Buscar

Suturas e Cicatrização de Feridas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
Suturas 
SÍNTESE 
É o conjunto de manobras manuais e instrumentais, 
através do uso de fios e outros materiais, que visa 
restabelecer a condição anatômica funcional dos 
tecidos. 
FERIDAS 
• As feridas são consequência de uma agressão por 
um agente ao tecido. 
 
• Uso de torniquete é descrito em 400 A.C. 
• Sutura é documentada desde o terceiro século A.C 
• Aparecimento da pólvora agravou os ferimentos 
• O cirurgião francês Ambroise Paré, em 1585 
orientou o tratamento das feridas quanto à 
necessidade de desbridamento, aproximação das 
bordas e curativos. 
• Lister, em 1884, introduziu o tratamento anti-
séptico 
• Evolução datada de 3000 anos A.C., onde as feridas 
hemorrágicas eram tratadas com cauterização. 
• Século XX, evolução da terapêutica com o 
aparecimento da sulfa e da penicilina 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 
• Um adulto é revestido por aproximadamente 2m2 
de pele, com aproximadamente 2 mm de 
espessura. Isto faz da pele o maior órgão do corpo, 
pois representa 15% do peso corporal, é formado 
por camadas distintas com características e 
funções diferentes: Derme, Epiderme e a 
Hipoderme subcutânea e órgãos anexos como: 
folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas 
e unhas. 
• A. Primeira Camada (Epiderme): é a camada mais 
externa da pele, constituída por um epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado, tendo 
como célula principal o Queratinócito, células 
achatadas ricas em queratina, substância 
responsável pela proteção. A epiderme está em 
constante renovação. As células mais antigas são 
substituídas por outras mais novas e em média a 
cada 12 dias ocorre esta renovação. 
 
• Segunda Camada (Derme): é a camada da pele, 
localizada entre a epiderme e a hipoderme, 
formada de tecido conjuntivo que contém fibras 
proteicas, vasos sanguíneos e linfáticos, 
terminações nervosas, órgãos sensoriais e 
glândulas. As fibras são produzidas por células 
chamadas fibroblastos, que podem ser elásticas, 
que permitem a elasticidade e conferem maior 
resistência à pele. 
• Terceira Camada (Hipoderme): é a terceira e última 
camada da pele, formada basicamente por células 
de gordura e faz conexão entre a derme e a fáscia 
muscular. Permite que as duas primeiras camadas 
deslizem livremente sobre as outras estruturas do 
organismo e atua como reservatório energético; 
isolamento térmico; proteção contra choques 
mecânicos; fixação dos órgãos e modela a 
superfície corporal. 
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS 
1. Quanto ao agente causal: 
Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes 
cortantes. 
 
Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado 
 
Perfurante – são ocasionadas por agentes longos e 
pontiagudos 
 
2 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
 
Lácero-contusas - Os mecanismos mais frequentes são 
a compressão, 
 
Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos 
pérfuro- cortantes que possuem gume e ponta, 
 
Escoriações - a lesão surge tangencialmente à 
superfície cutânea, com arrancamento da pele, 
 
Equimoses e hematomas – na equimose há 
rompimento dos capilares, porém sem perda da 
continuidade da pele. 
 
2. Grau de contaminação: 
Limpas – são as produzidas em ambiente cirúrgico 
 
Limpas-contaminadas– potencialmente 
contaminadas, 
 
Contaminadas - presença de sinais flogísticos, 
 
Infectadas – apresentam sinais nítidos de infecção. 
 
CICATRIZAÇÃO 
• Inflamação, 
• Proliferação, 
• Maturação. 
 
Curso temporal do aparecimento de diferentes células 
na ferida durante a cicatrização. Macrófagos e 
neutrófilos são predominantes durante a fase 
inflamatória (máximo nos dias 3 e 2, respectivamente). 
Linfócitos aparecem mais tarde e atingem o máximo no 
dia 7. Os fibroblastos são as células predominantes 
durante a fase proliferativa. 
 
Deposição de matriz na ferida ao longo do tempo. A 
fibronectina e o colágeno tipo III constituem a matriz 
 
3 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
inicial. O colágeno tipo I acumulasse posteriormente e 
corresponde ao aumento da resistência à ruptura da 
ferida. 
 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
■ Primeira intenção, 
■ Segunda intenção, 
■ Terceira intenção. 
FENÔMENOS 
• Granulação 
• Contração 
• Retração 
 
FATORES QUE INIBEM A CICATRIZAÇÃO 
■ Infecção 
■ Isquemia: 
– Circulação 
– Respiração 
– Tensão local 
■ Diabetes melito 
■ Radiação ionizante 
■ Idade avançada 
■ Desnutrição 
■ Deficiências vitamínicas: 
– Vitamina C 
– Vitamina A 
■ Deficiências de minerais: 
– Zinco 
– Ferro 
■ Fármacos exógenos: 
– Doxorrubicina (Adriamicina) 
– Glicocorticosteroides 
COMPLICAÇÕES 
■ Hematoma 
■ Seroma 
■ Infecção de Ferida 
■ Deiscência de Ferida 
TRATAMENTO DA FERIDA 
■ Classificação das feridas: 
1. Perda de substância, 
2. Penetração da cavidade, 
3. Perda funcional, 
4. Presença de corpo estranho, 
5. Necessidade de exames auxiliares 
■ Anti-sepsia: 
1. Limpeza com soro fisiológico, 
2. Polvidine tópico, 
3. Tintura a 10% (PVPI – Polivinil Pirrolidona), 
4. Clorexidine (aquosa, alcoólica, degermante), 
5. Álcool iodado, 
6. Éter. 
PREPARAÇÃO DE KITS CIRÚRGICOS 
■ Os instrumentos e os tecidos a serem usados em 
cirurgia devem ser limpos de contaminação grosseira. 
■ Podem ser limpos manualmente ou com 
equipamentos de limpeza ultra-sônica e desinfetantes 
logo após terem sido usados. Depois de lavados, 
devem ser secos, montados em caixas ou embalados 
individualmente, e esterilizados. 
■ A esterilização pode ser com vapor ou gás, e a 
embalagem deve ser escolhida de acordo com o 
método de esterilização, pois ela irá potencializar o 
método empregado e preservar o material estéril. 
Desta forma, a embalagem deve ser impermeável a 
micróbios e durável. 
■ Os kits de instrumentos, a dobradura dos aventais e 
dos campos cirúrgicos devem ser embalados de 
maneira que possam ser facilmente desembalados sem 
quebrar a técnica estéril. 
■ Há controvérsias quanto ao prazo de expiração da 
esterilização. Isto porque eventos, e não o tempo, 
contaminam os materiais. Demonstrou-se que se os 
itens forem embalados, esterilizados e manipulados 
adequadamente, permanecerão esterilizados. 
Ocorrerá contaminação se o pacote for aberto, 
molhado ou rasgado. 
CONDIÇÕES PARA UMA BOA SUTURA 
■ Anti-sepsia e assepsia 
■ Hemostasia perfeita 
■ Abolição do “espaço morto” 
■ Bordas das feridas limpas e regulares 
■ Ausência de corpo estranho e tecido morto 
■ Posição anatômica correta 
 
4 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
■ Tração moderada dos nós 
■ Escolha correta dos instrumentais e materiais de 
sutura 
MATERIAIS DE SUTURA 
■ Fios 
■ Grampos 
■ Grampeadores 
■ Adesivos sintéticos e biológicos 
PROPRIEDADES DOS FIOS DE SUTURA 
Fio de sutura é uma porção de material sintético ou 
derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, 
flexível, de secção circular e com diâmetro muito 
reduzido em relação ao comprimento 
FIO IDEAL 
■ Boa segurança no nó; 
■ Adequada resistência tensil; 
■ Fácil manuseio; 
■ Baixa reação tecidual; 
■ Não possuir ação carcinogênica; 
■ Não provocar ou manter infecção; 
■ Manter as bordas da ferida aproximadas até a fase 
proliferativa da cicatrização; 
■ Ser resistente ao meio no qual atua; 
■ Esterilização fácil; 
■ Calibre fino e regular; 
■ Baixo custo. 
CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS 
■ Fio absorvível 
■ Alguns, classificados como inabsorvíveis são 
biodegradáveis. 
■ Subclassificações podem ser baseadas: 
1. Origem da matéria prima: 
– Mineral, 
– Vegetal 
– Sintético) 
2. No número de filamentos: 
- Mono 
- Multifilamentado 
3. Ou ainda, no tratamento superficial e tingimento na 
degradação enzimática 
MATERIAIS INABSORVÍVEIS 
■ De origem animal, vegetal ou mineral: 
– Seda 
– Linho 
– Algodão 
– Aço, 
■ À exceção do aço, são de ótimo manuseio. 
■ Sintéticos: 
– Nylon 
– Perlon 
– Poliéster 
– Polipropileno 
■ São os mais inertes detodos os fios. 
MATERIAIS ABSORVÍVEIS 
■ De origem animal ou orgânico 
– Categute (“significa intestino de gato”) 
■ Sintéticos: 
➢ Multifilamentados: 
- Ácido poliglicólico 
- Poliglactina 910 
➢ Monofilamentados 
- Polidiaxone 
APRESENTAÇÃO DOS FIOS 
■ Comprimento padronizado 
■ Agulhados ou não 
■ Com uma ou duas agulhas 
CALIBRE DOS FIOS 
■ Designado por codificação 
■ Origem na produção de vestuário 
PROPRIEDADES DOS FIOS 
Características Físicas 
■ Configuração física: monofilamentados ou 
multifilamentados 
■ Capilaridade: captação de líquidos 
■ Absorção de fluidos 
■ Aderência bacteriana 
■ Diâmetro 
■ Força tênsil 
■ Força do nó 
■ Elasticidade 
■ Plasticidade 
■ Memória 
Características de Manuseio 
■ Pliabilidade: facilidade para dobrar o fio 
■ Coeficiente de atrito: deslizar pelos tecidos 
Características de reação tecidual 
■ Todo fio de sutura é um corpo estranho ao tecido 
vivo, portanto, quanto maior o fio, maior a reação. Por 
isto deve-se utilizar o fio mais fino possível. 
Reação inflamatória ao fio 
■ Trauma da incisão (diérese) 
■ Trauma da passagem da agulha (síntese) 
■ Efeito isquemiante do nó 
■ Natureza do fio utilizado 
CONSEQUÊNCIAS 
 
5 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
■ Fenômenos precoces 
– “Cutting out” 
– Retardo na cicatrização 
– Bridas ou aderências 
– Infecção 
■ Fenômenos tardios 
– Abcesso local 
– Fístulas 
– Eliminação periódica e espontânea 
SELEÇÃO DO MATERIAL PARA SUTURA 
■ Baseado em: 
– Propriedades biológicas do fio 
– Situação clínica 
SELEÇÃO DO FIO 
■ Pele: monofilamento de náilon e prolipropileno 
■ Subcutâneo: absorvíveis sintéticos 
■ Fáscia: absorvíveis sintéticos (CATEGUTE ESTÁ EM 
DESUSO!) 
■ Músculo: sintéticos absorvíveis, sintéticos não 
absorvíveis; no miocárdio, náilon ou polipropileno 
■ Vísceras ocas: categute, absorvíveis sintéticos e não 
absorvíveis monofilamentados 
■ Tendões: náilon, aço inoxidável, polidioxanona, 
poligliconato 
■ Vaso sanguíneo: polipropileno, náilon, poliéster 
revestido 
■ Nervos: náilon, polipropileno 
PORTA AGULHAS 
Mais usados: 
 - Mathieus 
 
- Mayo-Hegar 
 
AGULHAS DE SUTURA 
■ Podem variar de acordo com: 
– Necessidade do tecido a suturar 
– Tipo de fio 
– Localização da área a ser suturada 
Características 
■ Possuem três partes distintas: 
– Fundo (área traumática) 
– Corpo (cilíndrico, achatado, trapézio, triangular) 
– Ponta (cônica, triangular ou bifacetada,lanceolada) 
Classificação 
■ Em relação ao trauma: 
– Traumática 
– Atraumática 
■ Em relação à curvatura: 
– Retas 
– Semi-retas 
– Curvas 
CLASSIFICAÇÃO DAS SUTURAS 
■ Profundidade: 
– Superficial 
– Profunda 
■ Plano Anatômico: 
– Por planos 
– Em massa 
– Mista 
■ Fio usado: 
 – Absorvível 
 – Inabsorvível 
■ tipos de ponto: 
- Simples 
- Especial 
■ Finalidade: 
- Hemostática 
- Aproximação 
- Sustentação 
- Estética 
■ Espessura do tecido: 
– Perfurante total 
– Perfurante parcial 
■ Sequência dos pontos: 
– Separados 
– Contínuos 
■ Posição das bordas: 
– Confrontamento, aproximação ou aposicional 
– Invaginante ou de inversão 
– Eversão 
TÉCNICA ADEQUADA 
 
6 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI 
■ Manipulação e apresentação das bordas da ferida 
■ Colocação da agulha no porta agulha 
■ Montagem do fio na agulha (se esse não for 
agulhado) 
■ Sentido da sutura 
■ Transfixação das bordas da ferida 
■ Confecção do nó 
■ Secção do fio 
PADRONIZAÇÃO DA SUTURA 
■ A distância entre um ponto e outro (A-A) não deverá 
ser maior que o próprio ponto (A-B). 
 
■ Sutura em órgãos ocos: 
A) Seromucosa 
B) Muscular 
C) Mucosa 
 
SUTURAS EM PONTOS SEPARADOS 
■ Ponto simples separado: mais usados 
■ Sutura de relaxamento: igual ao ponto simples, mas 
a cada 2 ou 3 pontos, faz-se um ponto cuja distância 
da borda da ferida é maior. 
■ Sutura em “U” deitado ou Wolff ou ponto do 
colchoeiro: parecida com o ponto simples, mas ao 
atravessar as bordas da ferida, a agulha volta, com uma 
separação aproximada de 1 cm em sentido inverso ao 
anterior, unindo-se os cabos; 
 
 
■ Sutura em “U” em pé ou Donatti: As 4 perfurações se 
encontram na mesma linha. 
 
■ Sutura em “X” ou de Sultan: para regiões de 
resistência e submetidas a grandes tensões. 
 
■ Sutura de Lembert: sutura clássica, invaginante. 
 
■ Sutura de Swit: sutura simples separada invertida. 
 
■ Sobreposição de Mayo: utilizada para correção de 
hérnias. Introduz-se a agulha a 1,5 a 2 cm da borda do 
anel. O ponto de saída da agulha tem 
aproximadamente metade da borda do anel. A agulha 
é introduzida no interior do anel a 1 cm da borda e 
paralela a borda 1 cm, voltando na outra borda 1,5 a 2 
cm. 
 
■ Ponto simples 
■ Ponto Donatti 
■ Ponto Chuleio 
■ Ponto Intradérmico 
 
7 
Flávia Demartine 
Hab. Médicas VI

Continue navegando