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Milena Marques 145 Neuro – Trauma cranioencefálico: Introdução – Objetivos abordados na aula: • Situar a avaliação neurológica no cenário do politrauma • Analisar os aspectos da avaliação neurológica de urgência • Classificar o trauma cranioencefálico • Avaliar a utilidade da investigação armada para o TCE • Entender os princípios de neurofisiologia e sua relação com tratamento do TCE. Avaliação inicial – Período de ouro: Avaliação inicial de todas as lesões que ameaçam a vida, identificar, tratar e monitorizar As principais causas de morte no paciente politraumatizado estão listadas a seguir, diante disso foi criado um código para tornar o atendimento padronizado XABCDE ➔ Hipoxia ➔ Hipovolemia ➔ Lesão intracraniana XABCDE • Imobilização da coluna e vias aéreas • Ventilação • Circulação • Miniexame neurológico. o Nivel de consciência o Pupilas o Simetria da resposta motora. Avaliação secundária: Todos os outros diagnósticos. Miniexame neurológico: 1) Nível de consciência: • Utilizamos a escala de coma de Glasgow: o Valor máximo 15 o Valor mínimo 3 • Normatiza a linguagem • Fornece dados prognósticos • Permite reavaliação rápida e consistente • Registro fácil Atenção: Paciente orientado = o paciente deve saber quem ele é, onde ele está e que dia é hoje. (se ele não souber uma dessas categorias ele é classificado como confuso) Classificação TCE por gravidade: • Leve 15-13 pontos (13 ele deve progredir para 15 em torno de 2h, se não é necessário investigação) • Moderado 12-9 pontos • Grave 8-3 pontos (paciente em coma e 3 não é morte encefálica) 2) Exame das pupilas: Alteração das pupilas Causas • Perfusão cerebral inadequada • Compressão bilateral do III nervo • Compressão do III nervo, herniação do lobo temporal (tentorial) • Lesão do nervo optico. Milena Marques 145 • Drogas • Lesão de ponte • Lesão do sistema simpático → analisar a região cervical do paciente. 3) Simetria da resposta motora: • Melhor resposta motora é a que vai servir para contar o Glasgow. • Pior resposta – lesão focal Avaliação secundária: • História do trauma o Analisar a biomecânica do trauma ▪ Estava com cinto? ▪ Foi ejetado do carro? ▪ Estava de capacete? ▪ Acompanhante testemunha ▪ Mecanismo do trauma ▪ Perda da consciência ou equivalente ▪ Dor ▪ Álcool, drogas, uso de anticoagulantes ▪ Na queda: • Caiu e passou mal ou passou mal e caiu • Altura? ➔ Indicadores de trauma: o Ferimentos o Irregularidades a palpação e a crepitação o Abrasões o Equimose periocular o Rinorragia/otorragia o Contratura muscular ➔ Fraturas: risco 400x maior de lesões intracranianas. As fraturas devem ser classificadas em: Lineares Sem afundamento (de dura máter) Da convexidade Cominutivas (vários e mínimos pedaços) Com afundamento Da base de crânio. Hematoma Subgaleal: • Presença de hematoma ou equimose pode significar uma fratura da convexidade do crânio ou uma, fratura mais grave, da base do crânio. • Indicadores de fratura de base de crânio: Fratura de base de crânio anterior = equimose das pálpebras superiores (sinal do guaxinim → primeiro a aparecer) + equimose da parte inferior da pálpebra (sinal do panda → ocorre após o sinal do guaxinim) + rinorragia. Sinal de Battler= equimose retroauricular. Milena Marques 145 Classificação morfológica: Revisão das camadas do crânio: ESSA PARTE NÃO É DA AULA SÃO INFORMAÇÕES EXTERNAS Temos do mais externo para o mais interno: Calota craniana, dura máter, aracnoide e a pia-máter (que é colada com o tecido encefálico). A dura-máter tem o folheto parietal e visceral, o primeiro é aderido a calota craniana, constituindo o periósteo da calota craniana. Sangramento epidural ou extradural = está localizado entre a dura-máter e a calota craniana • Respeita a sutura craniana, não ultrapassando seus limites. • Formato biconvexo (lenticular) “formato de limão” • Frequentemente relacionado com fratura da calota craniana. • Sinal do redemoinho → indica fluxo sanguíneo “recente” e ainda em expansão. → sangramento em atividade. Sangramento subdural = está localizado entre a dura- máter e a aracnoide • Sangramento que se conforma ao formato da calota craniana. → aspecto côncavo. • Não respeita sutura craniana (pode ultrapassar sutura sagital, parietal...) → dura visceral não é limitada pelas suturas • O limite do hematoma subdural é a foice do cérebro e Tentório cerebelar (invaginações da dura) Milena Marques 145 VOLTANDO A AULA... Classificação morfológica das lesões: 1 – Lesões focais: • Hematoma extradural – lesões entre a calota craniana e a dura-máter. o Sinal de hipodensidade → expansão do hematoma o É uma emergência neurocirúrgica. → tratamento: esvaziamento Atenção: PACIENTES COM HEMATOMA EXTRADURAL – Intervalo Lúcido: perda da consciência seguida pela melhora e posteriormente piora neurológica súbita. • Hematoma subdural – lesões entre a dura-mater e aracnóide o Alta morbimortalidade o Compressão e deslocamento de estruturas o Emergência neurocirúrgica. • Contusões – aspecto dinâmico o Aspecto de sal e pimenta o Em aproximadamente 20% dos casos, dentro de horas a dias, as contusões se expandem e evoluem para um hematoma intracraniano ou para uma contusão coalescente com efeito de massa suficiente para exigir uma evacuação cirúrgica. É justamente por isso que está indicado para todo paciente com contusão, repetir a TC dentro de 12 a 24 horas após a tomografia inicial. Cirurgia pode ser necessária, com seu tipo e abordagem muito individual de cada paciente que deve ser discutido pela equipe de neurocirurgia. o Contusões maiores podem causar edema cerebral generalizado e aumentar a pressão intracraniana. 2 – Lesões difusas: O achado tomográfico pode não corresponder com o nível de consciência do paciente. • Concussão – o Define-se concussão como a alteração pós- traumática transitória e reversível no status mental (p. ex., perda de consciência ou memória, confusão mental) que dura Milena Marques 145 de segundos a minutos e, por definição arbitrária, < 6 horas. Pode também haver amnésia, retrógrada ou anterógrada. o Não existem lesões cerebrais estruturais graves e resíduos neurológicos sérios na concussão, embora a incapacidade temporária possa decorrer de sintomas como náuseas, cefaleia, tontura e distúrbios de memória e concentração que, geralmente, desaparece em semanas. • Lesão axional difusa – o Mecanismo rotatório levou a lesão da substância branca por cisalhamento o As células cerebrais podem morrer e causar inchaço cerebral aumentando a pressão intracraniana. o Geralmente, uma lesão axonal difusa causa perda de consciência que dura mais de seis horas. Por vezes, a pessoa apresenta outros sintomas de dano cerebral. O aumento da pressão no crânio pode provocar o coma. o TC tem baixa sensibilidade. Conceitos neurofisiológicos: 1 – Pressão intracraniana: Doutrina de Monro Kellie = V (espaço intracraniano constante) = V LCR + V SANGUE + V ENCÉFALO. Hipertensão intracraniana: • Soma-se aos efeitos do processo patológico primário no trauma 2 – Pressão Perfusão Cerebral (PPC) PPC = PAM – PIC • Normal da PPC = 80 3 – Fluxo sanguíneo cerebral • O FSC mantém-se constante para PAM entre 50 e 160 mmHg • A lesão cerebral moderada ou grave compromete essa autorregulação • O cérebro fica mais vulnerável a hipotensão. Hipertensão intracraniana no TCE • 40-60% dos pacientes com TCE grave • Diretamente associado a óbitos •Proporção de medidas da PIC acima de 20 mmHg é fator significante em predizer resultado https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-lesao-axonal-difusa Milena Marques 145 Manejo da HIC • V LCR o Drenagem ventricular externa (DVE) → Medir a pressão e drenar • V Sangue o Elevação da cabeça ▪ Promove drenagem venosa pelas jugulares, redução da pressão venosa intracraniana, facilita a drenagem do LCR e reduz a PIC o FSC – adequado ao metabolismo o Hiperventilação ▪ É uma forma de vascoconstrição → redução da PIC ▪ Responsividade ao CO2 ▪ Efeito curto, pois hiperventilar pode gerar um “roubo perverso”. • V encéfalo o Edema ▪ Soro de ressuscitação – escolha soro fisiológico ou ringer • Não usar soro glicosado. ▪ Glicocorticoide o benefício NÃO é comprovado. ▪ Anticonvulsivantes – reduzir a possibilidade de edema (profilaxia) ▪ Hipotermia – reduz demanda metabólica ▪ Diurético osmótico – janela de tempo para tratar o edema • Manitol → cria o gradiente osmótico aumentando o VSC e promover a redução da viscosidade → usado em bolus dose única. • Efeitos colaterais: Milena Marques 145
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