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INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - Unidade 02

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INSTITUIÇÃO DE DIREITO
PÚBLICO E PRIVADO
Autor
Larissa Maria de Queiroz
DIREÇÃO GERAL:
PROF. ME. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS
DIREÇÃO GERAL ADMINISTRATIVA:
PROF. DR. RAFAEL RABELO BASTOS
DIREÇÃO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:
PROF. DR. CLÁUDIO RABELO BASTOS
DIREÇÃO ACADÊMICA:
PROF. DR. VALDIR ALVES DE GODOY
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:
PROFA. ESP. MARIA ALICE DUARTE G. SOARES 
COORDENAÇÃO NEAD:
PROFA. ME. LUCIANA R. RAMOS DUARTE
SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO:
FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMENTO ALVES
FICHA TÉCNICA
AUTORIA: 
LARISSA MARIA DE QUEIROZ
EXPEDIENTE
DESIGNER INSTRUCIONAL:
JOÃO PAULO S. CORREIA /
MAXWELL FÉLIX
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
FRANCISCO CLEUSON DO N. ALVES /
DIEGO PORTO NOJOSA
CAPA:
FRANCISCO ERBINIO ALVES RODRIGUES
TRATAMENTO DE IMAGENS:
DIEGO PORTO NOJOSA
REVISÃO TÉCNICA:
EMANUELLE OLIVEIRA DA FONSECA /
JOÃO CARLOS RODRIGUES DA SILVA
REVISÃO METODOLÓGICA:
FRANCISCO JAHANNES DOS SANTOS RODRIGUES
REVISÃO TEXTUAL:
SORAIA PEREIRA JORGE DE SOUSA VASCONCELOS
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer mé-
todos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da 
propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, 
deverão ser dirigidos à Direção.
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA FACULDADE ATENEU
QUEIROZ, LARISSA MARIA DE. Instituição de Direito Público e Privado. / LARISSA MARIA 
DE QUEIROZ. - Fortaleza: Faculdade Ateneu, 2017.
140 p.
ISBN: 978-85-64026-27-8
1. Noções gerais. 2. Direito administrativo. 3. Direito Penal. 4. Direito Civil. 
Faculdade Ateneu.
Seja bem-vindo!
Caro estudante, quero cumprimentá-lo pela oportunidade de participar des-
sa modalidade de ensino-aprendizagem presente no currículo do curso que você 
escolheu estudar.
Desejo que você se torne um profissional autônomo em termos de aprendi-
zado e seja capaz de construir e reconstruir conhecimentos, afinal esse é o traba-
lhador que o mercado atualmente exige.
Dessa forma, participe de todas as atividades e aproveite ao máximo 
esse novo tipo de relação com os seus colegas, tutores e professores, pois 
nossa equipe espera ter com você um ótimo semestre, com muito aprendizado 
e crescimento mútuo.
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 01: CONHECIMENTO DO DIREITO
1. Noções gerais de direito ................................................................................. 8
1.1. Ramos do direito ...................................................................................... 13
1.2. Fontes do direito ........................................................................................ 14
1.3. Organização do estado ............................................................................. 26
1.4. Espécies normativas e o processo legislativo ........................................... 28
1.4.1. Emendas à constituição ......................................................................... 29
1.4.2. Leis complementares à constituição ...................................................... 31
1.4.3. Leis ordinárias ........................................................................................ 31
1.4.4. Leis delegadas ....................................................................................... 34
1.4.5. Medidas provisórias ................................................................................ 35
1.4.6. Decretos legislativos ............................................................................... 37
1.4.7. Resoluções ............................................................................................. 39
Referências ..................................................................................................... 42
UNIDADE 02: CONHECIMENTO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
E CONSTITUCIONAL
1. Noções gerais de direito administrativo ........................................................ 44
1.1. Órgãos da administração e sua classificação .......................................... 44
1.2. Funções da administração: sua classificação 
 e distribuição pelos órgãos ........................................................................ 47
2. Noções gerais de direito constitucional ....................................................... 48
2.1. Conceito de direito constitucional ............................................................. 48
2.2. Espécies de constituição ........................................................................... 49
2.3. O Poder Constituinte ................................................................................. 50
2.4. O controle da constitucionalidade das leis ................................................ 51
Referências ..................................................................................................... 54
UNIDADE 03: CONHECIMENTO DO DIREITO PENAL
1. Direito Penal ................................................................................................ 56
1.1. Estudo do crime e seus elementos ........................................................... 56
1.1.1. O fato típico ............................................................................................ 56
1.1.2. A culpa .................................................................................................... 58
1.1.3. A Antijuridicidade .................................................................................... 61
1.1.4. A culpabilidade ....................................................................................... 63
1.2. Crimes ou delitos e contravenções ........................................................... 67
1.3. Concurso de crimes .................................................................................. 68
Referências ..................................................................................................... 70
UNIDADE 04: CONHECIMENTO DO DIREITO CIVIL, 
EMPRESARIAL E DO TRABALHO
1. Direito Civil ................................................................................................... 72
1.1. Parte geral do direito civil .......................................................................... 73
1.1.1. Pessoa natural ou física ......................................................................... 73
1.1.2. Capacidade civil ..................................................................................... 74
1.1.3. Direitos da personalidade ....................................................................... 76
1.1.4. Ausência ................................................................................................. 77
1.1.5. Pessoa jurídica ....................................................................................... 81
1.2. Direitos reais .............................................................................................. 83
1.2.1. Da posse ................................................................................................ 85
1.2.2. Da propriedade ....................................................................................... 88
1.2.3. Da usucapião .......................................................................................... 91
1.2.4. Direitos reais de gozo e fruição .............................................................. 93
2. Direito Empresarial ..................................................................................... 102
2.1. Atos do comércio, teoria da empresa ...................................................... 102
2.2. Sociedades empresárias ......................................................................... 107
2.2.1. Conceito de sociedade empresária ...................................................... 107
2.2.2. Sociedade Empresária X Sociedade Simples (Atividade Civil) ............ 108
2.2.3. Das sociedades não personificadas ..................................................... 109
2.2.4. Dassociedades empresárias ............................................................... 110
3. Direito do trabalho ...................................................................................... 127
3.1. Origens .................................................................................................... 127
3.2. Fontes e princípios do direito do trabalho ............................................... 130
Referências ................................................................................................... 140
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 43
Uni
CONHECIMENTO DE DIREITO
ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
Apresentação
Nesta segunda unidade serão expostas as noções gerais de Direito Admi-
nistrativo, estudados os órgãos da administração e suas classificações, com foco 
na organização da Administração Pública, bem como as noções gerais do Direito 
Constitucional, trazendo todas as características da Constituição da República Fe-
derativa do Brasil e do poder responsável pela criação da mesma.
Objetivos de aprendizagem
• Ter noções gerais de Direito Administrativo;
• Estudar os órgãos da administração e sua classificação;
• Conhecer as funções da administração: sua classificação e distribuição pelos órgãos;
• Ter noções gerais de Direito Constitucional;
• Ver as espécies de constituição;
• Conhecer o Poder Constituinte;
• Compreender o controle da constitucionalidade das leis.
44 INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
1. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito Administrativo é o conjunto de normas que rege a Adminis-
tração Pública.
Segundo Meirelles apud Pinho e Nascimento (2009, p. 147), o conceito de 
Direito Administrativo Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
A expressão “Direito Administrativo” surgiu na Itália, no livro de Romagno-
si intitulado Principifundamentali de DirittoAmministrativo, em 1814, e, na mesma 
época, na França, no livro de Fougart, Précis de DroitAdministratif. 
Na atualidade, os estudos de Direito Administrativo desenvolveram-se prin-
cipalmente na Itália, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Bélgica, em 
Portugal, na Inglaterra e na Espanha.
1.1. Órgãos da administração e sua classificação 
Administração Pública, em sentido restrito, significa Poder Executivo; em 
sentido amplo, é a atividade do Estado regida pelo Direito Administrativo, ativida-
de tanto do Executivo, como do Legislativo e do Judiciário. 
“A Teoria dos Três Poderes foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu. 
Baseando-se na obra Política, do filósofo Aristóteles, e na obra Segundo Tratado do Governo 
Civil, publicada por John Locke, Montesquieu escreveu a obra O Espírito das Leis, traçando 
parâmetros fundamentais da organização política liberal”.
Para saber mais, acesse: https://goo.gl/uyoEzl
Link para WEB
Cretella define Administração pública como a atividade que o Estado de-
senvolve por meio de atos concretos e executórios, para a consecução direta, 
ininterrupta e imediata dos interesses públicos. Porém, nem todos os atos pra-
ticados pelos poderes são tidos como típicos de administração pública. É o caso 
da atividade jurisdicional, ou seja, a aplicação do Direito pelo Poder Judiciário.
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 45
A Administração Pública federal encontra-se organizada da seguinte forma:
I. Administração direta: compreende os serviços integrados na estrutura admi-
nistrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II. Administração indireta: prevista no Decreto-Lei Nº 200, de 25 de fevereiro 
de 1967, que dispõe sobre a organização da Administração Federal, es-
tabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. 
Compreende as seguintes categorias de entidades dotadas de personalidade 
jurídica própria:
 1. Autarquias – serviços autônomos, criados por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas 
da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira descentralizada.
 2. Empresa pública – entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado 
(lato sensu) ou de suas entidades de administração indireta, criada por 
lei para desempenhar atividades de natureza empresarial que o go-
verno seria levado a exercer, por motivos de conveniência ou contingência 
administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas 
admitidas em direito.
 3. Sociedade de economia mista – entidade dotada de personalidade ju-
rídica de direito privado, com criação autorizada por lei, para o exercício 
de atividade mercantil, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações 
com direito a voto pertençam, em sua maioria, ao Estado ou a entidade 
da administração indireta.
Quanto aos órgãos da administração propriamente ditos, são encontra-
dos dentro da Administração Pública direta e podem ser classificados da 
seguinte maneira:
46 INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
a) Quanto à sua constituição:
• Singulares: contam com um só funcionário, como o porteiro de uma 
repartição pública.
• Coletivos: contam com dois ou mais funcionários, como o Estado-
-Maior do Exército.
b) Quanto à esfera de ação:
• Centrais: os que têm atividade em todo o território subordinado ao seu 
aparelhamento administrativo, como o diretor do Tesouro Nacional.
• Órgãos locais: os que têm atribuições somente sobre parcela do ter-
ritório subordinado ao seu aparelho administrativo, como um delegado 
de polícia, o comandante de uma região militar etc.
c) Quanto à natureza das atribuições:
• Órgãos gerais: os que abrangem várias atividades da administração 
pública, por exemplo, a Casa Civil do Governo.
• Órgãos especiais: os que versam exclusivamente sobre serviço, por 
exemplo, um fiscal de rendas.
d) Quanto ao caráter de sua existência:
• Órgãos ordinários: os que desempenham normalmente suas atribui-
ções, por exemplo, o Ministério da Justiça.
• Órgãos extraordinários: os que exercem suas atribuições em caráter 
excepcional, em substituição aos órgãos ordinários, como no caso de 
revolução, de mudança de regime etc.
e) Quanto às relações:
• Órgãos internos: os que têm contato com outros órgãos do mesmo 
aparelho, por exemplo, um químico de certa repartição.
• Órgãos externos: os que têm contato com os órgãos de outros apa-
relhos e com o público, como o diretor de uma secretaria.
f) Quanto ao exercício:
• Órgãos primários: os que têm atribuições de exercício constante, 
como o governador do Estado.
• Órgãos secundários: os que se destinam a substituir eventualmente 
algum outro, como o vice-governador.
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• Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada.
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1.2. Funções da administração: sua
 classificação e distribuição pelos órgãos
As funções da administração dividem-se em consultivas e ativas, sendo 
que as ativas se subdividem em espontâneas e provocadas.
As funções consultivas consistem em emissão de opiniões ou pare-
ceres sobre assuntos da administração, para esclarecer o exercício da delibe-
ração, enquanto as funções ativas consistem na deliberação ou na execu-
ção de deliberações.
São funções ativas espontâneas aquelas que aadministração executa 
independentemente de provocação. Cabe ao Estado exercer tais funções para 
não deixar de cumprir seu dever, como é o caso da polícia preventiva. Veja a defi-
nição de Fuhrer (2011, p. 124): “consiste na faculdade de a Administração Pública 
coibir atos individuais que contrariem a lei e os interesses públicos.”
São funções ativas provocadas aquelas que o Estado exerce mediante 
solicitação de algum interessado. Estas se subdividem em graciosas e relativas 
a direito. São funções graciosas os despachos que a administração profere aten-
dendo ou não ao pedido do interessado, por exemplo, a concessão de uso de bem 
público. Quanto à relativa a direito, podemos citar o exemplo de concessão de 
direito líquido e certo, como a concessão de medicamento a necessitado.
48 INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
2. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
Você já conhece o valor da Constituição: ela torna claras as atribuições, 
fixa os limites do poder, define os direitos, deveres e garantias individuais 
e coletivas. Por isso, Rodrigo Octavio refere-se à Constituição como “a for-
ma extrínseca da soberania”. O mesmo autor esclarece que “o valor de uma 
Constituição está na razão direta da sua adaptação às circunstâncias, desejos e 
aspirações do povo, e tanto mais eficaz será se contiver em si os elementos de 
estabilidade, permanência e segurança contra a desordem e a revolução. 
Para que isto se verifique é necessário que ela seja nacional, isto é, que os seus 
princípios correspondam ao caráter, temperamento, índole, usos, costumes e 
elementos históricos do povo”.
O professor Queiroz Filho, em seu livro Lições de Direito, afirma que o 
Direito Constitucional é uma ciência que sistematiza conceitos, procede à aná-
lise de Direito escrito, configura seus institutos, define o alcance e o sentido 
de suas normas, remonta aos princípios gerais, consulta dados de ciências 
auxiliares, promove a crítica das legislações vigentes, compara os textos e ela-
bora as leis vindouras. Como ciência, o Direito Constitucional transcende, pois 
o ordenamento jurídico.
“Denomina-se Constituição, no sentido jurídico, a lei básica e suprema de uma sociedade 
politicamente organizada. É um conjunto de normas sintéticas que prevê somente os princípios e 
as normas gerais de regência do Estado, estrutura o Estado e lhe dá organização jurídica, social 
e política, estabelecendo também os direitos e as garantias individuais”.
Fique atento
2.1. Conceito de Direito Constitucional 
O Direito Constitucional pertence ao Direito Público, sendo considerado 
um superdireito, porque estabelece, por meio da Constituição, os princípios e as 
normas gerais que informam os demais direitos, estabelecendo sobre eles uma 
verdadeira dominação. Isso o deixa em posição de superioridade em relação 
aos outros ramos do Direito.
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 49
Vicente Ráo assim o conceituou: “É o ramo do Direito Público interno que 
disciplina a organização do Estado, define e limita a competência de seus 
poderes, suas atividades e suas relações com os indivíduos, aos quais atribui 
e assegura direitos fundamentais de ordem pessoal e social”.
Você pode inferir suas metas a partir do conceito:
Estabelecer a estrutura básica, a organização do Estado (forma do Estado, modo 
pelo qual o Estado se estrutura) e do Governo, modo de organização política do Estado, o 
regime governamental, grau de respeito à vontade do povo nas decisões estatais, os poderes 
do Estado (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário) etc.;
Resguardar os direitos fundamentais da pessoa humana (não só os individuais, 
mas também os direitos sociais).
2.2. Espécies de constituição
As constituições podem ser classificadas quanto: (i) à forma (escritas ou 
costumeiras), (ii) à consistência (rígidas ou flexíveis) ou (iii) à origem (promulga-
das ou outorgadas).
Escritas: são aquelas cujos dispositivos estão reunidos em um instrumen-
to. Ex.: Constituição brasileira.
Costumeiras: aquelas que vão se formando aos poucos, pela reiterada 
prática de certos atos. Ex.: Constituição da Inglaterra.
Rígidas: aquelas que só se alteram mediante processos especiais, caracte-
rizando-se pela prevalência de seus preceitos aos das leis ordinárias. Ex.: a atual 
Constituição brasileira.
Flexíveis: aquelas que se alteram mais facilmente, por meio do processo 
legislativo ordinário, e que se caracterizam pela inexistência de qualquer hierarquia 
entre a Constituição e a lei ordinária. Ex.: o estatuto albertino, Constituição do reino 
da Itália.
Promulgadas: são as elaboradas por uma Assembleia Constituinte eleita 
pelo povo especialmente para esse fim. Ex.: a Constituição brasileira de 1946.
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Outorgadas: são as impostas à coletividade por determinada pessoa ou 
determinado grupo de pessoas. Ex.: a Constituição do Império de 1824.
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2.3. O Poder Constituinte
Em significação comum, podemos dizer que o Poder Constituinte é aquele 
que tem por missão traçar as regras jurídicas fundamentais da nação, dando 
origem a um documento chamado Constituição.
Compete a esse poder, deixando de lado os preceitos até então vigentes, 
dar um novo ordenamento jurídico-institucional ao país. 
Note que esse poder não deve obediência ao sistema constitucional ante-
rior, uma vez que está criando uma nova ordem constitucional.
É formado por meio da escolha de representantes do povo especialmente eleitos 
para editar uma nova Constituição, ou por meio da investidura do Poder Constituinte pleno 
nos deputados federais e senadores escolhidos pelo voto do povo. Você pode dizer, em 
última análise, que o titular do Poder Constituinte é o povo, pois os seus representantes, em 
reunião especial com a finalidade de votar e promulgar uma nova Constituição, nada mais 
fazem do que auscultar sua vontade e transmiti-la com fidelidade.
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 51
Votada a Constituição, extingue-se o Poder Constituinte, ficando como 
seu remanescente o Poder Legislativo ordinário, que pode propor emendas à 
Constituição, segundo condições nela previstas. 
O Poder Constituinte pode ser originário (quando edita uma Constituição 
nova em substituição à Constituição anterior) ou derivado (quando se destina à 
revisão da Constituição, modificando parcialmente o seu texto). O primeiro é ori-
ginal, na medida em que pertence ao povo e à Assembleia Constituinte; e o se-
gundo é derivado, porque é constituído por determinação do primeiro e pertence 
ao Congresso Nacional.
2.4. O controle da constitucionalidade das leis
O princípio da constitucionalidade das leis é, em síntese, o de que, sen-
do a Constituição a lei básica e fundamental, todas as outras leis devem ser 
conformes aos seus preceitos e ao seu espírito. Toda lei que, no todo ou em 
parte, contrarie ou transgrida um preceito da Constituição é inconstitucional, 
tem um vício que a anula e deve ser declarada como tal pelo poder competen-
te, que é o Judiciário. Assim, veja algumas decisões judiciais que declaram 
que a lei fere a constituição:“’Habeas Corpus’. Regime Disciplinar Diferenciado – RDD. In-
constitucionalidade. Ofensa a princípios fundamentais constantes 
da Constituição Federal. Ordem concedida.” (Habeas Corpus nº 
893.915-3/5-00 – São Paulo. Impetrante: Bel. Luís Henrique Mar-
ques. Paciente: Priscila Rodrigues de Souza. Voto nº 9048 - Relator 
MARCO NAHUM).
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDI-
NÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA. REQUISITOS PARA SELEÇÃO CONSTAN-
TE APENAS NO EDITAL DO CERTAME. INCONSTITUCIONALI-
DADE. OBRIGATORIEDADE DE PREVISÃO LEGAL. 1. A regra 
constitucional da estrita legalidade para acessibilidade a cargos e 
empregos públicos, prevista no inciso II do art. 37 do Magno Texto, 
52 INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
é também de observância pelas entidades da Administração Públi-
ca de direito privado. Precedentes. 2. Agravo regimental desprovi-
do. (Processo: ARE 637969 RN. Relator(a): Min. AYRES BRITTO. 
Julgamento: 14/06/2011. Órgão Julgador: Segunda Turma. Publi-
cação: DJe-182 DIVULG 21-09-2011 PUBLIC 22-09-2011 EMENT 
VOL-02592-02 PP-00249.)
O efeito da inconstitucionalidade é, portanto, a não aplicação da lei ao 
caso concreto. O controle da constitucionalidade é realizado de forma rotineira 
pelo órgão supremo do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal. O juiz, ao 
examinar um caso, deve atender à hierarquia das leis, afastando naturalmente a 
norma que estiver em desacordo com a Constituição.
Desse modo, cabe ao Judiciário dizer o que é o Direito. É a ele que compete inda-
gar sobre a Constitucionalidade de uma lei. De fato, caso as duas leis entrarem em conflito, 
deve o juiz decidir se aplicará a lei, violando a Constituição, ou, como lógico, se aplicará a 
Constituição, recusando a lei.
Contudo, observe que a sentença do Juiz não revoga a lei inconstitucio-
nal. Ele apenas deixa de aplicá-la ao caso concreto. Por isso, a lei inconstitucional 
continua plenamente em vigor, apesar de seu vício, até ser revogada por outra lei.
“A palavra revogar significa decretar que deixa de ter efeito ou de vigorar; invalidar ou 
cancelar. Juridicamente, revogar diz respeito ao ato de Invalidar os efeitos de determinada lei, 
decreto, entre outros”. Fonte: http://goo.gl/36E0rm
Fique atento
Desse modo, existem duas formas de controle da norma inconstitucional: o 
controle difuso ou concreto e o controle concentrado ou abstrato. O controle 
difuso permite que qualquer juiz ou tribunal reconheça a inconstitucionalidade 
de determinado ato jurídico. Tal controle faz-se presente desde a primeira Consti-
tuição Republicana, assim, qualquer juiz de primeiro grau e Ministros do Supremo 
Tribunal Federal detém competência para declarar a inconstitucionalidade de lei 
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 53
ou ato. No entanto, o controle concentrado ou abstrato é o tipo de controle feito 
apenas por um órgão, cuja função é unicamente a de versar sobre a constitucio-
nalidade de leis. Esse controle é exercido pelo Supremo Tribunal Federal, desde 
1965, quando a Emenda Constitucional n.º 16 estabeleceu poderes ao Procura-
dor-Geral da República para questionar matérias inconstitucionais diretamente na 
última instância do ordenamento jurídico.
No Brasil, existem cinco espécies de controle concentrado de constitucionalidade: 
a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), a Ação Direta de Inconstitucionalidade 
(ADIN), a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADIN por omissão), a Ação Direta 
de Inconstitucionalidade Interventiva (ADIN Interventiva) e a Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental (ADPF).
A suspensão da execução de leis declaradas inconstitucionais pelo Judiciá-
rio é de competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52, X).
1) Defina o Direito Administrativo.
2) Como está organizada a Administração Pública?
3) Defina autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista.
4) Como se classificam os órgãos públicos?
5) Defina Constituição.
6) Defina Direito Constitucional.
7) Comente sobre as espécies de Constituição.
8) Defina Poder Constituinte.
 Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. 
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Pratique
54 INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
Relembre
O Direito Administrativo e o Direito Constitucional, como ramos do Direito Público, 
possuem normas que regem a Administração Pública, bem como a organização do Estado 
como um todo. Assim, você pode observar que o Direito Administrativo compreende a ativi-
dade do Estado, por meio dos seus órgãos destinados à realização dos fins previstos pela 
Constituição. E no Direito Constitucional, representado pela lei suprema de nosso país, a 
Constituição, você percebe o conjunto de normas que estruturam o Estado, dando-lhe orga-
nização jurídica, social e política, e, também, os direitos e garantias individuais. Assim, você 
estudou as diversas espécies de constituições, bem como o Poder Constituinte e o controle 
de constitucionalidade.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, Senado, 1988.
CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: José 
Bushatsky, 1967.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Manual de direito público e privado. 
18. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
PINHO, Ruy Rebello; NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Instituições de Direito 
Público e Privado – Introdução ao Estudo do Direito e Noções de Ética Profissio-
nal. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
QUEIROZ FILHO, Antônio. Lições de direito penal. São Paulo: Revista dos Tri-
bunais, 1996. p. 22.
RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. 5. ed. anot. e atual. por Ovidio 
Rocha Barros Sandoval. São Paulo: RT, 1999.p.230.
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