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TCE Qualquer agressão de ordem traumática que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos Epidemiologia · trauma: principal causa de morte entre 1 e 44 anos · tce: maior causador de morbidade e mortalidade neste grupo · tce grave: mortalidade 30 - 70% 14 - 30 mortes/ 100.000hab/ ano · homens > mulheres (2 a 3x) Graduação escala de coma de Glasgow (GOS) · leve - 14 e 15 · moderado - 13 a 9 · grave - 8 a 3 Classificação Lesões primárias: consequência direta do trauma Lesões secundárias: consequentes às lesões primárias ou às condições clínicas do trauma Lesões primárias Focais: · lesões do couro cabeludo (escalpelamento) · fraturas do crânio · contusão encefálica · laceração · hematomas - extradural/subdural/intraparenquimatoso Difusas: · concussão · lesão axonal difusa (LAD) · tumefação cerebral (swelling) FOCAIS 1. Lesão do couro cabeludo Comprometimento de vasos da galia, hematoma subgaleal 2. Fratura de crânio A maioria delas é uma fratura linear não se corrige cirurgicamente. O mecanismo de trauma foi com liberação de energia cinética importante. Importante observar no hospital 12 – 48h. · Fatores que influenciam conduta: desvios – afundamento cirúrgica · Lesão aberta (exposta) cirúrgica 3. Contusão cerebral: Gera uma lesão necro-hemorrágica intraparenquimatosa, muitas vezes indicativa de tratamento cirúrgico – HIC. Pode evoluir com piora nas 72hs – edema. · O mecanismo de trauma foi algo intenso · Reação inflamatória para reabsorver o edema, pode gerar efeito de massa HIC 4. Laceração Lesão da citoarquitetura meningoencefálica por penetração. · Componente necro-hemorrágico com perda de massa encefálica · Lesões complexas · Arma branca: craniotomia ao redor do corpo estranho · Ferimento por arma de fogo: discutível de caso a caso, se o projétil entrou e saiu sutura a pele. Se tiver hematoma associado ao trajeto limpeza e aspiração de conteúdo necrotizado 5. Hematoma extra-dural Entre o crânio e a dura máter. · Na maioria das vezes tem origem arterial, de uma artéria da meníngea bom prognóstico · Lesão de artéria meníngea/ fratura diploe/ lesão seio venoso · Lesão em formato de lente biconvexa na TC · intervalo lúcido tratamento: cirurgia (em caráter de emergência na >ria das xx) imediata 6. Hematoma sub-dural agudo Entre a dura-máter e o encéfalo · Mal prognóstico · Rebaixamento do nível de consciência desde o início não há intervalo lúcido · Na tomo há o formato de meia lua – lente côncavo-convexa · Tratamento: cirúrgico (em caráter de emergência na >ria das xx) Mecanismos de Lesão Hematomas / contusões podem ocorrer adjacente a topografia do trauma (golpe) ou diametralmente oposto (contragolpe) · golpe = lesão direta adjacente ao local que bateu · contra-golpe = lesão por energia cinética local oposto ao que o paciente bateu. Pode ser observada pelo hematoma DIFUSAS 1. Concussão cerebral · Processo fisiopatológico complexo resultante de mecanismo traumático não penetrante no encéfalo levando à alteração funcional do mesmo sem alterações estruturais nos exames de imagem” · Mecanismo traumático (direto ou indireto) que leva a alteração de orientação, equilíbrio, capacidade de reação e/ou declínio da compreensão verbal ou da memória · Com ou sem perda da consciência e em GOS > 13 · Isolada não gera déficit e sequela, manter o paciente sob observação domiciliar a concussão repetitiva pode gerar a encefalopatia traumática crônica = pode levar a Sds demenciais precoces. 2. Lesão axonal difusa (LAD) · Lesões em grandes feixes axonais · Decorrente de aceleração/desaceleração · Paciente em coma com TC de crânio normal (pontos petequiais em linha média) · Como em um capotamento velocidade muito grande pode gerar cisalhamento, ruptura dos feixes axonais levando ao coma imediato. · Muitos dos feixes axonais não se rompem anatomicamente, só deixam de ser funcionais 3. Tumefação cerebral (swelling) · vasoplegia cerebral (?) traumática · mesmo mecanismo de aceleração/desaceleração da LAD · não há comprometimento dos axônios e sim dos capilares causa grandes edemas, com apagamento de sulcos HIC severa = risco de vida iminente ao paciente · alto índice de morbimortalidade · hemisférico (craniectomia descompressiva) ou difuso · Craniectomia descompressiva (swelling hemisférico) se houver swelling em apenas u hemisfério, a cirurgia funciona muito bem Outras lesões · hematoma subdural crônico · hemorragia subaracnoideia (hsa) traumática Hematoma sub-dural crônico · não é a evolução do hematoma sub-dural agudo comum em indivíduos com atrofia cerebral · quadro clínico insidioso e tardio (15 a 90 dias pós TCE) · mais frequente em idoso e etilistas (atrofia cerebral) · pequeno hematoma subclínico que evolui com envolvimento pseudocápsula e “cresce” decorrente de efeito osmótico e sangramentos do próprio envoltório · com a atrofia cerebral e afastamento do encéfalo do crânio veias ficam “esticadas” com um trauma, mesmo que pequeno pode gerar um sangramento como o processo é lento e não altera rapidamente, forma-se uma cápsula neovascularizada ao redor do coágulo – um granuloma que aumenta com o tempo (aparece na Tc como uma imagem hipodensa) · indivíduos que desenvolvem déficit neurológico que progride rapidamente, mas não de imediato · Tratamento: cirúrgico por trepanação – por isso pode haver recidiva Hemorragia SubAracnoidea traumática · causa mais frequente de hemorragia meníngea · sangramento no espaço subaracnoide onde há líquor · isolada não apresenta grandes riscos · vasoespasmo e hidrocefalia são possíveis complicações hidrocefalia adquirida comunicante · não se drena ou se opera · causa muita cefaléia · descartar a possibilidade de ser a causa do trauma, se foi um rompimento de aneurisma Lesões secundárias Lesão cerebral adicional àquela sofrida no momento do trauma em decorrência de diversos fatores: · hipotensão arterial · hipóxia / hipercarbia · HIC · hipoglicemia · distúrbios hidroeletrolíticos · intercorrências infecciosas PS · atuação do médico da emergência – ATLS 1ª coisa ver a via aérea, verificar PA – estabilizar e depois exame neurológico · A (airway) Via aérea e coluna cervical. Nesta etapa o médico deverá checar se a vítima está com as vias aéreas desobstruídas. · B (breathing) Respiração e ventilação. · C (circulation) Circulação e controle de hemorragia. · D (disability) Exame neurológico. · E (explosure) Exposição e controle térmico. · minimizar as lesões 2árias · tc crânio - exame de eleição · definição de conduta - UTI x CC SINAIS: · Anisocoria: déficit fibras parassimpáticas do III nervo ipsilateral hemiparesia contralateral COMA · Sinal do Guaxinim · Sinal de Battle UTI · Manutenção das condições hemodinâmicas / respiratórias · Preservação da PPC (PAM - PIC): · PPC deve manter-se >45mmHg · PAM 60 - 150 mmHg (2xPAD + PAS/ 3) · PIC 15 - 20mmHg PIC Monitorização: indicado quando paciente sedado e/ou sob risco de HIC
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