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1 INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PALMAS CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA FRANCESCO PARENTI HENRIQUE CHAVES JOICE CATIANE MARCOS VELHO JOSIANE WETTMANN MARCELO GUERIOS DA CRUZ PRODUÇÃO DE BETERRABA PALMAS - PR 2022 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................03 2. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................03 2.1. CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO..............................................................................04 2.2. PRODUÇÃO DE MUDAS.......................................................................................05 2.3. CALAGEM E A ADUBAÇÃO...................................................................................06 2.4. IMPLANTAÇÃO DAS MUDAS................................................................................07 2.5. PRODUÇÃO...........................................................................................................08 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................09 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................10 3 1. INTRODUÇÃO A beterraba (Beta Vulgaris L.) é uma hortaliça herbácea pertence à família Amarantaceae, subfamília Chenopodioideae, gênero Beta. Tem como seu provável centro de origem o Norte da África e o Sul da Europa. É uma cultura de clima temperado, porém a variedades que permitem serem plantadas durante o ano todo (PACHECO et al., 2021). A cultura da beterraba é classificada em beterraba açucareira, tendo como finalidade a produção de açúcar, a forrageira que é plantada com intuito de servir na alimentação animal e a beterraba de mesa na qual são consumidas suas raízes como hortaliças, sendo a mais utilizada para plantio e comercialização no Brasil (LANA et al., 2021). Para alimentação humana a principal parte comestível é a raiz tuberosa, sendo constituída por faixas circulares de tecidos condutores de alimentos e faixas de tecidos que contem alimento armazenado. As raízes são consumidas na forma crua ou cozida, mas são nas folhas que se tem as maiores concentrações de vitaminas e nutrientes (TIVELLI et al., 2010). No Brasil a beterraba é muito utilizada na alimentação devido ter vários benefícios a saúde, como: melhoria nas atividades físicas, é fonte de vitamina e fitoquímicos, auxilia no caso de tromboflebite (inflamação de uma veia superficial que gera u coágulo), auxilia na prevenção de varizes, faz bem para o intestino, excelente no controle de tireóide, melhora a memória, além de vários outros benefícios para a saúde (LEGNAIOLI, 2021). Este projeto teve como objetivo a produção de beterraba em canteiro, na área experimental do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Paraná - Campus Palmas. 2. DESENVOLVIMENTO O experimento está localizado na Área experimental do curso de Engenharia Agronômica pertencente ao Instituto Federal do Paraná – Campus Palmas (IFPR), situado geograficamente a 26°27’56’’ Sul e 51°58’33’’ Oeste. O local está sob a influência do clima Cfb (clima temperado e úmido com verão temperado, classificação de Köppen), com precipitação média anual de 2147 mm e altitude média de 1100 m (IAPAR,2018). 4 Na área experimental foi utilizada a cultivar de beterraba Maravilha, produzida pela empresa brasileira de sementes Isla, no qual as mudas foram plantadas no dia 13 de janeiro de 2022, sendo utilizado espaçamento de 30 centímetros entre linhas e 15 centímetros entre plantas. A adubação utilizada seguiu a recomendação para a cultura da beterraba e foi realizada baseada na análise de solo. O projeto baseou-se na produção de mudas de beterraba em bandejas, na condução das mudas no canteiro, correção do solo e acompanhamento do desenvolvimento da cultura até chegar no seu estágio final de colheita. Durante a condução do canteiro houve ataque de insetos no qual dificultou a condução do mesmo. Na sequência do plantio foram feitos mais outros quatro replantios devido a este problema. O projeto foi conduzido no período de dezembro de 2021 a março de 2022, período aonde chega o encerramento da disciplina de Olericultura. Após este período o acompanhamento sobre o cultivo da beterraba continuará ocorrendo, até chegar no período da colheita. 2.1. CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO Para o melhor desenvolvimento da beterraba é necessária temperatura entre 10 a 20°C. Em lugares com altitude de até 400 metros recomenda-se samear as sementes ou inserir as mudas no canteiro entre os meses de abril a junho. Em locais que possuem altitude de 400 a 800 metros o plantio vai de fevereiro a junho e já em locais acima de 800 metros pode ser cultivado essa hortaliça durante o ano todo (TIVELLI et al., 2011). Na região de Palmas – PR por ter um clima subtropical úmido com verão temperado, e altitude acima de 800 metros, o plantio da beterraba pode ser feito o ano todo, porém no verão é aonde se tem as melhores produtividades, mas é também a época aonde se tem maiores incidências de doenças e pragas. Para o plantio da cultura locais de clima frio são os mais recomendados. A implantação das mudas no canteiro ocorreu no mês de janeiro aonde se obteve temperatura média de 20°C, sendo um clima adequado para o cultivo. Durante o mês de fevereiro até os primeiros dias do mês de março a média de temperatura se manteve a mesma (IAPAR, 2022). 5 2.2. PRODUÇAO DAS MUDAS A produção de mudas de beterraba em bandeja proporciona maiores vantagens, pois viabiliza o cultivo da mesma, devido necessitar de mais cuidado durante a germinação e emergência. A pratica de transplantar as mudas acaba prolongando o ciclo da cultura, porém, proporciona um produto com uma melhor qualidade e com uma maior produtividade quando comparado a semeadura direta das mudas no canteiro (GUIMARÃES et al.,2002). Ao optar por produzir mudas em bandejas de isopor terá como vantagem facilitar a semeadura e o manuseio das sementes e mudas posteriormente, permite que se tenha um melhor controle nutricional e fitossanitário, facilita o transporte das mudas até o canteiro, além de reduzir a necessidade de replantio (SILVA et al., 2006) Na superação da dormência das sementes de beterraba foi utilizado o método de imergir as sementes em água em temperatura ambiente durante um período de 24 horas. Na germinação, após a embebição da semente, ela absorve água e aumenta seu tamanho. Esse método faz com que haja um amolencimento do tegumento, facilitando o rompimento do mesmo (BRUM et al., 2019). Na figura 1, pode-se observar as sementes embebidadas em água, qual variedade utilizada e a origem da semente. Figura 1: Semente embebida em água, variedade e origem. Para produção de mudas foi utilizado bandeja de 128 células. No plantio das sementes foi utilizado substrato orgânico. As sementes foram colocadas a dois 6 centímetros de profundida e na sequencia cobertas com o substrato. As mudas foram levadas a campo após vinte dias. Na figura 2 se tem desde a semeadura das sementes até sua fase de brotação. Figura 2: semeadura ao brotamento da beterraba. 2.3. CALAGEM E ADUBAÇÃO A cultura da beterraba é muito sensível a acidez do solo e para que tenha boas produtividades é necessário que seja feito a correção do solo aonde a cultura for implantada. Dentre os corretos, o calcário é o mais utilizado (TIVELLI et al., 2011). O desenvolvimento intenso da beterraba vai até os 80 dias desde a sua semeadura e tanto a parte área quanto a radicular crescem até a cultura terminar seu ciclo. A beterraba absorve bastante nutrientesa partir dos 40 dias até ser colhida, entretanto a absorção mais elevada é depois dos 60 dias (TIVELLI et al., 2011). Para correção do solo deve-se aplicar calcário para elevar a saturação por base a 80%. Quando feita aplicações corretas de calcário no solo a beterraba tem um aumento de produtividade. Na área aonde o canteiro foi implantado foram foi feita coletas de solo e encaminhado para análise. O curso de Agronomia possui um laboratório de solos aonde 7 é feita a análise das amostras. Na figura 3, se tem o resultado da análise de solo da área. Figura 3: Resultado da análise de solo da área. O canteiro da beterraba se encontra na linha 1, aonde obteve Ph 4,79, H+Al 9,57, K 0,61 e P 2,55. Foram feitos os cálculos para correção do solo aonde se teve saturação do solo 37,47% e poder relativo de neutralização total 57%. O Ph desejado para cultura da beterraba é 6. Como resultado se tem que a beterraba em um hectare tem uma necessidade de calagem de 11411Kg. Em um canteiro de cinco metros de comprimento por um metro de largura é necessário 5,70kg de calcário. Foi utilizado 625 gramas de cama de aviário como adubação orgânica. A adubação orgânica com cama de aviário possibilita que a beterraba tenha maiores produtividades e massa seca (PERREIRA et al.,2010). 2.4. IMPLANTAÇÃO DAS MUDAS Primeiramente é feito o preparo do solo, sendo feito capina para retirada das plantas daninhas e na sequencia feito o revolvimento da terra para que não fique compactado. Depois de feita a correção do solo é feito fileiras aonde serão implantadas as mudas e feita a irrigação do canteiro. A recomendação é que seja incorporado o esterco de 15 a 20 dias antes do plantio, mas como a cama de aviário já está curtida não a essa necessidade. As mudas foram implantadas no canteiro no dia 13 de janeiro, aonde se tinha condições favoráveis para o plantio. A irrigação foi feita conforme necessidade de água da cultura. No dia 20 de janeiro foi necessário entrar com um replantio devido ao ataque de formiga saúva (Atta spp) no canteiro e no dia três de fevereiro entrado com o terceiro 8 replantio, pois na área a muita infestação de formigas e mesmo com a aplicação de inseticidas granulados não foi fácil controlar. Na metade do mês de fevereiro foi feito mais um replantio, devido ao ataque severo de formigas e entrado com controle novamente de formiga e também entrar com o controle da vaquinha verde amarela (Diabrotica speciosa). O último replantio foi feito no dia 24 de fevereiro aonde foi feito o controle de insetos e colocado como proteção sombrite para proteger contra insetos voadores. Para o controle da vaquinha foi entrado com controle, sendo utilizado Óleo de Neem na composição de dez ml do produto para cada dois litros de água. Já no controle da formiga utilizou-se produto químico granulado, sendo colocado no canteiro pacotinhos granulados contendo 50 gramas. Ao redor da área aonde está o canteiro a vegetações favoráveis para o aumento populacional de formigas. O controle apenas com iscas no canteiro não é suficiente, pois não consegue acabar com todos os ninhos de formigas ao redor da área. Para se ter um controle eficaz e conseguir uma produção de beterraba é necessário fazer um controle de insetos da área toda ao redor do cultivo. Na figura 4 é possível o observar os danos causados pela formiga cortadeira e pela vaquinha verde. Figura 4: Danos causados pela vaquinha verde e formiga cortadeira. 9 As formigas cortadeiras trabalham durante a noite, cortando as folhas e carregando para dentro de seus ninhos. Devido a isso a uma maior dificuldade de encontrar os seus ninhos para entrar com controle. Até a metade do mês de março, período até onde vai a disciplina de Olericultura, se tem uma porcentagem ainda de mudas no canteiro oriundas do último replantio. 2.5. PRODUÇÃO Na cultura da beterraba o ponto de colheita é de 70 a 110 dias após o período em que foi feito a semeadura, isso depende muito de qual sistema foi utilizado, qual foi a época de semeadura e qual variedade está sendo implantada. Se faz a colheita quando as raízes já atingiram tamanho comercial que vai de seis a 8 centímetros (TIVELLI, et al., 2011). Os valores médios de produtividade para cultura da beterraba é entre 20 e 35 toneladas por hectare (OLIVEIRA, 2015). Levando em consideração que este é o primeiro cultivo na área, considerando uma média de 20.000kg por há, o valor estimado de produtividade para o canteiro é de 10kg. Porem como houve ataque de insetos no último plantio pode-se considerar que haverá uma produtividade de 5kg. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se que o projeto foi implantado na área, com dificuldades de condução do mesmo, em função da quantidade elevada de pragas e ao difícil controle das mesmas no local. Para que se pudessem ter resultados satisfatórios seria necessária a atividade de eliminação e controle dos insetos na área, antes da implantação das culturas. Foram efetuados vários replantios, simultaneamente ao combate às formigas e vaquinhas, buscando um resultado satisfatório de produção e sanidade, para que se pudesse obter algum resultado positivo com a cultura, mas sem sucesso. 10 4. BIBLIOGRAFIA PACHECO, B. R. O.; MAKOSKI, J. R.; LIMA, C. S. M.; ROSA, G. G. Classificação comercial e caracterização físico-química de beterrabas oriundas de sistema de plantio direto de hortaliças sob diferentes densidades de palhada de milho. Revista Iberoamericana de Tecnologia Posticosecha. vol. 22, núm. 2, outubro de 2021. LANA, M. M.; TAVARES, S. A. (Ed.). 50 Hortaliças: como comprar, conservar e consumir. 2. ed. rev. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2010. TIVELLI, S. W.; FACTOR, T.L.; TERAMOTO, J. R. S.; FABRI, E. G.; MORAES, A. R. A.; TRANI, P. E.; MAY, A. Beterraba: do plantio à comercialização. Boletim Técnico IAC, Campinas, n. 210, 2011. LEGNAIOLI, S. Conheça 13 benefícios da beterraba. Ecicle. Disponível em :< https://www.ecycle.com.br/beterraba/>. Acesso em: 09 de março de 2022. IAPAR, INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Classificação do clima de Palmas – PR ano 2018. Palmas: 2018. IAPAR, INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Classificação do clima de Palmas – PR ano 2018. Palmas: 2018. IAPAR CLIMA. Dados climáticos. Disponível em:< https://apps.apple.com/us/app/iapar-clima/id1486152398?l=pt&ls=1>. Acesso em: 09 de março de 2022. GUIMARÃES, V. F.; ECHER, M. M.; MINAMI, K. Métodos de produção de mudas, distribuição de matéria seca e produtividade de plantas beterraba. Revista Scielo, 2022. SILVA, L. I. L. et al. Cultivo de tomate para industrialização. Embrapa. 2006. https://www.ecycle.com.br/beterraba/ https://apps.apple.com/us/app/iapar-clima/id1486152398?l=pt&ls=1 11 BRUM, V. B.; SENGER, A. L.; LAUTHARTE, D. M.; VALENTIM, T. T. M.; ROSA, T. A. SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE BETERRABA POR MEIO DE IMERSÃO EM ÁGUA. Universidade Federal do Pampa. 2019. PERREIRA, A. L. S.; JÚNIOR. O. P. M.; MENDES, R. T.; NERI, S. C. M.; PELÁ, G. M.; PELÁ, A.; CARDOSO, A. F. Adubação orgânica e mineral na cultura da beterraba. Horticultura Brasileira. 2010. OLIVEIRA, R. J. P. Adubação para a cultura da beterraba (Beta vulgaris L.) na região do Alto Vale do Itajaí. Tese (Doutor em manejo do solo), Universidade do estado de Santa Catarina, Lages – SC, 2015.
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