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LAYANE SILVA Prevalência: 4,5-9,5% (100 milhões de acometidos); Representa via final comum de lesão hepática crônica e persistente em indivíduo geneticamente predisposto e que, independentemente da etiologia, acarretará fibrose e formação nodular difusas, com desorganização da arquitetura lobular e vascular do órgão. É uma condição que envolve o desenvolvimento de fibrose (a partir da ativação de células estelares hepáticas, que produzem mais colágeno e componentes da matriz extracelular) até causar distorção arquitetônica com formação de nódulos regenerativos, que diminuem a massa hepatocelular e sua função, além de alterar o fluxo sanguíneo. EPIDEMIOLOGIA: distribuição global; O impacto da doença hepática crônica e cirrose na saúde pública tem sido reduzido em função das melhorias na abordagem das complicações, principalmente as relacionadas à hipertensão portal (medicamentos potentes, tratamento endoscópico, colocação de TIPS pré- transplante), melhor controle das causas, redução na prevalência e tratamentos mais efetivos das hepatites virais e modificações no hábito de consumir alcoól. Cirrose hepática ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO pacientes que desenvolveram complicações da hepatopatia e se tornaram descompensados devem ser avaliados para transplante de fígado. Hipertensão portal: complicação significativa da cirrose descompensada, responsável pelo surgimento de ascite e sangramento através de varizes esofágicas. perda de função hepatocelular resulta em icterícia, distúrbios da coagulação e hipoalbuminemia e contribui para encefalopatia portossistêmica. Podem ser classificadas de acordo com a morfologia - micronodular e macronodular (de acordo com o tamanho dos nódulos de regeneração e distribuição do tecido fibroso) - ou etiologia, sendo que os principais agentes são: I. METABÓLICOS: decorrentes de erros congênitos ou adquiridos do metabolismo e que acometem crianças ou adultos jovens. EX.: galactosemia, tirosinemia, doença de Wilson, ou pacientes de idade mais avançada, hemocromatose, deficiência de alfa 1-antitripsina e esteato-hepatite não alcoólica. II. VIRAIS: vírus B (associado ao vírus D) ou C da hepatite. III. ALCOÓLICO: ocorre após 5-10 anos de ingestão de quantidade diária >80 g de etanol para homens e > 60 g para mulheres. IV. INDUZIDA POR FÁRMACOS: metotrexato, isoniazida, oxifenisatina e alfametildopa, entre outras. V. AUTOIMUNE: consequente à evolução da hepatite ou colangiopatia autoimune, afetando mulheres em idade jovem ou na pós-menopausa, com fenômenos autoimunes concomitantes. A graduação e estadiamento da fibrose variam de acordo com estados da doença e suas condições (hepatite viral crônica, esteatose hepática não alcoólica e cirrose biliar primária), pacientes com cirrose terão graus variáveis de função hepática (compensada ou descompensada). Deve-se classificar os pacientes em conformidade com a causa da doença hepática, são divididos em: cirrose alcoólica, cirrose decorrente de hepatite viral crônica, cirrose biliar e outras causas menos comuns (cirrose cardíaca, cirrose criptogênica e outras). Uso crônico e excessivo de álcool pode causar esteatose hepática alcoólica, hepatite alcoólica e cirrose alcoólica, além de contribui para danos hepáticos em pacientes com outras hepatopatias (hepatite c e hemocromatose) e naqueles que sofrem de esteatose hepática relacionada com obesidade. A ingestão crônica de álcool pode produzir fibrose na ausência de inflamação e/ou necrose, que pode ser centrolobular, pericelular ou periportal - em um determinado grau, ocorre ruptura da arquitetura normal do fígado e substituição de células hepáticas por nódulos regenerativos com diâmetro < 3 mm (micronodular). CIRROSE ALCOÓLICA Com a interrupção do uso de álcool, poderão formar-se nódulos maiores, resultando em cirrose micronodular e macronodular mista. Acetaldeído: molécula altamente reativa que forma complexos de inclusão proteína-acetaldeído, que interferem na atividade de enzimas (formação microtubular e movimentação das proteínas hepáticas) METABOLISMO DO ÁLCOOL: o etanol é absorvido pelo intestino delgado e, em menor grau, pelo estômago, onde a desidrogenase alcoólica gástrica (ADH) inicia o metabolismo local, depois, 3 sistemas enzimáticos (ADH citosólica, sistema de oxidação do etanol microssomal - MEOS e catalase peroxissomal) atuam no metabolismo no fígado. A maior parte da oxidação do etanol ocorre por meio da ADH para formar acetaldeído, este é metabolizado em acetato pelo aldeído desidrogenase (ALDH). A ingestão de etanol acarreta acúmulo intracelular de triglicerídios por aumentar a captação de ácidos graxos, reduzir sua oxidação e secreção de lipoproteínas, ademais, o dando oxidativo das membranas dos hepatócitos ocorre pela formação de espécies reativas de O2. Com o dano dos hepatócitos, espécies reativas de O2 podem ativar células de Kupffer, que produzirão citocinas pró-fibrinogênicas que iniciam e perpetuam a ativação das células estelares, que produzirão excesso de colágeno e matriz extracelular. Assim, o tecido conectivo aparece nas zonas periportal e pericentral, conectando as tríades portais com as veias centrais, formando nódulos regenerativos, gradualmente, o fígado se contrai e diminui de tamanho. I . PATOGENIA Sintomas inespecíficos: dor imprecisa no QSD, febre, náuseas e vômitos, diarreia, anorexia e mal-estar. Complicações: ascite, edema ou hemorragia gastrintestinal (GI) alta. I I . CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS LAYANE SILVA Outras manifestações: icterícia ou encefalopatia. Exame físico: fígado e baço podem estar aumentados de volume (hepatoesplenomegalia), com borda do fígado resistente e nodular, icterícia das escleróticas, eritema palmar, angiomas aracneiformes, aumento de volume das parótidas, baqueteamento dos dedos, desgaste muscular ou surgimento de edema e ascite, redução dos pelos corporais e ginecomastia, atrofia testicular (anormalidade hormonal ou efeito tóxico direto do álcool sobre testículos) ou irregularidades menstruais ou amenorreia. Essas mudanças são reversíveis após abandono do álcool. Síndrome de Zieve: anemia hemolítica com hemácias espiculadas e acantócitos, ocorre em pacientes com hepatite alcoólica grave. Exames de laboratório: - Cirrose alcoólica inicial compensada: podem ser normais; - Hepatopatia avançada: anemia (por perda sanguínea crônica por meio do trato GI, de deficiências nutricionais ou hiperesplenismo relacionado com HP, ou efeito supressivo direto do álcool sobre a medula óssea), plaquetopenia no início da doença (reflexo da HP com hiperesplenismo), bilirrubina sérica total normal ou elevada em fase avançada, tempos de protrombina prolongados (não respondem à administração de vitamina K parenteral), níveis séricos de sódio normais (exceto em caso de ascite), asparto aminotransferases séricas e alanina (AST, ALT) elevadas em relação de 2:1. suspeitar de hepatopatia alcoólica se houver achados do exame físico ou laboratorial. investigar se o paciente continua usando álcool. afastar/exclui outras formas de doença hepática crônica, ou, se presentes, realizar uma estimativa de causalidade relativa. biópsia do fígado pode ser no útil para confirmar diagnóstico, mas deve ser protelada até manter a abstinência por > 6 meses para determinar a doença irreversível residual. I I I . DIAGNÓSTICO 80% dos pacientes expostos ao vírus da hepatite C (HCV) desenvolvem hepatite C crônica; 20-30% desenvolverão cirrose por 20-30 anos. cerca de 170 milhões de indivíduos sofrem de hepatite C. 5% dos pacientes expostos à hepatite B desenvolvem hepatite B crônica e destes 20% desenvolvem cirrose. colorações especiais para antígeno do cerne da hepatite B (HBc) e antígeno de superfície da hepatite B (HBs) serão positivas, e podem estar nos hepatócitos do tipo vidro opaco indicando presença do antígeno de superfície da hepatite B (HBaAg). 300-400 milhões de indivíduos sofrem de hepatite B no mundo, e 25% podem desenvolver cirrose. HCV: vírus não citopático e dano hepático é de mediação imune, assim,a progressão caracteriza-se por fibrose portal com fibrose em ponte e desenvolvimento de nódulos que culmina na cirrose. Nesse caso, o fígado é pequeno e contraído, com elementos característicos de cirrose micronodular e macronodular mista, há fibrose aumentada, infiltrado inflamatório nas áreas portais com hepatite de interface, lesão hepatocelular lobular, inflamação e esteatose (genótipo 3 do HCV). HB: CIRROSE DECORRENTE DAS HEPATITES VIRAIS B OU C CRÔNICAS Apresentam sintomas e sinais habituais de hepatopatia crônica: fadiga, mal-estar, dor vaga no QSD e anormalidades laboratoriais. Deve-se fazer avaliação laboratorial: testes quantitativos para RNA do HCV e análise para genótipo do HCV, ou sorologias da hepatite B (HBsAg, anti-HBs, HBeAg: antígeno E da hepatite B, anti-HBe e níveis quantitativos do HBV DNA). I . CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO HAI: há cirrose estabelecida, diagnosticada por marcadores autoimunes como anticorpo antinuclear (AAN) ou anticorpo anti-músculo liso (-AAML), se houver inflamação ativa acompanhada por enzimas hepáticas elevadas pode-se usar terapia imunossupressora. Esteatose hepática não alcoólica: associada ao aumento dos casos de obesidade, pode progredir para aumento da fibrose e cirrose, à medida que esta progride, os pacientes se tornam catabólicos e perdem os sinais reveladores de esteatose observados à biópsia CIRROSE DA HEPATITE AUTOIMUNE E ESTEATOSE HEPÁTICA NÃO ALCOÓLICA Obstrução extra-hepática: é beneficiada pela descompressão cirúrgica ou endoscópica do trato biliar. Processos colestáticos intra-hepáticos. todas compartilham as características histopatológicas da colestase crônica (estase dos colatos, deposição de cobre, transformação xantomatosa dos hepatócitos e fibrose biliar irregular), além de inflamação portal crônica, atividade na interface e inflamação lobular crônica - ductopenia resulta de doença progressiva e se instala com o desenvolvimento do quadro de cirrose. Doença hepática colestática pode resultar de lesões necroinflamatórias, processos congênitos ou metabólicos ou compressão externa dos ductos biliares, assim, divide-se intra-hepática e extra-hepática. Causas das síndromes colestáticas crônicas: cirrose biliar primária (CBP), colangite autoimune (CAI), colangite esclerosante primária (CEP) e ductopenia idiopática dos adultos. CIRROSE BILIAR observada em cerca de 100-200 indivíduos por milhão, predominância feminina e idade de 50 anos. 90% tem anticorpos antimitocondriais (AMA), que reconhecem proteínas das membranas intermitocondriais - enzimas do complexo piruvato desidrogenase (CPD), complexo 2-oxoácido (cetoácido) desidrogenase e complexo 2-oxoglutarato desidrogenase de cadeias ramificadas (marcadores para diagnóstico). Inflamação portal e necrose dos colangiócitos nos duetos biliares de dimensões pequenas e médias, assim, há características colestáticas e nível elevado de bilirrubina e insuficiência hepática progressiva. I. PATOLOGIA: 1. Colangite destrutiva não supurativa crônica: lesão mais precoce, é um processo inflamatório necrosante dos tratos portais. 2. Estase biliar: duetos biliares médios e pequenos são infiltrados por linfócitos e sofrem destruição ductal, podendo ocorrer ligeira fibrose. 3. Proliferação de dúctulos biliares menores: o infiltrado inflamatório torna-se menos proeminente mas o número de ducto biliares é reduzido. I . CIRROSE BILIAR PRIMÁRIA LAYANE SILVA Exame físico: icterícia e outras complicações da hepatopatia crônica (hepatomegalia, esplenomegalia, ascite e edema) - características exclusivas incluem hiperpigmentação (tronco e braços, em áreas de esfoliação e liquenificação associadas a arranhaduras progressivas), xantelasma e xantomas (metabolismo alterado do colesterol), dor óssea (osteopenia ou osteoporose). 4. Fibrose: aumenta com a expansão de fibrose periportal para fibrose coalescente (em ponte). 5. Cirrose: micronodular ou macronodular. II. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: grau significativo de fadiga, prurido (intermitente ou mais incômodo ao anoitecer, pode se manifestar no final da gestação, antes do surgimento de icterícia pode indicar doença grave e prognóstico sombrio). III. ACHADOS LABORATORIAIS: anormalidades colestáticas das enzimas hepáticas com uma elevação da glutamil transpeptidase e fosfatase alcalina (ALP) com elevações das aminotransferases (ALT/AST), imunoglobulinas aumentadas, hiperbilirrubinemia após desenvolvimento de cirrose, trombocitopenia, leucopenia e anemia (HP e hiperesplenismo). IV. DIAGNÓSTICO: testes para AMA podem ser negativos em 10% dos pacientes, frequente em mulheres de meia-idade - nos pacientes AMA-negativos com enzimas hepáticas colestáticas, a CEP deve ser excluída por colangiografia. Na ICC direita de longa duração, há pressão venosa elevada que é transmitida pela V. cava inferior e Vv. hepáticas até sinusoides do fígado, que estão dilatados e ingurgitados com sangue, por isso, o fígado aumenta de volume e torna- se tumefeito e, com congestão passiva prolongada e isquemia relativa pela circulação precária. Os hepatócitos centrolobulares podem tornar-se necróticos, evoluindo para fibrose pericentral, depois o padrão fibrótico pode estender-se até a periferia do lóbulo até causar cirrose. I . ETIOLOGIA E PATOLOGIA pode haver correção do tempo de protrombina prolongado com vitamina K parenteral. Achados colangiográficos: estreitamentos curtos, multifocais e com segmentos interpostos de ductos biliares normais ou dilatados distribuídos difusamente, e numerosas projeções arredondadas (contas de rosário) que acometem a árvore biliar. gradualmente, há instalação cirrose biliar que progride para hepatopatia descompensada com manifestações de ascite, hemorragia por ruptura de varizes esofágicas e encefalopatia. Síndrome colestática crônica que se caracteriza por inflamação e fibrose difusas que acometem a árvore biliar, resultando em colestase crônica, que provoca obliteração intra-hepática e extra-hepática da árvore biliar, evoluindo para cirrose biliar, HP e insuficiência hepática - relacionada a infecções bacterianas e virais, toxinas, predisposição genética e mecanismos imunológicos. Entre as alterações estão: proliferação dos duetos biliares, ductopenia, colangite fibrosa (pericolangite) e fibrose periductal. I. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: fadiga profunda e inespecífica, prurido debilitante e está relacionado com colestase, esteatorreia, deficiências das vitaminas lipossolúveis e consequências associadas, além de doença óssea metabólica. II. ACHADOS LABORATORIAIS: avaliação de enzimas hepáticas anormais, aumento de > 2 vezes na ALP, aminotransferases elevadas (> 5 vezes), níveis de albumina reduzidos, tempos de protrombina prolongados, características da HAI na biópsia. III. DIAGNÓSTICO: colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) e colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). I I . COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA Está associada ao surgimento de lesão hepática crônica em pacientes com ICC direita de longa duração - causa incomum e rara de hepatopatia crônica. CIRROSE CARDÍACA Há sinais de ICC, fígado aumentado de volume e resistente, níveis de ALP elevados e aminotransferases normais ou ligeiramente aumentadas (AST > ALT) - pode ocorrer hemorragia por varizes ou encefalopatia. I I . CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS na biópsia do fígado há padrão específico assim como na doença veno-oclusiva pois afeta o fluxo anterógrado hepático. Doença cardíaca + ALP elevada + hepatomegalia. I I I . DIAGNÓSTICO Diagnóstico: estudos do Fe sérico mostrando saturação elevada de transferrina e níveis elevados de ferritina, juntamente com anormalidades identificadas pela análise das mutações HFE. Tratamento: flebotomia terapêutica regular. Diagnóstico: determinação dos níveis de ceruloplasmina (baixos), níveis urinários de cobre durante 24 h (elevados), achados típicos ao exame físico (anéis corneanos de Kayser-Fleischer) e achados característicos da biópsia hepática. Tratamento: medicações para quelação do cobre.Diagnóstico: níveis de a 1-AT e fenótipo - na biópsia de fígado há glóbulos característicos ácido periódico- Schiff (PAS)-positivos e resistentes à diastase. Tratamento: transplante de fígado. Incluem hepatopatias metabólicas hereditárias como hemocromatose, doença de Wilson, deficiência de a 1- antitripsina (a1-AT) e fibrose cística. HEMOCROMATOSE: distúrbio hereditário do metabolismo do ferro que resulta em aumento progressivo da deposição de ferro hepático que pode evoluir para fibrose portal, cirrose, insuficiência hepática e câncer hepatocelular. DOENÇA DE WILSON: distúrbio hereditário da homeostasia do cobre, com incapacidade de excretar excesso de cobre, resultando em acúmulo no fígado. DEFICIÊNCIA DE ALFA1-AT: distúrbio hereditário que acarreta agregação anormal da proteína a 1-AT, resultando em falha da secreção dessa proteína pelo fígado. OUTROS TIPOS DE CIRROSE FISIOPATOGENIA Achados morfológicos incluem fibrose difusa, nódulos regenerativos, arquitetura lobular alterada e derivações vasculares intra-hepáticas, além de capilarização dos sinusoides e fibrose perissinusoidal, trombose vascular e lesões obliterativas no trato portal e veias hepáticas - que podem desenvolver complicações como hipertensão portal. FIBROSE HEPÁTICA E FIBROGÊNESE Fibrose é o acúmulo relativo e absoluto dos componentes da matriz extracelular, em detrimento do componente celular, no fígado, o acúmulo de tecido conjuntivo no fígado decorre de uma maior síntese e/ ou menor degradação. LAYANE SILVA Fatores: TGF-beta1, (fator transformador do crescimento - principal mediador da fibrogênese), TNF (fator de necrose tumoral), interleucinas, fibronectina, fator de crescimento plaquetário. metaloproteases e TIMPs são produzidas pelas células estreladas sob a regulação de citocinas inflamatórias e macrófagos hepáticos (células de Kupffer) pela liberação de metaloproteases e citocinas anti- inflamatórias (IL-10). há atuação do sistema de estresse oxidativo (EOx) hepático e menor produção do oxido nítrico (ON), potente agente vasodilatador, na circulação porto- esplênica, ambos atuam no processo fibrinogênico, disfunção endotelial hepática que acompanha a progressão da doença (cirrose até HP). alterações da matriz extracelular determinadas pela fibrose auxiliam no processo fibrótico, além disso, os componentes da matriz extracelular, colágenos, proteoglicanos e glicoproteínas estão em concentração elevada no tecido hepático (septos fibrosos e fibrose intersticial) e interferem no processo fibrinogênico. A reparação do tecido ou sua progressão para fibrose é mediada por citocinas decorrentes da necrose e inflamação local, liberadas pelos linfócitos e monócitos/macrófagos, que podem estimular ou inibir proliferação, síntese proteica e movimentação das células responsáveis pela síntese do tecido fibroso (fibrogênese) e sua degradação (fibrólise). Miofibroblastos: são células efetoras do processo, regulam a fibrogênese e fibrólise, são originados pela ativação das células estreladas dos sinusoides ou fibroblastos portais, das células derivadas da medula óssea e da transição epitelial mesenquimal. Células estreladas: sintetizam as proteínas da matriz extracelular e estão associadas à degradação da matriz, essa fibrólise depende da ativação das enzimas metaloproteases (Ex.: colagenases), cuja atividade é regulada por um sistema em que a ação das substâncias ativadoras das prometaloproteases (Ex.: inibidor da C1- esterase e PAI-1 – inibidor da ativação do plasminogênio) é contrabalanceada pela ação de substâncias que poderiam inibir sua liberação ou bloquear sua atividade (Ex.: TIMPs - inibidor tecidual das metaloproteases e a alfa-2 macroglobulina). Em caso de lesão hepática crônica, a progressão para fibrose hepática ou reparação do tecido dependerá do estímulo desencadeado pela lesão e genética do indivíduo. - A ativação do sistema de EOx resulta na produção de espécies reativas de O2, que culminam com destruição e necrose celular pela peroxidação lipídica, cujos produtos tem elevado potencial fibrogênico, pela estimulação das células estreladas. Lipoperoxidação só ocorrerá na dependência de “falha” no sistema antioxidante hepático (sistema da glutationa, licopeno, betacaroteno e vitaminas E e C, que atuam como aceptores dos radicais livres). - A redução na biodisponibilidade do ON se relaciona com atividade aumentada do sistema pró-oxidativo, uma vez que o ON que se liga ao superóxido dismutase (SOD) é capaz de modular produção do peroxinitrito (ONOO-) que atua na lesão oxidativa hepática. Outras áreas incluem papel da microbiota intestinal e hipóxia tecidual (estabelecimento de microambiente anaeróbico pró-inflamatório) e influência das modificações epigenéticas na progressão da fibrose. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E CLASSIFICAÇÃO elevação das aminotransferases séricas ou plaquetopenia. presença de varizes esofágicas em endoscopia realizada para investigação dispéptica. achado de sinais de hepatopatia em USG/TC para investigar lesões abdominais ou na propedêutica de dor abdominal. As principais são icterícia, hemorragia digestiva e encefalopatia, que podem ocorrer em consequência do acompanhamento da doença de base (hepatite crônica viral, doença metabólica, alcoolismo), mas o diagnóstico é feito por exame clínico ou complementar solicitado em decorrência de sintoma não relacionado à hepatopatia. Pacientes cirróticos podem ser classificados em compensados ou descompensados (presença de ascite, encefalopatia e/ou icterícia) ou por meio de critérios clínicos e laboratoriais. Classificação Child-Pugh: tem valor prognóstico, em termos de mortalidade dos portadores de cirrose. DIAGNÓSTICO É anatomopatológico através da biópsia do fígado, com agulha, mas, em decorrência das alterações da coagulação pelas alterações vasculares hepáticas e peri-hepáticas, há elevado risco de complicações nesse procedimento. Alterações no exame físico: hepatoesplenomegalia, com fígado nodular, sinais periféricos de insuficiência hepática. Exames de imagem: alteração da ecogenicidade e retração do parênquima com superfície nodular e sinais de HP. Exame endoscópico: varizes esofagogástricas. Se dúvida etiológica, empregar biópsia por via laparoscópica ou transjugular, tendo em vista os riscos da biópsia - pode-se empregar marcadores não invasivos. isolado ou associado à concentração sérica de sódio plasmático é o melhor preditor de sobrevida. Classificação MELD: envolve parâmetros bilirrubinas, creatinina e RNI do tempo de protrombina: (MELD = 0,957 + log (creatinina mg/ dL) + 0,378 × log (bilirrubinas mg/dL) + 1,120 × 10 g (RNI) + 0,643. As complicações da doença hepática (aparecimento de varizes esofágicas, ascite e hemorragia digestiva pelas varizes) tem importante impacto na sobrevida. MARCADOR NÃO INVASIVO DE FIBROSE HEPÁTICA Colágenos: propeptídeo N-terminal do procolágeno tipo III (PIIINP) e colágeno tipo IV; Glicoproteínas: laminina e fibronectina; Glicosaminoglicano: ácido hialurônico (AH); Proteínas envolvidas na degradação da matriz (TIMPs e metaloproteinases) BIOMARCADORES DIRETOS: envolvidos com a síntese e a degradação da matriz extracelular, os principais são: LAYANE SILVA tem sido substituída pelo índice APRI, que associa AST e contagem de plaquetas – APRI = AST (limite superior) × 100/contagem de plaquetas), assim, APRI ≤ 0,5 tem valor preditivo negativo (VPN), e ≥ 1,5 tem valor preditivo positivo (VPP) na identificação de fibrose. usa-se metacetina que tem rápida metabolização hepática e falta de toxidade, principalmente nas doenças hepáticas crônicas, sendo correlacionada com fibrose do órgão. - Destaca-se o ácido hialurônico (glicosaminoglicano sintetizado pela célula estrelada e degradado pelas células endoteliais dos sinusoides hepáticos), visto que com lesão cirrótica e colagenização dos sinusoides, sua depuração hepática pelas células endoteliais fica comprometida. BIOMARCADORES INDIRETOS: parâmetros que refletem alterações bioquímicas da fibrose. Ex: níveis de AST, ALT,bilirrubinas, proteínas e contagem de plaquetas. - A relação AST/ALT é útil na identificação não invasiva de cirrose hepática, principalmente quando tem valores > 1. - Fibrotest: biomarcador não invasivo que combina parâmetros séricos: haptoglobina, bilirrubinas, GGT, alfa-2 macroglobulina, apolipoproteína A1. - Testes respiratórios com carbono marcado (13C ou 14C): fazem avaliação dinâmica da massa hepática funcional, pela mensuração da capacidade de metabolização e eliminação de substância exógena, quase exclusivamente metabolizada pelo fígado. - Elastograma com FibroScan (shear wave): método não invasivo mecânico para avaliação de fibrose hepática pela medida da elasticidade do tecido, assim, quanto mais firme o tecido, maior a velocidade de propagação da onda, ou seja, a velocidade de propagação da onda produzida está diretamente relacionada à elasticidade hepática. - ARFI (Acoustic radiation force impulse): modalidade de avaliação de fibrose hepática que utiliza o princípio de velocidade de propagação da onda através do tecido hepático no modo ultrassonográfico B, permitindo a avaliação ultrassonográfica do fígado, assim, pode-se escolher o ponto e profundidade de avaliação. Pode-se usar de forma combinada e escalonada dos marcadores não invasivos na avaliação da fibrose hepática. (Ex: elastografia hepática com biomarcador, como Fibrotest® ou APRI ou Fibrometer). TRATAMENTO tem-se estudado a administração de metionina sulfatada (estimulador da síntese de glutationa) na doença hepática alcoólica. hepatoprotetores não estão indicados por não alterarem o curso da doença e nem deter a necrose hepatocelular. estuda-se a participação dos bloqueadores de receptores tipo 1 da angiotensina II (ATI) em atenuar a fibrose hepática. Busca a erradicação do agente causal da cirrose, ou seja, espera-se regressão da cirrose após tratamento da doença de base, especialmente nas hepatites virais e autoimunes, tendo em vista o potencial de reversibilidade da deposição do tecido fibroso no fígado. No entanto, quando a cirrose tem grande retração do órgão e hipertensão portal bem estabelecida, a possibilidade de regressão é bem menor. Por isso, suspeita-se que a desorganização estrutural do fígado e/ou maturidade do colágeno depositado no órgão, podem estar relacionadas à irreversibilidade da lesão. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES Incluem hipertensão portal e suas consequências de hemorragia por varizes gastresofágicas, esplenomegalia, ascite, encefalopatia hepática, peritonite bacteriana espontânea (PBE), síndrome hepatorrenal e carcinoma hepatocelular. Elevação do gradiente de pressão venosa hepática (GPVH) para> 5 mmHg, causada por 2 processos hemodinâmicos - (1) resistência intra-hepática aumentada à passagem do fluxo sanguíneo através do fígado pela cirrose e nódulos regenerativos e (2) fluxo sanguíneo esplâncnico aumentado secundário à vasodilatação no leito vascular esplâncnico - causando hemorragia por varizes e ascite. - Sistema venoso portal: drena o sangue proveniente do estômago, intestinos, baço, pâncreas e vesícula biliar, a V. portal é formada pela confluência das Vv. mesentérica superior e esplênica, assim, o sangue desoxigenado do intestino delgado drena para a V. mesentérica superior junto com sangue da cabeça do pâncreas, colo ascendente e parte do colo transverso. A V. esplênica drena baço e pâncreas e se conecta com a V. mesentérica inferior, que traz sangue dos colos transverso e descendente e 66% superiores do reto, assim, a V. portal recebe sangue do TGI. HIPERTENSÃO PORTAL LAYANE SILVA CAUSAS: pré-hepáticas, intra-hepáticas e pós-hepáticas. - Pré-hepáticas: afetam o sistema venoso portal antes de penetrar no fígado (Ex.: trombose da V. porta e da V. esplênica). - Intra-hepáticas: 95% dos casos, são subdivididas em pré- sinusoidais (fibrose hepática e esquistossomose), sinusoidais (cirrose de várias causas) e pós-sinusoidais (doença veno-oclusiva). - Pós-hepáticas: afetam as Vv. hepáticas e drenagem venosa para o coração (Ex.: SBC, doença veno-oclusiva e congestão cardíaca crônica do lado direito). hipoalbuminemia (função diminuída no fígado cirrótico) e pressão oncótica reduzida do plasma contribuem para perda de líquido pelo compartimento vascular e sua penetração na cavidade peritonial. A retenção de sódio causa acúmulo de líquido e expansão do volume líquido extracelular, que resulta na formação de edema periférico e ascite, é consequência da resposta homeostática causada pelo enchimento insuficiente da circulação arterial pela vasodilatação arterial no leito vascular esplâncnico. Como o líquido retido vasa constantemente e sai do compartimento intravascular para a cavidade peritonial, a sensação de enchimento vascular não é alcançada e o processo continua. Obstrução de V. porta pode ser idiopática ou em associação com cirrose ou infecção, pancreatite ou traumatismo abdominal. Distúrbios de coagulação que podem resultar em trombose da V. porta incluem policitemia vera, trombocitose essencial, deficiências de proteína C, proteína S, antitrombina 3 e fator V de Leiden e anormalidades do gene que regula produção de protrombina. Incluem varizes gastresofágicas com hemorragia, ascite e hiperesplenismo, assim, pode haver sangramento GI alto, ascite com edema periférico, ou baço aumentado de volume com redução das plaquetas e leucócitos. VARIZES ESOFÁGICAS: risco de sangramento está associado a fatores como: gravidade da cirrose (classificação de Child, escore MELD), medida da pressão da V. hepática ocluída, tamanho e localização da variz, estigmas endoscópicos (sinais de vergões avermelhados, manchas hematocísticas, eritema difuso, coloração azul, manchas vermelho-cereja ou áreas com mamilos esbranquiçados) e presença de ascite intensa. I . MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS > 12 mmHg: risco de sofrer hemorragias por varizes. Achados: presença de trombocitopenia, baço aumentado de volume ou surgimento de ascite, encefalopatia e/ou varizes esofágicas com ou sem sangramento. Exames: endoscopia (varizes), TC ou RM do abdome (fígado nodular e alterações decorrentes da HP com circulação colateral intra-abdominal), procedimentos radiológicos (determinar pressões na veia hepática ocluída e livre que permitirão fazer o cálculo de gradiente de ocluída-para- livre, em média, é 5 mmHg). I I . DIAGNÓSTICO ESPLENOMEGALIA: baço aumentado ao exame físico, trombocitopenia e leucopenia nos pacientes que sofrem de cirrose, dor abdominal intensa no lado esquerdo e no QSE relacionada com baço aumentado de volume e ingurgitado. HIPERESPLENISMO: associação de esplenomegalia, anemia, plaquetopenia, leucopenia e hiperplasia da medula óssea para compensar pancitopenia do sangue periférico. ESPLENOMEGALIA E HIPERESPLENISMO Acúmulo de líquido na cavidade peritonial, cuja principal causa é HP relacionada com cirrose, mas podem haver causas malignas ou infecciosas. ASCITE Há aumento da resistência intra-hepática que é responsável por pressão portal aumentada, mas há vasodilatação do sistema arterial esplâncnico (fatores vasodilatadores, como NO) que aumenta influxo venoso portal, e ambas aumentam produção de linfa esplâncnica. Alterações hemodinâmicas resultam em retenção de sódio pela ativação do SRAA, causando hiperaldosteronismo, cujos efeitos renais contribuem para ascite. I . PATOGENIA se o líquido for maciço, pode haver comprometimento da função respiratória (falta de ar), que pode levar a um hidrotórax hepático, além de desnutrição e desgaste muscular (fadiga e fraqueza excessivas). Aumento da circunferência abdominal acompanhado de edema periférico (1-2 L de líquido no abdome) com instalação insidiosa. I I . MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS hidrotórax hepático é mais comum no lado direito e implica fenda no diafragma com fluxo livre do líquido ascítico para dentro da cavidade torácica. na primeira vez, recomenda-se realizar paracentese diagnóstica para caracterizar o líquido, determinar conteúdo total de proteínas e albumina, contagens de células sanguíneas, contagem diferencial ecultura - se necessário medir amilase e realizar citologia. Exame físico + exames de imagem do abdome. Achados: flancos proeminentes, onda líquida, macicez móvel de decúbito (passar paciente da posição supina para decúbitos laterais esquerdo ou direito). I I I . DIAGNÓSTICO níveis muito baixos indicam risco de peritonite bacteriana espontânea (PBE); nível alto de hemácias indica punção traumática, câncer hepatocelular ou variz omental rota; nível absoluto de leucócitos polimorfonucleares > 250/ μL indica infecção do líquido ascítico. Pacientes com cirrose tem concentração baixa de proteínas no líquido ascítico (em geral < 1 g/dL), podem ser avaliadas pelo gradiente de ascite-para-albumina no soro (GAAS), este se > 1,1 g/dL indica hipertensão portal, se < 1,1 g/dL indica causas infecciosas ou malignas. PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA LAYANE SILVA > 2 organismos indica peritonite bacteriana secundária a perfuração de víscera. pacientes que tiveram > 1 episódios de PBE e se recuperaram, administrar antibióticos 1 vez/semana como profilaxia para PBE recorrente. pacientes com hemorragia por varizes tem maior risco. fazer profilaxia em pacientes com sangramento GI alto. Complicação comum e grave caracterizada por infecção espontânea do líquido ascítico sem fonte intra-abdominal, tem como mecanismo de instalação a translocação bacteriana com a flora intestinal atravessando intestino e penetrando nos linfonodos mesentéricos, resultando em bacteremia e semeadura do líquido ascítico. - Agentes: Escherichia coli e outras bactérias intestinais, bactérias Gram-positivas, incluindo Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus e espécies de Enterococcus. - Diagnóstico: contagem absoluta de neutrófilos> 250/mm3 na amostra do líquido - punções peritoneais auxiliam em caso de alto grau de suspeita clínica. - Quadro clínico: febre, estado mental alterado, leucocitose e dor ou desconforto abdominal. - Tratamento: cefalosporina de 2a geração (Cefotaxima). se houver ascite, puncionar para excluir infecção. pesquisar sangramento GI e indicar hidratação. medir eletrólitos e corrigir anormalidades. evidenciar asterixe pedindo ao paciente que realizem a extensão dos braços e dobrem punhos para trás, notar flopping (movimento súbito do punho para frente). Mudanças no estado mental ocorrem dentro de semanas a meses, edema cerebral em pacientes com encefalopatia grave associada à tumefação da substância cinzenta, herniação cerebral (tratado com manitol e uso de líquidos intravenosos), hipopotassemia, infecção, carga aumentada de proteínas dietéticas, distúrbios eletrolíticos, confusão mental, mudança na personalidade (violentos e incontroláveis ou sonolentos e difíceis de despertar), asterixe. I . MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fatores agravantes: ingesta dietética precária, alterações na absorção intestinal de nutrientes e alterações no metabolismo das proteínas. O fígado participa da regulação do metabolismo proteico e energético do corpo, por isso, pacientes cirróticos são mais catabólicos e metabolizam proteína muscular. DESNUTRIÇÃO NA CIRROSE SHR tipo 1: deterioração progressiva da função renal e redução da depuração da creatinina em 1-2 semanas após a apresentação. SHR tipo 2: redução da taxa de filtração glomerular e elevação do nível sérico de creatinina. Forma de insuficiência renal funcional sem patologia renal, ocorre em 10% dos pacientes com cirrose em fase avançada ou insuficiência hepática aguda, provocando aumento da resistência vascular renal acompanhado por redução da resistência vascular sistêmica. - Diagnóstico: grande quantidade de ascite nos pacientes com aumento progressivo por etapas na creatinina, após excluir outras causas de insuficiência renal aguda. - Tratamento: midodrina (alfa-agonista) juntamente com octreotídio e albumina intravenosa - a melhor terapia é o transplante de fígado. SÍNDROME HEPATORRENAL lesão hepática aguda + encefalopatia portossistêmica = insuficiência hepática fulminante. Alteração do estado mental e função cognitiva que ocorre na presença de insuficiência hepática, comum em pacientes com doença hepática crônica, ocorre quando as neurotoxinas que derivam do intestino e que não são removidas pelo fígado em virtude de shunt vascular e massa hepática reduzida chegam ao cérebro. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA (PORTOSSISTÊMICA) função plaquetária é anormal na hepatopatia crônica e há redução dos níveis plaquetários por hiperesplenismo. Há menor síntese dos fatores da coagulação e uma depuração prejudicada dos anticoagulantes, pode haver trombocitopenia secundária ao hiperesplenismo devido a hipertensão portal. - Fisiopatologia: os fatores da coagulação II, VII, IX e X dependem da vitamina K, que depende da excreção biliar para sua absorção, assim, pacientes com síndromes colestáticas crônicas tem absorção reduzida da vitamina K, que pode ser corrigida com vitamina K intravenosa ou intramuscular. Outro mecanismo seria a diminuição da síntese dos fatores da coagulação que depende da vitamina K pela redução da massa hepática. ANORMALIDADES DA COAGULAÇÃO Osteoporose: comum nos pacientes com doença colestática crônica do fígado pela má absorção de vitamina D e menor ingestão de cálcio, visto que o ritmo de reabsorção óssea ultrapassa a formação de osso novo, resultando em perda óssea. - Diagnóstico: absorciometria com raios X de energia dupla (DEXA) determina osteoporose ou osteopenia. - Tratamento: se massa óssea reduzida ao DEXA, usar bifosfonatos capazes de inibir a reabsorção do osso. DOENÇA ÓSSEA NA CIRROSE macrocitose é uma anormalidade comum na morfologia das hemácias. neutropenia pode resultar do hiperesplenismo. Incluem anemia decorrente de várias causas como hiperesplenismo, hemólise, deficiência de ferro e deficiência de folato devido a má nutrição. ANORMALIDADES HEMATOLÓGICAS
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