Buscar

NEOPLASIAS DO ESÔFAGO (22-02-2022)

Prévia do material em texto

Epidemiologia 
 Regiões de alto risco (leste da Ásia e África) 
- 90% carcinoma de células escamosas 
 Regiões de baixo risco (ocidente) 
- 60% adenocarcinomas 
 
A maioria dos cânceres esofágicos são lesões na mucosa 
originárias das células epiteliais que revestem o esôfago. 
 
Fisiopatologia 
O câncer esofágico surge na mucosa do esôfago. A 
seguir, ele evolui no local para invadir a submucosa e a 
camada muscular e pode invadir estruturas adjacentes, 
como a árvore traqueobrônquica, aorta ou o nervo 
laríngeo recorrente. 
O carcinoma de células escamosas envolve a transição 
do epitélio escamoso normal do esôfago para um epitélio 
escamoso displásico. 
 
Fatores de risco 
 Tabagismo 
 Consumo de álcool 
- Risco cumulativo 
 Dieta 
- Conservas 
- Líquidos quentes 
 Síndromes hereditárias 
- Cowden – mutação no PTEN, é um gene 
supressor tumoral e mutações neste gene, pode 
estar associada a canceres, como tumores 
hamartomatosos do trato intestinal. Hamartoma é um 
tecido maduro 
- Peutz-Jeghers: síndrome multigênica, associada a 
múltiplos pólipos do intestino delgado. São pólipos 
adenomatosos e podem evoluir como displasia e logo 
após, câncer 
- Tilose - RHBDF2: hiperploriferação de 
queratinócitos, principalmente na palma da mão e pé. 
Pode ocorrer também em qualquer local que tenha 
epitélio escamoso queratinizado. 
 DRGE 
- Esôfago de Barrett 
 Obesidade 
 Acalasia: acúmulo de comida na mucosa esofágica 
 
 
 Seta preta – epitélio escamoso normal 
 Seta branca – (carcinomas de células escamosas). 
Temos ninhos de células tumorais com diferenciação 
escamosa, hipercromatismo nuclear e mitoses 
atípicas. 
 Invasão da lâmina própria também caracteriza. 
 Diferenciação glandular também 
 
A lesão de células escamosas são mais ulceradas e planas 
Já no adenocarcinoma são poliformes. 
O câncer esofágico superficial intramucoso é melhor 
tratado por ressecção endoscópica e vigilância. Cânceres 
em estádio inicial em candidatos cirúrgicos são mais bem 
tratados por esofagectomia. 
 
Quadro Clínico 
 DISFAGIA 
 Perda de peso 
 Odinofagia 
 Rouquidão: por conta da inervação pelo N.. Laríngeo 
Recorrente – critérios para doenças mais avançadas. 
 Dor torácica 
 
90% dos pacientes são sintomáticos ao diagnóstico 
 Disfagia 
 Perda de peso 
 Odinofagia (20% dos casos) 
 
O câncer esofágico tipicamente se apresenta 
tardiamente, geralmente desfavorável. 
 
Classificação Histológica 
Existem 2 tipos principais: carcinoma de células 
escamosas esofágico e adenocarcinoma esofágico. 
- O adenocarcinoma esofágico ocorre principalmente no 
esôfago distal e na junção gastroesofágica, ao passo que 
o carcinoma de células escamosas esofágico é mais 
uniformemente distribuído em toda a extensão do 
esôfago. 
 
Diagnóstico 
História clínica + EDA 
Isabelle Maia 
- Se houver suspeita de câncer esofágico, a primeira 
investigação é geralmente uma EDA 
- A endoscopia pode identificar causas benignas de 
sintomas obstrutivos, além de permitir uma oportunidade 
para dilatação e alívio imediato dos sintomas. 
 
Estadiamento 
 
 
 
 TC de tórax e TC de abdome total (superior) – 
exames mínimos, entretanto a TC não consegue 
identificar o T e o N nos pacientes não metastáticos 
- Quase 100% de acurácia no diagnóstico de doença 
metastática 
- A TC pode definir se o tumor se espalhou do esôfago 
para os linfonodos regionais e/ou estruturas adjacentes e 
pode indicar a presença de metástases à distância. 
- A TC não diferencia com precisão a doença T1a (sem 
comprometimento da submucosa) e a doença T1b (com 
comprometimento da submucosa) 
 
 EUS – Ultrassonografia endoscópica 
- Pode identificar todas as camadas histológicas do 
esôfago, podendo, portanto, confirmar o estádio T. 
- 85% de acurácia para T 
- 75% de acurácia para N 
 
 PET-CT 
- Upstaging em 15% dos pacientes 
- Tem uma sensibilidade mais alta que a TC para 
detectar metástases nodais e distantes e uma 
precisão maior que a TC para determinar a 
possibilidade de ressecção 
- O PET é uma tomografia, mas o que muda é o 
contraste pois é um contraste radioativo. 
 
Linfonodo suspeito é hipoecogênico, ou seja, fica mais 
preto 
 
 
Em A: lesão em esôfago médio 
Lesões tumorais seja lesão primária ou secundária, 
tendem a captar no PET. 
 
Indicações para laparoscopia diagnóstica 
 Lesões T3 e T4 potencialmente ressecáveis 
 Tumores de TEG – transição esofagogástrica 
(Siewert II e III) 
 Suspeita de disseminação peritoneal 
 
Anatomia do esôfago é extremamente importante 
na hora de escolher o tratamento. 
- Esôfago cervical – até o manúbrio do esterno 
- Esôfago torácico superior – até o manúbrio até a veia 
ázigo 
- Esôfago torácico médio: da veia ázigo até a veia 
pulmonar inferior 
- Esôfago torácico inferior: da veia pulmonar inferior até 
o diafragma. 
 
Tumores da transição esôfago-gástrica (TEG) têm 
classificação própria – ou seja, parte inferior do esôfago 
inferior, são considerados tumores da TEG. E tem 
classificação específica: 
• Classificação de Siewert: 
Tipo 1: adenocarcinoma esofágico na porção inferior do 
esôfago com epicentro localizado de 1cm a 5cm acima 
da junção gastroesofágica (linha Z) 
Tipo 2: carcinoma real da cárdia com epicentro do tumor 
até 1 cm acima ou 2 cm abaixo da junção gastroesofágica. 
Tipo 3: carcinoma subcárdico com epicentro do tumor 
entre 2cm e 5cm abaixo da junção gastroesofágica, que 
infiltra a junção gastroesofágica e a porção inferior do 
esôfago a partir de baixo. 
 
Diagnósticos diferenciais 
 Estenose benigna 
 Acalasia 
 
Tratamento: quem não sabe estadiar, não sabe tratar 
- Terapia endoscópica 
- Cirurgia (esofagectomia) 
- Radioterapia 
- Quimioterapia 
 
A abordagem de tratamento inicial é orientada pelo 
estádio clínico da doença (ou seja, limitada [cT1, cN0, M0], 
localizada [cT2, cN0, M0], localmente avançada [cT3-4 
ou cN1-3, M0)] ou metastática [M1]). 
 
Tumores do esôfago cervical 
 Tratamento semelhante a tumores de cabeça e 
pescoço 
 Qt cc RxT – quimioterapia concomitante com 
radioterapia (quimioterapia tem efeito de 
sensibilização da lesão, do que tratamento) 
 Cisplatina + 5-FU 
 50,4 Gy (28x 1,8 Gy) 
 
Tumores do esôfago torácico e abdominal 
 Lesões T1a – 
- Ressecção endoscópica - Indicação para ressecção 
endoscópica: sem invasão vascular linfática, lesão T1A 
e lesão abaixo de 2cm 
- Sobrevida em 5 anos de 98% (Ell et al, 2007) 
- Pacientes de baixo risco 
- Esofagectomia 
 
 Lesões T2 N (qualquer) M0 
- Esofagectomia 
Abordagens cirúrgicas: 
- Esofagectomina radical: requer laparotomia, 
linfadenectomia retroperitoneal, toracotomia e 
incisão cervical para gastroesofagostomia 
- Esofagectomia Trans-hiatal: envolve uma incisão 
supraumbilical e dissecção esofágica distal 
- Esofagectomia Transtorácica: reconstrução do 
tubo gástrico é realizada com uma anastomose 
intratorácica ou anastomose cervical 
 
GIST do esôfago: tumores estromais gastrointestinais 
 Originários das células de Cajal 
 “Marcapasso intestinal” 
 Diagnóstico: EUS com biópsia por agulha fina 
 Tratamento: 
- Observação: GIST<2cm; assintomático 
- Ressecção endoscópica 
- Esofagectomia 
 
Neoplasias benignas do esôfago 
Tumor de células Granulares 
 Origem nas células de Schwann 
 Diagnóstico: EDA e EUS 
 
Leiomiomas 
 Lesão benigna mais comum do esôfago 
- Esôfago médio e distal 
 2 homens : 1 mulher 
 Origem na camada muscular própria 
 Diagnóstico: EUS – Lesão hipoecóica originada na 4ª 
camada 
 Tratamento: enucleação – endoscópica (POEM) e 
VATS

Continue navegando