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FARMACOLOGIA Prof. Marcelo Elias Pereira FARMACOCINÉTICA ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E ELIMINAÇÃO (metabolismo e excreção) ABSORÇÃO: passagem da droga através das membranas, para alcançarem a circulação sistêmica e os locais de ação (fora ou dentro das células). A VIA DE ADMINISTRAÇÃO influencia diretamente a absorção. Vias de Administração Via Oral Via Sub - lingual Via Intra – muscular Via Intra – venosa Via Sub - cutânea Via Retal Via Dérmica Via Ocular Via Otológica Via Vaginal Favorece a dissolução e transporte através do sangue e fluidos corporais. Membranas celulares: fortemente hidrofóbicas. Transporte através da membrana: difusão simples, facilitada e transporte ativo. CARÁTER HIDROFÍLICO DAS DROGAS Fatores que favorecem a difusão de drogas através das membranas: Moléculas neutras (não-ionizadas) → influência do pH; Apolares; De baixo peso molecular; Alta lipossolubilidade. As drogas podem ser absorvidas por transporte ativo: células do túbulo renal, trato biliar, barreira hematoencefálica e trato gastrointestinal. DIFUSÃO PASSIVA Se faz sempre da região de maior concentração no sentido do gradiente de concentração assim criado. Não necessita de nenhuma fonte de energia. Não pode ser saturada. Não desenvolve fenômeno de inibição competitiva. Esta difusão passiva depende da hidrossolubilidade, da lipossolubilidade e da proporção da forma ionizada do medicamento. DIFUSÃO PASSIVA Utilizada por Moléculas Não-Polares – Gases: CO2 e O2 – Sais – Anestésicos – Sedativos, Tranquilizantes e Narcóticos – Antibióticos – Alcalóides – Organofosforados – Hormônios, etc INFLUÊNCIA DO PH NA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS: drogas ácidas: ionizam-se pouco no estômago, portanto são bem absorvidas. Ionizam-se quase completamente no intestino ou no sangue, permanecendo nesses compartimentos. drogas básicas: ionizam-se quase completamente no estômago, não sendo bem absorvidas pela mucosa estomacal. Ionizam-se muito pouco no intestino ou no sangue, sendo absorvidos pela mucosa intestinal. DIFUSÃO FACILITADA Os movimentos se fazem no sentido do gradiente de concentração, porém a uma velocidade superior àquela de uma simples difusão facilitada. A velocidade de passagem não é proporcional ao gradiente de concentração. Um transportador facilita a passagem da substância, mas pode ser saturado. Pode haver inibição competitiva. Transporte Ativo Ocorre contra o gradiente de concentração. Existe um transportador. Há necessidade de energia fornecida pela ATP. Pode ocorrer inibição competitiva. A metildopa e a levodopa são absorvidas por transporte ativo. FASES DA ABSORÇÃO DISSOLUÇÃO Uma substância só pode ser absorvida na forma dissolvida. ESVAZIAMENTO GÁSTRICO FASES DA ABSORÇÃO DÉBITO SANGUÍNEO As substâncias lipossolúveis penetram rapidamente e o equilíbrio entre sangue e o sítio de absorção rapidamente é atingido. Nestas condições, o débito sanguíneo é o elemento modulador da absorção. Isso não ocorre com as substâncias pouco permeáveis. NOÇÃO DE BIODISPONIBILIDADE A biodisponibilidade de um medicamento corresponde à fração ou à porcentagem da substância que após administração atinge a circulação geral. Dois fatores condicionam a biodisponibilidade (F): 1- Quantidade absorvida; 2- Quantidade eliminada pelas diferentes etapas de primeira passagem. Responde a relação: F=f.F’ f é o coeficiente de absorção F’ é a fração do medicamento administrado que escapou aos diferentes efeitos de 1ª passagem. Pulmões Coração Tecidos Rins Mucosa intestinal Fígado Luz intestinal Estômago Administração oral Eliminação fecal piloro AbsorçãoVia retal Via porta via IA SC, IM, IV Em direção à circulação geral S A N G U E A R T E R I A L S A N G U E V E N O S O Fatores que Influem na Absorção Propriedades físico-químicas do PA. O pH do meio; A Solubilidade; O Coeficiente de Ionização e de Dissociação (pKa). Fatores que Influem na Absorção Estabilidade do PA Deve ser estudada a estabilidade do princípio ativo, sob forma sólida e em solução com diversos pH. Solubilidade e velocidade de dissolução com diferentes pH Fatores que Influem na Absorção Dimensão das partículas e morfologia dos Cristais Cristais de grande dimensão diminuem a velocidade de dissolução do PA, e portanto, a sua absorção. Já pó extrafino terá tendência para flutuar, dificultando sua dissolução. Fatores que Influem na Absorção Idade do Indivíduo Recém – nascidos possuem pH gástrico entre 6 e 8, além de uma imaturidade hepática. Os idosos possuem pH gástrico mais elevado do que no adulto jovem. Há uma diminuição da superfície intestinal útil, da motilidade intestinal, do débito sanguíneo e da capacidade de eliminação. Fatores que Influem na Absorção Gravidez Diminuição da motilidade gastrintestinal e aumento do pH gástrico. Também modifica a atividade metabólica. Fatores que Influem na Absorção Doenças gastrintestinais Essa doenças podem modificar o pH gástrico e o tempo de esvaziamento gástrico. Fatores que Influem na Absorção O pH gástrico, esse aumenta após a ingestão de medicamentos antiácidos ou uma acloridria. Esse aumento tem diversas consequências: Aumento da dissolução de certos PA ácidos (aspirina, fenilbutazona, AINES, etc.), mas uma diminuição da sua passagem através da membrana gástrica; Fatores que Influem na Absorção Diminuição da dissolução dos PA básicos como as tetraciclinas, o diazepam, a teofilina, etc; Dissolução precoce dos revestimentos entéricos; Diminuição da absorção do ferro (por formação de um hidróxido). Fatores que Influem na Absorção Modificações do esvaziamento gástrico e da motilidade intestinal. Alimentação. - Aumento da Absorção. Comidas gordurosas e carbamazepina e a fenitoína. Fatores que Influem na Absorção Alimentação - Diminuição da Absorção. Por complexação (tetraciclinas e cálcio do leite). Por competição ao nível do transportados (levodopa e alimentos ricos em proteínas) CASO CLÍNICO FNS, mulher, 56 anos, diabética NID, hipertensa, vem apresentando problemas respiratórios e dores articulares. Após consulta médica lhe foi prescrito: Glibemclamida 5mg / Tomar 1comp. Ao dia; Salbutamol Xpe / Tomar 5ml 8/8h; Propranolol 10mg / Tomar 1 comp. 12/12h; AAS 100mg / Tomar 1 comp. Após o almoço; Hidroclorotiazida 25mg / Tomar 1 comp ao dia; Diclofenaco Potássico 50mg / 1comp de 8/8h; Hidróxido de Alumínio / 5ml após as refeições. DISTRIBUIÇÃO Do compartimento intravascular (plasmático) para o extravascular (intersticial). Do plasmático para o cefalorraquidiano. Do plasmático para o extravascular e intracelular cerebrais. Do plasmático para o placentário. Do plasmático para o tubular renal. Do plasmático para o intracelular. DISTRIBUIÇÃO A droga que atinge a corrente sanguínea será distribuída a diferentes partes do organismo, em uma taxa que depende de vários fatores: VELOCIDADE DE FLUXO SANGUÍNEO: Determina a quantidade máxima de droga que pode ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos específicos, para uma dada concentração plasmática. Tecidos mais ou menos irrigados receberão diferentes quantidades da droga; também o tempo de permanência das drogas nos tecidos irá variar. FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: Inicialmente, fígado, rins, cérebro e outros órgãos com boa perfusão recebem a maior parte do fármaco. A liberação para músculos, a maior parte das vísceras, pele e gordura a liberação é mais lenta. Essa 2ª fase de distribuição pode levar minutos ou várias horas antes que a concentração do fármaco nos tecido esteja em equilíbrio com o sangue. FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: A segunda fase também envolve uma parte maior de massa corporal que a inicial e geralmente responde pela maior parte do fármaco distribuído. A lipossosubilidade é um importante fator para a difusão do fármaco. O pH gradiente de pH entre líquido intra e extracelular (7,0 versus 7,4). O principalfator é a ligação do fármaco com proteínas plasmáticas. FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: Barreira hematoencefálica → ausência de fenestrações e presença de tight junctions nos capilares cerebrais. Dificulta a passagem principalmente de substâncias hidrossolúveis, ionizadas ou polares. Glicose, aminoácidos, aminas, purinas e ácidos orgânicos → transporte ativo. A menos que contrariamente comprovado, deve-se pressupor que todas as drogas atravessam a placenta e também penetram nas glândulas mamárias. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: As principais proteínas são: Albumina (ácidos) e α1- glicoproteína ácida (bases). Fenilbutazona se liga 95%. O grau de ligação proteica das drogas depende de: afinidade entre droga e proteínas; concentração sanguínea da droga; concentração sanguínea das proteínas. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Contribui para as diferenças nas concentrações das drogas em diferentes compartimentos corporais. A ligação à proteínas impede a ação do fármaco e geralmente limita o transporte e o metabolismo do mesmo. No entanto, a ligação plasmática geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional à concentração nos locais de ligação e à constante de dissociação. Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional ao número de locais de ligação e à concentração do fármaco. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Portanto, a ligação plasmática é um processo saturável e não-linear. No entanto, para a maioria dos fármacos, a faixa terapêutica de concentração plasmática é limitada, de modo que a extensão das partes ligadas e livres é relativamente constante. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: A extensão da ligação plasmática (proteínas) também podem ser alterada por fatores relacionados com a doença. Por exemplo: a hipoalbuminemia secundária a doença hepática grave ou a síndrome nefrótica levam à diminuição da ligação e o aumento da fração livre. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Do mesmo modo, as afecções que levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do miocárdio) levam a altos níveis de α1- glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos básicos. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Drogas Fortemente Ligadas: - Clorpromazina - Dexametasona - Eritromicina - Furosemida - Naproxeno - Propranolol - Varfarina LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Drogas Mediamente Ligadas - AAS - Betametasona - Cloranfenicol - Penicilina G - Fenobarbital - Teofilina - Sulfametoxazol LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Drogas Fracamente Ligadas - Alopurinol - Ampicilina - Cefalexina - Digitoxina - Gentamicina - Isoniazida - Paracetamol LIGAÇÃO TECIDUAL Muitos fármacos se acumulam nos tecidos em contrações maiores que aquelas dos líquidos extracelulares e do sangue. Uma grande fração do fármaco pode estar ligado desse modo e servir de reservatório que prolonga a ação do fármaco. Tecido adiposo (70% do barbitúrico tiopental – 3 hs após a administração). Ossos (tetraciclinas, substâncias tóxicas como chumbo, rádio) REDISTRIBUIÇÃO O fármaco se redistribui para outro tecido, sendo um fator de término da ação do mesmo. Um bom exemplo disso é o uso intravenoso do fármaco tiopental que alcança sua contração máxima no cérebro em 1 minuto após sua injeção. Redistribuição em cadáveres. PERMEABILIDADE CAPILAR As drogas atravessam as paredes capilares por duas vias: Via Transcelular, droga atravessa a célula endotelial por pinocitose, por difusão simples ou transporte ativo. Via intercelular, a travessia é feita por poros ou canais existentes no endotélio e entre células. VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO VOLUME REAL: Se a droga tiver capacidade de atravessar as membranas celulares o volume real para uma pessoa de 70Kg é de aproximadamente 43 Litros. Plasma = 3 L Líquido intersticial extravascular = 12 L Líquido intracelular = 28 L VOLUME APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO (Vd): É o volume no qual a droga teria que se dissolver, a fim de atingir a mesma concentração que ela se encontra no plasma. Nessa definição, a concentração plasmática da droga é aquela observada após a absorção e distribuição e antes da eliminação. Exemplos: Antidepressivos Tricíclicos Vd= 20 L/Kg Varfarina Vd= 0,1 L/Kg Vd elevados indicam que as drogas possuem grandes concentrações teciduais. Fórmula: Vd= quantidade de fármaco no corpo C (concentração do fármaco) Exemplo: 500µg de digoxina pessoa de 70Kg Cocntração plasmática de 0,75 ng/ml Vd= 500 Vd= 667 litros 0,75 VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO Esses volumes podem variar de indivíduo para indivíduo de acordo com muitos fatores: Dependentes da droga: - lipossolubilidade - polaridade, ionização - grau de ligação com proteínas plasmáticas ou com proteínas teciduais VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO Dependentes do paciente: - idade - peso e tamanho corporal - hemodinâmica - concentração das proteínas plasmáticas - estados patológicos - genética CASO CLÍNICO O Sr. W, de 66 anos de idade, é um consultor de tecnologia que viaja freqüentemente para fora do país como parte de seu trabalho na indústria de telecomunicações. O único problema clínico que apresenta consiste em fibrilação atrial crônica, e o Sr. W toma varfarina como única medicação. O Sr. W viaja para a Turquia para prestar uma consultoria. Na última noite de sua estada, comparece a um grande jantar onde são servidos shish kebabs e outros alimentos que não costuma comer com freqüência. No dia seguinte, apresenta diarréia aquosa, fétida e profusa. O médico estabelece o diagnóstico de diarréia do viajante e prescreve sulfametoxazol trimetoprim durante 7 dias. O Sr. W já está totalmente restabelecido dentro de 2 dias após o início dos antibióticos e, 4 dias depois (enquanto ainda está tomando os antibióticos), ele recebe alguns clientes em outro jantar com mesa farta. O Sr. W e seus convidados ficam embriagados durante o jantar, e, ao sair do restaurante, o Sr. W tropeça e cai no meio-fio da calçada. No dia seguinte, o joelho direito do Sr. W está muito inchado, exigindo uma avaliação na sala de emergência. O exame físico e os estudos de imagem são compatíveis com hemartrose do joelho direito de tamanho moderado, e os exames laboratoriais revelam uma acentuada elevação da relação normalizada internacional (INR), que é uma medida padronizada do tempo de protrombina e, nesse contexto clínico, um marcador substituto para os níveis plasmáticos de varfarina. O médico de plantão alerta o Sr. W de que seu nível de varfarina encontra-se na faixa supraterapêutica (tóxica), e que esse efeito deve-se, provavelmente, a interações medicamentosas adversas envolvendo a varfarina, os antibióticos utilizados e o seu recente consumo excessivo de álcool. a- Como um paciente com níveis terapêuticos bem estabelecidos de um medicamento de uso crônico subitamente desenvolve manifestações clínicas de toxicidade farmacológica? b- Essa situação poderia ter sido evitada? Se a resposta for afirmativa, como? CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS A constância da concentração plasmática máxima média é contingencial e reflete um estado estável de equilíbrio dinâmico entre a dose da droga que é administrada e a taxa da droga que é distribuída e eliminada. CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS Tendo-se conhecimento da concentração plasmática indicada pela terapêutica, o ajuste posológico é estabelecido de dois modos: 1- Com uma dose inicial, de ataque, seguida por uma dose de manutenção. 2- Com uma série de doses seguidas até que, após quatro a seis meias-vidas da droga, se atinja a concentração sanguínea máxima constante média da droga em questão. VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS As variações individuais são originadas: nas biotransformações, na absorção,na distribuição, na excreção, na distribuição, na excreção, na biodisponibilidade, na patologia renal, hepática, tireoidiana, na cardíaca na interação com outras drogas. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS A farmacocinética atual já dispõe de experiências para resolver problemas dos seguintes tipos em que a concentração plasmática da droga desempenha papel essencial: a. determinação da posologia adequada de drogas que possuem meia-vida curta, como a procainamida e alprenolol (t½ = 2 a 3 horas). IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS b. ajuste posológico de drogas cujas meias-vidas, como a digoxina (t½ = 30 a 40 horas) e a gentamicina (t½ = 2 a 3 horas), são prolongadas pela insuficiência renal. c. uso de dose de ataque , como se faz, por exemplo, com a digoxina quando há necessidade de efeito rápido, encurtando-se o tempo necessário para alcançar a concentração plasmática constante média; nesse caso, é necessário conhecer o volume aparente de distribuição da droga. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS d. possibilidade de prever a concentração plasmática máxima constante média após doses repetidas. e. a não-obediência,por parte do paciente, ao esquema poslógico. f. biodisponibilidade da droga. g. ajuste posológico de drogas usadas profilaticamente. h. ajuste posológico em pacientes cuja resposta não é compatível com o quadro clínico nem com a dose administrada. EQUAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS Css = F . Dose Vd . Kel . T Css = concentração plasmática máxima constante média F = fração da dose que alcança a circulação sistêmica (biodisponibilidade) Kel = constante de eliminação de primeira orcdem Vd = volume aparente de distribuição T = intervalo em horas entre doses ELIMINAÇÃO – METABOLISMO E EXCREÇÃO: Cinética de primeira ordem: a velocidade de remoção da droga do organismo é proporcional à concentração plasmática da mesma. A maioria das substâncias obedece a essa cinética. Cinética de ordem zero: algumas poucas drogas (etanol por ex.) são eliminadas a uma velocidade constante, não havendo influência da concentração plasmática. Outras drogas (aspirina e fenitoína) apresentam taxa de eliminação intermediária entre as cinéticas de ordem zero e primeira ordem. Pequenas modificações na dose podem levar a aumentos desproporcionais na concentração plasmática resultando em toxicidade. METABOLISMO DAS DROGAS O metabolismo é um processo alternativo que pode levar ao término da atividade biológica ou à sua alteração. Em geral os xenobióticos lipofílicos são transformados em substâncias mais polares e, portanto passível de excreção mais fácil. Drogas e toxinas são agentes estranhos ao organismo. METABOLISMO DAS DROGAS Drogas podem ser metabolizadas nos pulmões, sangue e fígado. O organismo converte as drogas em formas menos ativas e aumenta a sua hidrossolubilidade para melhorar a eliminação. Como por exemplo, barbitúricos lipossolúveis como o tiopental e o pentobarbital, teriam meias-vidas extremamente longas, não fosse seu metabolismo. METABOLISMO DAS DROGAS Por outro lado, substâncias lipofílicas, como DDT, que são armazenadas no tecido adiposo e protegidas dos principais órgãos envolvidos no metabolismo de drogas, podem persistir na gordura durante anos. Também foram elaboradas pró-drogas farmacologicamente inativas. METABOLISMO DAS DROGAS Fígado – principal via do metabolismo das drogas Fígado pode também converter pró- drogas (inativas) na sua forma ativa Tipos de reações Fase I (sistema do Citocromo P450) Fase II Reações de Fase I Reações não-sintéticas ou catabólicas. Em geral as reações de fase I convertem a droga original num metabólito mais polar, ao induzir ou expor um grupo funcional (OH, NH2, SH). Com frequência, esses metabólitos são inativos, ou sua atividade é apenas modificada. Tipos de Reações de Fase I Hidrólise Oxidação Redução Demetilação Metilação Metabolismo da Álcool-desidrogenase Oxidação Consiste na adição de oxigênio ou de um radical carregado negativamente, ou então na remoção de hidrogênio ou de um radical carregado positivamente. Nesse processo são utilizadas duas enzimas. A primeira é a NADPH – citocromo P450 redutase e a segunda é uma hemoproteína chamada citocromo P450, que funciona como a oxidase terminal. Redução É o inverso da oxidação e envolve as enzimas do citocromo P450, que então agem em direção oposta àquela observada na oxidação. Exemplo de droga que é reduzida: cloranfenicol. Hidrólise Essa reação consiste na clivagem da molécula da droga pela junção da água. As amidas e polipeptídeos dão hidrolisados por amidases e peptidases. A hidrólise ocorre no fígado, intestino, plasma e outros tecidos Exemplos de drogas: procaína, lidocaína e oxitocina. Ciclização Nesse caso, forma-se uma estrutura cíclica a partir de um composto de cadeia alifática, como observa com o proguanil (proguanil - tiazina) Desciclização Há uma abertura da estrutura em anel de moléculas cíclicas das drogas, como é o caso dos barbitúricos e as fenitoína. Reações de Fase I Sistema do Citocromo P450 Localizado no retículo endoplasmático dos hepatócitos Através de cadeia transportadora de electrões, a droga liga-se ao sistema CYP450 e entra em oxidação ou redução METABOLISMO DAS DROGAS: Fase 1: oxidação, redução, hidrólise. Adição de um grupo funcional que aumenta a polaridade, e consequentemente, a hidrossolubilidade = diminui a absorção; Reações de Fase II Grupo Polar (substância endógena) é conjugado com a droga Resulta no aumento da polaridade da droga Tipos de Reacções Conjugação glucoronídio É a reação de fase II mais importante, compostos que possuem grupos hidroxílico ou carboxílico conjugam-se facilmente com o ácido glicurônico, que é um derivado da glicose. Exemplos de drogas que sofrem essa reação: clorafenicol, Aspirina, fenacetina, morfina metronidazol Conjugação da glicina O reagente endógeno é a glicina Ex: ácido salicílico Conjugação com glutation Nessa conjugação forma-se um mercapturato. Essa reação serve para inativar substâncias altamente reativas, como a quinona e derivados do paracetamol. Conjugação do sulfato Pode provocar a inativação de certos compostos como o minoxidil. Acetilação Os compostos que possuem radicais amínicos e hidrazídicos são conjugados com auxílio da acetil coenzima – A. Ex: sulfonamidas, isoniazida e a hidralazina. Metilação As enzimas e os fenóis podem ser metilados, como, por exemplo, adrenalina, histamina e ácido nicotínico. Fase 2: conjugação ou síntese. Adição de um grupamento grande à molécula = facilita a excreção do metabólito. METABOLISMO DAS DROGAS: Genética e Metabolismo das Drogas Diferenças individuais na expressão gênica das enzimas hepáticas resultam em diferenças individuais na resposta a um medicamento. Ausência de enzimas – resposta exacerbada à droga; Excesso de enzimas – resistência inata. Outros fatores podem interferir no metabolismo das drogas: Dieta e fatores ambientais Idade e sexo Indutores enzimáticos: A síntese enzimática elevada como resultado da presença de um composto exógeno é chamado de indução. Substâncias (inclusive algumas drogas e alimentos) que aumentam o metabolismo de outras drogas. Drogas que promovem indução do seu próprio metabolismo → alto potencial de desenvolvimento de dependência (ex.: barbitúricos, nicotina, etc.). Inibidores enzimáticos: Quando duas drogas competem pela mesma enzima para o metabolismo para uma ou ambas as drogas, chamamos de inibição. Um exemplo clinicamente importante dessa situação são as arritmias cardíacas, ou convulsões, produzidas pela teofilina quando essa droga é ministrada concomitantemente com um antibiótico macrolídeo como a eritromicina. Indutores Etanol, omeprazol, fenibarbital, rifampicina, tabagismo Inibidores Cimetidina,eritromicina, suco de pomelo, cetoconazol, quinidina Interações de drogas Muitos substratos, em virtude de sua lipofilicidade relativamente alta, são retidos não apenas no local ativo da enzima, como também permanecem ligados inespecificamente à membrana lipídica do retículo endoplasmático. Neste estado, podem induzir enzimas microssomais; dependendo dos níveis residuais da droga no local ativo, podem também inibir competitivamente o metabolismo de uma droga administrada simultaneamente. O fígado é o principal local de metabolismo das drogas – metabolismo de 1ª. Passagem. Caso Clínico O paciente João (66 anos) após ser consultado pelo Dr. Medicônio Interactio, recebeu as seguintes receitas: Valium (diazepam) 10mg: tomar 1(um) comp. 3 x ao dia Trandate (labetalol) 200mg: tomar 1(um) comp. 2 x ao dia Tagamet (cimetidina) 200mg: tomar 1(um) comp. 3 x ao dia às refeições. Nós já sabemos que: Foi prescrito ao paciente, como anti-hipertensivo, Trandate. Há anos recebe para a terapia de úlcera Tagamet. Devido uma micose sistêmica usa Nizoral (Cetoconazol). Valium lhe foi receitado face apresentar distúrbios psicossomáticos (inclusive a úlcera gástrica). QUAL É A ATITUDE DO MÉDICO NESTE CASO? “Farmacocinética“ Eliminação: Excreção Renal EXCREÇÃO: CLEARANCE Em geral define-se o clearance sanguíneo ou plasmático de um medicamento por um órgão como o volume sanguíneo ou plasmático totalmente livre da substância por unidade de tempo. CLEARANCE TOTAL Clearance renal + Clearance extra-renal Urina e fezes são as vias mais comuns de excreção; Bile, pulmões, leite e suor também são vias de excreção. 1. Definir clearance renal, TFG (taxa de filtração glomerular). 1. Compreender os efeitos da filtração glomerular, reabsorção e secreção no clearance renal. Estabelecer o valor médio da taxa de filtração glomerular. 1. Correlacionar clearance renal e ligação protéica e determinar se o fármaco é predominantemente reabsorvido ou secretado. 1. Predizer a relação entre pH (ou fluxo urinário) e clearance renal. Eliminação Renal Néfron Alça de Henle Túbulo Coletor Túbulo Distal Túbulo Proximal Artéria renal Filtração Secreção Ativa Reabsorção Reabsorção passiva através do néfron Retorno venoso Glomérulo Aspectos a considerar •Filtração glomerular •Secreção tubular •Reabsorção tubular Todos os três afetarão o clearance renal ClR=Clfiltração-”Cl”reabsorção+Clsecreção Mecanismos renais de manipulação do plasma Todo o plasma é filtrado 60 vezes por dia 180 litros de plasma são filtrados por dia Homem normal de 70 Kg: 3 litros de plasma Excreção diária (média): 1,5 litros de urina O quê acontece com os 178,5 litros filtrados por dia? http://www.sci.sdsu.edu/Faculty/Paul.Paolini/ppp/lecture23/sld009.htm Filtração Glomerular Filtração Reabsorção Reabsorção http://www.sci.sdsu.edu/Faculty/Paul.Paolini/ppp/lecture23/sld009.htm Mecanismos renais de manipulação do plasma Reabsorção tubular 178,5 litros /dia O glomérulo http://education.vetmed.vt.edu/ Arteríola aferente Arteríola eferente Características da membrana de filtração: Permeabilidade glomerular Características da membrana de filtração: o glomérulo: lâmina basal e as fenestras http://education.vetmed.vt.edu/ Podócitos (cápsula de Bowman) e seus prolongamentos, pedicélios e fendas http://education.vetmed.vt.edu/ Scanning electron micrograph of normal rat glomerular capillaries. The urinary side of the capillary wall is covered by the highly branched podocytes. Rat kidney, magnification ×~6,000. Pavenstädt, Kriz, and Kretzler , 2003. http://physrev.physiology.org/cgi/content/full/83/1/253 Manipulação renal de substâncias Parcialmente filtrada Não excretada Ex: Glicose e AAs totalmente reabsorvida Parcialmente filtrada Parcialmente excretada Ex.: água e íons parcialmente reabsorvida Substância Z Totalmente excretada Ex: catabólitos e xenobióticos totalmente secretada Parcialmente filtrada Substância X Substância Y Mecanismos de excreção renal de fármacos -Filtração glomerular (inulina, creatinina) - Difusão tubular de ácidos e bases - Secreção tubular ativa (ác. p-aminohipúrico, PAH) Acidos e bases fracos: penicilina, ácido úrico, ácido salicílico, metotrexato. - Reabsorção tubular (ativa, passiva) Glicose, ácidos e bases fracos (depende pH e pKa). E X C R E Ç Ã O R E N A L Filtração Glomerular Fluxo sanguíneo na cápsula do glomérulo. Existe filtração passiva de fluidos e solutos através de membranas. Taxa de filtração glomerular 80-120 ml/min (Fluxo sanguíneo de 1,1 L/min) Entrada sangue Saída sangue Filtrado O que acontece? Filtração (Fluxo sanguíneo : 1,1 L/min) Filtro Moléculas grandes não são filtradas. Moléculas com PM > 20.000, filtração decai intensamente. Proteínas com PM de 60.000 não são filtradas. Cerca de 20 % do plasma (80-120 ml/min) é filtrado, incluindo solutos. H2O H2O H2O H2O H2O H2O Fármaco Macromolécula Qual seria o clearance renal máximo se houvesse apenas filtração? Será idêntico à taxa de filtração glomerular (cerca de 80-120 ml/min) ClR= TFG Qual seria a concentração da droga livre no plasma e no filtrado se houvesse apenas filtração? A mesma!! Pode o ClR (baseado apenas na filtração) atingir o ClH máximo? Resposta: não Taxa de filtração glomerular: 120 ml/min Clearance hepático máximo: 1450 ml/min Qual é a E máxima? Somente 120 ml/min são filtrados, contra 1100 ml/min de sangue bombeado através dos rins. E = 12% O que acontece quando a droga é ligada a proteínas? H2O H2O H2O H2O H2O H2O Somente a droga livre será filtrada O clearance renal será uma fração da TFG ClR= TFG*fu fu= fração livre; Se não houver ligação protéica, fu=1 e ClR=TFG TFG deve ser ajustada para a fração da droga incapaz de ser filtrada. Qual seria o clearance renal, considerando %B e se houvesse apenas filtração? Um exemplo Um fármaco é depurado somente por filtração renal. Não há reabsorção tubular. B = 50%. Qual é o clearance renal deste fármaco? Metade da TFG= 120*0,5 ml/min = 60 ml/min Quanto de urina produziríamos se houvesse apenas filtração glomerular? (Ou seja, se não houvesse reabsorção?) 120ml/min *60 min *24h = 172,8 L/d Reabsorção (Fluxo sanguíneo) H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2OH2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O • A água é ativamente reabsorvida (180L p/ 1-2 L) • Concentração urinária do fármaco aumenta. • Fármaco não-ionizado é reabsorvido por difusão passiva (até conc. livre ser igual na urina e no plasma ou reabsorção completa). • O mesmo ocorre para fármacos capazes de atravessar membranas. Fluxo de urina CLR será relacionado ao fluxo. Fármaco Macromolécula Gradiente de concentração Excreção Reabsorção O que determina a completude da reabsorção? •Grau de ionização do fármaco (pH, pka) •Habilidade da molécula não-ionizada em atravessar membranas. Como consequência, ClR será alguma coisa entre TFG (120 ml/min) e fluxo urinário (1-2 ml/min) para fármacos que não se ligam em proteína. Ou entre TFG*fu e Fluxo Urinário*fu para drogas que se ligam em proteínas. Explicando pH, pKa e grau de reabsorção 1. Um fármaco básico que é polar na forma molecular não será reabsorvido (gentamicina). 1. Uma base não polar muito fraca (pKa em torno de 6 ou abaixo, como o propoxifeno) será extensamente reabsorvida. 1. Para uma base forte (pka=12, tal como a guanetidina), a reabsorção será fraca. 1. Para uma base não-polar com pKa entre 6 e 12, a extensão da reabsorção varia de próximo de zero até quase completa (equilíbrio), com mudanças no pH da urina. pH, pKa e grau de reabsorção 1. Um fármaco ácido (pKa igual ou inferior a 2) a influência do pH urinário é nula, pois este encontra – se totalmente ionizado e nunca será reabsorvido. 1. Um ácido muito fraco (pKa superior a 8) será extensamente reabsorvido, pois encontra – se na formanão ionizada. 1. Para fármacos ácidos com pKa entre 3 e 7, a extensão da reabsorção varia de próximo de zero até quase completa (equilíbrio), com mudanças no pH da urina. FÁRMACOS QUE MODIFICAM O pH DA URINA CAUSAM ACIDIFICAÇÃO CAUSAM ALCALINIZAÇÃO Cloreto de amônio Ácido ascórbico Cloridrato de arginina Dimercaprol Cloridrato de lisina Cloridrato de fenformina Ciclamato Salicilatos Antiácidos Carbonato de cálcio Diuréticos, mercurial Diuréticos, tiazídicos Bicarbonato de sódio Glutamato de sódio FÁRMACOS EXCRETADOS NA URINA NA DEPENDÊNCIA DO pH CLEARANCE AUMENTADO EM URINA ÁCIDA CLEARANCE AUMENTADO NA URINA ALCALINA Anfetamina Cloroquina Codeína Imipramina Levorfanol Mecamilamina Mepacrina Meperidina Morfina Nicotina Procaína Quinina Aminácidos Barbituratos Ácido nalidíxico Nitrofurantoína Fenilbutazona Probenecida Ácido salicílico Sulfonamidas Diurese forçada para detoxificação com aumento do fluxo urinário 1. Somente tem valor se a excreção renal representa a maior via de eliminação durante a diurese. 1. A substância deve ser normalmente extensamente reabsorvida. 1. Se a reabsorção for sensível ao pH, ajustá- lo, também. Reabsorção Ativa (Fluxo sanguíneo) H2O H2OH2O Transportadores ativos H2O H2OH2O H2O Contra gradiente de concentração Qual seria o clearance renal se ocorresse completa reabsorção ativa? Secreção ativa (Fluxo sanguíneo 1,1 L/min) H2O H2O • Contra gradiente. • Todo o fármaco bombeado através dos rins deve ser secretado! •ClR pode ser aproximadamente o fluxo plasmático renal. Secreção ativa Há transportadores ativos para ânions e cátions carreando moléculas do plasma para o lúmen tubular. Estes processos são saturáveis e interações competitivas são possíveis. Secreção é observada quando o CLR é maior do que a TFG*fu (medido pelo Clcreatinina, p.ex.). Se ocorrem filtração e secreção total para o fármaco, então o CL renal deve se aproximar do fluxo sanguíneo renal. FÁRMACOS SECRETADOS POR TRANSPORTE ATIVO NOS TÚBULOS RENAIS ÁCIDOS BASES Aminoácidos Ácido p-aminohipúrico Acetazolamida Ácido etacrínico Furosemida Indometacina Mersalil Penicilinas Perabrodil Vermelho de fenol Fenilbutazona Salicilatos Tiazídicos Colina Diidromorfina Dopamina Histamina Mepiperfenidol Metilnicotinamida Neostigmina Quinina Tetraetilamônio Por que usamos o Clearance da creatinina? Creatinina é eliminada predominantemente por excreção renal (somente filtração, sem reabsorção ou secreção). Creatinina não se liga em proteínas plasmáticas. O seu clearance é obtido pela TFG. Cp inaçãoTaxaE Cl lim 1440 UV CLCr P 1 U: Conc creatinina urina, V: Volume urina 24 h, P: conc plasmática da creatinina (tomada no ponto médio da coleta de urina), 1440: min em 24 h. Clearance Creatinina (estimativa para pessoas > 20 anos) Eq. Jellife 70 *)140(min)/( Peso IdademLreatininaClearanceC Homem Mulher Idade em anos, peso em kg 85 *)140(min)/( Peso IdademLreatininaClearanceC Calcule: O quanto pode diferir o CLCr entre um paciente sexo masculino de 20 e 90 anos de idade, ambos com 70 kg? 70 *)140(min)/( Peso IdademLreatinineClearanceC 20 anos: 20 yr 70kgCLCr=120 ml/min 90 anos: CLCr= 50 ml/min 90 Melhor estimativa (Equação de Cockcroft-Gault) SéricaCreatinina PCIIdade CLCrmulher 72 )140( 85.0 SéricaCreatinina PCIIdade CLCr em 72 )140( hom CrCl= clearancecreatinina (mL/min/1.73 m2 de área de superfície corporal); PCI ou IBW= peso corporal ideal em kg; Creatinina Sérica em mg/dL. Faixa de normalidade Cr sérica 0,6 a 1,3 mg/dL Por que IBW (PCI)? IBW= 45.5 kg + 2.3 kg para cada polegada acima de 5 pés de altura Mulher IBW= 50 kg + 2.3 kg para cada polegada acima de 5 pés de altura Homem Para pacientes obesos use: ABW=IBW+0.4*(TBW-IBW) Creatinina não se acumula em tecido adiposo. O conhecimento do CLCr, leva-nos a predizer, por exemplo, o kel dos aminoglicosídeos Kel= 0.00293 (CLCr)+0.014 CLCr Kel Equação populacional Um paciente branco, homem, de 59 anos é hospitalizado devido à ruptura de um divertículo duodenal. Antes da cirurgia, você perguntou acerca do uso de aminoglicosídeos neste paciente (altura: 1,68 m ou 5 ft e 1 pol.; Creatinina sérica: 1,3 mg/dL). Estime a meia-vida do antibiótico para o paciente. AJUSTAMENTO POSOLÓGICO NA INSUFICIÊNCIA RENAL Objetivo: Alcançar níveis terapêuticos sem efeitos adversos. Dose de Ataque: Depende do VD e não do Clcr. É a mesma que a de um paciente com função renal normal. Dose de manutenção: Se realiza em função do Clcr. Métodos de Ajuste Aumentar os intervalos entre as tomadas sem alterar a dose Reduzir as doses sem alterar o ritmo de administração Na prática é muito comum e recomendável associar os dois métodos. AJUSTAMENTO POSOLÓGICO NA INSUFICIÊNCIA RENAL AUMENTO DO INTERVALO DE ADMINISTRAÇÃO Fármaco de meia – vida longa Eliminação Renal Eliminação Mista IntervaloIR = Intervalo habitual x ClCr normal ClCr paciente IntervaloIR = _______Intervalo habitual_________ fx[(ClCr paciente/120 ml/min)-1]+1 fx: fração do fármaco eliminado pelos rins. AJUSTAMENTO POSOLÓGICO NA INSUFICIÊNCIA RENAL Exemplo: Substância 60% eliminada polos rins (fx=0,6), cujo intervalo posológico normal é a cada 6 h. Para um paciente com ClClr= 10 ml/min e considerando um ClCrnormal de 120 ml/min, se obterá um intevalo posológico de 13,3 h. AJUSTAMENTO POSOLÓGICO NA INSUFICIÊNCIA RENAL REDUÇÃO DAS DOSES CASO CLÍNICO Calcule o aumento do intervalo de administração e redução da dose de uma medicação 70% eliminada polos rins (fx=0,7), cuja posologia normal é de 200mg a cada 8 h. Para um paciente com ClClr= 20 ml/min e considerando um ClCrnormal de 120 ml/min. Excreção pelo trato digestivo: • Tempo de trânsito intestinal. • Alguns metabólitos de drogas excretados na bile são hidrolisados, liberando a droga original, resultando em reabsorção e prolongamento do efeito → circulação enteroepática. Excreção pelo trato digestivo: Características do composto: • A estrutura química • A polaridade • A massa molar Obs: a eliminação biliar é diretamente proporcional à polaridade de uma substância e contém funções ionizáveis. Para ratos é possível estabelecer uma massa molar que abaixo dela a eliminação é impossível. Excreção pelo trato digestivo: • É grande a semelhança entre este mecanismo e aquele relacionado à secreção urinária dos medicamentos. Ele: - Necessita de um aporte energético. - Pode estar saturado - Pode induzir a fenômenos de competição. Excreção pelos pulmões: • Via principal de eliminação dos anestésicos gerais. • O etanol também, mas não preferencialmente (teste do “bafômetro”). Eliminação Pediátrica • Filtração Glomerular amadurece com a idade, valores dos adultos atingidos pelos 3 anos de idade • Recém-nascido = fluxo sanguíneo renal, filtração glomerular e função tubular diminuídas, o que atrasa a eliminação das drogas • Aminoglicosidos, cefalosporinas, penicilinas = intervalo entre doses superior OBRIGADO Princípios Farmacocinéticos “Steady State”: a quantidade de droga administrada é igual à quantidade de droga eliminada dentro de um intervalo de doses, resultando num plateau ou nível sérico da droga constante Drogas com meia-vida curta atingem o “steady state” rapidamente; drogas com meia-vida longa demoram dias a semanas a atingir o “steady state” Farmacocinética “Steady State” 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % steady state 1 2 3 4 5 Semi-vida Meia-Vida = tempo necessário para as concentrações no plasma diminuírem em metade (50%) 4-5 meias-vidas para atingir o “steady state” Populações de Doentes Especiais Doença Renal: metabolismo hepático igual, volume de distribuição igual/aumentado e eliminação prolongada intervalo doses Doença Hepática: eliminação renal igual, volume de distribuição igual/aumentado, velocidade de metabolismo enzimático mais lento dosagem, intervalo doses MEIA - VIDANão é um parâmetro farmacocinético primário, pois não pode der ligado apenas a um processo fisiológico. Ex: clearence (eliminação pelos órgãos) t½ = 0,693 t½ = 0,693 . Vd Kel Cl Kel – constante de eliminação Vd – volume de distribuição Cl – clearence total Equações utilizadas na farmacocinética dose única Concentração plasmática a qualquer tempo após a administração C = S. F. D (ng/ml, µg/ml, mg/ml) Vd Equações utilizadas na farmacocinética dose única Eliminação: Clearence total (depuração plasmática) ClT = S. F. D ClT = Vd . K AUCT (ml/min, ml/min/Kg) Equações utilizadas na farmacocinética dose única Distribuição: volume aparente de distribuição Vd = S. F. D Vd = ClT C K (L, L/Kg) Equações utilizadas na farmacocinética dose única Eliminação Renal Fel = Ae Fração absoluta (µg, mg) Dose Ae (quantidade excretada) = Conv. x volume urina ClR = Fel . ClT ClNR = ClT – ClR (ml/min)
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