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ALIMENTOS PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS AO CONSUMO Profª. Dra Mariana Cristina de Morais Disciplina: Bromatologia Goiânia, Fevereiro de 2022. Alimentos próprios ao consumo O que é ALIMENTO: Decreto - Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 Toda substância ou mistura de substâncias Estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada Destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento Alimentos próprios ao consumo Definição: ANVISA,1997 Os alimentos apto aos consumo também são chamados de alimentos genuínos pois não possuem substâncias que não são autorizadas em sua composição! Aspectos higiênicos-sanitários Nutricionais Alimento que atende ao padrão de identidade e qualidade pré-estabelecido: Alimentos próprios ao consumo Alimentos naturais ou in natura - Todo alimento de origem vegetal ou animal - Para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e conservação Decreto - Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 Alimentos impróprios ao consumo Produtos com prazos de validade vencidos; Produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; Produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. CDC – Lei nº 8078, de 11 e setembro de 1990 Por diferentes causas não estão dentro das especificações da lei! Alimentos impróprios ao consumo Causas das impropriedades relacionadas ao alimento Kolicheski, 1994; Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Contaminação Matéria estranha que não seja natural do alimento Alteração Modificações totais ou parciais nas suas características Fraudes em alimentos Definição É a substituição, adição, diluição intencional de um alimento, matéria prima ou a falsificação de um produto ou material com a finalidade de um ganho financeiro pelo aumento do valor aparente ou pela redução de custos em sua produção Kolicheski, 1994; Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Comprometimento das características sensoriais, do valor nutricional e contrário ao interesse dos consumidores Tipos de fraudes em alimentos Fraudes em alimentos As fraudes em alimentos são praticadas em diversas modalidades, desde a mais grosseira que nos leva a uma imediata percepção, à mais astuta e difícil de ser identificada Evangelista, 1989 Alimentos alterados Fraudes em alimentos Evangelista, 1989 Modificações que destroem parcial ou totalmente suas características essenciais Ocorre por comprometimento das qualidades físicas e químicas, estado de rigidez e capacidade nutritiva Sem interferência humana, feita por agentes físicos, químicos, microbiano, macrobianos e enzimáticos Alimentos alterados Alterações nos alimentos : Negligência Ignorância Desleixo Desobediência às normas estabelecidas durante a etapa de processamento, de conservação e de armazenamento do produto Fraudes em alimentos Kolicheski, 1994 Produtos com quaisquer dessa irregularidades que venham a ser disponibilizados para consumo podem comprometer a segurança alimentar do consumidor. Segurança alimentar: grande desafio e tem como objetivo fazer com que os alimentos cheguem ao consumidor livres de agente que possam colocar em risco a sua saúde. Também podem ocorrer impropriedades devidas a: Contaminação biológica Contaminação química Contaminação física Contaminação biológica de alimentos: Presença de bactérias, fungos, vírus ou parasitas. Para sobreviver e multiplicar, esses agentes precisam de alguns meios próprios, como: Calor: bactérias e fungos preferência por temperaturas próximas a do corpo humano Água Nutrientes: os microrganismos usam os nutrientes dos alimentos para nutrir-se e multiplicar Existem três grandes grupos de microrganismos biológicos: Produtores: aqueles que produzem alimentos como queijos, iogurtes e algumas bebidas. São microrganismos bons. Deteriorantes: estragam os alimentos, levando ao mau odor e aparência desagradável. Ruins para a saúde humana, transmitem doenças. - Perigosos: não alteram as características organolépticas dos alimentos e, quando ingeridos, podem ocasionar sérias doenças. Contaminação química: Contaminação por produtos químicos, quando estes são usados indevidamente em plantações. Exemplos: agrotóxicos e fertilizantes. Os resíduos dos agrotóxicos podem permanecer nos alimentos e provocar inúmeras doenças que, muitas vezes, demoram anos para manifestar-se. Exemplo: produtos de limpeza, que podem contaminar alimentos quando armazenados no mesmo local. Contaminação física: Ocorre quando pedaços de materiais como metal, madeira, pregos, lâminas, vidros, pedras e ossos estão presentes nos alimentos. Esses materiais podem causar danos ao físicos ao consumidor. Algumas doenças causadas por microrganismos: - Intoxicação estafilocócica (S. aureus): Bolos, tortas e similares como recheio e/ou cobertura, produtos de confeitaria, doces e salgados. Sintomas: náuseas e vômitos, abatimento sem febres, diarreia Prevenção: evitar tocar alimentos quando tiver ferimentos nas mãos, tosse ou nariz escorrendo; guardar alimentos perecíveis em geladeira; preparar próximo a hora de consumir; higienizar utensílios após provar o alimento. Salmoneloze (Salmonela sp): Carnes de boi, porcos e aves; alimentos com ovos que permanecem crus até o consumo. Sintomas: dores abdominais, diarreias, calafrios, náuseas e vômitos, abatimentos com febres 18 a 36 horas após o consumo. Prevenção: lavagem de utensílios e mãos após manipulação desses alimentos; evitar produtos à base de ovos crus (maionese caseira); não utilizar os mesmo utensílios (sem devida higienização) para preparo de outros alimentos. Clostridoise (Clostridium perfringens): Carnes mal cozidas; caldos, molhos, sopas e massas Sintomas: náuseas e vômitos, cólicas abdominais, diarreias e abatimentos sem febres 10 horas após o consumo. Prevenção: preparo do alimento próximo ao consumo; guardar sobras em geladeiras; reaquecer os alimentos até fervura completa. Botulismo (Clostridium botulinum): Conservas caseiras pouco ácidas, palmito em conserva, carne enlatada, carne enlatada, carne conservada na banha, tofu em conserva, pescados a vácuo. Sintomas: tontura, visão dupla ou turva; boca seca; dificuldade de falar, engolir e andar. Sintomas aparecem entre 18 e 36 horas após o consumo. Morte pode ocorrer por parada respiratória. Prevenção: preparo do alimento próximo ao consumo; guardar sobras em geladeiras; reaquecer os alimentos até fervura completa. Cuidados com os ingredientes quando da preparação de alimentos: Compra em estabelecimentos limpos, confiáveis e organizados; os fornecedores devem atender às boas práticas. Armazenar imediatamente, os produtos congelados e refrigerados e depois os não perecíveis. Locais de armazenamento: limpos, organizados, ventilados, protegidos de insetos e outros animais. Por que fazer? Ministério da Saúde (2006): para que o alimento se mantenha apto ao consumo: Manter a limpeza dos mesmos: microrganismos perigosos podem ser encontrados na terra, água, animais e pessoas. Separar alimentos crus e cozidos Cozinhar completamente os alimentos: cozimento correto mata quase todos os microrganismos perigosos Manter os alimentos em temperaturas seguras Usar água e matérias-primas seguras Fraudes em alimentos Alimento alterados Ovo podre iguaria chinesa Queijo gorgonzola Italianos Coalhada Brasileiro Comercialização autorizada desde que a alteração não coloque em risco a vida do consumidor Evangelista, 1989 Autorização do consumo Alimentos alteradosFraudes em alimentos Alimentos adulterados As fraudes por adulteração de alimentos são realizadas INTENCIONALMENTE Influenciam pouco nas características sensoriais AFETA profundamente o VALOR NUTRITIVO Evangelista, 1989 23 Privado em forma parcial ou total de seus elementos úteis ou característicos Substituídos ou não por outros inertes ou estranhos Tenha sido adicionado de aditivos não autorizados ou submetidos a tratamento de qualquer natureza Para dissimular ou ocultar alterações, deficiente qualidade de matéria-prima ou defeitos de elaboração Fraudes em alimentos Alimento adulterados Tipos de fraudes por adulteração Por adição ao produto de alimentos ou substancias inferiores Objetivo: aumentar o peso do alimento ou volume Ex: pimenta do reino Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por adição de elementos não permitidos ou adição de substâncias não reveladas As vezes quando autorizado é adicionado além do limite ou acréscimos propositalmente não revelados Ex: pigmentos Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por subtração de constituintes dos alimentos Objetivo: produção de outros alimentos, ou para sua venda em separado Permitido obtidos pelos mesmos métodos mas sem a intenção de lucro ilícito. Ex: manteiga e leite desnatado Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por subtração e adição de constituintes, simultaneamente Constituinte subtraído trocado por outro, pertencente ao produto ou outro componente semelhante Qualidade inferior e de menor preço Ex: azeite, leite Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por substituição no produto, de um ou mais de seus constituintes Substituição por outros sem nenhuma expressão, mas com as mesmas características do original Perdas significativas de nutrientes Ex: embutidos Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por substituição de alimento original, por outro elaborado artificialmente Substituição do produto declarado no rótulo por outro artificial Ex: certos refrigerantes e suco de uva Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por substituição da matéria-prima anunciada na embalagem, por outra parecida, porém de menor valor Ex: Glicose por mel; Amido por gelatina Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por omissão de constituintes constantes da fórmula de registro de fabricação Falta no produto um ou mais componentes constantes da fórmula registrada de fabricação Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por simulação de quantidade de alimento especificada Simula quantidade de alimento existente, diferente da impressa no rótulo Objetivo: ganhar da concorrência com preços mais baratos, e menor utilização de matéria-prima Ex: conservas Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por aproveitamento de alimentos degenerados Matérias-primas em condições condenadas, obtendo assim um lucro ilícito e ganhando da concorrência Prejuízo nutricional e sanitário Ex: óleo rancificados Evangelista, 1989 Fraudes em alimentos Tipos de fraudes por adulteração Por recuperação fraudulenta de alimentos Recuperação de alimentos desfigurados sensorial e sanitariamente Pode causar perda nutricional mas não na saúde CUIDADO! Ex: produtos com mau odor Evangelista, 1989 Alimentos falsificados Fraudes em alimentos Evangelista, 1989 Aparência e caracteres gerais de um produto legítimo, protegido ou não por marca registrada e se denomina como este, sem sê-lo Ou que não proceda de seus verdadeiros fabricantes ou zona de produção conhecida e/ou declarada Alimentos falsificados Quanto a qualidade Quanto ao peso Fraudes em alimentos Relacionada com a categoria do produto, como se este fosse de alta qualidade, quando na verdade é de classe inferior Ocorre no momento da comercialização, durante as manobras de pesagem Evangelista, 1989 Alimentos falsificados Quanto a apresentação do produto Quanto a procedência Fraudes em alimentos O falsificador procura confundir os consumidores com novos produtos, utilizando nomes e embalagens (forma, cor, letra, dizeres, símbolos e outros caracteres) parecidas com marcas de prestígio e de tradição comercial O falsificador, sabendo da preferência que um alimento tem por ser de determinada região, usufrui desta qualidade mesmo o produto não sendo originário do local designado Evangelista, 1989 Alimentos falsificados Quanto a propaganda Fraudes em alimentos No ato da venda, os falsificadores tentam ludibriar o cliente, através de cartazes, em que o preço e o peso da mercadoria são inseridos de maneira ardilosa Ex: a abreviatura ¼, faz o comprador julgar que se trata de meio quilo Evangelista, 1989 Expectativa Realidade Alimentos sofisticados Fraudes em alimentos Variante da falsificação, porém mais SOFISTICADA Muita usada em bebidas, os compradores não percebem sua falsa autenticidade Aproveitamento de rótulos, etiquetas, garrafas, de latas e de outros tipos de embalagens, geralmente de origem estrangeiras, para utilização em produtos falsificados Evangelista, 1989 Atividades Exercício para discussão em aula: Avalie as afirmativas relacionadas aos alimentos próprios e impróprios ao consumo: Os alimentos são considerados próprios ao consumo quando estão dentro dos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pela legislação específica. II. Os alimentos que sofreram algum tipo de alteração em suas características genuínas são considerados impróprios para o consumo. III. Os alimentos podem estar impróprios para o consumo quando estão contaminados ou estão alterados. IV. Os alimentos são considerados alterados somente quando sofrem modificações nas suas características sensoriais. É correto somente o que se afirma em: a) I e IV b) I e II c) I, II e III d) I, III e IV e) II, III e IV Atividades 2) A casquinha de siri é uma saborosa entrada presente nos cardápios de frutos do mar. Entretanto, com o objetivo de diminuir o custo, alguns restaurantes utilizam a ponta de badejo para um maior rendimento. Utilizando os seus conhecimentos sobre classificação de alimentos, é correto afirmar que se trata de um alimento: a) Deteriorado b) Alterado c) Falsificado d) Contaminado Referências Decreto - Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 CDC – Lei nº 8078, de 11 e setembro de 1990 KOLICHESKI, M. B. Fraudes em Alimentos. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 12, n. 1. Curitiba. 1994. EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2001. Obrigada! Leia o rótulo! Seja fiscal da sua própria alimentação! Não compre alimentos de lugares duvidosos! DENUNCIE!
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