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Intervenções obstétricas em pequenos animais
	De um modo geral, em pequenos animais são classificados 4 procedimentos de auxílio em partos distócicos: O auxílio às contrações, mais comumente feito com fármacos; Tração forçada; episiotomia; e operação cesariana. A fetotomia não é uma opção em pequenos animais pois pode provocar várias lesões e septicemia por resíduos persistentes dos fetos no útero.
	O auxílio às contrações é semelhante ao dos grandes animais. Precisa se certificar que existe a passagem para o feto. Podem ser usadas drogas isoladas ou associadas, normalmente ocitocina utilizada para auxiliar as contrações, duas aplicações com intervalo de 30 a 40 minutos. 
	Outra forma de auxiliar na saída do feto é com a manobra de tração forçada. Essa manobra consiste na aplicação de força sobre o feto devidamente posicionado para sua remoção do interior do útero. No caso dos pequenos animais, essa é a única manobra obstétrica que pode ser feita. O tracionamento deve ser feito de uma forma delicada, pois está se tratando de um feto delicado que facilmente pode ser lesionado. Quando o animal está posicionado anteriormente o indicado é segurar com dois dedos atrás do pescoço e tracionar, e quando está posicionado posteriormente o indicado é segurar as patas traseiras entre os dedos e tracionar levemente, sempre lembrando de tracionar aproveitando as contrações da mãe. Além dos dedos existem alguns equipamentos para auxiliar a tração, um deles é o fórceps de hobday, esse instrumento é colocado via vaginal para segurar a cabeça do feto e tracionar. Outro instrumento é o vectis, que é parecido com o fórceps mas só tem um lado. O auxílio manual também é uma opção bastante viável para pequenos animais, com as mãos o veterinário posiciona o animal de maneira que facilite a saída do feto, palpa e pressiona em lugares específicos para ajudar na saída dos fetos. As manobras obstétricas devem ser feitas em média por 15 minutos, caso a fêmea não responda positivamente e consiga eliminar os fetos, a opção indicada é partir para a cirurgia cesariana. 
	Antes da cesariana, existe um procedimento de abertura dos lábios vulvares que pode auxiliar no parto. Essa manobra se chama Episiotomia, esse procedimento consiste na abertura cirúrgica dos lábios vulvares para possibilitar a passagem do feto, ela requer uma rigorosa higienização e antissepsia do períneo, anestesia local e diferente dos grandes animais é feito uma incisão única. Após o final do procedimento é preciso corrigir a vulva com a episioplastia e requer uma atenção para partos futuros, pois após a cirurgia o local não se dilata mais.
	Como nos pequenos animais os procedimentos de auxílio são reduzidos devido a fragilidade e complexidade dos animais, o principal auxílio em casos de gravidez distócica é a cirurgia cesariana. A cesariana é a abertura do útero materno, é uma laparohisterotomia com a finalidade de retirar um ou mais fetos, vivos ou mortos, por ocasião do parto. 
	As indicações para essa cirurgia podem variar bastante. Pode ser eletiva como nos casos dos cães braquicefalicos; em casos de animais muito grandes; insuficiência na dilatação das vias fetais; monstruosidades; distocias de causa fetal; atonia primária refratária a tratamento; atonia secundária; presença de massas tumorais na vagina; hidropisias de envoltórios fetais; suspeita de torção uterina. As fêmeas que são as principais candidatas a cesariana são: Fêmeas que sofreram qualquer tipo de fratura na região pélvica; fêmeas que foram colocadas para acasalar muito cedo; fêmeas com fratura de pelve ou coxal; administração de anticoncepcional.
	 A cesariana pode ser conservativa (quando mantém a atividade reprodutiva do animal) e radical (onde é feita a OSH junto com a cesariana). Existem também as cesarianas eletivas: são feitas em animais que já se sabem que não vão conseguir ter um parto normal como animais de raças específicas. Esse procedimento deve ser feito o mais tardiamente possível e se basear na queda da progesterona, a ultrassonografia pode ser utilizada também para acompanhar a gestação; E a cesariana emergencial, que são as situações onde a fêmea entrou em estado de parto, mas não conseguiu concluir. Deve-se observar o estresse materno que aumenta a sensibilidade às drogas. 
	A cesariana radical é uma ovariosalgoshisterectomia completa, é indicada para a retirada de fetos vivos ou mortos, em casos de fetos enfisematosos é a única opção pois não se pode abrir o útero na cavidade abdominal, indicado também para fetos mumificados e macerados. A operação conservativa geralmente é a mais utilizada nas rotinas cirúrgicas das clínicas. 
	Antes da operação é preciso considerar alguns pontos. Primeiro que a gestação é um estado crítico, todas as funções cardiovasculares, respiratórias e gastrointestinais estão alteradas. A escolha de drogas deve ser feita tendo em vista a farmacodinâmica e a farmacocinética para não causar efeitos nos fetos. A escolha deve ter como objetivo minimizar a depressão fetal e materna pós-operatória, pois os filhotes precisam mamar rapidamente e a fêmea precisa interagir com os fetos para que o centro nervoso possa ser estimulado e ativar o comportamento materno. Drogas sem efeito na motilidade uterina pois depois o parto o útero precisa se contrair para eliminar os restos que ficaram. Fármacos com poucos efeitos cardiovasculares e respiratórios e que permitam analgesia no animal. Alguns exemplos que podem ser utilizados são: Glicopirrolina, Benzodiazepínicos e acepromazina.
	Para a anestesia propriamente dita existem algumas possibilidades de escolha, A epidural é uma opção, feita na região lombossacral, pode ser feito bloqueio local e anestesia geral, a geral pode causar vários efeitos colaterais, mas tem uma vantagem de reversibilidade. A indução pode ser feita com propofol, apenas para indução pois causa depressão respiratória. Barbitúricos podem ser utilizados também ou a cetamina, esta atravessa a barreira placentária. A manutenção indicada é o isoflurano ou sevoflurano, muito bom pela reversibilidade rápida.
	Como preparativos para a cirurgia, como em todas as outras, é preciso se fazer um jejum prévio para evitar regurgitação. Uma administração de corticoide para maturação fetal 24 horas antes do procedimento, em casos de emergência se administrar corticoide antes da cirurgia. Um ponto importante é a oxigenação da mãe antes do parto, naturalmente os filhotes de cães e gatos são hipoxêmicos, então uma administração de oxigênio prévia pode ajudar a diminuir a hipóxia dos filhotes no pós operatório. Depois de preparada, a fêmea é colocada em decúbito dorsal, levemente inclinada, tricotomia e assepsia do local.
	O pós operatório pode acontecer uma possível rejeição dos filhotes pela falta de habilidade materna, excesso de manipulação do neonato e efeitos anestésicos. Em casos de filhotes mortos, deve-se ter cuidados com retenção láctea e mastite, utilizar compressas frias ou quentes, corrigir o estresse hídrico e alimentar, promover exercícios físicos, massagens em locais com pomadas de iodo e antiprolactínicos.

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