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PODER CONSTITUINTE
IZABELLA F. REIS - 3° PERÍODO 2021/01 - PROFESSOR: CHRISTIANO LACERDA
Conceito.
O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado, ou seja, poder de produção das normas constitucionais, por meio do processo de elaboração e/ou reforma da Constituição, com o fim de atribuir legitimidade ao ordenamento jurídico do Estado.
Teorização.
A teoria do poder constituinte é de autoria de Emmanuel Joseph, o autor determina que a composição dos Estados Gerais não permitia a representação da nação, isso pois o direito ao voto era exercido por ordem, privilegiando a nobreza e o clero em detrimento da classe laboriosa.
Sendo assim, o Joseph determina que somente a partir da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte ia se tornar possível a restauração da legitimidade do poder político, isso pois a Constituição seria promulgada pelos representantes da nação. 
Natureza.
Há na doutrina, três correntes acerca da natureza do poder constituinte, sendo elas:
a) Poder de Direito: Legitimado pelo seu titular, resultante do Direito Natural.
b) Poder de Fato: Legitimado por si mesmo, transcendendo ao Direito Positivo. 
c) Poder político: Investigado por duas categorias, jurídica, processo de edição de normas constitucionais, fática, fundamento de validade da ordem jurídica. 
Titularidade e exercício.
O parágrafo único, do art. 1° da CF/88, estabelece a diferenciação entre titularidade e exercício do poder constituinte.
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
A titularidade é denominada a quem detém a capacidade de decisão do poder constituinte, ou seja, nação. O exercício corresponde a quem é atribuído o desempenho do poder constituinte, ou seja, os representantes. 
Em consequência, esta distinção consiste em uma técnica de legitimação do poder constituinte, pois a elaboração ou reforma do texto constitucional será legítima se estiver em conformidade e com o consentimento dos titulares. 
· Titularidade:
A titularidade do poder constituinte é diferente da titularidade da soberania, existindo-se três teorias:
a) Divina: O poder político emana de Deus;
b) Nacional: Soberania é atribuída à nação, uma entidade abstrata;
c) Popular: Soberania é atribuída aos cidadãos, considerados como complexo de pessoas que participam da vida política do Estado.
· Exercício:
Acerca do exercício do poder constituinte, é analisado sob os ângulos dos órgãos e procedimentos constituintes. A análise dos órgãos é feita a partir da discriminação entre exercício direto, indireto e misto:
a) Exercício direito: Elaboração e/ou reforma popular da Constituição;
b) Exercício indireto: Elaboração e/ou reforma representativa da Constituição, posto que o poder constituinte é desempenhado por representante(s) popular(es), personificado(s) em um agente ou reunido (s) em um órgão;
c) Exercício misto: Há a elaboração e/ou reforma combinada da Constituição, visto que o poder constituinte é desempenhado conjuntamente pelo povo e seu(s) representante(s), como, por exemplo, na hipótese de plebiscito ou referendo, com a promulgação ou outorga da Carta Constitucional.
Classificação.
O poder constituinte, sob a doutrina de Nelson de Souza Sampaio, é classificado em virtude do objeto e produto, sendo dividido em quatro espécies:
· Poder Constituinte Originário ou de 1° Grau:
Consiste em poder de elaboração de uma Constituição nova, sendo por isso inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado, soberano na tomada de suas decisões, um poder de fato e político, permanente. 
Exercido por uma autoridade inicial de um Estado, por uma Assembléia Constituinte ou por um movimento revolucionário vitorioso.
Por fim, duas são as formas de expressão do poder constituinte originário:
a) Outorga: Caracteriza-se pela declaração unilateral do agente revolucionário;
b) Assembleia Nacional Constituinte: Nasce da deliberação da representação popular.
· Poder Constituinte Derivado ou de 2° Grau:
É aquele que reforma a Constituição já existente, dentro das regras das matérias por ela previstas, é subordinado e condicionado, tendo que obedecer aos procedimentos e limites constitucionais que lhe foram traçados sob pena de inconstitucionalidade. 
· Poder Constituinte Derivado Reformador:
Corresponde ao poder de reforma da Constituição da República, com definição no art. 60 da CF/88 e art. 2º do ADCT (são regras que asseguram a harmonia do antigo regime constitucional (1969) para o novo regime (1988), possuindo regras de caráter meramente transitórios.), caracterizado pela derivação, limitação e condicionamento.
Por conclusão, as mais de 100 Emendas à Constituição da República, promulgadas pelas mesas da Câmara dos Deputados e Senado Federal, em dois turnos em cada Casa do Poder Legislativo, por maioria de três quintos, e as seis Emendas Constitucionais de Revisão à Constituição da República, promulgadas pela mesa do Congresso Nacional, em sessão unicameral, por maioria absoluta, são produtos do poder constituinte derivado reformador.
· Poder Constituinte Derivado Decorrente Institucionalizador Estadual:
Denomina o poder de elaboração da Constituição do Estado, com espeque no art. 25 da CF/88 e art. 11 do ADCT. 
Por desfecho, a Constituição do Estado do Rio de Janeiro, promulgada pela respectiva Assembleia Legislativa, investida em poderes constituintes, é exemplo de produto do poder constituinte derivado decorrente da institucionalização estadual.
· Poder Constituinte Derivado Decorrente da Reforma Estadual:
Designa o poder de reforma da Constituição do Estado, com esteio no art. 111 da CERJ e art. 35 do ADCT/RJ. 
Por dedução, as mais de 70 Emendas à Constituição do Estado do Rio de Janeiro, promulgadas pela mesa diretora da respectiva Assembleia Legislativa, em dois turnos em cada votação, por maioria de três quintos, são exemplos de produtos do poder constituinte derivado decorrente de reforma estadual.

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