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Previdenciária - Auxílio Doença

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EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) FEDERAL(A) DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE APARECIDA DE GOIÂNIA - GO
 
  
ELIENE DE SOUZA SANTOS, brasileira, viúva, doméstica, portadora do RG n°: 0543627330 – SSP-BA, inscrita no CPF n° 805.623.371-72, NIT n° 113.96443.09-0, filho de Maria de Souza Santos, email: desconhecido, residente e domiciliada na Rua Maceió, quadra 130, s/nº, Condomínio Residencial Amazônia Park 1, apto. 403, bloco 12, Parque Amazonas, Goiânia, Goiás, CEP 74843-140, Goiás, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional no Núcleo de Prática Jurídica da PUC – Goiás, com fulcro no artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil Brasileiro, bem como, Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1.991, vem propor a presente 
AÇÃO DE CONHECIMENTO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA c/c APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
(com tutela de urgência em caráter antecipado)
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal criada pela Lei nº 8.029, artigo 14, de 12 de abril de 1.990, e pelo Decreto nº 99.350, de 27 de junho de 1.990, com sede na Capital Federal e representação judicial na Cidade de Aparecida de Goiânia, na Rua Uberaba esq. com Avenida Uru, quadra 115, lote 3/4, Setor Afonsos. CEP 74915-283, pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:
 
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente a requerente declara, que no momento, não possui condições de arcar com as custas processuais e honorarios advocatícios sem prejuízo de sustento próprio, bem como o de sua família, ois encontra-se sem receber salpario e nem auxílio-doença, bem como pelos gastos extras causados pela doença o seu marido também não está em condições, razão peça qual faz jus e requer o benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98 vigente Codígo de Processo Cívil de 2015.
2. DOS FATOS
ELIENE DE SOUZA SANTOS foi diagnosticada com neoplasia maligna CID 50.9 (câncer de mama), a primeira vez no dia 08/01/2018 e mesmo estando revestidas de direito, já que a contribuinte ao ser submetida a tratamento médico, ficou impossibilitada de trabalhar regularmente e não requereu nenhum benefício previdenciário do INSS no ano de 2018, (conforme documento anexo na pg 5 de 8), 
Após obter a cura da referida doença, de imediato, estando apta a retornou para às suas atividades laborais, o que durou até o ano de 2021. No entanto em dezembro de 2021, a ELIENE DE SOUZA SANTOS, foi novamente diagnosticada com a mesma doença maligna. Diante a situação gravosa da doença, restou-se obrigada a se afastar das suas funções trabalhistas, pois teve que ser submetida a cirurgia na data de 07/02/2022, e por indicação médica aconselhou-se repouso imediato, assim como afastamento das suas funções por tempo indeterminado.
A decisão administrativa do INSS que limitou a concessão do aludido benefício ao mês de janeiro e seguintes do ano de 2022 encontra-se desacompanhada de maiores justificativas,	
	
3. DOS FUNDAMENTOS
	Os benefícios previdenciários destinados a assegurar a cobertura de eventos causadores de doenças, lesões ou invalidez, encontram-se previstos na Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, nos arts. 42 e 59, respectivamente, dependendo da caracterização da incapacidade ser temporária ou definitiva caracterização de um ou de outro.
	Diz o art. 59, in verbis:
“Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.”.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”.
	Por sua vez, o art. 42, enuncia que:
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
	Da análise dos dispositivos legais acima transcritos, se extraem os requisitos necessários para concessão dos benefícios, são eles:
a) qualidade de segurado;
b) carência ao benefício;
c) incapacidade temporária (auxílio-doença) ou permanente (aposentadoria por invalidez), ou seja, que o segurado se apresente insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.
Ocorre Excelência, que o pedido de auxílio-doença realizado em 20/01/2021, sob alegação de que a incapacidade da autora para o trabalho é anterior ao início/reinício das contribuições para a Previdência Social. 
	Ora, é certo que no primeiro diagnóstico da referida doença no ano de 2018 a autora não estava na qualidade de segurada, sendo assim, obteve a cura temporária da doença, voltando à sua atividade laboral e à contribuição do seguro social.
Contudo, no ano de 2021, veio a ser acometida novamente pela mesma doença, porém nesta oportunidade já se encontrava na qualidade de segurada em observância da carência mínima requerida para tal feito. 
Assim, conforme relatórios médicos em anexo, a autora se encontra em situação de incapacidade para a volta de sua atividade laboral, pois a doença está em estágio gravoso e a autora permanece em tratamento médico.
Como é sabido, a doença que acomete a autora é de grande periculosidade, tendo um tratamento que apesar de benéfico possui uma carga corporal e emocional ao paciente muito grande. Desta forma, possui a possibilidade de sua recuperação total, porém também há a possibilidade de possíveis sequelas, assim como a possível piora no quadro da doença. Toda essa situação, torna a autora inapta ao trabalho.						
	O que se percebe, de fato, no caso em tela, é que até o momento a autora não apresentou melhora capaz de reabilitá-lo para o trabalho. As melhoras existiram, foram progressivas, mas não suficientes para que pudesse retornar ao trabalho.
	Conforme se percebe da análise dos fatos e dos requisitos legais, a autora preenche todos os requisitos que autorizam a concessão do benefício de auxílio-doença, porquanto não possui mais condições de exercer seu labor, preencheu, à época da suspensão do benefício, os requisitos de qualidade de segurada e carência, bem como quanto à situação clínica.
4. CONVERSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
No vertente caso, conquanto a demandante apresente todas estas características – sendo devida, portanto, a aposentadoria por invalidez –, houve a supressão da concessão do auxílio-doença, após a sua sucessiva disponibilização à requerente ao longo de vários anos.
A decisão administrativa do INSS que limitou a concessão do aludido benefício ao mês de janeiro e seguintes do ano de 2022 encontra-se desacompanhada de maiores justificativas – o que, destaca-se, resulta em prejuízo, inclusive, ao contraditório e à ampla defesa –, revelando-se, portanto, desmedida e sem razão.
A este respeito, cumpre ressaltar que a mesma severa doença, que determinou a concessão do supracitado benefício por extenso período, ainda se faz presente, consoante se extrai dos relatórios e receituários médicos acostados aos autos, não tendo sofrido drásticas evoluções ou involuções no decorrer deste interstício.
Assim, tem-se que a suspensão do benefício previdenciário em comentodecorreu seguramente de vício ou falha na avaliação (perícia médica) por parte do Réu.
Nesse sentido, é forçoso observar que, ante o equívoco perpetrado pela autarquia previdenciária, o auxílio-doença é devido desde a sua cessação (em 18/02/2021), haja vista que, quando da suspensão do benefício, a autora permanecia na condição incapacitante que determinou o recebimento nos anos anteriores.
Tal raciocínio pode ser extraído, por analogia, do entendimento consolidado pela Turma Nacional de Uniformização – TNU, que estabelece que quando da conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, a concessão desta é devida desde a data da cessação irregular daquele benefício. Vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE ANTERIOR À PERÍCIA JUDICIAL. CONSTATAÇÃO PELA SENTENÇA. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO: DATA DO CANCELAMENTO INDEVIDO DO BENEFÍCIO E NÃO A DATA DA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO PROVIDO. 1. O autor, ora recorrente, pretende a modificação do acórdão que, confirmando os termos da sentença, acolheu em parte o seu pedido, restabelecendo o pagamento de auxílio-doença desde a cessação indevida, em 21-6-2010, e determinando sua conversão em aposentadoria por invalidez, com o acréscimo de 25%, a partir da realização da perícia médica judicial, em 1-3-2011. Sustenta, em síntese, que o marco inicial de benefício por incapacidade é contado a partir da juntada do laudo médico-pericial somente quando este for inconclusivo quanto à data de início da incapacidade. Pede, ao final, que a data de início da aposentadoria por invalidez seja fixada na data do cancelamento indevido do auxílio-doença. Cita como paradigmas diversos julgados do Superior Tribunal de Justiça. 2. Encontra-se configurada a divergência exigida pelo art. 14, § 2º, da Lei 10.259/01, já que o cerne principal da discussão cinge-se à definição do termo inicial do benefício de aposentadoria por invalidez, na hipótese de cessação de auxílio-doença quando já presente a incapacidade total e permanente. 3. O acórdão e a sentença consignaram que a incapacidade total e permanente, segundo o laudo pericial, remontava a maio de 2009, mas fixaram a data inicial da aposentadoria por invalidez no primeiro dia do mês em que foi realiza a perícia judicial. 4. Razão assiste ao recorrente. Esta Turma já firmou o entendimento de que, em se tratando de conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez e sendo a incapacidade anterior à cessação do primeiro, há presunção de continuidade do estado incapacitante desde a data do indevido cancelamento. Precedente da TNU (Pedilef 2009.71.50.013387-2, relator o Sr. Juiz Alcides Saldanha Lima). 5. Percebe-se, pelos termos da sentença, confirmada pelo acórdão, que o recorrente já estava incapaz total e permanentemente desde a cessação do auxílio-doença. Assim, não poderia ter sido deferido o benefício por incapacidade desde o exame. 6. Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95. 7. Incidente conhecido e provido para: (i) reafirmar a tese de que, em se tratando de conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez e verificada a invalidez desde a cessação do primeiro, a data do exame não pode ser considerada como marco de sua concessão; (ii) reformar o acórdão impugnado, determinando o pagamento de aposentadoria por invalidez, com o acréscimo de 25%, desde a data da indevida cessação do auxílio-doença, ou seja, a partir de 21-6-2010; (iii) condenar o INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em vinte por cento sobre o valor da condenação, observada a Súmula 111 do STJ.
(TNU - PEDILEF: 50151865920114047108, Relator: JUIZ FEDERAL GLÁUCIO FERREIRA MACIEL GONÇALVES, Data de Julgamento: 09/04/2014, Data de Publicação: 25/04/2014) (sem grifos no original).
Em que pese a tentativa de reingressar à atividade de doméstica, as sequelas ensejadas pela doença e pelo severo tratamento quimioterápico ao qual a autora se submeteu, impossibilitou-a de exercer atividade laboral então exercida, cuja demanda de realização de movimentos constantes e repetitivos é incompatível com o seu atual estado de saúde.
Nesse passo, deve-se registrar que nem mesmo o tratamento intensivo com fortes medicamentos foi capaz de reabilitá-la para o exercício do aludido ofício.
Calha destacar que, devido à doença, a autora tem que fazer exames periódicos, terá que se manter em tratamento no período de 07 anos, além disso reclama de dores no corpo, sendo assim, todos esses aspectos apresentados inviabilizam o seu labor.
Outrossim, em tais casos – em que há o recebimento contínuo e reiterado do benefício previdenciário – o ônus de promover a reabilitação é do INSS, que, no entanto, não o fez e, portanto, não pode agora suspender a concessão do auxílio-doença ou negar a concessão de aposentadoria por invalidez.
A respeito do dever da autarquia previdenciária de promover a reabilitação da segurada – o que não foi feito no período em que a autora encontra-se incapacitada e em percepção de auxílio-doença – observa-se o seguinte julgado:
PREVIDENCIÁRIO. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. INSERÇÃO DO SEGURADO, PELA SEGUNDA VEZ, A UM NOVO PROCESSO DE REABILITAÇÃO. POSSIBILIDADE. - A teor do art. 89, da Lei nº 8.213/91, o processo de habilitação e reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a reeducação e readaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. - Se por um lado, não é da responsabilidade do INSS, através do processo de reabilitação profissional, manter o beneficiário no mercado de trabalho, por outro lado, ele não pode se eximir de sua obrigação em capacitar de forma eficiente a pessoa necessitada para o exercício de atividade profissional que o possibilite a prover sua própria subsistência. - Em não sendo atingido o objetivo da reabilitação profissional, qual seja, a capacitação do beneficiário para o mercado de trabalho numa nova atividade que não aquela para a qual se tornou incapacitado, há de se reconhecer o direito do autor de participar de um novo programa de reabilitação. Apelação e remessa obrigatória improvidas. (TRF-5 - AC: 287893 PE 0009341-06.2002.4.05.0000, Relator: Desembargador Federal José Maria Lucena, Data de Julgamento: 10/11/2005, Primeira Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça - Data: 15/12/2005 - Página: 573 - Nº: 240 - Ano: 2005) (sem grifos no original).
Não se pode perder de vista, ainda, as condições socioeconômicas da demandante, cuja formação escolar encontra-se restrita ao ensino fundamental e que o único ofício que tem experiência é o de doméstica, o qual, entretanto, apresenta exigências motoras incompatíveis com sua atual condição física e de saúde.
Com efeito, não se revela razoável exigir que se insira no competitivo mercado de trabalho, que permeia a sociedade moderna, pessoa que, além de incapacitada fisicamente para o trabalho, não possua significativa instrução escolar.
A este respeito, Frederico Amado[footnoteRef:1] ensina que “além das condições clínicas do segurado, será preciso analisar a sua idade e condições sociais, pois, em alguns casos a baixa escolaridade e a idade avançada tornam inviável a reabilitação profissional, sendo necessário se conceder a aposentadoria por invalidez ao segurado”. [1: ] 
Nesse diapasão, verifica-se o entendimento do STJ:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS. REEXAME. PROVA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. 1. Segundo a jurisprudência deste Colegiado, é possível a verificação do contexto socioeconômico do segurado com a finalidade de concessão da aposentadoria por invalidez sem ofensa à norma do art. 42 da Lei de Benefícios. 2. A inversão do decidido pelas instâncias ordinária demanda o revolvimento do contexto fático dos autos e desafia a Súmula n. 7/STJ. Precedente da egrégia Terceira Seção. 3. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no Ag:1270388 PR 2010/0010566-9, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 29/04/2010, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/05/2010) (sem grifos no original).
Do mesmo modo, a Turma Nacional de Uniformização estabelece em sua súmula 47 que “uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez”.
Nesse sentido, conquanto os requisitos para a concessão do aludido benefício previdenciário seja, normalmente, de difícil demonstração, cumpre reconhecer que, no caso em apreço, tais elementos condicionantes da aposentadoria por invalidez são presumidos em razão da impossibilidade do exercício de qualquer outra atividade laboral remunerada, bem como pela extensa concessão de auxilio doença, além dos laudos médico-periciais constatando a sua incapacidade.
Desse modo, ante a situação fática declinada e em face do preenchimento dos requisitos legais do benefício em comento, é forçoso concluir pela necessidade de concessão, retroativa e em caráter antecipado, do benefício de auxílio-doença – devido desde a data da sua cessação –, e da aposentadoria por invalidez.
5. DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECIPADO
Verificada a presença dos requisitos para a satisfação antecipada do direito pleiteado pela Autora, demonstrando o dano real que ainda sofre a autora, torna-se imperativo o deferimento da tutela de urgência em caráter antecipado para que este juízo determine o pagamento do benefício de auxílio-doença no período em que foi suspenso.
 	A medida antecipatória, objeto de liminar na própria ação principal, representa providências de natureza emergencial, executiva e sumária, adotadas em caráter provisório, eis que a parte autora, no período de suspensão do benefício, custeou com recursos próprios o tratamento desprovendo as reservas que guardava, estando assim atualmente temerariamente dependente da percepção do benefício.
Conforme alude o Art. 300 do Código de processo Civil, in verbis:
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
	A verossimilhança das alegações pode ser corroborada simplesmente com a análise da documentação em anexo, a qual demonstra incapacidade laborativa da autora durante o período relatado.
Desta forma, segue o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUXÍLIO-DOENÇA. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA.
À tutela de urgência antecipada (CPC/15, art. 300), revela-se indispensável não só a probabilidade do direito mas também a presença de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, aos quais se deverá buscar, na medida do possível, maior aproximação do juízo de segurança consignado na norma, sob pena de subversão da finalidade do instituto da tutela antecipatória.
	Diante de todo o exposto, está evidente a prática abusiva na relação de seguro social, devendo ser concedido o benefício de auxílio-doença para o período que foi suspenso. Ademais, são inegáveis os danos causados a Autora, decorrentes da conduta ilícita da parte Ré.
 
IV - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
a. Que seja concedido o benefício de justiça gratuita, para fins de eventual interposição de recurso perante a Turma recursal, por não conter insuficiência financeira.
b. Que seja aceita a tutela de urgência com caráter antecipado para que a autora receba o benefício do AUXÍLIO-DOENÇA provisoriamente até decisão final do processo.
c. Que o pedido julgado seja considerado procedente para condenar o réu ao pagamento do benefício de AUXÍLIO DOENÇA, desde 18/02/2022, monetariamente corrigido desde o respectivo vencimento e acrescidos de juros de mora, incidentes até a data do efetivo pagamento;
d. Posteriormente a conversão em APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, a partir da data da efetiva constatação da total e permanente incapacidade;
e. Honorários Advocatícios a serem arbitrados na porcentagem que melhor entender este Douto Juízo, bem como as Custas processuais, despesas emergentes, correção monetária e juros de mora sobre o total da condenação;
f. A requerente opta pela realização da audiência de conciliação ou mediação nos termos do art. 319, VII, do CPC;
g. Os benefícios da Justiça Gratuita, em concordância com art. 98, do NCPC, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo e não reunir condições de arcar com as despesas e custas processuais sem prejuízo de sua própria subsistência, face a declaração de pobreza ora juntada;
Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, perícias, vistorias, juntada de novos documentos e demais provas que se fizeram necessárias.
Termos em que, estando ciente de que os valores postulados perante este Juizado Especial Federal não poderão exceder a sessenta (60) salários-mínimos e, dando-se à causa o valor de R$ 72.720,00.
Nestes termos, pede deferimento.
 
Aparecida de Goiânia, 12/03/2022
Ihalita Bailona
OAB/GO nº 11.111
Leandro Fernandes de Almeida
OAB/GO n° 22.222
Marcello Lima Junior
OAB/GO nº 33.333