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Vitória Carolina – Med Vet / Obstetricia e GO Reconhecimento Materno na Gestação A secreção de progesterona é essencial para a manutenção da gestação em TODOS os MAMÍFEROS. A sobrevivência do embrião no útero depende do prolongamento da funcionalidade do corpo lúteo (CL) formado após a ovulação, que passa a ser denominado CL gravídico. O fenômeno pelo qual o CL periódico do ciclo é transformado em CL gravídico é chamado de reconhecimento materno da gestação. O embrião em início de desenvolvimento sintetiza uma grande quantidade de substâncias: citocinas, enzimas. Prostaglandinas, hormônios etc. Na maioria das espécies o reconhecimento é retardado até que o blastocisto seja transportado para o lúmen uterino. Para manter o corpo lúteo o concepto secreta uma substância que compete com os efeitos da prostaglandina no CL, pois as prostaglandinas têm efeito luteolitico. Nas células do endométrio a ocitocina se acopla a um receptor de membrana, estimulando a ação da fosfolipase C. Sob a ação dessa enzima, fosfolipídios da membrana são degradados, levando à liberação de Ca, o qual estimula a ativação da proteína quinase C. Esta enzima promove a fosforilação da fosfolipase A2 no citoplasma da célula, mobilizando o ácido aracquidônico a partir de fosfolipídios de membrana. O ácido araquidônico é convertido em PGH² pela ação das enzimas prostaglandinas-endoperoxidase sintase 1 ou 2, conhecidas anteriormente como COX 1 e 2. A enzima PGF sintase converte a PGH² em PGH²³ e a enzima PGE sintase converte a PGH² em PGE. Ocorre por volta da 12º ao 13º dia de gestação na ovelha e do 14º ao 16º dia na vaca. A substância que está envolvida na sinalização é uma proteína secretada pelo trofoblasto, a trofoblastina, uma interferona do tipo I, a interferona tau. As moléculas de interferona são citocinas com propriedades antivirais, antiproliferativas e imunomodulatórias, protege contra infecções virais e células malignas. A interferona tau é produzida pelo concepto e que leva ao reconhecimento da gestação em ruminantes. Inibe a expressão dos receptores de estrógeno e de ocitocina no epitélio luminal do endométrio e evita a liberação de pulsos leuteolíticos de prostaglandina. Vitória Carolina – Med Vet / Obstetricia e GO A interferon tau é liberada em grandes quantidades pelas células do trofoectoderma quando o blastocisto começa a se alongar. O concepto ovino secreta IFNt entre o 10º e 25º dia, com pico de secreção entre os dias 14 e 16 da gestação. No bovino, a secreção ocorre entre o 12º e o 26º dia, com pico entre os dias 15 e 16. O interferon tau atua por meio do silenciamento dos transcritos do gene para ESR1, o qual impede a expressão de OXTR nas células do epitélio luminal e glandular superficial do útero, e do silenciamento da expressão do ESR1; e previna o estradiol de induzir a formação de receptores de prostaglandina. A perda das prostaglandinas é necessária para expressão dos genes estimulados pela progesterona e pelo interferon tau que suportam o desenvolvimento do concepto. Em ruminantes o interferon tau diminuí a produção de prostaglandina pela inibição de prostaglandina livre. Em ovelhas previne a luteólise por meio da inibição da expressão dos receptores endometriais para estrógeno e ocitocina. Na porca são necessários, no mínimo 4 embriões para que ocorra a inibição do efeito lutelitico no útero. O blastocisto sofre muitas alterações entre 10 a 12 dias de gestação, o alongamento rápido do concepto torna possível a maximização da área de contato entre as trofoectoderme dos embiões suínos secretam estrógenos (estrona e estradiol), interferona G e interferona D. O fator produzido pelo concepto que é responsável pelo reconhecimento materno na gestação é o estrógeno, que é produzido entre os dias 11 e 15 da gestação. O estrógeno não inibe a secreção de prostaglandina, mas altera a maneira como a prostaglandina é secretada em porcas prenhes. Ainda não é conhecido o que é produzido pelo concepto que é responsável pelo reconhecimento materno na gestação. O embrião equino produz uma enorme quantidade de estrógeno. Tem estudos que mostram a ocitocina participa diretamente da luteólise. O embrião de equino apresenta como característica a movimentação no interior do útero no ínicio do desenvolviemento embrionário. E por meio dessa migração que ocorre a diminuição da produção de prostaglandina pelo endométrio. O embrião se fixa no 16º dia de gestação, pois há aumento do tônus uterino associado ao aumento do tamanho da vesícula. Vitória Carolina – Med Vet / Obstetricia e GO A prostaglandina está associada a contratilidade uterina liberadas pelo concepto. A rejeição imunológica do concepto é bloqueada, em parte, devido à redução da expressão de antígenos de histocompatibilidae classes I e II na superfície do concepto. Durante a gestação é criado um ambiente intrauterino no qual os tecidos maternos e o trofoblasto secretam moléculas inibidoras da replicação de linfócitos ou inibidoras da atividade celular para reduzir a reatividade imunológica MHC na placenta de bovinos ocorre no epitélio coriônico interplacentomal. Tanto o concepto quanto a mãe produzem substâncias que podem inibir a proliferação de linfócitos. Nos bovinos as prostaglandinas e interferon tau inibem a função do linfócito T. A gestação em equinos é única entre os mamíferos devido à formação dos cálices endometriais, que são estruturas de origem fetal, inseridas no endométrio materno que produzem uma gonodotrofina coriônica. Estas estruturas estão relacionadas com uma resposta imune materna humoral e celular.
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