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URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA INTRODUÇÃO • Procedimentos: ✓ Salvadores (evitam a morte) ✓ Terapêuticos (tratam, mas não necessariamente vai salvar a vida) ✓ Propedêuticos (para diagnóstico) AVALIAÇÃO PRIMÁRIA • O mnemônico é o XABCDE. Vai do que mata mais rápido para o que mata menos rápido. • O X entrou recentemente, para o caso de hemorragia grave exsanguinante. No ATLS 10, ainda é ABCDE, mas é possível que na próxima edição já se coloque o X antes. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA • Quando o paciente está exsanguinante, normalmente vem da pelve e retroperitônio, abdome, tórax, ossos longos ou vê que tem muito “sangue no chão” (precisa localizar). São os “cinco lugares que mais sangram”. • Uma vez identificado onde está sangrando, fazer rotação direta, tamponamento (gazes) ou torniquete. TORNIQUETE o Usado nos MMSS (por até 4h) ou nos MMII (por até 6h). o Sempre aplicar na parte proximal ao sangramento. o Ex.: se sangrando o punho, colocar o torniquete no braço. No braço, só tem um osso, enquanto no antebraço tem dois, o que dá instabilidade/promove frouxidão. o No MI, coloca na coxa. É o mesmo princípio: o fêmur é único, fíbula e tíbia também têm membrana interóssea, prejudicando a compressão dos vasos ao ajustar o torniquete. o Roda a haste até o sangramento parar ou o paciente não tiver pulso distal. o Depois disso, coloca a haste no gancho, coloca a fita de segurança e escreve a hora em que foi colocado o torniquete. o Quando for soltar o torniquete, lembrar que todo o tecido formou catecolaminas, ácido lático, potássio, sódio e não pode abrir com rapidez, senão vai ter síndrome de reperfusão, causando até mesmo rabdomiólise e insuficiência renal. PROCEDIMENTOS DE VENTILAÇÃO • O primeiro ponto a observar é se o paciente tem as VvAa pérvias. Caso tenha algo, precisa retirar. Outra coisa que obstrui muito é a obstrução que a língua causa, que pode ser objeto da chin lift (anteriorização do mento com hiperextensão cervical) e da jaw thrust (anteriorização da mandíbula através do ângulo). • Lembrar que o chin lift pode piorar um eventual trauma raquimedular. • Depois de desobstruir, usa o dispositivo bolsa- válvula-máscara de acordo com o tamanho adequado do paciente e faz o C e o E para URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES segurar a máscara. Anterioriza a mandíbula e ventila o doente. • Usa o polegar e o indicador formando um C, colocando a máscara o mais próximo possível da boca do paciente. • Com os 3º, 4º e 5º dedos, faz-se um “jaw thrust” para liberar a laringe e ventilar o doente. • Traumatizado = necessidade de oxigênio, com fração inspirada com o maior % de oxigênio possível por um tempo adequado (perto de 100%, 15 litros por minuto). Como o politraumatizado sangra, tem dificuldade de levar hemácias → ofertar mais oxigênio para que chegue mais aos tecidos. VIA AÉREA DEFINITIVA o Tubo na traquéia com cuff insuflado abaixo das cordas vocais. o Não cirúrgica (IOT) e cirúrgica (cricotireoideostomia na emergência e traqueostomia depois). o Serve para proteger as VvAa. o Laringoscópio na comissura labial direita, traciona a língua da D para a E, localiza a ponta da lâmina na valécula (espaço anterior à epiglote), aí vai visualizar a epiglote, a comissura anterior, o anel cricóide, as cordas vocais falsas e verdadeiras, as cartilagens posteriores e o nó interaritenóide. É no orifício que se introduz o tubo, de forma que o cuff ficará atrás das cordas vocais verdadeiras. o Em criança, as cartilagens ainda estão em formação, de forma que o tubo é sem cuff porque já se adapta bem à anatomia (que é em forma de um cone, o que faz que, até 2 anos, não precise nem do cuff, o tubo já se adapta sem precisar do cuff). ❖ Medicações (opióide e neurobloqueador), bolsa-valvula-máscara, cânula de Guedel, pinça de Maguy (em desuso), seringa para insuflar cuff, abaixador de língua, laringoscópio com lâmina curva (de Macintosh), buge (guia nas intubações difíceis) e fitas para fixação do tubo. TÉCNICA DA IOT o Empurrar o laringoscópio com a mão esquerda. Coloca a ponta na valécula e faz um movimento de báscula, com o antebraço, trazendo a língua de posterior para anterior (NÃO é um movimento de punho). URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES o Análise da dificuldade da via aérea o Malampatti, dentes, barba, pescoço e rever parâmetros! PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA o Máscara laríngea ▪ Usada principalmente quando a IOT falha (depois de 2 tentativas), enquanto não faz a via aérea definitiva (não é definitiva! Não tem cuff abaixo das cordas vocais). Adapta- se à laringe e ventila o paciente bem. ▪ Não é um ato médico exclusivo. Se está com ela, não precisa ir para a cricotireoideostomia diretamente, pode preparar melhor para fazer uma traqueostomia. ▪ Introduz como se fosse uma caneta até sentir o obstáculo, aí para de introduzir, depois insufla até ela ir um pouco mais para a frente, que é quando ela se adapta bem, então pode usar o bolsa-válvula- máscara para ventilar o paciente. o Cricotireoideostomia: ▪ Entre a proeminência laríngea e a cartilagem cricóide. Em mãos treinadas, é feita em cerca de 2 minutos. ▪ Feita por punção: usa um gelco 14, introduz na membrana, coloca um Y ou borracha de silicone com orifício e aí faz 1 segundo de inspiração por 4 segundos de expiração. ▪ Só pode ser usada por no máximo 45 minutos (acima disso, causaria uma URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES hipercapnia, pois não consegue fazer um volume expiratório ideal). ▪ Vai ter até 24h para fazer a traqueostomia. ▪ Crico pelo método da punção (técnica de Seldinger – guiando por um mandril/fio- guia). ▪ Depois que punciona, aspira para ver se tem ar, depois introduz para ver se tem o mandril e confirma. ▪ Incisão, divulsiona a membrana e introduz a cânula de traqueostomia (é uma cânula mais fina!): o Traqueostomia: ▪ Tem pele, subcutâneo, platisma, músculos adjacentes à tireoide e à traquéia, tireóide e vasos... só depois de tirar tudo isso é que vai seccionar a traquéia. Pode ser secção em cruzes, H ou C invertido. Depois coloca a cânula e o curativo. PUNÇÕES • Toracocentese de alívio e drenagem torácica em selo d’água • A toracocentese é um procedimento salvador. TORACOCENTESE DE ALÍVIO o Se pneumotórax, a toracocentese de alívio no 2º EIC+linha hemiclavicular anterior é só para crianças e indivíduos muito magros. o Para adulto não magro, faz-se a toracocentese no 5º EIC ou faz uma toracostomia digital (faz uma incisão, introduz o dedo, e dilata com o dedo até vencer a pleura). Torna o pneumotórax hipertensivo em um aberto. URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES o Correção: é no 5º EIC atualmente. DRENAGEM EM SELO D’ÁGUA o Feita após a toracocentese, no mesmo local. 5º EIC na linha axilar anterior ou entre esta e a média. o Faz a punção da borda superior da costela interior. o Conecta o dreno a um selo d’água, que promoverá a saída do líquido e do ar, impedindo o retorno de ambos para a cavidade torácica. TORACOTOMIA NA SALA DE EMERGÊNCIA o Indicações e técnica da toracotomia de emergência (de reanimação) PERICARDIOCENTESE o Técnica de Marfan. Localiza processo xifóide, 1 cm – 1,5 cm para a E, punciona com a agulha apontada para a ponta da escápula E. Paciente monitorizado e, quando ele fizer a extrassístole, destampona o coração. o Pericárdio tem em torno de 1 mL em toda a sua área e não é muito elástico! Quando acumula líquido, ele comprime o coração. ACESSOS VENOSOS CENTRAIS • Risco de lacerações, pneumotórax, punção de esôfago, punção de traquéia URGÊNCIA E EMEGÊNCIA –LARISSA MENEZES ACESSO DA VJI o Técnica anterior ou técnica posterior. o Anterior: vértice do trígono pela porção clavicular e esternal do ECM. Punção em direção ao mamilo ipsilateral. Técnica de Seldinger. Hoje, procura fazer guiado por USG. o Posterior: borda lateral do ECM, punciona na interseção da jugular externa, em direção ao mamilo contralateral. ACESSO DA VEIA SUBCLÁVIA o No 1/3 médio da clavícula, introduz a agulha em direção à fúrcula esternal. ACESSO DA VEIA FEMORAL o Se disponível, fazer guiada por USG. Medialmente à artéria está a veia femoral, e faz a punção em direção cranial. Nervo, artéria e veia. PUNÇÃO INTRAÓSSEA o Na cabeça do úmero. LAVADO PERITONEAL • É propedêutico. • Incisão infra-umbilical, secciona a pele, o tecido subcutâneo, aponeurose e peritônio, cai na cavidade abdominal, introduz sonda rumo à pele, faz infusão de soro (10 ml/kg), esperando o retorno do líquido. Se sanguinolento, vai pra cirurgia. Se dúbio, encaminhar para o laboratório e observar se vem 500 leucócitos ou 100.000 hemácias por ml, hipóteses em que se configura o lavado positivo (indica Cx). • Utiliza-se o USG FAST para identificar até 50 ml de líquido livre na cavidade (se trauma + líquido = presumir que é sangue). Portais do FAST () e do e-FAST (→). URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES OUTROS • Cinta pélvica: ✓ Estabiliza hemodinamicamente antes de Cx. Colocada na altura dos trocânteres, é puxada e, quando dá dois cliques, é porque conseguiu fechar a bacia. • Imobilização: ✓ Atualmente não é indicado o uso de todos esses; a coluna no máximo se limita o movimento, não consegue imobilizar completamente. Mas aí tenta fazer uma restrição o mais próximo de 100% → o colar cervical impede a extensão e flexão, o head block impede a lateralização cervical.
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