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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CARAÚBAS CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE MECÂNICA CLÁSSICA Laboratório de Mecânica Clássica – DCT Campus Caraúbas EXPERIMENTO 2 - GRÁFICOS 1. Objetivos Construir e analisar gráficos em papel milimetrado e em editores de gráficos. 2. Teoria O gráfico é uma curva que mostra como duas variáveis são relacionadas entre si. Quando, em um fenômeno físico, duas grandezas estão relacionadas entre si o gráfico mostra como a variação de uma das quantidades afeta a outra. Assim, para a construção de um gráfico pode ser utilizada a função matemática que relaciona as duas grandezas (funções: Linear, Parabólica, Exponencial, etc) ou através dos dados coletados através da realização de um experimento. Ao ser realizada uma medida experimental sugere-se plotar em um gráfico todos os valores obtidos e traçar curvas que se ajustem o máximo possível a esses pontos. As formas dessas curvas podem auxiliar o experimentador a verificar a existência de leis físicas ou levá-lo a sugerir outras leis não previamente conhecidas. Assim, muitas vezes, é necessário determinar que curva melhor representa os dados obtidos experimentalmente através de uma operação chamada ajuste de curva ou fitting. 2.1 Confecção do gráfico. Existem algumas regras básicas que norteiam a construção de um gráfico: 1. Colocar um título que represente o fenômeno estudado; 2. Identificar os eixos coordenados através das grandezas representadas, com suas respectivas unidades. A escala deve conter a informação do número de algarismos significativos das medidas e/ou ordem de grandeza. 3. No eixo horizontal é representada a variável independente, isto é, a variável cujos valores são escolhidos pelo experimentador, e no eixo vertical é representada a variável dependente. Se possível cada eixo deve começar em zero; 5. A escala adotada num eixo não precisa ser igual a do outro, além disso, escolher escalas tais que a curva cubra aproximadamente todo o espaço disponível para a construção do gráfico; 6. Quando todos os pontos estiverem marcados no gráfico, resta traçar a curva. De forma geral, essa curva representa um comportamento geral e não precisa passar por todos os pontos. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CARAÚBAS CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE MECÂNICA CLÁSSICA Laboratório de Mecânica Clássica – DCT Campus Caraúbas 2.1.1 Ajuste de curva 2.1.1.1 Regressão Linear A regressão linear é uma técnica que considera os resultados obtidos e as variáveis independentes são relacionados por uma função linear, ou seja, do 1 o grau (o gráfico é uma reta). A forma geral da função linear é: y = ax + b, onde é „a‟ é inclinação da reta e „b‟ é o termo independente. Desta forma, para que a função linear que representa determinado fenômeno seja definida é necessário que os valores de „a‟ e „b‟ sejam determinados a partir dos dados coletados no experimento. Para se determinar os valores de „a‟ e „b‟, são usadas as expressões abaixo: N i N i ii N i i N i ii N i i x N x yx N yx a 1 2 1 2 111 1 1 (eq. 1) , e N xay b N i N i ii 1 1 (eq.2) 2.1.1.2 Gráfico de Potência Se a relação entre as grandezas estudadas for representada por funções polinomiais de expoente diferente de 1, tipo: ncxy , pode ser feita a linearização dessa função. Assim, são definidas novas grandezas, „z‟ e „w‟ (que são função de y e de x), mas que se relacionam através de uma equação linear. Para isso, aplicando a função logarítmica na equação acima, teremos: ncxy loglog → xncy logloglog (eq.3) Definindo: z= log y, b=log c e w=log x, tem-se que a (eq.3) fica: Z = b + n.w OBS. Gráficos do tipo y = c e nx , podem ser linearizados por: ln y = ln c + n x. 3. Material utilizado 1. Papel milimetrado e calculadora. 4. Procedimento experimental. 4.1 Cálculo da deformação linear de uma mola. Uma mola é pendurada na vertical e, na sua outra extremidade, são colocadas diferentes massas que a deformam. Os pesos que atuam sobre a mola e as elongações correspondentes são dados na tabela a seguir: Tabela 1. Valores medidos da elongação versus o peso do corpo. ∆x (m) 0,010 0,024 0,037 0,045 0,057 0,068 0,079 0,089 0.105 0.115 P(N) 0,20 0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70 2,00 2,20 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_linear UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CARAÚBAS CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE MECÂNICA CLÁSSICA Laboratório de Mecânica Clássica – DCT Campus Caraúbas Assim, responda os questionamentos abaixo: 1. Qual a variável dependente? 2. Qual a variável independente? 3. Marque os dados da tabela no gráfico e veja sua distribuição. 4. Qual a curva que mais se adapta a essa distribuição? Trace-a. 5. Use a regressão linear para encontrar a reta que melhor ajusta os pontos obtidos. 6. Escreva sua equação. 7. Qual o valor de Dx / P e o que esse valor representa? Qual a sua unidade? 4.2 Cálculo da relação velocidade do som massa molecular do meio gasoso: A tabela a seguir foi obtida por um experimentador que mediu a velocidade do som, em diversas fases: Tabela 2: Velocidade do som no ar, v, em função dos pesos moleculares, PM. Gás Peso Molecular (g) VSOM a 0 o (m/s) H2 2 1.266,0 CH4 16 431,0 NH3 17 414,0 CO 28 336,0 NO 30 324,0 O2 32 316,0 N2 42 261,0 NO2 46 257,0 CS2 75 184,0 A relação entre a velocidade do som no meio e o peso molecular é fornecida pela a tabela acima, no entanto não é possível observar claramente como se dá essa dependência. Assim, para linearizarmos essa dependência, realize o seguinte procedimento: 1. Fazer o gráfico, em papel milimetrado, de v versus PM 2. Verificar que mesmo com o gráfico fica difícil achar uma relação matemática entre v e PM. 3. Traçar o gráfico log v versus log PM (ou simplesmente v versus PM, no papel dilog). Para o papel dilog, observe que na origem aparece o 1, pois log 1 é zero. Nos outros pontos você terá log 2, log 3, etc. Pode-se ter outras potências de 10. 4. A partir do gráfico traçado determine: v = c PM n , que é o mesmo que log v = log c + n log PM. 5. Use a regressão linear para obter a curva de potência que melhor ajusta os pontos fornecidos. 5. Referências 1. Cruz, C.H.B., Fragnito, H.L., Costa, I.F. e Mello, B.A., “Guia para Física Experimental - Caderno de Laboratório, Gráficos e Erros”, IFGW, Unicamp, 1997. 2. Damo, H.S., “Física Experimental I – Mecânica, Rotações, Calor e Fluidos”, EDUCS, RS, 1985
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