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Análise do líquor

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Raíssa Êmily Andrade Souza- 73B
ANÁLISE DO LÍQUOR CEFALORRAQUIDIANO
Referência: Capítulo 173 - Semiologia PORTO 8 edição
O líquor cefalorraquidiano (LCR) é formado pelos plexos coróides situados nos ventrículos cerebrais. É drenado pelos
orifícios do IV ventrículo e drena para a cisterna magna, a partir daí segue dois caminhos:
1. sentido cranial: maior parte, segue para o espaço subaracnóideo encefálico
2. sentido caudal: pequena parte, segue para o espaço subaracnóideo raquidiano
A reabsorção do LCR ocorre nas vilosidades aracnóideas. Quando há equilíbrio entre a formação e a reabsorção, o
volume de LCR no adulto costuma ser de 150 ml, sendo que a barreira hematoliquórica garante a composição do LCR, a
diferença entre ele em relação ao sangue. O LCR serve para facilitar a difusão de substâncias para as diferentes estruturas
do SNC, além de homogeneizar a resposta de defesa nesse local também.
COLETA:
Pode ser feita em três locais: lombar, suboccipital e ventricular, sendo a lombar a mais utilizada. Antes de realizar a coleta
é importante realizar uma TC de crânio, para avaliar se há sinais de hipertensão intracraniana, quadro que contraindica a
coleta, por conta do risco de herniação do tronco cerebelar. Na coleta, a pressão inicial é inferior a 20 e superior a 5
cmH20.
ASPECTO E COR
O LCR normal é límpido e incolor, em casos de turbidez e aspecto purulento desconfiar de patologias do SNC. É
importante analisar a presença de sangue no LCR e saber diferenciar se é proveniente de hemorragia subaracnóidea ou por
sangramento local no momento da punção. Para isso, observa-se a continuidade da hemorragia, se ela continua durante
toda a coleta de maneira homogênea, desconfia-se de hemorragia subaracnóidea, já que o sangramento local tende a
cessar com tempo. Além disso, após a centrifugação, o tubo de ensaio com hemorragia costuma ter xantocromia e o de
sangramento local da punção fica incolor.
A xantocromia é a principal alteração da cor do líquor, ocorre em casos de bloqueio do canal raquidiano, hemorragia
subaracnóidea, AVC hemorrágico e TCE. Quando a hemorragia é muito recente, tem-se a eritrocromia, em que o LCR
encontra-se avermelhado.
COMPONENTES DO EXAME DE LCR: dosagem bioquímica + exame imunológico + exame microbiológico
1. NÚMERO DE CÉLULAS
É feito análise do número de células presentes no LCR, a partir do segundo mês de vida já se tem os valores normais
encontrados no adulto. Quando ocorre aumento no número de leucócitos, chama-se hipercitose ou pleocitose.
2. TIPO DE CÉLULAS
A citomorfologia é usada para saber qual célula aumentou e pode ser usada para fazer análise de células tumorais no
LCR.
3. PROTEÍNAS
As proteínas são analisadas com os valores séricos totais ou em frações proteicas. Em lactentes, <6 meses de vida, há
concentrações maiores de proteína de maneira fisiológica, porque ainda há uma imaturidade da barreira hematoencefálica.
As alterações de perfil protéico podem ter causa inflamatória local ou por dano à barreira hematoencefálica. Em casos de
alterações da BHE, há três tipos de perfil:
1. tipo albumínico: aumento da albumina, com alterações discreta
2. tipo sérico: alterações intensas, com perfil protéico semelhante ao do sangue
3. tipo misto: mistura do perfil normal e do soro, quando há inflamação ocorre aumento do teor de gamaglobulina.
Raíssa Êmily Andrade Souza- 73B
4. GLICOSE
Os aumentos de glicose no LCR são proporcionais ao aumento da glicemia do sangue, sendo um efeito secundário a esse
quadro. Mas, em casos de diminuição da glicose no LCR, desconfia-se de processo inflamatório, já que alguns
microrganismos costumam consumir glicose e assim diminuem a sua concentração no LCR.
5. CLORO
O aumento e a diminuição da clororraquia costumam ser secundários às variações no sangue. Mas, em alguns casos de
meningites ou meningoencefalites, pode ser observado hipoclororraquia.
6. ENZIMAS
Os níveis de Transaminase glutâmico-oxalacético (TGO) podem estar aumentados quando há necrose do parênquima
encefálico
7. IMUNOLOGIA
Pode ser realizado exames imunológicos no LCR, para pesquisa de antígeno por teste PCR, ELISA, aglutinação, entre
outros. Em suspeita de demência sempre pesquisar por anticorpos de sífilis. Nos casos de suspeita infecciosa, analisar
quadro clínico em conjunto com a epidemiologia e prevalência.
8. MICROBIOLOGIA
Além de testes imunológicos, podem ser realizados testes microbiológicos em casos de suspeita de quadros infecciosos,
por meio da realização de culturas, principalmente em casos de suspeita de meningite.
LCR NAS DOENÇAS DO SNC
PROCESSOS EXPANSIVOS TUMORAIS: hiperproteinorraquia discreta, xantocromia, aumento da atividade
enzimática (TGO e DHL); pode ser encontrado células tumorais para análise citológica.
PROCESSOS HEMORRÁGICOS: sobrenadante xantocrômico após centrifugação, há aumento de contração protéica,
com alteração no protéico (albumínico, misto ou sérico), com presença de enzima (DHL e TGO)
PROCESSOS INFECCIOSOS: pode ter alteração por infecção sistêmica ou local no SNC
1. MENINGITE AGUDA LINFOCITÁRIA: líquido turvo, com pleocitose, concentração protéica normal ou
discretamente aumentada, glicose pode estar normal ou diminuída. Geralmente é desencadeada por quadro viral.
2. MENINGITE AGUDA NEUTROFÍLICA OU BACTERIANA: líquido turvo ou purulento, com pleocitose
intensa, aumento de proteína, diminuição de glicose (consumo), perfil protéico tipo sérico. Para investigar o
agente etiológico, pode ser aplicado testes imunológicos (aglutinação por látex, PCR) e culturas.
O tratamento empírico com ATBO pode alterar o resultado da análise do LCR na identificação do agente
etiológico.
3. MENINGITES SUBAGUDA: líquido moderadamente turvo, com pleocitose moderada, hiperproteinorraquia
moderada com perfil tipo misto, hipoglicorraquia. Aqui enquadra-se meningite bacteriana insuficientemente
tratada, meningoencefalite por tuberculose, por leveduras e algumas infecções focais do SNC (abscesso e
empiema).
Na meningite tuberculosa, o agente etiológico raramente é encontrado no exame direto, demora a se desenvolver
nas culturas.
4. MENINGITE CRÔNICA: o líquido costuma ser límpido e incolor, com pleocitose discreta, com
hiperproteinorraquia discreta e glicorraquia normal, com aumento de gamaglobulinas. Nesses casos deve ser
investigado: neurossífilis, pan-encefalite, neurocisticercose, neuroesquistossomose.
AFECÇÕES DESMIELINIZANTES DO SNC: tem resposta inflamatória local, com características da análise do líquor
da meningite crônica.
Raíssa Êmily Andrade Souza- 73B

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