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APS currículo; definições e práticas

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UNIVERSIDADE PAULISTA
PROJETO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – 6º PERÍODO
“CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”
São Paulo – SP
2021
1. INTRODUÇÃO
Considerando as recentes necessidades apresentadas para atender às expectativas dos alunos e adequar as especificidades do mercado de trabalho na área de Pedagogia, acrescidas das recomendações do Instituto Nacional de Ensino Superior (INEP-MEC) e das Diretrizes Curriculares Nacionais (24/11/2006 Resolução nº 13), o curso de Pedagogia integra em seu Projeto Pedagógico de Curso o Projeto Atividades Práticas Supervisionadas – Trabalho Integrado (TI).
O Projeto Atividades Práticas Supervisionadas (APS) – Trabalho Integrado (TI) constitui-se em um meio ou instrumento pedagógico para o aprimoramento da aprendizagem, via interdisciplinaridade – integração e relacionamento dos conteúdos de disciplinas que compõem os semestres do curso – e práxis – integração teoria e prática por meio da aplicação do conhecimento adquirido em sala de aula – à realidade.
As Atividades Práticas Supervisionadas (APS) são atividades acadêmicas desenvolvidas sob a orientação, supervisão e avaliação de docentes e realizadas pelos discentes. (Art.2º REGULAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS, UNIP 2010).
São consideradas Atividades Práticas Supervisionadas (APS): estudos dirigidos, trabalhos individuais, trabalhos em grupo, desenvolvimento de projetos, atividades em laboratório, atividades de campo, oficinas, pesquisas, estudos de casos, seminários, desenvolvimento de trabalhos acadêmicos, dentre outros. (Art.4º, REGULAMENTO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS UNIP 2010).
Um dos aspectos fundamentais do Projeto Atividades Práticas Supervisionadas é que o Trabalho Integrado não só objetiva treinar os alunos nas diferentes práticas da pesquisa e no uso da metodologia científica, mas também promover a criação de uma metodologia de trabalho de caráter interdisciplinar, a partir do trabalho conjunto com o corpo docente e discente. Outro aspecto do TI é incentivar os alunos a utilizar a metodologia de caráter interdisciplinar com vistas ao desenvolvimento do conhecimento científico para a área de Pedagogia.
No Segundo Semestre de 2020, o curso de Pedagogia, por intermédio de seu Núcleo Docente Estruturante (NDE) elegeu a disciplina Escola, Currículo e Cultura para ancorar (subsidiar) as Atividades Práticas Supervisionadas (APS) para os alunos do quinto e sexto períodos.
Com isso, tem-se a pretensão de proporcionar aos nossos estudantes a oportunidade de buscar compreender vários referenciais teóricos para que eles possam superar uma visão fragmentada sobre o currículo e discutir as implicações na prática dessas diferentes visões sobre o currículo.
Dessa forma, buscam-se respostas aos seguintes questionamentos: como os profissionais da educação, professores e gestores, compreendem o currículo? Os profissionais da educação têm consciência das explicações teóricas que estão embutidas em suas explicações do currículo? Quais as implicações dessas diferentes escolhas teóricas sobre o currículo na formação dos alunos e num projeto de sociedade?
A partir da análise do Plano de Ensino da disciplina Escola, Currículo e Cultura, verificou-se que esse componente curricular permite ao docente refletir com os alunos, a partir das teorias do currículo, as implicações das escolhas teóricas para um projeto social. Tomando por base uma perspectiva pós-crítica do currículo, sabemos que ele, o currículo escolar, constrói nossa identidade, pois os conhecimentos que são escolhidos para serem ensinados na escola determinam e direcionam a nossa forma de pensar, agir e se relacionam com as outras pessoas e com o mundo a nossa volta, e como ficamos muitos anos das nossas vidas dentro da instituição escola, o currículo tem um papel fundamental na nossa formação enquanto estudante e pessoa.
Portanto, e com base nestes princípios, entendemos que a disciplina citada poderá contribuir sensivelmente para a formação dos futuros pedagogos, pois são profissionais que atuarão, principalmente, na educação de crianças e jovens e o conhecimento de bases teóricas sobre o currículo é fundamental para a formação do pedagogo.
2 - “CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS” 
O currículo surgiu com mais intensidade no Estados Unidos por volta dos anos 1920 com uma ligação do processo de escolarização e industrialização. Com o objetivo de medir os resultados. 
Ao longo dos anos devido a sua importância no processo educacional surgiram pesquisadores com suas abordagem e teorias para questionar e explicar a sua função.
Para entendermos o que é currículo é necessário saber o seu significado, cada autor adota o conceito de formas diferentes, segundo Pacheco (2007, p. 48) o termo vem do latim que significa lugar onde se corre ou corrida, em outras palavras refere-se a um curso a ser seguido.
[...] percebemos o currículo como importante parte integrante do dia-a-dia da escola que exercerá influência direta nos sujeitos que fazem parte do processo escolar e da sociedade em geral, determinando a visão de mundo não só dessa sociedade, mas também de nossas atitudes e decisões neste meio. (HORNBURG, SILVA. 2007 p.61)
Para isso, notamos que as compreensões e soluções para a elaboração do currículo a serem seguidas nas escolas estão ligadas ao meio social, histórico, político e econômico.
Compreendemos que o currículo está diretamente relacionado a nós mesmos, a como nos desenvolvemos e ao que nos tornamos. Também envolve questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes sociais (classe dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos. (HORNBURG, SILVA. 2007 p.61)
Ao se definir currículo, é importante considerar o aluno, visto que o mesmo é o principal sujeito do ambiente educacional, visando então, a aprendizagem do educando. Para um entendimento mais claro, podemos entender que não existe apenas um modelo de currículo. 
Algumas teorias sobre o currículo apresentam-se como teorias tradicionais, que pretendem ser neutras, científicas e objetivas, enquanto outras, chamadas teorias críticas e pós-críticas, argumentam que nenhuma teoria é neutra, científica ou desinteressada, mas que implica relações de poder e demonstra a preocupação com as conexões entre saber, identidade e poder. (HORNBURG, SILVA. 2007 p.61)
O currículo na teoria tradicional aponta que as habilidades fossem desenvolvidas com instrumentos de mediação para que o resultado final fosse apreendido com precisão.
Segundo Silva (1999), teoria tradicional de currículo tem como objetivo a neutralidade, tendo como foco principal soluções em identificação dos objetivos da educação escolarizada, proporcionando um estudo direcionado para vocação profissional e acadêmica.
 Sendo assim os modelos tradicionais de currículo se preocupam em como fazer o currículo não levando em consideração a voz do aluno. Dessa forma ela se torna teoria de ajuste e adaptação sendo o professor o único que tem o domínio do conhecimento dentro da sala de aula.
A teoria crítica do currículo busca um olhar crítico sobre a sociedade, reforçando a estrutura capitalista. Uma educação que leva o sujeito a construir a sua autonomia, identidade e ser um sujeito reflexivo além das disciplinas. Não é possível de desenvolver um currículo neutro, isento de ideologia. Os objetivos da teoria crítica é o oposto ao tradicional.
Um grande defensor dessa teoria crítica é Paulo Freire, pois menciona que o conhecimento é intencional, pois para atingir seus objetivos o educando precisa compreende-los e assimilar essa aprendizagem, sendo capaz de criar sua identidade e conviver em sociedade. Entretanto, faz uma crítica a educação depositaria onde a conhecimento era transferido do professor para o aluno, sendo ele apenas um receptor de informações sem poder questiona-las.
As teorias pós crítica destaca a diversidadeculturais no mundo contemporâneo, mostrando que não existe uma cultura superior ou inferior.
Este visa o multiculturalismo permitindo respeitar as diferenças. Questionando as desigualdades de classes sociais, sendo o acesso desigual a educação e abrindo carreiras que visava apenas o mundo masculino, excluindo a oportunidade de ingressar numa carreira profissional.
[...] a teoria pós-critica deve se combinar com a teoria crítica para nos ajudar a compreender os processos pelos quais, através de relações de poder e controle, nos tornamos aquilo que somos. Ambas nos ensinaram, de diferentes formas, que o currículo é uma questão de saber, identidade e poder. (SILVA, 1999, p.147)
Como mencionado, existe várias definições de currículo, mas entende-se que esse currículo não é neutro. Existe uma intenção por trás desse conceito, cabe ao educador apropriar dessas definições pedagógica e enriquecer o currículo de forma a trazer novos conceitos que se adaptam aos seus alunos.
Assim, para determinar os conteúdos, os códigos pedagógicos e as ações em nossos currículos, devemos perceber o que queremos, que crianças e adultos queremos formar, qual o papel do professor e da escola neste processo, sem nos esquecermos de que o currículo possui seu papel social, político e ideológico. (HORNBURG, SILVA. 2007 p.65)
Cabe a escola considerar seus objetivos e o currículo de forma interligadas com suas finalidades, fazendo uma constante análise para manter esse currículo atualizado e por meio da pratica ter uma visão do que está sendo produzido ou reproduzido e como o aluno está construindo esses conceitos. O papel do professor é se ver como participante do processo de elaboração e reelaboração, não deixando de lado sua função de educador mais tornar-se parte do processo.
REFERENCIA
HORNBURG, Nice. SILVA, Rubia. Teoria sobre currículo. Uma análise para compreensão e mudança. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, Vol. 3 n. 10 - jan.-jun./2007 ISSN 1807-2836.
PACHECO, M. M. D. R. Currículo, interdisciplinaridade e organização dos processos de ensino. Fundação Hermínio Ometto / Uniaras, 2007.
SILVA, Tomaz Tadeu da Silva. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo / Tomaz Tadeu da Silva. - Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

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