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CURSO INTENSIVO PARA RESIDÊNCIAS T R A N SV E R SA L POLÍTICAS DE SAÚDE PROFESSOR Carlos Ambrosio da Cruz Santos Graduado em Administração pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Coach com formação pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). Consultor em Marketing Digital. Atual- mente é Editor-Chefe na Empresa Residências Saúde. ORGANIZADORA Natale Oliveira de Souza Mestre em Saúde Coletiva pela UEFS. Gradua- da pela UEFS em 1998, pós-gra duada em Gestão em Saúde, Saúde Pública, Urgência e Emergência, Auditoria de Sistemas, Enfermagem do Trabalho e Direito Sanitário. Atua como Coach, Mentora e Consultora/Professora e Palestrante na área de Concursos Públicos/Residên cias. Funcionária pú- blica da Prefeitura Municipal de Salvador – Atenção Básica. Conta com 16 aprovações em concursos e seleções públicas, dentre elas: Progra ma de Interio- rização dos Profissionais de Saúde, lotada em Mi- nas; Consultora do Programa Nacional de Controle da Dengue (OPAS), lotada em Brasília; Consultora Internacional do Programa Melhoria da Qualidade em Saúde pelo Banco Mun dial, lotada em Salvador. Governo do estado da Bahia – SESAB, Prefeitura Muni cipal de Aracaju, Prefeitura Municipal de Sal- vador, Professora da Universidade Federal de Ser- gipe UFS, Educadora/FIOCRUZ, dentre outros. 2020 © Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora. Intensivo para residências: Políticas de Saúde Thalita Galeão Fabrício Sawczen Fabrício Sawczen Pedro Muxfeldt Caio Vinicius Menezes Nunes Paulo Costa Lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva Título | Editor | Projeto gráfico e diagramação| Capa | Revisor Ortográfico | Conselho Editorial | Editora Sanar S.A R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & Pool, 3ro Andar - Caminho das Árvores CEP 41820-770, Salvador - BA Tel.: 0800 337 6262 atendimento@sanar.com www.sanarsaude.com Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP) Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846 C957is Cruz, Carlos. Intensivo para Residências: Políticas de Saúde / Carlos Cruz. - 1. ed. - Salvador, BA : Editora Sanar, 2020. 84 p.; il.. E-Book: PDF. ISBN 978-65-86246-73-5 1. Medicina. 2. Políticas. 3. Residências. 4. Saúde. 5. SUS. 6. Transversal. I. Título. II. Assunto. III. Cruz, Carlos. CDD 614 CDU 614 ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Políticas em Saúde. 2. Políticas Públicas em Saúde. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CRUZ, Carlos. Intensivo para Residências: Políticas de Saúde. 1. ed. Salvador, BA: Editora Sanar, 2020. EBook (PDF). ISBN 978-65-86246-73-5 SUMÁRIO Apresentação .................................................................................... 5 Políticas de Saúde ............................................................................ 6 1. Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) ............................ 7 2. Política Nacional de Promoção Da Saúde (PNPS) ................... 41 3. Política Nacional de Humanização (HumanizasSUS) ............. 61 Gabarito ............................................................................................. 81 Referências ....................................................................................... 82 Olá, futuro (a) residente! Seja muito bem-vindo (a) ao nosso curso sobre as principais Políticas de Saú- de que auxiliam na consolidação do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). É com um prazer enorme que iniciamos aqui a nossa caminhada rumo à sua aprovação. Tendo como objetivo ajudá-lo (la) nesse processo, elaboramos uma superaula, abordando as principais Políticas de Saúde no Brasil. Ao longo desse material abordaremos os principais assuntos cobrados nos processos seletivos para Residência Multiprofissional em todo o país. Começaremos abordando a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e depois abordaremos mais duas políticas essenciais para a apro- vação em concursos e residências, a Política Nacional de Humanização e a Política Nacional de Promoção da Saúde. O nosso foco nessa aula é fornecer um conteúdo direcionado, utilizando uma linguagem clara e explicativa, que seja de fácil entendimento. Ao final da leitura esperamos que o conteúdo passado seja assimilado de forma definitiva e, ao longo do texto, serão utilizados diversos recursos que fa- cilitam a apreensão e memorização dos tópicos mais importantes. Fique esperto que, ao final do curso, você poderá revisar todo o conteúdo dessa disciplina com uma videoaula, além de aulas com questões comen- tadas das provas anteriores, e simulados, para você colocar em prática tudo o que aprendeu. APRESENTAÇÃO 6Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde POLÍTICAS DE SAÚDE As Políticas de Saúde possuem o intuito de garantir o acesso às condi- ções que promovem a saúde no Brasil, conforme descrito no artigo 196 da Constituição Federal, visando à redução do risco de doença e de outros agravos, o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promo- ção, proteção e recuperação da saúde de todos os usuários. Corroborando também com os princípios da integralidade da assistência e da equidade, as políticas foram sendo elaboradas ao longo da existência do SUS, formando um escopo extenso que visa proteger e permitir aces- so em todos os níveis do sistema de saúde para toda a população. Em 2017, frente ao número gigantesco de políticas que compõem o SUS, houve uma consolidação dessas normas, em 06 dispositivos que são cha- mados de Portarias de Consolidação das Normas do SUS. A partir de agora vamos conhecer três das políticas mais importantes, quando o assunto é prova de concursos e residências. 7Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde 1. POLÍTICA NACIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) A Atenção Básica está disciplinada atualmente na Portaria de Consolida- ção nº 02, de setembro de 2017, sendo que, poucos dias antes, já havia sido publicada, e na Portaria nº 2.436, também em setembro de 2017, que divulgava a nova Política Nacional da Atenção Básica. O que é mais importante aqui é entender que as bancas podem contextua- lizar a questão mencionando tanto a portaria de consolidação nº 02 quan- to a Portaria 2.436, de 2017, e vamos trabalhar de uma forma que você es- teja apto para responder às questões. A Atenção Básica – AB é o primeiro nível do sistema, é considerada a porta pre- ferencial de entrada, centro de comunicação e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde – RAS. Deve ser desenvolvida com base territorial e população defini- da (adscrita), onde os indivíduos, família e coletividade têm acesso a equipes multiprofissionais, que desenvolverão suas ações seguindo os princípios e di- retrizes do SUS, além dos específicos descritos na portaria que dispõe sobre a AB. As ações da AB são longitudinais, ou seja, os indivíduos devem ser acompa- nhados em todo seu ciclo de vida. No entanto, os problemas agudos não são o foco do primeiro nível do sistema – a AB –, e sim os problemas e as situações crônicas. Isso não quer dizer que os casos de urgência/emergência não serão atendidos nas unidades de saúde, mas devem ser referenciados para as insti- tuições que darão resolutividade a essas situações. Uma das coisas mais importantes sobre a nova PNAB – aqui sugiro que você realmente decore de uma vez – é que ela traz a igualdade entre os termos Atenção Primária e Atenção Básica. 8Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Essa nova Política ratifica que os termos Atenção Básica e AtençãoPri- mária são equivalentes. Atenção Básica Atenção Primária EQUIVALENTES ACERTE O ALVO! A Atenção Básica é o primeiro nível da atenção, é con- siderada a porta de entrada preferencial e ordenadora Rede de Atenção à Saúde. Um item que despenca em provas é a própria definição de Atenção Bási- ca, que sofreu alteração com a publicação da atual portaria. 9Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde O conjunto de ações de saúde A AT EN ÇÃ O B ÁS IC A É Individuais Familiares Coletivas Que envolvem Desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão. Promoção Diagnóstico Redução de danos Prevenção Tratamento Cuidados paliativos Proteção Reabilitação Vigilância em saúde Realizada com equipe multiprofissional. Dirigida à população em território definido, sobre a qual as equipes assumem responsabilidade sanitária. 10Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Além disso, a Atenção Básica traz mais alguns itens superimportantes para as provas: A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pes- soas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, con- dição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual e funcional. Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas estratégias que permi- tam minimizar desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. Dica: A Atenção Básica tem papel fundamental na Rede de Atenção à Saúde, como principal porta de entrada e coordenadora do cuidado. Além disso, o pro- cesso de trabalho está intimamente relacionado ao cuidado com o indivíduo dentro do contexto de vida, incluindo território, trabalho, família, desejos e particularidades. Utiliza tecnologia leve de cuidado, mas de uma complexidade tamanha. Os profissionais são vinculados e conhecidos por aqueles que resi- dem no território adscrito, levando em consideração os fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença individual, familiar e coletivo. Assim como a maioria das legislações da Saúde, a PNAB possui princípios e diretrizes. Vamos elencar e definir cada um deles. 11Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Princípios: Universalidade Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferen- cial da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. Equidade Ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diver- sidade. Integralidade É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Diretrizes: Regionalização e Hierarquização dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre eles. Territorialização e Adstrição de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. População Adscrita População que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. Cuidado Centrado na Pessoa Aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singu- larizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. Resolutividade Reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada, capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centradas na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. 12Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Longitudinalidade do cuidado Pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente. Coordenar o cuidado Elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção. Ordenar as redes Reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsa- bilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde. Participação da comunidade Estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. 01. A longitudinalidade do cuidado é uma das diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica e pressupõe: 🅐 A relação de cuidado igualitário entre profissionais e usuários do SUS. 🅑 Relação fraterna de trabalho entre trabalhadores e usuários do SUS. 🅒 Uma relação horizontal e dialógica na atenção à saúde. 🅓 Relação de compreensão e harmonia no serviço de saúde entre profissionais e usuários. E a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários de modo permanente, acompanhando os efeitos das intervenções. Clique aqui para ver o gabarito da questão. Um item que certamente aparecerá ainda este ano em uma prova sua é sobre a estratégia prioritária da Atenção Básica. A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. 13Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Atenção Básica Saúde da Família (prioritária) Serão reconhecidas outras estratégias de Atenção Básica, desde que observados os princípios e diretrizes previstos nesta portaria e que te- nham caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em Es- tratégia Saúde da Família. A Nova PNAB tem como principal característica o reconhecimento de outras estratégias como componentes das ações e serviços do SUS no primeiro nível da atenção. Essa mudança é justificada pela necessidade de ampliar a atenção básica em municípios onde há dificuldade de conformar equipes mínimas de Saúde da Família. Fique esperto que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) continua como prioritária e as outras conformações de equipes devem ser transitórias. A Vigilância em Saúde, além de ser o Modelo Assistencial preconizado pelo Ministério da Saúde, é um modo de agir e operacionalizar as ações e serviços de saúde, de modo que o sistema esteja sempre “atento” a mu- danças no processosaúde-doença, principalmente nos determinantes e condicionantes. E não há espaço melhor para “vigiar” do que o próprio ter- ritório, espaço não só geográfico, mas, sim, onde a vida acontece. Nesse sentido, a PNAB tem na integração com as ações de vigilância em saúde uma aliada para colocar em prática o princípio da integralidade da assistência e alcançando os resultados desejados no atendimento da po- pulação. 14Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA Vigilância em saúde Atenção Básica INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA A nova PNAB afirma que os estabelecimentos de saúde que ofertam ações e serviços de Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, serão denominados: • Unidade Básica de Saúde (UBS): estabelecimento que não possui equipe de Saúde da Família. • Unidade de Saúde da Família (USF): estabelecimento com pelo me- nos 1 (uma) equipe de Saúde da Família, que possui funcionamento com carga horária mínima de 40 horas semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à popu- lação. As USF e UBS são consideradas potenciais espaços de educação, forma- ção de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avalia- ção tecnológica para a RAS. ACERTE O ALVO! Atenção para as duas definições de estabelecimentos de saúde, quando não tem equipe de Saúde da Família (Unidade Básica de Saúde -UBS), quando possui pelo menos uma equipe de Saúde da Família (Unidade de Saúde da Família - USF) 15Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde A Atenção Básica tem gestão tripartite, com participação das três esfe- ras de governo. A PNAB elenca atribuições comuns a todas as esferas e também atribuições específicas de cada ente. • Dentre as principais atribuições comuns estão: • Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família – ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica. • Garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o fun- cionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes. • Contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Aten- ção Básica. • Planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção Básica nos territórios. • Estimular a participação popular e o controle social. UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS FINANCIAMENTO TRIPARTITE 16Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Como todas as ações e serviços do SUS, o financiamento da Atenção Básica é de responsabilidade das três esferas de governo, por isso denominada: tripartite. Veremos agora algumas competências exclusivas da União, através do Ministério da Saúde: • Garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção Básica. • Destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo: MENSAL REGULAR AUTOMÁTICO • Prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, no processo de Qualificação e de consolidação da Atenção Básica. Vamos conhecer agora algumas competências dos Estados, através das Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal: • Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços. • Verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de in- formação enviados pelos municípios, prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, de acordo com retornando informações aos gestores municipais. 17Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde • Definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica. • Fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Vamos conhecer algumas responsabilidades dos Municípios, através das Secretarias Municipais de Saúde: • Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, dentro do seu território, de forma universal, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União. • Programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial, de acordo com as necessidades de saúde identificadas em sua popula- ção, utilizando instrumento de programação nacional vigente. • Estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsáveis pelas equipes que atuam na Atenção Básica, de acordo com as necessi- dades de saúde das pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado. • Organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS. • Inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. 18Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde União (Ministério da Saúde) Estados (Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal) Municípios (Secre- tarias Municipais de Saúde) Gestão das ações de Atenção Básica Coordenação do compo- nente estadual e distrital da Atenção Básica Coordenação do compo- nente municipal da Aten- ção Básica A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como: movimentos sociais, população, trabalhadores gestores das três esferas de governo. A Atenção Básica é destacada como o primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar os fluxos e contra- fluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de aten- ção à saúde. A Atenção Básica é um espaço privilegiado do cuidado em saúde, principal- mente quando esta é vista no seu conceito ampliado. Atuar no local onde a vida das pessoas acontece permite ao primeiro nível de atenção conhecer a realidade da comunidade, os fatores determinantes e condicionantes e, con- sequentemente, planejar ações realmente direcionadas à população adscrita. A Atenção Básica, considerada o primeiro nível do sistema, atua com alto grau de complexidade e baixa densidade tecnológica. 19Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Já em 2010, com a publicação da portaria 4.279, a Atenção Primária/Aten- ção Básica foi colocada como ordenadora do Sistema e Centro de Comu- nicação da Rede de Atenção à Saúde e também como porta de entrada principal para o Sistema. Vamos fixar que a PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia priori- tária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Mas, reconhece outras estratégias de organização da Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, con- figurando um processo progressivo e singular, que considera e inclui as especificidades locor- regionais, ressaltando a dinamicidade do territó- rio e a existência de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no terri- tório, em consonância com a política de promoção da equidade em saúde. A atenção básica, bem como os outros pontos da REDE, deve levar em con- sideração que a saúde é um conjunto de fatores condicionantes e deter- minantes, não apenas a ausência de doenças. Este conceito é conhecido como conceito ampliado de saúde, descrito inclusive no art.3º da CF/88. A nova PNAB define a organização na Rede de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos, formados por ações e servi- ços de saúde comdiferentes configurações tecnológicas e missões assisten- ciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm diver- sos atributos, entre eles destacam-se: • A Atenção Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema. • Constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integran- do, coordenando o cuidado e atendendo às necessidades de saúde das pes- soas do seu território. 20Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organi- zando-as em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o planejamento ascendente. Recomenda-se a articulação e implementação de processos que aumen- tem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de micror- regulação nas Unidades Básicas de Saúde, tais como: • Gestão de filas próprias da UBS e dos exames e consultas descentrali- zados/programados para cada UBS, que propiciem a comunicação en- tre UBS. • Centrais de regulação e serviços especializados, com pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou à distância, entre outros. Um destaque que merece ser feito é a consideração e a incorporação, no pro- cesso de referenciamento, das ferramentas de telessaúde, articulado às deci- sões clínicas e aos processos de regulação do acesso. A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência aos serviços especializados ambulatoriais sejam realizados preferen- cialmente pela Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade: • Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS. • Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de atenção. • Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do território. 21Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde A nova PNAB traz algumas considerações importantes para provas sobre a infraestrutura, ambiência e funcionamento da Atenção Básica Refere-se ao conjunto de procedimentos que objetiva adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos humanos das UBS às necessidades de saúde da popula- ção de cada território. A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao quantitativo de população adscrita e suas especificidades, bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários. As UBS devem ser cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci- mentos de Saúde (SCNES), de acordo com as normas em vigor para tal. As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras etc.). A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetônico), entendido como lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção humana, acolhedora e um ambiente de trabalho saudável para todos. O Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) com- preende o cadastro dos Estabelecimentos de Saúde nos aspectos de Área Fí- sica, Recursos Humanos, Equipamentos e Serviços Ambulatoriais e Hospitala- res. É o suporte estrutural juntamente com o Cartão Nacional de Saúde – CNS (CadSUS) - e outros sistemas de cunho estruturante, para todos os sistemas que dependam de dados relativos a Estabelecimentos, Profissionais e Usuá- rios. A nova PNAB traz ainda os tipos de unidades e equipamentos da Atenção Básica: • Unidade Básica de Saúde • Unidade Básica de Saúde Fluvial • Unidade Odontológica Móvel 22Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Com relação ao Funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, teremos que: • Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu funcio- namento com carga horária mínima de: 40 horas/ semanais No mínimo, 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano. Possibilitando acesso facilitado à população. Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias de participação social, desde que atendam expressa- mente à necessidade da população, observando, sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima. Em 2019 foi lançado o programa Saúde na Hora, que prevê a possibilidade das UBS e USF que aderirem ao programa terem horários de funciona- mento diferenciados, podendo chegar a até 60 horas semanais e abrindo possibilidade de funcionamento aos sábados ou domingos por 05 horas. Como forma de garantir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso e a resolutividade das equipes que atuam na Atenção Básica, recomenda-se: População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu territó- rio, garantindo os princípios e diretrizes da PNAB: 23Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde 2.000 a 3.500 pessoas Localizada dentro do seu teritório Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos de adscri- ção, conforme: VULNERABILIDADE RISCO DINÂMICA COMUNITÁRIA Facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de definir outro parâ- metro populacional de responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do território, asseguran- do-se a qualidade do cuidado. Fica estipulado ainda na PNAB: • 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo. • Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos, confor- me a seguinte fórmula: População / 2.000 24Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde • Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, em que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda a população, reitera-se a possibilidade de defi- nir outro parâmetro populacional. A PNAB destaca ainda que toda UBS deve: Monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo O registro de elogios, Reclamações por meio de Críticas ou LIVROS CAIXAS DE SUGESTÕES ou CANAIS ELETRÔNICOS As UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável, de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços, de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas. 25Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde O acolhimento é um dispositivo da PNH - Política Nacional de Humanização do SUS, uma política transversal, ou seja, suas diretrizes, métodos, princípios e dispositivos devem ser seguidos por todas as políticas de saúde e que nós veremos também nessa aula. Um item cobrado de forma recorrente em provas sobre a PNAB é a cons- tituição das equipes que atuam na Atenção Básica. Já sabemos que a Estratégia de Saúde da Família é a estratégia prioritá- ria de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. Equipe de Saúde da Família Estratégia prioritária É considerada como estratégia de: Expansão Qualificação e Consolidação da Atenção Básica Assista agora a Pocket Aula sobre PNAB - Parte I clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6848 26Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde ESF - Equipe composta por, no mínimo: MÉDICO, preferencialmenteda especialidade medicina de família e comunidade; eS F ENFERMEIRO, preferencialmente especialista em Saúde da Família; AUXILIAR e/ou TÉCNICO DE ENFERMAGEM; e AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS). Podem fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirur- gião-dentista, preferencialmente especialista em Saúde da Família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população, com número máximo de 750 pessoas por ACS. Para a equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga ho- rária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SC- NES vigente. 27Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Equipe da Atenção Primária (eAP): A eAP difere da equipe de Saúde da Família - eSF em sua composição, de modo a atender às características e necessidades de cada município, e de- verá observar as diretrizes da Política Nacional da Atenção Básica - PNAB e os atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde, como acesso de primeiro contato, longitudinalidade, coordenação e integralidade. As eAP deverão ser compostas minimamente por: Médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade; eAP ENFERMEIRO, preferencialmente especialista em Saúde da Famí- lia; cadastrados em uma mesma Unidade de Saúde. As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a carga horária: A carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de 20 (vinte) horas semanais. Modalidade I: Com população adscrita correspondente a 50% (cinquenta por cento) da população adscrita para uma eSF. A carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de 30 (trinta) horas semanais. Modalidade II: Com população adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) da população adscrita para uma eSF. 28Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde 02. Segundo a portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, as equi- pes que atuam na Atenção Básica garantem a oferta de serviços que levam em consideração as necessidades e os problemas de saúde das populações específicas. Assinale a alternativa que se refere à equipe que atua na Atenção Básica e sua característica. 🅐 Equipe de Saúde da Família (eSF) – estratégia que atua no setor de atendimentos terapêuticos de alta complexidade, voltados à saúde no país. 🅑 Equipe da Atenção Básica (eAB) – organiza-se posteriormente à eSF, que é considerada o modelo prioritário de saúde. 🅒 Equipe de Saúde Bucal (eSB) – composta por médico, dentista e técnicos em enfermagem e auxiliares de saúde bucal. 🅓 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nas- f-AB) – visa compartilhar saberes e exercer a prática terapêutica de alta complexidade, visando otimizar as habilidades particulares de cada profissional. 🅔 Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) – consi- derada a estratégia prioritária de atenção à saúde. Clique aqui para ver o gabarito da questão. As Equipes de Saúde Bucal (eSB) são modalidades que podem compor as equipes que atuam na atenção básica, constituída por: Um cirurgião-dentista;e eSB Técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. 29Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de Saúde da Fa- mília (eSF) e de Atenção Básica (eAB) devem estar vinculados a uma UBS ou a uma Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar nas seguin- tes modalidades: Modalidade I Cirurgião-dentista Auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) Modalidade II Cirurgião-dentista TSB e ASB, ou outro TSB Isso aqui é novidade, fica esperto que pode ser tendência de prova: De modo a atender às características e necessidades de cada município, poderão também ser compostas por eSB na modalidade I, com carga ho- rária diferenciada, nos seguintes termos: Modalidade I-20h: eSB composta por profissionais com carga horária mínima individual de 20 (vinte) horas semanais e cadastrados em uma mesma Unidade de Saúde, com população adscrita correspondente a 50% (cinquenta por cento) da população adscrita para uma eSF. Modalidade I - 30h: eSB composta por profissionais com carga horária mínima individual de 30 (trinta) horas semanais e cadastrados em uma mesma unidade de saúde, com população adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) da população adscrita para uma eSF. 30Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Observe que, de acordo com a nova PNAB, para as Equipes de Saúde da Famí- lia não há fixação do número mínimo ou máximo de Agentes Comunitários de Saúde - ACS. Além disso, não há a obrigatoriedade do Agente de Combate a Endemias - ACE e dos profissionais de saúde bucal, há a possibilidade (opcio- nal) de contratação pelo gestor local. Essa é uma das grandes mudanças que essa nova portaria traz para a atenção básica e tem grande possibilidade de ser cobrado em prova. A PNAB também dispõe sobre o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). Embora, no momento, haja uma grande discus- são sobre o fim ou não dos Nasf-AB, com a publicação da nota técnica nº 03, de 2020, que modifica o financiamento da Atenção Básica e prevê a não vinculação dos Nasf-AB às equipes, é muito importante conhecer um pouco, uma vez que os dispositivos não foram revogados e podem ser co- brados em provas. O Nasf-Ab constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). Ressalta-se que os NASF-AB: Não se constituem como serviços com unidades físicas indepen- dentes ou especiais; e Nasf - AB Não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). 31Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Fa- mília e Atenção Básica (Nasf- AB): a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica a que estão vinculadas. b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, princi- palmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumen- to da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e neces- sidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos popula- cionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações interseto- riais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes, dentre outros, no território. Podem fazer parte do Nasf-AB: Médico Acupunturista Fisioterapeuta Nutricionista Assistente Social Fonoaudiólogo Médico Pediatra Profissional/ Professor de Educação Física Médico Ginecologista/ Obstetra Psicólogo Farmacêutico Médico Homeopata Médico Psiquiatra Terapeuta Ocupacional Médico Geriatra Médico Internista (clínica médica) Médico do Trabalho Médico Veterinário Profissional com formação em arte e educação(arte educador) e profissional de saúde sanitarista A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades dos territórios. 32Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas UBS Possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica Com vistas à implantação gradual da ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA No âmbito da PNAB é prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas UBS como uma possibilidade para a reorgani- zação inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Es- tratégia de Saúde da Família ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica. Colocando em prática tanto o princípio do SUS, da Integralidade da Assis- tência, quanto da equidade, a PNAB prevê equipes para populações espe- cíficas. São consideradas equipes de Atenção Básica para Populações Especí- ficas: • Equipes de Saúde da Família para o atendimento da População Ribei- rinha da Amazônia Legal e Pantaneira Considerando as especificidades locorregionais, os municípios da Ama- zônia Legal e Pantaneira podem optar entre 2 (dois) arranjos organiza- cionais para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o res- tante do país: • Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. 33Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Vinculadas a uma UBS. eSFR Que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. A eSFR será formada por equipe multiprofissional, composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade; e SF R 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família; e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem. Podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multipro- fissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um) cirurgião- -dentista, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. • Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF) São equipes que desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por: COMUNIDADES DISPERSAS ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. 34Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde A eSFF será formada por equipe multiprofissional, composta por, no mínimo: e SF F 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade; 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família; e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem. Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde, de nível superior, à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos para os Nasf – AB. Para as comunidades distantes da Unidade Bási- ca de Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de deslo- camento que garanta o atendimento a todas as comunida- des assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. • Equipe de Consultório na Rua (eCR) Equipe de saúde com composição variável, responsável por articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e respectivos regramentos descri- tos em portaria específica. 35Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Equipe de Consultório na Rua eCR Unidades fixas ou móveis Composição variável Responsável por articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território. São itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório na Rua (eCR): • Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e também nas ins- talações de Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuan- do. • Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. • As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais especi- ficadas em portaria específica. • Todas as modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitários de saúde. • O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao pro- fissional de nível médio. Entende-se por agente social o profissional que desempenha atividades que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua. 36Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde • Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP) É composta por equipe multiprofissional, que deve estar cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e com respon- sabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas pri- vadas de liberdade. Articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) que os serviços de saúde no sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção Básica no âmbito prisio- nal como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e servi- ços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria específica. Já vimos algumas atribuições da gestão da Atenção Básica, agora vere- mos algumas atribuições comuns a todos os membros de equipes que atuam na Atenção Básica. Atribuições comuns a todos os membros das equipes que atuam na Aten- ção Básica: • Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expos- tos a riscos e vulnerabilidades. • Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saú- de das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vigente. 37Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde • Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita. • Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local. • Participar do acolhimento dos usuários. A PNAB traz ainda, além de mais atribuições comuns, uma gama bem ex- tensa de atribuições específicas de cada profissional que faz parte da Atenção Básica. Uma dica é realizar uma leitura da portaria 2.436/17, fo- cando nas atribuições de acordo com a sua profissão. Um profissional que surge no âmbito da Atenção Básica e requer uma atenção, porque poderá ser questão de provas, é a figura do Gerente da Atenção Básica. Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de traba- lho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equipes à população adscrita, por meio de função técnico gerencial. A inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a ne- cessidade do território e cobertura de AB. Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, preferen- cialmente com nível superior, com o papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e comunidade, a or- ganização do processo de trabalho, coordenaçãoe integração das ações. Importante ressaltar que o gerente não seja profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior. Dentre as suas atribuições estão a de conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e 38Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, estadual, municipal e Distrito Federal e participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situacional, planejamento e programação das equipes, ava- liando resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de saú- de, junto aos demais profissionais. Um item também que pode se transformar em questão de prova é a previ- são existente de que o Agente Comunitário de Saúde, além das suas atri- buições específicas que constam na PNAB, possa realizar, em caráter ex- cepcional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência, as seguintes atribuições: • Aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos. • Realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e se- gundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Aten- ção Básica. • Aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar. • Realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com mate- rial limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que somente cobrem a ferida. • Orientação e apoio, em domicílio, para a correta administração da me- dicação do paciente em situação de vulnerabilidade. 39Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos procedimentos que requeiram capacidade técnica específica se detiverem a respectiva forma- ção, respeitada autorização legal. Observe que essas atividades não fazem parte das atribuições dos ACS, a PNAB deixa claro a POSSIBILIDADE da execução, em caráter excepcional, des- ses procedimentos seguindo os pré-requisitos: capacidade técnica, presença de profissional de nível superior membro da equipe. Assista agora a Pocket Aula sobre PNAB - Parte II clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6849 40 ANOTAÇÕES 41Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde 2. POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (PNPS) A Política Nacional de Promoção da Saúde foi atualizada através da por- taria 2.446, de 2014, que foi posteriormente, em 2017, revogada por Con- solidação, através da Portaria de Consolidação de nº 2. O mesmo alerta que venho fazendo sobre algumas Portarias: as bancas vêm trazendo o enunciado tanto com a Portaria Originária quanto com a Portaria Consolidação. A Saúde é dever do Estado e este deverá garanti-la através de políticas sociais e econômicas, já diz a Constituição Federal de 1988. Além disso, o segundo artigo da Lei Orgânica da Saúde 8.080 ratifica esse dever do Estado e traz ainda que tais políticas devem possibilitar aos usuários do SUS o acesso universal e igualitário aos serviços, com o intuito de promo- ver, proteger e recuperar a saúde. Nesse sentido, a PNPS é uma dessas políticas, não é apenas mais uma, mas trata-se de uma política com um caráter extremamente intersetorial. Promover saúde é algo diferente de prevenir as doenças e de tratá-las. A promoção de saúde se compromete a evidenciar os determinantes gerais, isto é, os socioambientais e econômicos, que atuam sobre as condições de vida cotidianas e sendo direcionada ao coletivo e à defesa dos direitos sociais. Refere-se, portanto, a um processo de estímulo ao compromisso político (dos gestores e sociedade civil) e de impulsão às mudanças so- ciais. 42Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde A promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, que se caracteriza pela articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial e pela formação da Rede de Atenção à Saúde, buscando se articular com as demais redes de proteção social, com ampla participação e amplo controle social. Assim, reconhece as demais políticas e tecnologias existentes, visando à equidade e à qua- lidade de vida, com redução de vulnerabilidades e riscos à saúde, decor- rentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e am- bientais. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) traz em sua base O conceito ampliado de saúde; e O referencial teórico da promoção da saúde como Um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela formação da rede de Atenção à Saúde (RAS), buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e controle social. A adoção de um conceito ampliado de Saúde fez parte das reivindicações do movimento Sanitário que deram origem às bases filosóficas que constituíram o SUS a partir de 1988. Com a divulgação do relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde e a adoção das recomendações advindas desta, em 1990, ao publicar a Lei 8.080/90, que regulamenta o SUS, foi estabelecido um novo conceito de Saúde, que contempla determinantes e condicionantes dentro de um pro- cesso saúde-doença, afastando a ideia anterior de saúde vista somente como a ausência de doença. A PNPS é composta por valores, princípios e diretrizes. São conceitos 43Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde bem parecidos e precisam ser estudados, já que são cobrados com certa frequência nas provas. São valores fundantes no processo de efetivação da PNPS: I. A solidariedade as razões que fazem sujeitos e coletivos nutrirem solicitude para com o próximo, A solidariedade entendida como: nos momentos de divergências ou dificuldades, construindo visão e metas comuns, apoiando a resolução das diferenças, contribuindo para melhorar a vida das pessoas e para formar redes e parcerias. II. A felicidade enquanto autopercepção de satisfação, construída nas relações entre sujeitos e coletivos, que contribui: na capacidade de decidir como aproveitar a vida e como se tornar ator partícipe na construção de projetos e intervenções comuns para superar dificuldades indi- viduais e coletivas a partir do reconhe- cimento de potencialidades. III. A ética, a qual pressupõe condutas, ações e intervenções sustentadas pela valorização e defesa da vida, sendo pautadas para o bem comum, com dignidade e solidariedade. Assista agora a Pocket Aula sobre PNPS - Parte I clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6850 44Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde IV. O respeito às diversidades, que reconhece, respeita e explicita as di- ferenças entre sujeitos e coletivos, abrangendo: as diversidades étnicas etárias de capacidade de gênero de orientação sexual entre territórios e regiões geográficas dentre outras formas e tipos de diferenças que influenciam ou interferem nas condições e determinações da saúde V. A humanização enquanto elemento para a evolução do homem, por meio da interação com o outro e seu meio, com a valorização e aper- feiçoamento de aptidões que promovam condições melhores e mais humanas, construindo práticas pautadas na integralidade do cuida- do e da saúde. VI. A corresponsabilidade enquanto responsabilidades partilhadas en- tre pessoas ou coletivo, onde duas ou mais pessoas compartilham obrigações e/ou compromissos. VII. A justiça social enquanto necessidade de alcançar repartição equita- tiva dos bens sociais, respeitados os direitos humanos,de modo que as classes sociais mais desfavorecidas contem com oportunidades de desenvolvimento. 45Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde VIII. A inclusão social para todas as pessoas, Que pressupõe ações que garantam o acesso aos benefícios da vida em sociedade: de forma equânime e participativa, visando à redução das iniquidades. EM RESUMO: São valores fundantes: SOLIDARIEDADE HUMANIZAÇÃO FELICIDADE CORRESPONSABI- LIDADE ÉTICA JUSTIÇA SOCIAL RESPEITO ÀS DIVERSIDADES INCLUSÃO SOCIAL A PNPS é uma política que, além de ser transversal, de estar presente em ou- tras políticas, assim como o HumanizaSUS, tem um caráter intersetorial. Ou seja, levando em consideração o novo conceito ampliado de saúde, que enxer- ga o indivíduo como um todo e que precisa considerar todos os aspectos que envolvem a sua doença, esta política está sempre em contato com outros se- tores, que nem sempre estão diretamente ligados à saúde. A PNPS é uma política fortemente intersetorial, ou seja, reitera a neces- sidade de articulação entre os diversos setores para além da saúde. Pro- moção é agir antes do adoecimento e, trazendo o processo saúde-doença para a discussão, as ações de promoção da saúde devem acontecer no período pré-patogênico – aquele que antecede os sinais e sintomas, tam- bém conhecido como epidemiológico. Além disso, não podemos pensar em agir antes e de forma intersetorial, sem associar automaticamente ao conceito ampliado de saúde. 46Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde É muito importante estar ciente de que a PNPS traz em seu escopo os seus valores fundantes, princípios e diretrizes. Embora sejam comple- mentares, as bancas costumam cobrar de forma distinta, principalmen- te tentando confundir os conceitos. Note que os valores fundantes são de cunho subjetivo, englobando itens como felicidade e ética. Agora, veremos os princípios da PNPS: I. A equidade Quando baseia as práticas e as ações de promoção de saúde na distribuição igualitária de oportunidades, considerando as especificidades dos indivíduos e dos grupos. II. A participação social A participação social Quando as intervenções consideram a visão de diferentes atores, grupos e coletivos na identificação de problemas e solução de necessidades, atuando como corresponsáveis no processo de planejamento, de execução e de avaliação das ações. 47Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde III. A autonomia SE REFERE À identificação de potencialidades e ao desenvolvimento de capacidades, possibilitando escolhas conscientes de sujeitos e comunidades sobre suas ações e trajetórias. IV. O empoderamento SE REFERE: ao processo de intervenção, que estimula os sujeitos e coletivos a adquirirem o controle das decisões e das escolhas de modos de vida adequa- dos às suas condições socioeconômico-culturais. V. A intersetorialidade SE REFERE: ao processo de articulação de saberes, potencialidades e experiências de su- jeitos, grupos e setores, na construção de intervenções compartilhadas, estabelecendo vínculos, corre- sponsabilidade e cogestão para objetivos comuns. VI. A intrassetorialidade, que diz respeito ao exercício permanente da desfragmentação das ações e serviços ofertados por um setor, VISA À construção e articulação de redes cooperativas e resolutivas. 48Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde VII. A sustentabilidade, que diz respeito à necessidade de permanência e continuidade de ações e intervenções, LEVA EM CONTA as dimensões política econômica cultural ambiental VIII. A integralidade, quando as intervenções são pautadas no reconhe- cimento da complexidade, potencialidade e singularidade de indi- víduos, grupos e coletivos, construindo processos de trabalho arti- culados e integrais. IX. A territorialidade, que diz respeito à atuação que considera as sin- gularidades e especificidades dos diferentes territórios no plane- jamento e desenvolvimento de ações intra e intersetoriais, com im- pacto: na situação, nos condicionantes e nos determinantes da saúde neles inseridos, de forma equânime. Os valores e princípios configuram-se como expressões fundamentais de todas as práticas e ações no campo de atuação da promoção da saúde. Assista agora a Pocket Aula sobre PNPS - Parte II clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6851 49Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde ACERTE O ALVO! A PNPS: • Reconhece a subjetividade das pessoas e dos coleti- vos no processo de atenção e cuidado em defesa da saúde e da vida. • Considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o res- peito às diversidades, a humanização, a correspon- sabilidade, a justiça e a inclusão social como valores fundantes no processo de sua concretização. • Adota como princípios a equidade, a participação so- cial, a autonomia, o empoderamento, a intersetoriali- dade, a intrassetorialidade, a sustentabilidade, a inte- gralidade e a territorialidade. 03. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) baseia-se no conceito ampliado de saúde e apresenta sua promoção como um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbi- to individual e coletivo, com responsabilidades para os três en- tes federados. Dentre outros, são valor e princípio fundamentais no processo de concretização da PNPS, respectivamente: 🅐 A intersetorialidade e a justiça. 🅑 O respeito às diversidades e a participação social. 🅒 O empoderamento e a inclusão social. 🅓 A autonomia e a corresponsabilidade. Clique aqui para ver o gabarito da questão. 50Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde As diretrizes são compreendidas como linhas que fundamentam as ações e explicitam as suas finalidades, nesse sentido temos como Diretrizes da PNPS: I. O estímulo à cooperação e à articulação intra e intersetorial para ampliar a atuação sobre determinantes e condicionantes da saúde. II. O fomento ao planejamento de ações territorializadas de promoção da saúde, com base no reconhecimento de contextos locais e respei- to às diversidades, para: favorecer a construção de espaços de produção social, ambientes saudáveis e a busca da equidade, da garantia dos direitos. humanos e da justiça social; III. Incentivo à gestão democrática, participativa e transparente, para fortalecer: a participação, controle social e a corresponsabilidade de sujeitos, coletividades, instituições e esferas governa- mentais e sociedade civil. 51Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde IV. Ampliação da governança no desenvolvimento de ações de promo- ção da saúde que sejam sustentáveis nas dimensões: política econômica social ambiental cultural V. Estímulo à pesquisa, à produção e à difusão de experiências, conheci- mentos e evidências que apoiem: A tomada de decisão A autonomia O empoderamento coletivo A construção compartilhada de ações de promoção da saúde VI. Apoio à formação e à educação permanente em promoção da saúde para: ampliar o compromisso e a capacidade crítica e reflexiva dos gestores e tra- balhadores de saúde, bem como o incentivo ao aperfeiçoamento de habilidades individuais e coletivas, para for- talecer o desenvolvimento humano sustentável. VII. Incorporação das intervenções de promoção da saúde no modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços de aten- ção básica em saúde, por meio de ações intersetoriais. 52Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde VIII. Organização dos processos de gestão e planejamento das variadas ações intersetoriais, como forma de fortalecer e promover a im- plantação da PNPS na RAS, de modo transversal e integrado, com- pondo compromissos e corresponsabilidades para: reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais A PNPS traz em seu escopo objetivos Gerais e Específicos,sendo que a PNPS tem por objetivo geral: Promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, am- pliando a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva, redu- zindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. Equidade Melhoria das condições e modos de viver OBJETIVO GERAL São objetivos específicos da PNPS: I. Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cui- dado na RAS, articulada às demais redes de proteção social. II. Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde: • Visando reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitá- veis, com respeito às diferenças: 53Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde De classe social De gênero De orientação sexual e identidade de gênero Entre gerações Étnico-raciais Culturais Territoriais Relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais III. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimen- to seguro, saudável e sustentável. IV. Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios. V. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambien- tes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem- -viver. VI. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integra- tivas e complementares. VII. Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de deci- são e a autonomia de sujeitos e coletividades, por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da vida. 54Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde VIII. Promover processos de: Educação Formação profissional Capacitação específica em promoção da saúde De acordo com os princípios e valores expressos nesta Portaria, para trabalhadores, gestores e cidadãos. IX. Estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa de políticas públicas saudáveis. X. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão Pesquisa Produção Difusão de conhecimentos e estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde. XI. Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de ativi- dades de promoção da saúde e da equidade. Nos sistemas de informação e inquéritos Permitindo Análise Monitoramento Avaliação e Financiamento das ações XII. Fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que es- tejam em conflito de interesses com os princípios e valores da pro- moção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde. 55Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde XIII. Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrasseto- riais com as agendas nacionais e internacionais. Os temas transversais da PNPS são entendidos como referências para a formação de agendas de promoção da saúde, para adoção de estratégias e temas prioritários, operando em consonância com os princípios e valores do SUS e da PNPS: I. Determinantes Sociais da Saúde (DSS) Equidade Respeito à diversidade identificar as diferenças nas condições e nas oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a redução das desigualdades injustas e evitáveis Por meio do diálogo entre os saberes técnicos e populares. Que significa II. Desenvolvimento sustentável Que se refere a dar visibilidade aos modos de consumo e produção relacio- nados com o tema priorizado, adequando tecnologias e potenciali- dades de acordo com especificidades locais, sem comprometer as necessida- des futuras. mapeando possibilidades de intervir naqueles que sejam deletérios à saúde, III. Produção de saúde e cuidado, que representa a incorporação do tema na lógica de redes que favoreçam práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, que reforcem: 56Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Ação comunitária E que promovam o reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas do saber popular, tradicional e científico, construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde, significando, também, a vinculação do tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização dos diferentes setores e atores, que, de forma integrada e articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde. A participação e o controle social IV. Ambientes e territórios saudáveis Que significa relacionar o tema priorizado com os ambientes e os territórios de vida e de trabalho das pessoas e das coletividades. Identificando oportunidades de inclusão da promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas, de maneira participativa e dialógica. V. Vida no trabalho, que compreende a inter-relação do tema priorizado com: O trabalho formal e não formal e com os setores primário, secundário e terciário da economia considerando os espaços urbano e rural, e identificando oportunidades de operacionali- zação na lógica da promoção da saúde para ações e atividades desenvol- vidas nos distintos locais, de maneira participativa e dialógica. VI. Cultura da paz e direitos humanos, que consiste em criar oportunida- des de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de fortaleci- mento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de conflitos diante de situações de tensão social, garan- tindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, reduzindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura de paz. 57Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde De convivência De solidariedade De respeito à vida De fortalecimento de vínculos Desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de confli- tos diante de situações de tensão social. Garantindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, reduzindo as violências e construindo prá- ticas solidárias e da cultura de paz. Os objetivos da PNPS reiteram a transversalidade e a intersetorialidade desse marco jurídico e consequente alinhamento com o conceito ampliado da saúde, que traz a estreita relação do processo saúde-doença com os fatores condicio- nantes e determinantes, desde os intrínsecos até os sociais. São Eixos Operacionais da PNPS, entendidos como estratégias para con- cretizar ações de promoção da saúde, respeitando-se valores, princípios, diretrizes e objetivos: • Territorialização • Articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial • Rede de Atenção à Saúde • Participação e controle social • Gestão • Educação e formação • Vigilância, monitoramento e avaliação • Produção e disseminação de conhecimentos e saberes • Comunicação social e mídia 58Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde São temas prioritários da PNPS, evidenciados pelas ações de promoção da saúde, realizadas e compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pac- tos interfederativos e planejamento estratégico do Ministério da Saúde, bem como acordos internacionais firmados pelo governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas, com os outros setores e com as especificidades sanitárias: • Formação e educação permanente. • Alimentação adequada e saudável, contribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, com a inclusão social e com a garantia do direi- to humano à alimentação adequada e saudável. • Práticas corporais e atividades físicas. • Enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados e enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas, que compreende promover, articular e mobilizar ações para redução e controle do uso do tabaco, incluindo ações: EDUCATIVAS AMBIENTAIS LEGISLATIVAS CULTURAIS ECONÔMICAS SOCIAIS • Promoção da mobilidade segura. • Promoção da cultura da paz e de direitos humanos. • Promoção do desenvolvimento sustentável. Comoas demais políticas, a PNPS também traz em seu texto as compe- tências das esferas de gestão, incluindo as competências comuns a todas as esferas e também específicas de cada ente. Dentre as atribuições comuns, podemos destacar a de divulgar a PNPS, fortalecendo seus valores e princípios, assim como estabelecer parce- rias, promovendo articulação intersetorial e intrassetorial. 59Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Com relação ao Ministério da Saúde, podemos destacar como competên- cia a promoção da articulação com os estados e com os municípios para o apoio à implantação e à implementação da PNPS. No tocante aos Estados, destacamos a competência inerente de promo- ver a articulação com os municípios para apoio à implantação e à imple- mentação da PNPS. E, finalmente, compete aos municípios, dentre outras, promover a articu- lação intrassetorial e intersetorial para apoio à implantação e à implemen- tação da PNPS, no âmbito de sua competência, e implantar e implementar a PNPS, no âmbito do seu território, respeitando as especificidades lo- corregionais. Observe que a articulação e a intersetorialidade são palavras-chave quando se trata das competências, independentemente do nível de ges- tão ao qual estão se referindo. O financiamento dos temas prioritários da PNPS e seus planos operati- vos serão objeto de pactuação prévia na CIT. Com a publicação da Porta- ria 2.446, em 2014, houve a revogação da Portaria 687, de 2006. Assista agora a Pocket Aula sobre PNPS - Parte III clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6875 60 ANOTAÇÕES 61Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde 3. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (HUMANIZASUS) A Política Nacional de Humanização é uma política transversal, ou seja, seus princípios, métodos, diretrizes e dispositivos devem ser contempla- dos em todas as outras políticas de saúde, não de forma a repetir a PNH, mas no sentido de “colocar em prática” a humanização da assistência, o modo de operar as ações e serviços de saúde, reconhecendo a importân- cia dos sujeitos sociais envolvidos: usuários, gestores e trabalhadores da saúde. Outra coisa de suma importância sobre a Política Nacional de Humaniza- ção no SUS ou HUMANIZASUS é que ela não é disposta através de uma portaria, como as demais. Ela foi lançada em 2003 e, desde então, diver- sos dispositivos foram publicados para complementar e consolidar o pro- cesso de humanização no âmbito da assistência à saúde. A PNH é uma política nacional que: Busca qualificar o modo de atenção e gestão na rede do SUS, incluindo trabalhadores, usuários e gestores. Ela pode ser implantada em qualquer unidade/ serviço ou Secretaria de Saúde. 62Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Lançada no ano de 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) se es- trutura a partir de: PRINCÍPIOS MÉTODOS DIRETRIZES DISPOSITIVOS PRINCÍPIOS No âmbito da Política Nacional de Humanização no SUS, os princípios são considerados como o que causa ou força a ação, ou que dispara um deter- minado movimento no plano das políticas públicas. E a ideia do HumanizaSUS é justamente essa, de forçar uma ação, um mo- vimento, no sentido de humanizar a assistência à saúde da população. Vamos conhecer quais são os princípios da PNH? TRANSVERSALIDADE se fazer presente e estar inserida em todas as políti- cas e programas do SUS. A PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. A Política Nacional de Humanização deve 63Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Note que as palavras-chave aqui são transformação e comunicação. Estan- do inserida em todas as políticas de saúde, a Humanização pressupõe que a junção dos saberes das diferentes especialidades e práticas de saúde podem dialogar com a experiência daquele que é assistido, fortalecendo, assim, a cor- responsabilidade no processo saúde-doença. INDISSOCIABILIDADE ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. Por isso, trabalhadores e usuários devem: Buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde. PROTAGONISMO, CORRESPONSABILIDADE E AUTONOMIA DOS SUJEITOS E COLETIVOS Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. De acordo com o princípio do protagonismo, corresponsabilidade e au- tonomia, os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cum- prem ordens. • As mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como: • Legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produ- ção de saúde. 64Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde Fique esperto que, na sua prova, esses princípios, denominados de protagonis- mo, corresponsabilidade e autonomia, podem aparecer de forma individual, tra- zendo apenas um deles e, a depender do contexto, será uma alternativa válida. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO HUMANIZASUS Conforme já falamos anteriormente, a PNH possui diversos normativos e um deles, divulgado em 2004, um ano após o lançamento da PNH, traz alguns princípios norteadores do HumanizaSUS e que as bancas também costumam cobrar em provas. Ah! Mais qual é a diferença entre os princípios que vimos anteriormente e os princípios norteadores? Ambos seguem a mesma linha de ação, buscam nortear o desenvolvimen- to da humanização em todos os âmbitos da assistência à saúde, os princí- pios norteadores englobam e amplificam os princípios que já vimos. A melhor dica, nesse caso, é saber que a sua prova pode cobrar os dois e estará correto. E você já deverá estar preparado (a) para isso. Assista agora a Pocket Aula sobre PNH - Parte I clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_transv_6852 65Curso Intensivo para Residências | Transversal | Políticas de Saúde São princípios norteadores do HumanizaSUS: Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão, fortalecendo/estimulando processos integradores e promotores de com- promissos/responsabilização. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a pro- dução de sujeitos. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdis- ciplinaridade e a grupalidade. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos. DIRETRIZES Diretrizes da PNH de acordo com o Brasil (2013) Acolhimento • Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. • Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva. Gestão Participati- va e Cogestão • Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos proces- sos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão. Ambiência • Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respei- tem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. Clínica Ampliada e Compartilhada • A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática, cuja finalida- de é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexi- dade do processo saúde/doença. Valorização do Trabalhador
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