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INSUF. RENAL AGUDA E CRÔNICA E TSR NEFROLOGIA 4 Eduardo Siqueira Insuficiência Renal Síndrome urêmica: termos que refletem uma insuficiência renal. Obs: a pericardite hemorrágica tem como 3 causa: uremia; tuberculose e CA. Obs: a insuficiência renal não tem essas funções corretamente. - Retenção de escórias nitrogenadas (azo- temia): Ur e Cr alta. Ur: 20-40 mg/dL e Cr < 1,3-1,5 mg/dL. - Pericardite, encefalopatia, disfunção pla- netária, manifestações GI. - Pericardite hemorrágica > tamponamento cardíaco; sangramento no trato gastrointes- tinal. - Hipervolemia (edema, congestão, hiper- tensão) - ALTA: H (acidose); K; P (consome o cál- cio). - BAIXO: Ca; Na - “IR é BaCaNa” Acidose “protege” da hipocalcemia: os efeitos da hipocalcemia não ocorrem de forma contundente no paciente urêmico, pois a aci- dose acaba protegendo o paciente da hipocal- cemia - a acidose “descola” o cálcio da albu- mina, aumentando a fração de cálcio livre. São sinais que demandam tempo Diminuição de eritropoetina - Anemia Dislipidemia, aterogênese, desnutrição (pelo processo de inflamação crônica) Diminuição da vitamina D (calcitriol) - im- portante para absorção de Ca - Doença óssea Detalhe: apenas na DRC. Diferença de IR aguda x Crônica Lesão Renal Aguda Hoje em dia, não se usa insuficiência renal, mas sim, lesão renal ou injúria renal. Isso se deve ao fato de que pode ser tratada, não sendo uma doença de morte certeira. Reversibilidade / evolução rápida - Aumento de creatinina ≥ 0,3 mg/dL (48h) OU - Aumento de creatinina ≥ 50% (7 dias) OU - Diminuição da diurese < 0,5 ml/Kg/h (6 horas). AGUDA CRÔNICA Evolução rápida, mas reversível Evolução lenta, mas irreversível SEM anemia ou doen- ça óssea COM anemia ou doen- ça óssea Creatinina prévia nor- mal Creatinina prévia alte- rada USG renal normal USG renal alterada - Diminuição do Rim (< 8,5 cm) - Perda da relação córtico-medular 1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FILTRAÇÃO (PRINCIPAL FUNÇÃO RE- NAL) EQUILÍBRIO HIDRO-ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO FUNÇÃO ENDÓCRINA DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO INSUF. RENAL AGUDA E CRÔNICA E TSR NEFROLOGIA 4 Eduardo Siqueira “Para ouvir falar”: RIFLE, AKIN Aqui, cada linha corresponde ao grau de lesão renal, sendo: 1- Risk 2- Injury 3- Failure 4- Loss 5- ESKD Depende da causa… Pré-renal (55%): não perfunde direito o rim - hipoperfusão: hipovolemia; choque Intrínseca (40%): é do próprio rim - lesão renal direita: glomerulopatia; NTA; NIA Pós-renal (5%): o problema é na via uriná- ria, principalmente devido a obstrução de ure- ter por cálculo, doença prostática. Detalhe da prova… Urina tipo 1 / EQU / EAS - Eosinofilúria: NIA ou ateroembolismo - Cilindro hemático: glomerulonefrite - Cilindro hialino: pré-renal - Cilindro granuloso/epitelial: necrose tubu- lar aguda (NTA) Obs: Para a prova: Pré-Renal x NTA - hipo- tensão ascendente. Obs: Rim mal perfundido = ávido para re- absorver Na e água. Na NTA, o túbulo não está funcionante (urina diluída e com mais só- dio), já na pré-renal, o túbulo pode reabsorver (Na urinário baixo e urina concentrada). Pré-renal (consigo reabsorver): urina con- centrada e com menos sódio. NTA (não consigo reabsorver): urina diluída e com mais sódio. Quando dialisar de urgência? Refratariedade de: hipervolemia, hipercal- cemia, acidose metabólica. Caso grave (uremia franca): encefalopatia, pericardite, hemorragia. Intoxicação exógena Obs: elevação abrupta de creatinina por si só, não tem indicação de hemodiálise. RIFLE Critério de creatinina (48h) ≥ 0,3 mg/dL > 1,5x do basal ≥ 2x do basal ≥ 3x do basal OU > 4,0 mg/dL (aum agudo > 0,5) Persistência da IRA > 4 semanas Doença renal em estágio final AKIN Critério de diurese < 0,5 ml/Kg/h por 6 horas < 0,5 ml/kg/h por 12 horas < 0,3 ml/kg/h por 24 horas OU anúria por 12h TIPOS CAUSAS TTO Pré-Renal Hipoperfusão renal Restaurar volemia Intrínseca Lesão renal direta Abordar a causa Pós-Renal Obstrução uri- nária Desobstruir 2 TRATAMENTO INSUF. RENAL AGUDA E CRÔNICA E TSR NEFROLOGIA 4 Eduardo Siqueira Doença Renal Crônica Tem o caráter da irreversibilidade do qua- dro, pois se trata da cronicidade da doença e evolução lenta. Por mais de 3 meses 🚨 🚨 🚨 - Diminuição da filtração: TFG < 60 ml/min OU - Lesão renal: albuminúria ≥ 30 mg (por dia ou por g de creatinina - amostra). Na lesão renal aguda, o único uso da TFG é para a correção da dose de medicamentos. HAS (Brasil) Diabetes (Mundo) Obs: Em geral, o paciente com DRC é pe- queno, porém temos algumas causas que le- vam o rim de tamanho normal ou aumentado. Se rim de tamanho normal ou aumentado: amiloidose, esclerodermia, diabetes mellitus, anemia falciforme, HIV, obstrução, policística. Você classifica a DRC com os valores de: TFG e albuminúria. E também pelo, valor do laboratório. Padrão-ouro para fazer o TFG é o: clea- rance de inulina. Na tentativa de aproximar o valor do TFG, no cotidiano faz-se uso do clearance de crea- tinina. - Fórmula de MDRD - Fórmula do CKD-EPI (maior acurácia) - Fórmula de CockCroft-Gault CockCroft-Gault = (140 - idade) x Peso 72x creatinina Se a paciente for mulher, multiplicar por 0,85. Conduta G1 e G2: Evitar progressão: IECA (pril) ou BRA-II (sartan). Obs: há apenas albuminúria. G3A e G3B: tratar complicações (anemia, doença óssea). G4: PREPARAR diálise; transplante G5: falência renal - diálise; transplante A partir do estágio 3, você continua a trata- las nos estágios subsequentes. Aumentado claro, a terapia de diálise e/ou transplante. Anemia A eritropoetina influencia a medula óssea para produção de hemácias (ferro, ácido fólico e B12) Principal causa: diminuição da eritropoeti- na (EPO) Tratamento: alvo - Hb 10-12 g/dL. Se você aumenta EPO, aumenta a viscosidade do Estágio TFG (ml/min) G1 ≥ 90 G2 ≥ 60 G3A ≥ 45 G3B ≥ 30 G4 ≥ 15 G5 < 15 Estágio Albuminúria A1 < 30 A2 30 - 300 A3 > 300 3 DEFINIÇÃO CAUSAS CLASSIFICAÇÃO TRATAMENTO INSUF. RENAL AGUDA E CRÔNICA E TSR NEFROLOGIA 4 Eduardo Siqueira sangue, consequentemente, aumento da PA, resultando em um aumento do risco de even- tos como IAM, AVE >> por isso o alvo do Hb. - Reposição de eritropoetina. - Reposição de Ferro se necessário. Ferri- tina ≥ 200 e Sat. Transferrina ≥ 20% são normais. - Avaliar reposição de folato e B12 (em casos de anemia com macrocitose) Doença óssea - Osteodistrofia Renal O cálcio é absorvido no intestino (vitamina D - calcitriol), essa vitamina tem que ser ativa- da pelo Rim. Esse cálcio então pode se com- por na matriz ósseo. O PTH (paratormônio) tem como função a retirada do Ca da matriz óssea para o sangue. Osteíte fibrosa: diminuição da função re- nal. Essa por si só, pode aumentar fosfato, que consome cálcio (se liga ao cálcio) e dimi- nuição de vitamina D (diminui absorção). Re- sumidamente, o cálcio fica baixo. Uma tentati- va de compensação, o organismo aumenta liberação de PTH (hiperparatireoidismo se- cundário - reabsorção óssea). Fosfato: 2,5 - 4,5 mg/dL PTH: 10 - 60 pg/dL O PTH aumenta função de osteoclasto para secreção de cálcio e ativa osteoblasto para aumentar a mineração óssea. Basicamente, destrói e reconstrói - turnover excessivo. Alterações: - Reabsorção subperiosteal das falanges - Crânio em sal e pimenta - Coluna em Rugger-Jersey - Tumor marrom: osteoclastos estimulando a desmineração (osteoclastoma) Conduta: lembrar da fisiopatologia, primei- ro ataque o fosfato na dieta, pois se atingir primeiro na vitamina D, o fosfato que tá alto, consume o cálcio. - Restringir fósforo na dieta (800-1000 mg/ dia) - inicialmente em estágio G3 - Quelante de fósforo: sevelamer - não tem cálcio na sua composição; carbonato de Ca. - aqui estágios G4 e G5. - Vitamina D: calcitriol / paricalcitrol (aná- logo de Cálcio) - Calcimimético: cinacalcete (mimetizao cálcio, reduzindo a liberação de PTH). Obs: Há um período onde que tem a hiper- paratireoide secundária que o PTH passa a ser autônomo, chamada de DRC com hiper- calcemia = hiperparatireoide terciária. Condu- ta: CIRURGIA (paratireoidectomia). Doença óssea adinâmica: baixo turnover. Tratamento excessivo de osteíte fibrosa. - Diagnóstico: diminuição de PTH e au- mento de Ca. Osso sem reabsorção. - Conduta: diminuição da intensidade do tratamento da osteíte fibrosa. Síndrome urêmica crônica - metaboliza- ção da insulina: A insulina é uma droga que é depurada pelo rim >> se o doente está preci- sando de menos insulina >> devemos pensar que ele está retendo esta droga >> pensar em nefropatia diabética. Transplante Renal: - Preferencial - melhora a sobrevida - Limitações: doadores, contraindicações, complicações (rejeição, infecções, CMV, pneumocistose) - Imunossupressão: corticoide + inibidor de calcineurina (tacrolimus ou ciclosporina) + antiproliferativo (micofenolato ou azatio- prina) Diálise: - Hemodiálise: V. Jugular interna; v. Femo- ral; fístula AV. 4 TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL INSUF. RENAL AGUDA E CRÔNICA E TSR NEFROLOGIA 4 Eduardo Siqueira - Peritoneal: criança, sem acesso, intole- rância à HD. Reverte achados “agudos” (hipervolemia, eletrólitos, acidose, disfunção plaquetária, pe- ricardite) Indicações: - Urgência para casos agudos e graves - Doença renal crônica: TFG < 10 -15 (es- tágio IV). Obs: Não reversíveis com a diálise: ane- mia, osteodistrofia, aterosclerose, desnutrição. 5
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