Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estratégia aplicada à Negociação Comercial Para desenvolver qualquer estratégia, o primeiro passo é ter uma análise do momento atual da empresa. Para que essa análise seja completa, ela deve levar em conta tanto o ambiente interno quanto o externo, ou seja, identificar as potencialidades e fraquezas internas da empresa e as oportunidades e ameaças que caracterizam o ambiente onde ela está ou quer estar inserida. Para conduzir essas atividades, iremos utilizar duas ferramentas teóricas muito difundidas e utilizadas pelos empresários: • Análise SWOT e • Análise das cinco forças de Porter. Análise SWOT É uma ferramenta para analisar cenários e tem um conceito muito simples de entendimento. Ela é utilizada tanto por grandes empresas quanto por pequenos empreendedores que vão iniciar algum novo negócio. → Seu maior objetivo é levantar informações sobre o ambiente e, com base nisso, posicionar a empresa nesse ambiente. A análise SWOT é feita em uma matriz, como a representada na Figura: O nome SWOT é um acrônimo para strengths, weaknesses, opportunities and threats. Em português, algumas pessoas a identificam como FOFA, que é um acrônimo para forças, oportunidades, franquezas e ameaças. Atribui-se a criação desse método a Albert Humprey, importante pesquisador da Universidade de Stanford entre os anos de 1960 e 1970. Podemos dividir a análise SWOT, inicialmente, em duas. → Análise do ambiente interno, procurando os pontos fortes, chamados de forças, e os pontos fracos, chamados de fraquezas. → Análise do ambiente externo, buscando aqueles pontos que a empresa pode aproveitar, ou seja, as oportunidades e os pontos que podem de alguma forma prejudicar a empresa, que são as ameaças. Uma maneira simples de diferenciar o que é ambiente interno do que é ambiente externo é considerar que ambiente externo é tudo aquilo que está fora do alcance direto da empresa, ou seja, mesmo que queira, a empresa não pode mudar aquela situação facilmente. É preciso proceder a uma análise bastante extensa do ambiente externo para levar em conta, efetivamente, todas as oportunidades e ameaças existentes. Para isso, é preciso analisar o ambiente no nível político, ecológico, social, tecnológico, econômico, legal, demográfico, entre outros que você possa identificar. Já a análise do ambiente interno caracteriza-se por olhar os pontos fortes e os pontos fracos que a empresa possui, ou seja, aspectos internos que a empresa construiu ou sobre os quais ela tem poder de atuar, ao menos no médio prazo. A empresa deve saber potencializar as suas forças e traçar planos para minimizar ou até mesmo eliminar as fraquezas. Uma análise SWOT bem conduzida é feita com total imparcialidade pelos membros da empresa. Não é inteligente querer esconder pontos fracos ou ameaças na tentativa de mostrar uma empresa ou um ambiente melhor do que ele realmente é. Assimile A Análise SWOT verifica quatro fatores do ambiente em que a empresa está inserida. Ela analisa as oportunidades e ameaças que o ambiente externo oferece para a empresa e as forças e fraquezas que a empresa tem em seu ambiente interno. Análise das Cinco Forças de Porter Foi criada por Michael Porter (um dos maiores especialista em estratégia do mundo) e publicada inicialmente em dois artigos chamados, As cinco forças competitivas que moldam a estratégia (The five competitive forces that shape strategy) e Como as forças competitivas moldam a estratégia (How competitive forces shape strategy), em 1979, na Harvard Business Review. Cinco fatores (chamados de forças competitivas) devem ser analisados para que seja possível avaliar o ambiente e, com base nisso, desenvolver uma estratégia eficiente. → Considera-se que esses fatores são o microambiente que afeta a empresa, ou seja, aquilo que afeta como a empresa atende os seus clientes e obtém seus resultados. É importante observar que a análise proposta por Porter procura identificar a atratividade de um setor de atuação. Ela é complementar à análise SWOT e contempla uma análise mais estruturada de itens que seriam considerados tanto ambiente interno quanto externo. As cinco forças que são propostas por Porter são: 1. Poder de negociação dos clientes. 2. Poder de negociação dos fornecedores. 3. Rivalidade entre os concorrentes. 4. Ameaça de novos entrantes. 5. Ameaça de produtos substitutos. Podemos observar esses itens na Figura Rivalidade entre os concorrentes Essas cinco forças estão relacionadas ao nível de competição existente entre os concorrentes que já ocupam determinado setor. Pode existir grande rivalidade tanto em relação ao preço de venda dos produtos (o que, por sua vez, pode prejudicar as margens de operação da empresa) quanto em relação a outros fatores, tais como marketing, inovação, recursos humanos, entre outros. Quando a rivalidade é muito acirrada, existe uma grande guerra por clientes, fazendo que as margens de lucro sejam apertadas, por causa da necessidade de se trabalhar com preços baixos e bons descontos. Essa rivalidade é mais acirrada em mercados com crescimento pequeno, quando não existem novos consumidores para serem conquistados e é necessário capturar consumidores que atualmente já são de outra empresa. Outro ponto a ser observado na rivalidade entre os concorrentes é o tamanho deles. Grandes empresas já estabelecidas podem ter um grande poder de reação à entrada de uma nova empresa (podem operar no prejuízo por um tempo apenas para atrapalhar). Em contrapartida, elas são tão grandes que podem achar que você não representa uma ameaça e que você pode não esboçar nenhuma reação. É assim que o pequeno empresário pode mostrar reação. Alguns fatores que podemos observar para melhorar a nossa análise são: Quantidade de concorrentes. Market share dos concorrentes. Taxa de crescimento da indústria/setor. Diversidade dos concorrentes. Porte dos concorrentes. Grau de diferenciação dos produtos Poder de negociação dos fornecedores O poder de negociação dos fornecedores de matéria-prima tem a capacidade de atrapalhar ou auxiliar o desenvolvimento de uma empresa. Esse poder está ligado à quantia de matéria-prima de que um determinado setor precisa. Quando existe apenas um fornecedor, por exemplo, ele tem um enorme poder de barganha, visto que as empresas do setor estão sujeitas às regras que ele impuser, por falta de opções. Quando se tem como fornecedor uma grande empresa e, para estes, a sua empresa representa apenas uma pequena parte das vendas dela, isso pode ser considerado uma ameaça, visto que o fornecedor pode mudar determinadas regras a qualquer momento sem sofrer grandes prejuízos, enquanto que o outro lado sofreria maiores impactos. Outro problema que pode representar uma ameaça dos fornecedores é que, caso o seu fornecedor seja comprado por um concorrente seu, o que chamamos de integrar a cadeia de valor, o fornecedor dificilmente continuará lhe atendendo e, se o fizer, com certeza, oferecerá condições de negócio piores. Alguns pontos que podem ser observados ao se analisar o poder de negociação dos fornecedores são: Quantidade de possíveis fornecedores. Quão estruturadas são as empresas fornecedoras. Qual o grau de diferenciação entre os possíveis fornecedores. Possibilidade dos concorrentes integrarem a cadeia de valor comprando o seu fornecedor. Poder de negociação dos clientes Os clientes sempre vão procurar a melhor opção de compra, ou seja, aquela que atende às suas necessidades pelo menor preço. Setores em que há poucos clientes possuem um alto poder de negociação, visto que sabem que a empresa que irá atendê-los terá muita vantagem.Sabendo disso, esses setores podem forçar queda de preço ou aumento da exigência com o produto, o que é prejudicial para as empresas que estão competindo. Quando o cliente tem muito acesso à informação e baixo custo para trocar de fornecedor sempre, isso também representa uma grande ameaça naquele setor, visto que sempre será preciso lutar contra a concorrência para ser a melhor opção de compra. Esse setor terá margens menores. Assim como no poder dos fornecedores, nesse caso também pode acontecer do seu concorrente comprar o seu cliente como uma estratégia de integrar a cadeia de valor. Isso fará que você perca o cliente e sofra sérias consequências. Outros itens que podem ser levados em conta nessa análise são: Quantidade de possíveis clientes. Quão estruturados são os clientes. Quantidade de informação disponível no setor. Possibilidade dos concorrentes integrarem a cadeia de valor ao comprarem o seu cliente. Ameaça de novos entrantes Entrantes São novas empresas que podem passar a operar no setor e competir com você. O ideal é encontrar um setor que tenha pouca ameaça de novos entrantes caso você queira entrar nele. Mas, uma vez que você tenha passado a atuar, o ideal é criar empecilhos que dificultem o surgimento de novos concorrentes. Por exemplo, você pode desenvolver uma patente ou uma tecnologia única de produção, que faz que novas empresas fiquem impossibilitadas ou tenham muita dificuldade de entrar no mesmo mercado e competir de forma igualitária. Os fatores que podem impossibilitar uma empresa de entrar em um mercado ou setor são conhecidos como barreiras de entrada. São exemplos: patentes, direitos autorais, acesso a canais de distribuição, acesso à mão de obra especializada, necessidade de economia de escala, grande exigência de investimento, leis e políticas e marca já estabelecida. Ameaça de produtos substitutos Os produtos substitutos são aqueles que realizam funções semelhantes às dos seus produtos. Assim, os clientes podem mudar para um produto substituto caso encontrem uma situação que não os agrade. Os produtos substitutos podem já existir. Também é preciso ficar atento ao mercado para substitutos que podem surgir ao longo do tempo e tornarem o seu produto obsoleto. Assimile O modelo das cinco forças de Porter analisa: rivalidade entre os concorrentes, poder de barganhados clientes, poder de barganha dos fornecedores, ameaça de novos entrantes e ameaça de produtos substitutos. Referência: Estratégia empresarial e negociação - Eduardo Pinto Vilas Boas
Compartilhar