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Avaliação Direito Civil V- Direito das coisas

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Prova de Civil V - Direito das coisas- Unidade 2
01 – (2,0 pontos) Haniel, viúvo, pai de Heitor e Helio e Hermes, faleceu, deixando a propriedade de uma fazenda no interior do Pará. Heitor reside na fazenda e seus dois irmãos, no Rio de Grande do Sul. Antes do início do inventário, durante 15 dias em que Heitor viajou, a fazenda foi invadida por sete famílias. Heitor, então, procurou um advogado para ajuizar ação possessória com a finalidade de ser reintegrado na posse da referida fazenda, mas o advogado disse que todos os irmãos deveriam integrar o polo ativo da ação possessória e que, antes, deverá ser dado início ao inventário. Isto está certo ou errado? Justifique. *
A afirmação está errada. A priori, destaca-se que a questão trata da sucessão hereditária de bens imóveis, ou seja, a forma de transmissão derivada da propriedade que se dá por ato mortis causa, em que o herdeiro legítimo ou testamentário ocupa o lugar do de cujus em todos os seus direitos e deveres. Neste viés, de acordo com o art. 1784 do Código Civil: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.” Assim, com o óbito de Haniel, seus filhos automaticamente se tornaram proprietários da fazenda. 
Desta feita, a afirmação dada está incorreta, pois na condição de condôminos (mais de um proprietário em uma mesma propriedade), o art. 1.314 do Código Civil estabelece que qualquer deles poderá “usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.” Ou seja, de acordo com o princípio da saisine, já abordado acima no art. 1784, a herança é transmitida automaticamente no momento do falecimento, independentemente do ajuizamento de inventário, que é necessário para partilha e registro da propriedade dos bens em nome dos herdeiros. Assim, não é obrigatório que os irmãos de Heitor integrem o polo ativo da ação possessória. Tanto Heitor sozinho, como seus irmãos, individualmente, podem ajuizar a ação de reintegração de posse, pois ambos são proprietários e possuidores da fazenda. Ademais, deixa-se claro que a posse de todo o bem pode ser defendida por apenas um dos condôminos. 
02 - (2,0 pontos) Welama, síndica do Condomínio Jardim das Acácias, tornou-se conhecida entre os moradores por aplicar multas infundadas e exigir obrigações não previstas em Convenção de Condomínio, tampouco em Regimento Interno. O caso mais emblemático surgiu quando Welama proibiu os moradores de receberem visitantes no período de Carnaval, sob o pretexto de que haveria muito barulho e poderia, assim, haver reclamações dos moradores dos apartamentos. Diante dessa situação, não poderá a assembleia extraordinária de condôminos investir outra pessoa, em lugar de Welama, em poderes de representação, restando aos moradores ajuizar ação competente a fim de resguardar os seus interesses individuais. Isto está certo ou errado? Justifique *
A afirmativa está errada. De início, destaca-se que o síndico é o administrador-geral do condomínio, ou seja, o seu presidente ou gerente, e que no art.1348 do Código Civil, nos incisos I a IX estão previstas as suas atribuições. Sendo assim, em consonância com o mencionado artigo, a afirmação dada está incorreta, visto que de acordo com o § 1° do art. 1348, “Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes de representação.” Além disso, bem como institui o art. 1.349 do aludido código “a assembléia, especialmente convocada para o fim estabelecido (AGE) no § 2 o, art. 1348 (a transferência total ou parcial dos poderes de representação ou funções administrativas do síndico a outrem), poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio. 
Visualizando o artigo em tela na questão dada, tem-se que Welama abusou de suas atribuições, violando os incisos IV e VII do art. 1348, ao exigir obrigações que não estão na Convenção nem no Regimento Interno, além de aplicar multas infundadas. Em suma, Welama pode ser destituída da administração do condomínio, por AGE constituída com o fim específico de sanar os seus abusos. 
03 - (2,0 pontos) Fontana da Silva, morador e possuidor do imóvel da Rua Vaiscaindo, 43 é “vizinho de muro” de Floyd Souza, que é dono/proprietário de imóvel na mesma rua no nº 47. A casa de Floyd está sem cuidados, com escoras na parede e na laje, e ele de lá se mudou por recomendação do corpo de bombeiros, que fez vistoria e concluiu que o imóvel corre o risco de ruir a qualquer momento. Ocorre que não deu nenhuma satisfação ao vizinho Fontana da Silva e simplesmente afastou-se do endereço da casa. Fontana da Silva tem direito apenas de exigir a reparação do imóvel vizinho, já que não lhe é dado juridicamente interferir sobre demolição de bem alheio e somente o Poder Público Municipal tem Poder de Polícia para impor essa sanção. Isto está certo ou errado? Justifique. *
A afirmativa está errada. De início, salienta-se que de acordo com art.1277 do CC, o proprietário ou o possuidor de um imóvel tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, sossego e saúde de seus vizinhos. Dito isso, extraísse que na situação dada, a afirmativa está incorreta, pois com o imóvel de Floyd sem cuidados e podendo ruir a qualquer momento, está configurando uma interferência prejudicial à segurança de seus vizinhos. Assim, Fontana da Silva, tem direito não apenas de exigir a reparação do imóvel vizinho, pode também exigir a demolição, bem como a caução pelo dano iminente (art.1280, CC). Ou seja, Fontana poderá ajuizar ação de dano infecto, isto é, de dano iminente, que tem caráter preventivo e cominatório, como o interdito proibitório, e pode ser oposta quando haja fundado receio de dano iminente, em razão de ruína do prédio vizinho (como a casa de Floyd) ou vício na sua construção.
04 - (2,0 pontos) Malom é vizinho de uma fábrica poluente, tendo ajuizado ação de natureza cominatória, para fazer cessar a emissão desses poluentes, não foi julgada procedente, porque a fábrica se localiza em local permitido e não haveria como diminuir os incômodos. A sentença transitou em julgado, mas passados alguns anos, surgiram equipamentos capazes de eliminar drasticamente a poluição. Nesse caso, Malom não poderá exigir a redução das emissões poluentes, porque prevalece a coisa julgada a favor da proprietária da fábrica. Isto está certo ou errado? Justifique. *
A afirmativa está errada. A priori, ressalta-se que a ação de natureza cominatória ajuizada por Malom está correta, visto que esta imporá ao réu a obrigação de se abster da prática dos atos prejudiciais ao vizinho, ou a de tomar as medidas adequadas para a redução do incômodo, sob pena de pagamento de multa diária, com base nos arts. 536, § 4º, e 537 do Código de Processo Civil de 2015. No que concerne à afirmativa, esta é incorreta, visto que o surgimento de equipamentos capazes de eliminar a poluição cria um fato novo, alterando a causa de pedir de Malom. Ou seja, o fato novo evita que a indústria possa alegar coisa julgada no futuro. Ademais, fundamentando-se no art. 1279 do CC, “ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências(como no caso), poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis''. Assim, com o surgimento dos equipamentos capazes de eliminar a poluição, Malom poderá exigir a redução ou eliminação dos poluentes, pois estas agora são possíveis. 
05 - (2,0 pontos) Niklaus tem a posse mansa e pacífica, com animus domini, de um imóvel rural há 17 anos. Reside no local, onde mantém plantações para seu sustento e de sua família. Najla adquiriu a propriedade vizinha há 03 meses e cria Guiné para seu consumo próprio. Ocorre que as aves de Najla têm invadido o terreno de Niklaus recorrentemente, causando-lhe diversos prejuízos em suas plantações, já que a cerca divisóriadas propriedades não contém os animais. Por ser condomínio necessário, Najla e Niklaus devem repartir as despesas para construção do tapume divisório para conter os Guinés. Isto está certo ou errado? Justifique. *
A afirmativa está errada. De início, destaca-se que a questão trata de conflito que envolve os direitos de vizinhança. Desta feita, ao fazer uma leitura breve do enunciado, observa-se que Najla quem decidiu criar suas guinés no terreno ao lado de Niklaus, que tem posse mansa e pacífica do imóvel que reside. Nesse viés, a afirmativa dada é incorreta, visto que como estabelece o § 3° do art. 1297 do Código Civil, “a construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas.” Ou seja, cabe apenas a Najla construir os tapumes, sem que Niklaus tenha que contribuir com as respectivas despesas.

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