniloculares (mais frequentemente) ou multiloculares. O ceratocisto odontogênico é caracterizado por ser multilocular, mas ele também pode ser unilocular e ter fenestrações. O cisto odontogênico glandular e cisto periodontal lateral da variante botrióide também são multiloculares. Essa informação é importante, pois existe um tratamento que é para descomprimir a loja, se descomprimir uma loja só, o cisto vai continuar crescendo com as outras lojas. OBJETIVOS CIRÚRGICOS BÁSICOS Os objetivos cirúrgicos básicos são a remoção completa da lesão sem deixar células que causem recidiva e reabilitação funcional do paciente, tratando o defeito residual da remoção. O tempo de acompanhamento também depende do tipo de tratamento que foi instituído e do grau de recidiva de cada cisto. Os tratamentos mais conservadores aumentam o risco de recidiva da lesão. TIPOS DE TRATAMENTO CIRÚRGICO As lesões císticas são tratadas cirurgicamente por quatro métodos básicos. Ainda, alguns tumores de aspecto cístico (como o ameloblastoma unicístico) também podem ser tratados dessas formas. (1) enucleação (2) marsupialização ou descompressão (3) associação: marsupialização/descomp. + enucleação (4) associação: enucleação (c/ ou s/ descompressão prévia) + curetagem rigorosa e/ou osteotomia periférica com broca e/ou substâncias osteolíticas ENUCLEAÇÃO se for apropriada, é a primeira escolha A enucleação é o processo pelo qual a lesão cística é removida por completo. Um cisto se torna elegível à técnica de enucleação por causa da camada de tecido conjuntivo fibroso entre o componente epitelial (que reveste a face interna do cisto) e a parede óssea da cavidade cística. Essa camada possibilita que haja plano de clivagem para separar o cisto da cavidade óssea. Indicações É indicado para qualquer tipo de lesão cística que possa ser removida sem sacrificar, desnecessariamente, as estruturas adjacentes. Vantagens A principal vantagem é a possibilidade de realização do exame histopatológico de toda a lesão. A biópsia excisional (isto é, a enucleação), também serve como tratamento adequado da lesão. O paciente não precisa cuidar da cavidade com constantes irrigações. Uma vez cicatrizado o retalho mucoperiosteal, a cavidade cística não incomoda mais o paciente. Biópsia Excisional = Enucleação = Tratamento Desvantagens As desvantagens são fratura de mandíbula se o cisto for muito grande, desvitalização dos dentes caso esteja associado ao ápice radicular e remoção de dente incluso associado que poderia ser mantido. Outras complicações são a possibilidade de comunicação buco sinusal e injúria de algum nervo caso esteja próximo. Cuidados Alguns cuidados devem ser tomados com estruturas anatômicas próximas, como nervos e vasos, além de seio maxilar;cistos circundados por raízes ou áreas inacessíveis (curetagem rigorosa) e deiscência de sutura. Os cistos que circundam as raízes dos dentes ou localizam-se em áreas inacessíveis dos maxilares requerem curetagem rigorosa, a qual é necessária para a remoção de fragmentos do revestimento cístico que não puderam ser removidos com o corpo da parede cística. Evidência radiográfica de reparo ósseo demora cerca de 6 a 12 meses. Os ossos gnáticos expandidos pelos cistos são remodelados lentamente até alcançarem contorno normal. MARSUPIALIZAÇÃO E DESCOMPRESSÃO É a confecção de uma janela cirúrgica na parede do cisto (fazendo uma comunicação), esvaziando o conteúdo cístico e mantendo a continuidade entre o cisto e a cavidade bucal, seio maxilar ou cavidade nasal. Esse processo diminui a pressão intracística (que faz com que ele cresça), promovendo tanto a redução do cisto como o preenchimento ósseo. O preenchimento ósseo ocorre de maneira centrípeta (de fora para dentro) e a cavidade se fecha em direção ao dreno ou à janela da marsupialização. O cisto cresce por uma combinação de fatores que envolve pressão osmótica, reabsorção por pressão, liberação de prostaglandinas e citocinas inflamatórias (interleucina-∝ e fatores de crescimento). A descompressão, seja ela por meio da marsupialização ou pela descompressão propriamente dita, parece mudar o ambiente e diminui a quantidade de interleucina-∝ que é liberada. A maioria dos cistos responde bem à descompressão. Deve-se acompanhar para observar a neoformação óssea. A cavidade cística pode ser completamente intra óssea (nesses casos, é necessário realizar uma osteotomia para chegar no cisto) ou em casos que a cápsula cística está em contato direto com a mucosa oral sem osso entre eles. No segundo caso, apenas um orifício na mucosa oral é suficiente para acessar o cisto. Marsupialização Na marsupialização, converte-se o cisto em uma bolsa. Para isso, faz a janela óssea e sutura os bordos do epitélio da cavidade bucal com o epitélio do cisto. Os epitélios fusionam formando uma fístula. Esses processos de marsupialização e descompressão causam uma alteração no epitélio do cisto, perdendo as características císticas e adquirindo características da mucosa bucal. Fica mais espesso. O fato de fazer uma janela faz com que seja uma biópsia incisional . A única parte do cisto a ser removida é o pedaço retirado para a confecção da janela. O local da janela pode ser o local da biópsia, mas nem sempre é. Descompressão A descompressão consiste em realizar uma pequena abertura do cisto e mantê-lo aberto com algum tipo de dreno (dispositivo de descompressão). Indicações A proximidade de um cisto com estruturas vitais pode conduzir ao sacrifício desnecessário de tecido se a enucleação for utilizada. Se o acesso cirúrgico a todas as porções do cisto for difícil (p. ex. côndilo), partes da parede cística podem permanecer, o que levaria a uma recidiva da lesão. Se um dente não irrompido necessário na arcada dentária estiver associado ao cisto (isto é, cisto dentígero), possibilitaria a orientação da erupção dos dentes em direção à cavidade bucal. Em paciente não saudável ou debilitado, esse procedimento é uma alternativa razoável à enucleação, por ser simples e por ser menos estressante para o paciente considerando a extensão da cirurgia . Em cistos muito grandes , há risco de fratura mandibular durante a enucleação, sendo mais interessante fazer a descompressão do cisto e adiar a enucleação até que haja considerável preenchimento ósseo da cavidade. Vantagens É um procedimento de fácil execução. A descompressão também pode poupar estruturas vitais de dano que seria provocado por uma tentativa de enucleação imediata. Desvantagens A principal desvantagem é deixar na cavidade tecido patológico sem exame histopatológico. Outra desvantagem é que a cavidade precisa ser irrigada frequentemente, exigindo a colaboração do paciente. A cavidade cística deve ser mantida limpa para prevenir infecções, porque a cavidade frequentemente retém restos alimentares. Técnica Técnica Cirúrgica da Marsupialização 1. anestesia 2. aspiração do conteúdo cístico 3. incisão circular ou elíptica 4. confecção de uma janela na cavidade cística 5. porção removida: histopatológico 6. sutura dos bordos Após a anestesia da área, o cisto deve ser aspirado. Se a aspiração confirmar a hipótese diagnóstica de cisto, o procedimento pode ser realizado. A incisão inicial é geralmente circular ou elíptica e cria uma grande janela (de 1 cm ou mais) na cavidade cística. Se o osso estiver expandido ou adelgaçado pelo cisto, a incisão inicial pode se estender pelo osso em direção à cavidade cística. Se o osso sobrejacente for espesso, uma janela óssea deve ser removida com brocas e pinça-goiva. O cisto é incisado visando à remoção de uma janela de seu revestimento que é submetida a exame histopatológico. Retira-se o conteúdo do cisto e, se possível, realiza-se inspeção visual do revestimento residual do cisto. A irrigação remove quaisquer fragmentos residuais. Se o revestimento cístico é espesso o suficiente e se o acesso permitir, o perímetro da parede cística em torno da janela pode ser suturado à mucosa oral. A descompressão pode ser usada como terapia isolada ou como uma fase preliminar à enucleação. Como dificilmente reduz a lesão completamente, na maioria dos casos, a enucleação é realizada após a marsupialização. Marsupialização x Descompressão Na marsupialização, a janela precisa ser ampla, pois o organismo tende a fechar trajetos fistulosos ou patológicos que não são fisiológicos. Na descompressão, a cavidade é mantida aberta através de um dispositivo de drenagem. É mais difícil fechar a abertura de marsupialização. A proliferação tecidual é característica do ameloblastoma. MARSUPIALIZAÇÃO/DESCOMPRESSÃO + ENUCLEAÇÃO A marsupialização ou a descompressão raramente são usadas como forma isolada de tratamento. No caso de cistos dentígeros, contudo, pode não haver qualquer cisto residual para ser removido, uma vez que o dente erupciona a arcada dentária, então os epitélios se fusionam. As lesões frequentemente não regridem completamente com a descompressão. Nesse sentido, os objetivos do procedimento de descompressão já foram atingidos e uma enucleação secundária pode ser realizada sem causar injúrias às estruturas adjacentes. A abordagem combinada reduz a morbidade e acelera a cicatrização completa do defeito. Indicações A proximidade de um cisto com estruturas vitais pode conduzir ao sacrifício desnecessário de tecido se a enucleação for utilizada. Se o acesso cirúrgico a todas as porções do cisto for difícil (p. ex. côndilo), partes da parede cística podem permanecer, o que levaria a uma recidiva da lesão. Se um dente não irrompido necessário na arcada dentária estiver associado ao cisto (isto é, cisto dentígero), possibilitaria a orientação da erupção dos dentes em direção à cavidade bucal. Em paciente não saudável ou debilitado,esse procedimento é uma alternativa razoável à enucleação, por ser simples e por ser menos estressante para o paciente considerando a extensão da cirurgia . Em cistos muito grandes , há risco de fratura mandibular durante a enucleação. Entretanto, se o cisto não obliterar totalmente após a marsupialização, a enucleação deve ser considerada: a cavidade parou de reduzir de tamanho, dificuldade de higienização pelo paciente e quando o profissional julga necessário examinar a lesão inteira histopatologicamente. Vantagens Na fase de marsupialização, a vantagem consiste na realização de procedimento simples que poupa as estruturas vitais adjacentes. Na fase de enucleação, a lesão inteira torna-se disponível para análise histopatológica. Outra vantagem inclui o desenvolvimento de revestimento cístico espesso, o que torna a enucleação secundária um procedimento mais fácil. Desvantagens No início, o cisto não é completamente removido para exame histopatológico. Depois, a enucleação subsequente pode detectar qualquer condição patológica oculta. Depois da descompressão, o epitélio do cisto pode sofrer uma alteração, tornando-se hiperplásico, perdendo as características originais do cisto. Além disso, algumas células podem ficar aprisionadas no tecido ósseo durante o processo de descompressão. Técnica O momento apropriado para a enucleação é quando há osso recobrindo as estruturas vitais adjacentes, o que previne danos a ela durante a enucleação e também quando o preenchimento ósseo adequado fornece resistência suficiente aos maxilares para evitar fraturas durante a enucleação. ENUCLEAÇÃO (com ou sem descompressão prévia) + PROCEDIMENTOS COADJUVANTES curetagem rigorosa e/ou osteotomia periférica com broca e/ou substâncias osteolíticas Esses procedimentos coadjuvantes são para remover um pouco mais de tecido ósseo além da cápsula cística, optando-se por eles em cistos que apresentam recorrência. Geralmente há uma infiltração do tecido ósseo por células tumorais (de aspecto cístico) ou cística além dos limites da cápsula. O uso de tratamentos coadjuvantes permite a remoção de uma margem maior (1 a 2 mm de osso em volta de toda a periferia da cavidade cística), prevenindo recidivas. Esse procedimento visa à remoção de quaisquer células epiteliais remanescentes na periferia da parede cística ou da cavidade óssea, conferindo-lhe uma vantagem já que reduz a probabilidade de recidivas. As desvantagens são remoção de mais tecido ósseo e possibilidade de lesão às estruturas nobres adjacentes (feixe vásculo-nervoso, ápices dentais). A curetagem rigorosa (remove além da cápsula cística, o tecido ósseo através da curetagem) funciona mais na maxila por ser um osso mais esponjoso, sendo possível tirar mais um pouco de tecido ósseo além dos limites do cisto. Na mandíbula é mais difícil, pois na maior parte das vezes já tem a formação de tecido reacional ao redor do cisto e não consegue remover com cureta. Cistos Inflamatórios As substâncias osteolíticas causam uma necrose superficial, eliminando remanescentes de células císticas que porventura podem ter ficado na cavidade. Solução de Carnoy → 3 ml de clorofórmio → 6 ml de álcool absoluto → 1 ml de ácido glacial acético → 1 g de clorito férrico As vantagens são a precisão da aplicação (injeção cuidadosa da solução em gaze no interior da loja cirúrgica) e manutenção da arquitetura óssea (mesmo causando uma necrose superficial), facilitando a neoformação óssea. As desvantagens são neurotoxicidade aos tecidos moles, aos nervos alveolar inferior e lingual, pele e folículo dental, além de danos irreversíveis à superfície e desvitalização da margem óssea, sem possibilidade de enxerto imediato. Nitrogênio Líquido O nitrogênio líquido é utilizado no ciclo de Crioterapia: congelamento à -196º seguido de resfriamento. Pode ser utilizado um método fechado (quando a sonda está congelada e congela o tecido) ou aberto (quando sai o nitrogênio em forma de spray e a superfície é congelada). A maioria dos tecidos congelam a -22ºC e a morte tecidual ocorre a uma temperatura de -20ºC, sendo a eficácia da crioterapia decorrente da formação de cristais de gelo extra e intracelular (necrose por congelamento). Apenas um ciclo de congelamento não é eficaz para a crioterapia, tendo uma ação maior de “conservação” do que de morte celular. É necessário pelo menos 2 ciclos na sessão (20 segundos acionado e 1 minuto esperando descongelar). Cistos Odontogênicos de Desenvolvimento CISTO DE ERUPÇÃO tto: marsupialização É um tipo específico de cisto de tecido mole associado a um dente decíduo ou permanente em erupção. É preciso ver se o dente já está no trajeto de erupção e se tem espaço para erupcionar. Normalmente regridem espontaneamente com a erupção. O tratamento cirúrgico, quando necessário, é a ulotomia ou ulectomia. CISTO PERIODONTAL LATERAL tto: enucleação Cistos em posição periodontal lateral ou entre as raízes de um dente vital, onde o componente inflamatório e o TOC tenham sido descartados com base clínica e histológica. Tem origem dos remanescentes epiteliais da lâmina dentária. Normalmente são uniloculares. Não atinge grandes dimensões, pois a própria região limita seu crescimento. Cisto Odontogênico Botrióide : variante multilocular que pode atingir grandes dimensões (se as lojas não se comunicam, não é possível descomprimir, por esse motivo, o tratamento permanece sendo a enucleação). CISTO DENTÍGERO tto: enucleação e/ou marsupialização/descompressão Cisto que envolve a coroa de um dente não erupcionado. Desenvolve-se pelo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do órgão de esmalte e a coroa ou entre as camadas do epitélio reduzido do esmalte. Esse cisto cresce muito por expansão e aumento de volume sendo geralmente indolor. Aspectos Clínicos Cistos grandes associados à expansão indolor do osso na região afetada resultando em assimetria facial. Quando infectados causam dor. Acometem mais frequentemente terceiros molares inferiores, caninos superiores e segundos pré-molares superiores. Possuem associação com outras patologias (carcinoma mucoepidermóide) e apresentam potencial de reabsorção dentária. Aspectos Radiográficos Radiolúcido, unilocular, bem definido e com margem esclerótica associada à coroa de um dente incluso. Cistos grandes podem ter aspecto multilocular. Quando infectado pode apresentar margens mal definidas. Cisto Dentígero x Folículo Normalmente, o espaço do folículo é de até 2 mm. Mais que isso, pode-se suspeitar de cisto dentígero. Tratamento Deve-se considerar o tamanho da lesão, o envolvimento de dentes e necessidade de seu aproveitamento, proximidade com estruturas nobres, idade e colaboração do paciente. Diagnóstico Diferencial - Queratocisto Odontogênico - Ameloblastoma Unicístico CISTO ODONTOGÊNICO GLANDULAR tto: enucleação associada à osteotomia periférica Como é um cisto multilocular, impossibilita de realizar a descompressão/marsupialização. Cistos Odontogênicos Inflamatórios CISTO RADICULAR/PERIAPICAL tto: enucleação e/ou marsupializaçãoe descompressão O cisto radicular/periapical é o mais comum de todas as lesões císticas dos maxilares e resulta da inflamação ou necrose da polpa dentária. Se o dente possibilitar restauração, o tratamento endodôntico seguido do acompanhamento radiográfico periódico promoverá a avaliação do reparo ósseo. Se não houver reparo ósseo ou a lesão expandir, o cisto deve ser removido por cirurgia periapical. Em muitos procedimentos de exodontia, a lesão associada ao ápice pode ser removida aderida ao ápice, caso contrário, é necessário curetagem apical quando o cisto for pequeno. Um retalho mucoperiosteal deve ser rebatido e uma janela óssea deve ser criada com cistos maiores para acessá-los. Tratamento Consiste na remoção da causa (tratamento endodôntico, tratamento periodontal ou exodontia). Após o tratamento endodôntico, a lesão ainda pode persistir. O tratamento cirúrgico consiste tanto em enucleação quanto marsupialização ou descompressão. A escolha depende do tamanho do cisto, do acesso e da possibilidade de lesionar estruturas vitais. A exodontia ou apicectomia adicional podem ser realizadas. Na marsupialização, a transformação em bolsa implica, às vezes, em um tratamento definitivo. CISTO RESIDUAL tto: CISTO COLATERAL INFLAMATÓRIO tto: marsupialização/descompressão seguida de enucleação Mais comumente associado ao 3º molar semi-incluso (na distal), mas pode estar associado a outros dentes, em virtude de uma pericoronarite persistente. O dente apresenta vitalidade pulpar. Normalmente não atinge grandes dimensões então é feito a enucleação com maior frequência. Outra localização comum desse cisto é na furca principalmente de molares permanentes em erupção (cisto de bifurcação em pacientes jovens). Cistos Não Odontogênicos (epiteliais) CISTO DO DUCTO NASOPALATINO tto: enucleação se de pequenas dimensões e/ou marsupialização/descompressão se de grandes dimensões CISTO DO NASOLABIAL tto: enucleação se de pequenas dimensões e/ou marsupialização/descompressão se de grandes dimensões CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE tto: enucleação ou marsupialização/descompressão + enucleação Possui uma ocorrência relativamente rara. Não mostra predileção por sexo. Idade média de 30.3 anos. Uma característica marcante é que ele tem uma fase cística que pode responder bem à descompressão e outras em que ele produz um tecido osteóide, formando calcificações dentro do cisto, dificultando a sua descompressão. O material calcificado localiza-se preferencialmente nas imediações da parede cística e do dente impactado. Diagnóstico Diferencial com Cisto Nasolabial A diferença é que o cisto odontogênico calcificante tem componentes ósseos e o cisto nasolabial é só de tecido mole. O tratamento do odontoma complexo é a enucleação do odontoma e da cápsula de revestimento. CERATOCISTO tto: enucleação ou marsupialização/descompressão + enucleação Cistos em áreas adjacentes aos dentes caracterizado por uma cápsula fibrosa fina e friável e camada uniforme de epitélio escamoso estratificado com 5 a 8 células de espessura. Células basais em paliçadas e núcleo mais polarizado. É frequentemente localizado no ramo e corpo da mandíbula. Tem origem de remanescentes da lâmina dentária e do epitélio odontogênico. O estímulo é desconhecido mas não é inflamatório. Inicialmente se expande dentro dos espaços medulares e quanto a lesão é observada clinicamente, já é de grande tamanho. Tem potencial intrínseco de crescimento. Cistos filhotes ou satélites encontrados na periferia da principal cavidade cística podem não ser completamente removidos, o que contribui para a alta taxa de recidiva. O revestimento cístico geralmente é muito fino e facilmente fragmentado, tornando difícil sua completa enucleação. Síndrome de Gorlin-Goltz Herança autossômica dominante de penetrância completa e expressividade variável. → Múltiplos ceratocistos → Carcinomas basocelulares → Costela e vértebra bífidas → Calcificações intracranianas → Bossas frontais e parietais → Hipertelorismo ocular Tratamento O tratamento mínimo deve incluir cuidadosa enucleação com osteotomia periférica da cavidade óssea. Outras modalidades de tratamento, como a descompressão e crioterapia, dependem da escolha do profissional. Proservação mínima de 5 anos! Alto índice de recidiva! Cistos Não Odontogênicos Não Epiteliais CISTO ÓSSEO SIMPLES (TRAUMÁTICO, HEMORRÁGICO, SOLITÁRIO) tto: curetagem da lesão A etiologia é desconhecida, mas é provável que seja por traumatismo em que houve aprisionamento de sangue na cavidade, consequente necrose, formando uma única cavidade óssea sem epitélio. 75% antes dos 25 anos. Preferencialmente no corpo da mandíbula. Geralmente a cavidade fica vazia ou com sangue e o diagnóstico definitivo é dado somente no exame histopatológico. CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO tto: curetagem Tem etiologia desconhecida. Acomete pacientes jovens. Geralmente unilateral. Pode causar reabsorção radicular e deslocamento dentário. Pode causar abaulamento da cortical óssea. Conteúdo intracístico rico em capilares. Tumores Maxilares TRATAMENTO Os tratamentos são marsupialização/descompressão para tumores com componente cístico com ou sem enucleação posterior; a enucleação com ou sem coadjuvantes ou a ressecção (marginal ou segmentar; parcial; total ou composta). A ressecção marginal (A) é a remoção da lesão com uma margem de tecido ósseo sadio, mantendo a continuidade das bases ósseas. Na parcial (B), também remove a lesão com uma margem de tecido ósseo sadio, porém não mantém a continuidade das bases ósseas. Na ressecção total, remove-se todo o osso. A composta é quando se remove o tecido ósseo e o tecido mole adjacente. Fatores Avaliados A agressividade da lesão é o fator mais importante que deve ser considerado na determinação do tipo mais apropriado de tratamento. A localização anatômica deve ser considerada, levando em consideração que a mesma lesão na maxila é mais agressiva do que na mandíbula, por exemplo, pois as células tumorais se infiltram mais no tecido poroso. Os seios maxilares adjacentes e a nasofaringe possibilitam que os tumores da maxila cresçam de modo assintomático até alcançarem grandes proporções, exibindo sintomas tardiamente. Por isso, tumores maxilares apresentam pior prognóstico do que os da mandíbula. O tamanho do tumor tem influência no tipo de procedimento cirúrgico necessário para o tratamento. Sempre que possível, deve-se deixar a margem inferior da mandíbula intacta para manter sua continuidade. Isso pode ser obtido por ressecção marginal da área acometida. Quando o tumor se estende por toda a espessura do osso envolvido, uma ressecção parcial torna-se mandatória. TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÕES FIBRO-ÓSSEAS Essas lesões tendem a estacionar em um certo momento. Quando é pequena, pode enuclear. Quando é muito grande, deve-se pensar se vai remover tudo e deformar o paciente, se é possível restaurar, fazer uma prótese ou se faz uma plastia óssea para corrigir a anatomia e acompanhar o caso. Quando manipula a lesão, na fase osteolítica, tende acrescer mais. Só intervém na displasia óssea florida quando tem áreas de infecção, sequestros ósseos, espículas ósseas, quando tem secreção etc. A lesão central de células gigantes pode ser removida por enucleação (podendo recidivar ou não), por ressecção marginal, utilizando calcitonina etc. O querubismo tem graus variados e uma classificação de acordo com a localização e com a distribuição nos quadrantes. É diagnosticado aos 2 anos de idade e normalmente estaciona na puberdade. Destrói raízes. Histologicamente, é semelhante à lesão central de células gigantes. Os tipos de tratamento disponíveis são feitos com base na lesão central de células gigantes (p. ex. corticóide intralesional, calcitonina).
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