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Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 1 INTRODUÇÃO • Conceito: perda sanguínea, aguda ou crônica, do trato digestivo. • É uma ocorrência frequente nos atendimentos das emergências hospitalares. • Trata-se de uma manifestação particularmente grave associada à mortalidade de 15 a 20% dos pacientes. • 80% das HD são por HDA. • A fonte da maioria das hemorragias digestivas pode ser suspeitada pelos sintomas clínicos e exame físico e confirmadas pela endoscopia digestiva alta (EDA) e/ou colonoscopia. • Mesmo reconhecendo que a maioria dos sangramentos é facilmente controlada e que muitas vezes o episódio hemorrágico é autolimitado, cessando espontaneamente, é preciso considerar cada caso potencialmente grave. • Abordagem inicial: melhora do quadro hemodinâmico → diagnóstico endoscópico → intervenções. Interromper o sangramento agudo + prevenir recidiva. CLASSIFICAÇÃO DE HD QUANTO À ANATOMIA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA • Quando a fonte de sangramento é proximal ao ângulo de Treitz (esôfago, estomago ou duodeno). Clinicamente, pode se manifestar por hematêmese e/ou melena. Divididas em varicosas e não varicosas. • Esôfago até a papila. HEMORRAGIA DIGESTIVA MÉDIA Atualmente, uma outra definição é incluída, que é a de hemorragia digestiva média, que seria o jejuno e o íleo. Durante um tempo, a HDM era classificada como obscura (aquela que, mesmo após EDA e colonosopia, não se sabe a causa), mas, a obscura não é sinônimo de HDM. • Papila até a válvula ileocecal. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA • Quando a fonte de sangramento é abaixo/após o ângulo de Treitz. Sangramento do intestino delgado, do cólon ou anorretal. Manifestação: hematoquezia. • Válvula ileocecal até o ânus. Observação: A hematoquezia, menos frequente, pode ser uma manifestação de sangramento digestivo alto, ativo, de grande volume. EXAMES E MÉTODOS NECESSÁRIOS PARA O DIAGNÓSTICO • Endoscopia digestiva alta. • Colonoscopia. • Cintilografia de hemácias marcadas. • Arteriografia. • Enteroscopia. • Cápsula endoscópica. • Retossigmoidoscopia. INDICAÇÕES DE CINTILOGRAFIA E ARTERIOGRAFIA CINTILOGRAFIA DE HEMÁCIAS MARCADAS • Indicação: sangramento digestivo em que a EDA não é capaz de identificar o sítio sangrante. • Diagnóstico: para a identificação do sítio de sangramento, deve-se ter uma velocidade mínima de 01 mL/min. A positividade do exame pode variar de 25 a 64%, e a precisão na localização do sítio de sangramento, de 41 a 95%. ARTERIOGRAFIA • Indicação: hemorragia volumosa em que a EDA não tenha identificado o sítio de sangramento e quando a terapêutica endoscópica não foi eficaz. Também deve ser considerada quando não há condições clínicas para a realização de procedimentos cirúrgicos. • Diagnóstico: para a identificação do sítio de sangramento, deve-se ter uma velocidade mínima de perda sanguínea de 0,5 mL/min. • Vantagens: além de permitir visualizar o suprimento arterial da área estudada, Hemorragia Digestiva Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 2 identificando o extravasamento do contraste para a luz do TGI, possibilita a terapêutica com injeções seletivas de substâncias que podem parar o sangramento. HEMATÊMESE X EPISTAXE X HEMOPTISE • Hematêmese: ocorre quando o sangue eliminado pela boca é proveniente do aparelho digestivo. É precedida de náuseas. Sangue eliminado está acompanhado de suco gástrico e/ou duodenal, e/ou alimentos. Cor escura. Frequentemente, o sangue é coagulado, apresentando-se como um líquido marrom-escuro, quase preto, pesado, maciço e que se deposita em grumos no fundo do vaso. • Epistaxe: sangramento nasal. • Hemoptise: ocorre quando o sangue eliminado pela boca é proveniente do aparelho respiratório. É precedida de tosse. Vermelho-vivo (às vezes, espumoso, rutilante). Se houver coágulos, estes são leves, cheios de bolhas de ar e amolecidos. CONCEITURAR MELENA X HEMATEMESE X HEMATOQUEZIA X ENTERORRAGIA • Hematêmese: vômito sanguinolento, seja fresco, vermelho vivo, rutilante ou mais velho, com a aparência de borra de café, resultada da sua conversão para hematina no estômago na presença do ácido clorídrico. • Melena: fezes contendo sangue, que saem pretas, brilhantes, grudentas, com mau cheiro e consistência que lembra o alcatrão. Ela é o resultado da degradação de sangue. Ps: substâncias que escurecem as fezes (bismuto, ferro, beterraba. • Hematoquezia: sangue visível nas fezes, podendo ser sangue vivo ou sangue marrom escuro, vermelho vinho. • Enterorragia: saída de sangue vermelho vivo muito volumoso pelo ânus. Hematêmese (vômito com sangue); melena (brigadeiro de panela); hematoquezia (kibe com ketchup); enterorragia (ketchup puro). MELENA ATIVA X RESIDUAL • Melena ativa: fezes enegrecidas com odor característico. • Melena residual: fezes enegrecidas, formadas, sem odor característico. ---- AGUDA X CRÔNICA X OBSCURA ---- • Evidente ou aguda: sangramento visível, podendo se apresentar na forma de hematêmese, vômitos em ¨borra de café¨, melena ou hematoquezia. • Oculta ou crônica: resultado de um sangramento microscópico que pode se manifestar inicialmente com uma pesquisa de sangue oculto nas fezes positivo e/ou anemia por deficiência de ferro, sem evidencia visível de perda sanguínea pelo paciente ou médico. • Obscura: sangramento cuja fonte não é identificada pela EDA e pela colonoscopia. ANAMNESE DA HDA (6) • Forma de apresentação do sangramento. • Repercussão hemodinâmica. • Se é o 1º episódio ou se teve outros. • Uso de medicações (antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, AINES). • Comorbidades. • Tabagismo. • Etilismo. • História do sangramento: certificar-se sobre a aparência do sangue e de onde ele provém. • Na HDA, observar antecedentes que sugiram úlcera péptica, como dor epigástrica com ritmo e periodicidade, principalmente se a dor cessou com o sangramento e/ou se já tem diagnóstico estabelecido. • A ingestão de álcool nos dias ou horas imediatos ao episódio hemorrágico acompanhada de vômitos acentuados faz pensar síndrome de Mallory- Weiss; • O uso habitual de bebida alcoólica faz cogitar hepatopatia crônica com hipertensão portal. • A ingestão de medicamentos à base de aspirina e anti-inflamatórios está frequentemente Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 3 associada a sangramentos por lesões agudas da mucosa gastroduodenal ou úlcera péptica. • Avaliar a existência de comorbidades como ICC, doença renal, hepática ou vascular. • Alcoolismo, uso crônico de sonda nasogástrica ou enteral e história anterior de DRGE → maior probabilidade de sangramento por esofagite erosiva. • Pesquisar antecedentes cirúrgicos ou história de aneurisma de aorta abdominal → podem apresentar fístula do enxerto para o duodeno. • Observar perda de peso (malignidade), uso de anticoagulantes, radioterapia prévia (enterite por radiação), dor abdominal (DII, malignidade, colite isquêmica). • Dor torácica ou síncope → sugere complicações cardiovasculares relacionadas à perda de sangue. • História de episódios hemorrágicos anteriores, com número e características. • Na HDB, avaliar se a manifestação hemorrágica é acompanhada ou não de diarreia. EXAME FÍSICO: DADOS VITAIS, NÍVEL DE CONSCIÊNCIA, MUCOSAS • Mucosas. • Dados vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, pulso radial). • Nível de consciência. • Sinais de hepatopatia crônica. • Inicialmente, deve focar os sinais vitais, especialmente os sinais de hipovolemia, como taquicardia, hipotensão e hipotensão postural. • Como regra geral, a pressão sanguínea menor que 100 mmHg ou uma frequência de pulso acima de 100 bpm, em um paciente anteriormente normotenso, indica uma depleção sanguínea decerca de 20%. • A palidez e a hipotensão postural associada permitem confirmar essa afirmativa. • A perda da coloração rósea nas dobras palmares com a mão estendida é significativa. • A hipotensão (pressão sistólica abaixo de 100 mmHg) não somente indica um sangramento importante, mas também um prognóstico reservado com respeito ao ressangramento e à necessidade de cirurgia. • A inspeção atenta de sinais ectoscópicos de hepatopatia crônica (circulação colateral superficial visível, icterícia, aranhas vasculares, flapping) e um exame físico cuidadoso (hepatomegalia, esplenomegalia, ascite) sugerem a possibilidade de sangramento por varizes de esôfago. • No carcinoma, uma massa epigástrica palpável e sinais de doença metastática (linfonodo supraclavicular esquerdo aumentado) podem indicar o diagnóstico. • Nos pacientes com coagulopatia, pode ocorrer púrpura cutânea e sangramento em outros locais. • Linfadenopatia ou esplenomegalia podem ser encontradas em várias doenças hematológicas. • Podem ser necessários inspeção e toque retal para diagnosticar hemorroidas, fissuras ou lesão neoplásica. ---- EXAMES LABORATORIAIS ---- • Hemograma (Hb, plaquetas). • TP com RNI. • Ureia/creatinina. • Tipagem sanguínea. CAUSAS DE HD CAUSAS MAIS COMUNS DE HDA • HDA varicosa X • HDA não varicosa: DUP – incluindo aquelas causadas por uso de AAS ou AINES, laceração de Mallory-Weiss, Dieulafoy, neoplasias, LAM – lesão aguda de mucosa, angiectasias, lesões subepiteliais. • Parada espontânea do sangramento: HDA varicosa (50%) X HDA não varicosa (80%). CAUSAS MAIS COMUNS DE HDB • Doenças orificiais (hemorroidas, fissuras, úlceras). • Doença diverticular do cólon (DDC). • Angiectasias. • Angiodisplasia. • Neoplasias (câncer de cólon e reto). Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 4 • Pólipos. • Doenças inflamatórias (doença de Crohn e retocolite ulcerativa). MOTIVO DA REDUÇÃO NA INCIDÊNCIA DA DUP • Aumento da prescrição de inibidores de bomba de prótons (IBPs). • Esforço em erradicar H. Pylori. MALLORY WEISS • Definições: ❖ Lacerações (1 ou +) longitudinais da mucosa na transição gastroesofágica, lesando plexos venosos e arteriais. ❖ Qualquer evento que cause aumento súbito da pressão intragástrica e lesão característica (definição expandida). ➢ Geralmente estende-se distalmente a uma hérnia hiatal. ➢ Associação com: Vômitos após libação alcoólica. • Terapêutica: ❖ Expectante: sangramento cessa espontaneamente. ❖ Se sangramento significativo: EDA. ➢ Eletrocauterização: + efetivo DIEULAFOY • Lesão originada de dilatação vascular arterial aberrante (1-3 mm). • Localização: ❖ Histológica: submucosa, com desgaste mucoso superficial. Pode evoluir para ruptura de vaso, sem ulceração local. ❖ Anatômica: Pequena curvatura do estômago (+ frequente). Qualquer local do TGI. • Associação: Hepatopatias, AINEs. • Terapêutica: ❖ EDA: geralmente são sangramentos com importante repercussão hemodinâmica. ➢ Ligadura elástica ou clipes metálicos: + efetivo. ➢ Cuidado! EDA pode não ver se não houver sangramento ativo. • USG endoscópica auxilia na identificação. PREDITIVOS DE RESSANGRAMENTO • Idosos (acima dos 60 anos). • História prévia de DUP. • Choque hipovolêmico. • Comorbidades. • Hb baixa na admissão. • Necessidade de hemotransfusão. • Sangramento ativo. DIFERENÇA ENTRE EROSÃO E ÚLCERA • Erosões: São áreas superficiais de solução de continuidade do epitélio que não ultrapassam a muscular da mucosa. • Úlcera: soluções de continuidade da mucosa do TGI que podem se estender através da camada muscular da mucosa, atingindo a submucosa e até mesmo a muscular própria. Geralmente, ocorre aumento dos fatores agressivos e diminuição dos fatores de defesa e reparação, ocasionando, consequentemente, a lesão da mucosa. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DE DUP • Infecção por Helicobacter pylori. • Uso de AINES. CLASSIFICAÇÃO DE FORREST E SAKITA • A classificação de Forrest é a mais utilizada na prática clínica para avaliar características do sangramento digestivo alto não varicoso e pode estimar a probabilidade de ressangramento, sendo também utilizada, junto com outros parâmetros, para indicar a terapêutica endoscópica. Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 5 • A classificação de Sakita diferencia a lesão em 3 fases, sendo mais fidedigna em lesões agudas: ❖ A → Ativa. ❖ A1 → Base recoberta por fibrina espessa, com restos necróticos ou depósito de hematina. Borda bem definida e pique, escavadas, edemaciadas, com hiperemia. Forma arredondada ou oval. Não há convergência de pregas para a lesão. ❖ A2 → Base limpa e clara, recoberta por fibrina. Bordas bem definidas, regulares, sem edemas; halo de hiperemia nas margens. Pode apresentar leve convergência de pregas. ❖ H → Em cicatrização. ❖ H1 → Superficial, fina camada de fibrina na base, hiperemia, nítida convergência de pregas. Forma ovalada. ❖ H2 → Semelhante à fase anterior, com camada de fibrina mais tênue no centro da área deprimida. Formato fusiforme. ❖ S → Cicatrizada. ❖ S1 → Cicatriz vermelha: nítida convergência de pregas em retração cicatricial deprimida, hiperemiada e sem depósito de fibrina. ❖ S2 → Cicatriz branca: retração cicatricial esbranquiçada, epitelizada. Nítida convergência de pregas e ausência de hiperemia. HB ALVO PARA EDA Recomenda-se manter níveis de hemoglobina entre 7 e 8 g/dL, a despeito de comorbidades existentes, atentando-se para não proceder a ressuscitação volêmica muito vigorosa com cristaloides e hemoderivados pelo risco do aumento da pressão portal e maior chance de ressangramento associado a hipervolemia. CORRELACIONAR HB X CH A avaliação da concentração de hemoglobina (CH) é importante no início e, depois, de maneira seriada para avaliar a resposta à transfusão. Uma anemia profunda (hemoglobina abaixo de 7,5 g/dL) compromete a capacidade de transporte de oxigênio e diminui potencialmente a oxigenação dos órgãos e tecidos nobres. Deve ser monitorada a cada 2 a 8 horas, dependendo da gravidade da hemorragia. NÍVEIS DE PLAQUETAS E RNI PARA EDA Em relação à contagem plaquetária e à razão normalizada internacional (RNI), há escassez de estudos para demonstrar o nível terapêutico ideal. Com base em alguns estudos, pode ser considerado seguro nível plaquetário acima de 50 mil plaquetas. Nível de RNI superior a 1,5 está associado a pior prognóstico, porém, não há estudos que demonstrem o benefício na correção sistemática de coagulopatia no contexto de HDA não varicosa. A coagulopatia poderá ser corrigida, desde que não atrase a terapêutica. ---- TRATAMENTO CLÍNICO ---- • Objetivo: estabilização hemodinâmica. • 02 acessos venosos calibrosos. • Monitorização cardíaca e oximétrica. • Repouso no leito. • Avaliar a necessidade de hemotransfusão. • Reposição venosa com cristaloides. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO HDA NÃO VARICOSA – DOSE DO IBP O uso de inibidor de bomba de prótons (IBP) antes da endoscopia é recomendado para pacientes com suspeita de hemorragia gastrointestinal de origem ulcerosa. Evidências apontam que o omeprazol na dose de 80 mg em bolus intravenoso, seguido da infusão contínua de 8 mg/h, reduz a proporção de pacientes com estigmas de alto risco de ressangramento, promove estabilização do coágulo e a necessidade de terapêutica endoscópica na HDA não varicosa em razão de úlceras pépticas, apesar de não diminuir os índices de mortalidade, ressangramento e necessidade de cirurgia. Metanálise evidenciou que a dose intermitente de IBP intravenoso (40 ou 80 mg, duas vezes ao dia), tem eficácia semelhante à infusão contínua. Se confirmada a origem ulcerosa da hemorragia gastrointestinal após endoscopia digestiva alta, o IBP deverá ser mantidoem dose contínua ou intermitente intravenosa por 72 horas após a terapêutica endoscópica e, em seguida, poderá ser modificada para dose 40 mg/ dia, por via oral. Dados Beatriz Machado de Almeida Internato – 9º semestre 6 da literatura apontam ação similar de outros inibidores de bomba de prótons. • Dose de ataque: 80mg em bolus. • Dose de manutenção: contínua 08mg/hora ou 40 mg 12/12 horas. HDA VARICOSA • IBP. • Vasoconstrictor esplâncnico (terlipressina, octreotide e somatostatina). • ATB profilaxia. • Lactulona. ---- TRATAMENTO ENDOSCÓPICO ---- HDA NÃO VARICOSA • Métodos térmicos (plasma de argônio, heater probe). • Métodos de injeção (esclerose adrenalina). • Métodos mecânicos (hemoclip, ligadura). • Métodos tópicos (hemospray). HDA VARICOSA • Ligadura elástica, esclerose, cianocrilato ou hemospray. OBJETIVO DA ERITROMICINA A eritromicina na dose de 250 mg ou 3 mg/kg, administrada por via intravenosa, 20 a 120 minutos antes da endoscopia, pode ser utilizada com o objetivo de melhorar a visualização da mucosa, diminuindo o número de pacientes que precisam de outra endoscopia. CORRELACIONAR O FORREST E A NECESSIDADE DE TERAPÊUTICA ENDOSCÓPICA A classificação de Forrest é a mais utilizada na prática clínica para avaliar características do sangramento digestivo alto não varicoso e pode estimar a probabilidade de ressangramento, sendo também utilizada, junto com outros parâmetros, para indicar a terapêutica endoscópica. Nos casos de hemorragia por DUP, a definição quanto à classificação de Forrest pode ser decisiva para a aplicação da terapêutica endoscópica. Pacientes com úlcera péptica Forrest Ia, Ib e IIa apresentam maior chance de ressangramento nas primeiras 48 a 72 horas do início da hemorragia. Portanto, devem realizar a terapêutica endoscópica no sentido de diminuir o ressangramento, a necessidade de transfusão de hemoderivados, a indicação de cirurgias e a mortalidade. A terapêutica endoscópica na úlcera péptica Forrest IIB é controversa, sendo recomendada a irrigação da lesão, na tentativa de deslocamento do coágulo, com posterior tratamento adequado da lesão subjacente, se indicado – embora a terapia farmacológica com inibidor de bomba de prótons isoladamente possa ser suficiente. MODALIDADES TERAPEUTICAS ENDOSCÓPICAS PARA TRATAMENTO NA HDA NÃO VARICOSA (4) • Injeção de substâncias: Adrenalina, álcool, Etanolamina, Polidocanol, Cianoacrilato, cola de fibrina, Hialuronato de sódio. • Métodos térmicos: Eletrocoagulação mono e bipolar, Heater probe, Plasma de argônio. • Métodos mecânicos: Hemoclipe, Ligadura elástica, Endoloop, suturas, balão compressivo. • Terapêutica tópica: Hemospray, ABS (ankaferd blood stopped), Endoclot. SECOND LOOK É a realização de uma endoscopia de controle 24 horas após a endoscopia inicial com a intenção de complementação da terapêutica endoscópica. Sua utilização não é recomendada rotineiramente, exceto nos casos em que o tratamento endoscópico foi incompleto, por não haver identificação do sítio de sangramento, nos casos em que a hemostasia foi parcial e naqueles com evidência de ressangramento. QUANDO A HDA NÃO VARICOSA TEM INDICAÇÃO DE CIRURGIA OU RADIOINTERVENÇÃO? Em caso de ressangramento após uma segunda endoscopia terapêutica, deve ser considerada a hemostasia por meio de radiologia intervencionista ou o tratamento cirúrgico.
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