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Embalagens para Alimentos Capítulo 3

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Embalagens de vidro Capitulo 3 
 22 
3.1- INTRODUÇÃO 
 
O vidro é um dos mais antigos materiais que sem tem conhecimento, muito 
utilizado para embalagens, não só de alimentos, mas vários produtos de origem 
farmacêutica. 
Um material de origem vulcânica similar ao vidro era usado como ponta de flexa 
durante a Idade Bronze. No primeiro século descobriu-se que a soda se fundia com a areia e 
formava vidro. Acredita-se que os Egípcios já usavam vidro 3.000 a.C. e há inclusive 
indícios de que o tubo de sopro era utilizado no Sidon durante o primeiro século a.C.para 
fazer objetos ocos de vidro. Já no terceiro século os objetos de vidro eram comumente 
usados pelos romanos. 
A garrafa de leite foi inventada em 1884, por um médico que se preocupava em 
transportar leite fresco de maneira segura e higiênica. A mecanização foi introduzida em 
larga escala em 1892. Em 1896 o Atlas Glass Works já utilizava uma máquina semi-
automática numa produção regular de garrafas de boca larga. A primeira máquina 
inteiramente automática foi projetada e construída por Michael J. Owens em 1903. 
O vidro é um produto inorgânico de fusão, resfriado em temperatura escalonada, até 
adquirir estado de rigidez, sem que haja cristalização. É produzido de matérias-primas 
relativamente simples e disponíveis como areia (material rico em sílica), contendo 
pequenas quantidades de outros materiais como boro, soda, cal e óxidos metálicos. 
O vidro permite o desenvolvimento de projetos inconfundíveis e variados nas 
embalagens. Assim além de manter a composição original dos produtos embalados, garante 
a identidade da marca, com formas que possibilitam o reconhecimento imediato e ficam 
registradas na consciência do consumidor. 
A possibilidade de utilização de cores especiais também aumenta a percepção da 
embalagem e do produto. Forma e cor das embalagens dão suporte às estratégias de 
marketing das indústrias. A embalagem de vidro pode ser produzida com uma grande 
variedade de formas e tipos de fechamento, de acordo com o conteúdo que envasa e o tipo 
de uso. 
A inércia do vidro possibilita, também, que os produtos embalados com esse 
material tenham prazo de validade superior a outros materiais, até duas vezes mais. 
Durante seu processo de fusão, não há transição direta de um estado para outro, e sim 
uma pré-condição de amolecimento; este estado pastoso, antes de tornar-se liquido, é 
devido a que o vidro não tem ponto estável de fusão. Em conseqüência da dilatação do 
vidro, quando soprado, os cantos do recipiente podem tornar-se mais finos; o ponto mais 
exposto ao rompimento é o da parte inferior do vidro. Para minimizar os efeitos do atrito 
entre o vidro e as máquinas de fabricação os vidros entre si, são utilizados agentes 
lubrificantes como o polietileno, óleo silício, polioxietileno, óxido metálico estearato 
(EVANGELISTA, 2001). 
Embalagens de vidro Capitulo 3 
 23 
 
 O vidro como material de embalagem apresenta as seguintes vantagens e 
desvantagens: 
Vantagens 
- Alto valor mercadológico alcançado pela visualização do produto; 
- atóxico; 
- inerte quimicamente à maioria das substâncias; 
- resistente a temperaturas de esterilização de até 100oc; 
- perfeita impermeabilidade; 
- não transmite odor nem sabor para o produto; 
- Pode apresentar várias cores; 
- não necessita revestimento; 
- facilidade de abertura e fechamento após uso; 
- reutilização doméstica. 
 
Desvantagens 
- Fragilidade; 
- peso excessivo; 
- preço mais elevado; 
- pouco resistente a temperaturas de esterilização acima de 100oc; 
- dificuldades de manipulação; 
- Menor condutibilidade térmica. 
 
Nas embalagens de vidro devem ser consideradas: 
- A resistência mecânica e o peso; 
- A permeabilidade à luz; 
- A vedação. 
 
3.2 – CONSTITUIÇÃO DO VIDRO 
 
O vidro é uma substância amorfa, não cristalizada, que se obtém por matéria primas 
ricas em sílica, soda e cal. As porcentagens variam entre certos limites e levam ao que se 
chama de vidros sílico-sódico-cálcicos, ou abreviadamente sódico-cálcicos. Cada um dos 
componentes tem sua missão específica na composição: 
Embalagens de vidro Capitulo 3 
 24 
Um exemplo típico da formulação utilizada na fabricação de vidro para embalagens 
de produtos alimentícios pode ser visto na Tabela 3.1. 
Tabela 3.1– Formulação comumente empregada na fabricação do vidro para embalagem de 
produtos alimentícios. 
Componentes (%) 
SiO2 72,70 
CaO 10,40 
Na2O 13,60 
K2O 0,40 
Al2O3 2,00 
FeO 0,06 
BaO 0,50 
SO3 0,30 
F2 0,20 
Fonte: Ortiz et alii citados por SOLER et alii (1991). 
 O vidro empregado para acondicionamento de alimentos líquidos e sólidos, é 
composto de areia, calcáreo, carbonato de sódio (barrilha), feldspato e cálcio. 
 As variações qualitativas e quantitativas de elementos de sua composição é que 
determinam os diversos tipos de vidro, produzidos com as qualidades pretendidas para sua 
utilização. 
Alguns elementos que se introduzem na composição do vidro podem filtrar a luz, 
deixando passar alguns raios e retendo outros. Por isso se utilizam garrafas âmbar para 
cerveja ou verde para vinho, pois estes vidros impedem a passagem de radiações 
ultravioleta, que afetariam os produtos. 
As matérias-primas envolvidas na produção do vidro não são incolores, porém, após 
a fundição, forma-se uma massa transparente. As cores são obtidas com adição de 
compostos químicos: 
 Verde pálido – óxido de ferro com concentração superior a 0,15%; 
 verde escuro – obtido quando a concentração de óxido de ferro for superior a 2%; 
 azul – óxido de ferro superior a 0,04%; óxido de cobalto; 
 âmbar – o vidro é fundido num meio moderado de óxido de flúor sob fortes 
condições de redução. Usualmente são adicionados carbono (carvão) e enxofre; 
 branca- fluoreto de alumínio. 
 amarela: Sulfato de cádmio, óxido de ferro, óxido de antimônio; 
 amarela verde: Óxido crômico; 
 castanha: Férricos; 
 opala: Fluoreto cálcico; 
 rosada: Dióxido de manganês; 
Embalagens de vidro Capitulo 3 
 25 
 vermelha: Óxido cuproso ou cúprico, sulfeto de cádmio; 
 violeta: Manganês. 
 
 A coloração do vidro oferece uma proteção eficaz. Por exemplo: a luz solar ao 
atingir o leite, dá-lhe inicialmente, um sabor um pouco desagradável, em seguida destrói-
lhe a vitamina C (70% da vitamina C desaparece do leite em garrafa de vidro branco após 
uma exposição de 10 minutos à luz solar) e a flavina é destruída em 35% no mesmo tipo de 
vidro, se exposta por 24 horas à luz solar. Se o vidro for marrom, apenas 4,5% da flavina 
desaparecerá. 
 
Tabela 3.2 - Principais tipos de vidro e suas características. 
Tipos de Vidro Características 
Neutro com massa - borosilicado De maior custo, difícil manuseio e pouco 
fundível 
Tratado na superfície Neutralizado na superfície e não 
estabilizado, não agüenta esterilização seca. 
Não tratado na superfície e estabilizado, 
agüenta sucessivas esterilizações úmidas, 
antes ou depois de cheio - usado em 
farmácia (Neutro B, parasolvex e Neutroval). 
Pyrex - borosilicado Vidro duro com elevada resistência e alto 
ponto de amolecimento. 
É usado a 300-400°C; é bastante resistente 
aos choques térmicos e tem baixo coeficiente 
de dilatação. 
Colorido - vários elementos químicos Utilizado em produtos que exigem proteção 
contra raios luminosos. 
Cristal - silicose dupla de chumbo e potássio 
Com teor mínimo de 10% de um ou mais 
dos seguintes metais: chumbo, bário,potássio, zinco, expressos como óxido. O 
chumbo confere mis brilho ao vidro. 
 
Empregado em produtos de luxo. 
Copos, taças, cálices, ornamentos, peças 
artesanais 
Fonte: EVANGELISTA (1994) 
Os recipientes de vidro têm três constituintes fundamentais, que se relacionam com as 
partes da forma (EVANGELISTA, 2001): 
 
 Gargalo ou remate: local onde a tampa é presa; 
 Corpo: região intermediaria mais extensa do recipiente; 
 Fundo: área inferior do pote, formando a base deste. 
Embalagens de vidro Capitulo 3 
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3.3 - PRINCIPAIS TIPOS DE EMBALAGENS DE VIDRO 
As embalagens de vidro comumente utilizadas para alimentos são garrafas, potes, 
copos, litros e garrafões, que variam em suas dimensões, formato e qualidade do vidro. 
 As garrafas destinam-se a conter líquidos em quantidades que não ultrapassem 5 
litros, segundo normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Possuem 
formas cilíndricas, chatas ou retangulares. As garrafas de vidro são utilizadas para 
acondicionar alimentos como cervejas, refrigerantes, vinhos, aguardentes, licores, água 
mineral e sucos de frutas, dentre outros. Os vinhos e licores ocupam lugar de destaque, 
visto que são quase na sua totalidade comercializados neste tipo de embalagem. Para sucos 
e frutas, como o caju e o abacaxi, a embalagem de vidro pode causar um impacto negativo 
devido à visibilidade da floculação que normalmente ocorre para estes produtos. 
 Os potes são recipientes de qualquer formato, com boca suficientemente larga para 
facilitar a retirada de seu conteúdo em unidades, pedaços ou porções. Este tipo de 
embalagem é mais utilizado para: alimentos infantis, frutas em conserva, compotas e 
geléias. Os copos são recipientes em forma de tronco de cone, em geral de menor 
capacidade que os potes, utilizados para acondicionar alimentos como geléia, requeijão e 
extrato de tomate. Existe grande aceitação destas embalagens pelo consumidor, pois além 
de permitirem a visualização do produto ainda permitem a reutilização doméstica. 
Fechamento de recipientes de vidro 
 
São partes importantes do sistema de fechamento, a superfície de vedação, os fios de 
rosca de vidro e o filete em rosca contínua. 
A superfície de vedação, que pode ser no bordo superior do gargalo ou sua parte 
lateral, ou em ambos, é onde se aloja a arruela ou o vedante. 
Os fios de rosca do vidro se situam em redor do gargalo,sendo saliências que 
emergem em posição horizontal ou inclinada, onde se encaixa as garras da tampa.O filete 
ou rosca contínua é o segmento contínuo espiralado, no qual se atarraxa a rosca da tampa. 
O fechamento a vácuo do recipiente se realiza através de tampadeiras mecânicas sob 
vácuo (produtos secos) ou com fluxo de vapor. 
 
DEFEITOS DE FABRICAÇÃO DE RECIPIENTES DE VIDRO 
 
Os defeitos dos componentes de uma garrafa de vidro estão descritos a seguir 
(EVANGELISTA, 2001): 
 
DEFEITOS NO PESCOÇO 
 
 Gargalo fora do centro: pescoço inclinado para o lado, não permitindo o 
enchimento; 
 Tapados no interior do gargalo: gargalo que contem excesso de vidro em seu 
interior, tampando-o; 
 Pescoço espichado: pescoço que espichou mais que o especificado; 
Embalagens de vidro Capitulo 3 
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 Pescoço claro: pescoço cujas paredes são muito finas; 
 Pescoço sujo: pescoço que contem aspecto sujo ou de escamas; 
 Mordidas de forma: pescoço com aparência de amassado. 
 
 DEFEITOS NOS OMBROS 
 
 Petadas nos ombros (costas): petadas rasas e na superfície usualmente aparecem em 
forma de ondas; 
 Lanterna nos ombros: os ombros não estão bem preenchidos; 
 Ombros vazios: Ombros que não foram bem soprados. 
 
 DEFEITOS NO CORPO OU APESTAS 
 
 Calcinada (rachada): pétalas caracterizadas por trincas profundas em forma de V, 
aparecendo nas arestas ou lados; 
 Petadas na costuras: petadas finas, verticais, localizadas na riga; 
 Riga de bloco e molde: rigas largas, estendendo desde os ombros até o fundo da 
garrafa; 
 Lanternas: manchas claras, características de paredes finas; 
 Gaiola: fio de vidro atravessando o interior da garrafa; 
 Petada no corpo: pequenas trincas nas arestas ou lado das garrafas; 
 Petadas nas letras: pequenas trincas nas letras. 
 
 DEFEITOS DO GARGALO 
 
 Forminha desencontrada: gargalo formado com as 2 partes da forminha fora de 
alinhamento, tanto horizontal como na vertical; 
 Petada: gargalo que tem trinca sobre a superfície superior e que se estende do topo 
para baixo; 
 Gargalo recalcado: gargalo soprado fora da medida; 
 Lascado no cordão: pequena parte do gargalo quebrada; 
 Decepada em baixo do gargalo: petadas horizontais perto da linha divisória entre 
pescoço e gargalo; 
 Rebarba no gargalo: excesso de vidro projetando para cima, dentro do gargalo; 
 Petadas na parte superior do gargalo: petada leve, não muito profunda localizada 
no interior do topo do gargalo; 
 Rebarba na costura do gargalo: rebarba nos lados ou topo do gargalo; 
 Petadas no gargalo: gargalo que tem leve trinca, na rosca ou no meio dele; 
 Rugas: gargalo que tem uma série de fraturas (riscos) superficiais; 
 Gargalo vazio ou incompleto: gargalo que não está bem formado (faltando vidro 
para encher a forminha); 
 Gargalo achatado e oval: gargalo incompleto em sua forma normal (cilíndrico); 
 Gargalo sujo: gargalo com aparência de escamas e que poderá apresentar pontos 
pretos; 
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 Roscas incompletas: gargalo com roscas ou saliências que não são completamente 
assopradas ou comprimidas nas forminhas; 
 Escalhado (lascado) em baixo do gargalo: lasca superficial aparecendo logo abaixo 
do gargalo; 
 Gargalo (cabeça) torto: gargalo entortado ou amassado; 
 
DEFEITOS NO FUNDO 
 
 Rebarba entre fundo e forma: cordão de vidro saliente na linha divisória entre 
fundo e forma; 
 Fundo fraco: área no fundo da garrafa, apresentando parede fina; 
 Fundo grosso: área no fundo da garrafa com parede muito grossa.

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