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LESÃO A lesão, além de ser um processo doloroso, está relacionada a perda de função e limitação de movimento, impactando nas AVDs, atividades funcionais e laborais. Tipos de lesões Gravidade CICATRIZ É a substituição do tecido que foi lesionado por um tecido conjuntivo neoformado. Consiste no resultado da lesão tecidual, podendo ser visível ou não, dependendo da característica da lesão. CICATRIZAÇÃO As fases do processo de cicatrização são sobrepostas. A lesão começa com um processo inflamatório, mas este não precisa cessar para que as fases seguintes comecem. Por isso, temos características das fases juntas. Fase Inflamatória Começa imediatamente, assim que a lesão acontece e dura em torno de 48 a 72h. O primeiro objetivo da fase inflamatória é estancar a perda de líquido e a partir daí equilibrar o sistema (alcançar a homeostasia). Nessa fase, o coágulo de fibrina é depositado. Fibrina: Proteína formada por microfilamentos proteicos que envolvem os elementos figurados do sangue, contraindo estes e formando o coágulo de fibrina. Além disso, nessa fase temos também a remoção dos tecidos desvitalizados pelos macrófagos. Sinais cardinais: • Tumor (edema) – acúmulo de líquidos; • Rubor – vasodilatação; • Calor – vasodilatação e aumento do metabolismo; • Dor – causada pela lesão dos tecidos (comprometimento dos tecidos nervosos), além do acúmulo de líquido que comprime raízes nervosas; • Perda da função ou limitação funcional – consequência de todos os sinais acima. A resposta inflamatória, em geral, acelera a recuperação. Entretanto, processos inflamatórios prolongados retardam a inflamação, que pode causar danos aos tecidos normais, pelo edema que vai comprimindo a vascularização e condução nervosa. Dentro da fisioterapia, temos técnicas que desencadeiam o processo inflamatório, usando essa inflamação de forma controlada para estimular a cicatrização. Proliferativa Começa por volta do 3º até o 10º dia de pós-operatório. Encerrando o processo inflamatório, o objetivo da fase proliferativa é fechar a lesão, através da granulação. Esta fase é dividida em três etapas: • Fibroplastia: Esta etapa garante força, rigidez e elasticidade para a ferida. Isto é feito a partir da secreção de colágeno e elastina pelos fibroblastos. Os fibroblastos se diferenciam também em miofibroblastos, causando a contração da ferida. Os miofibroblastos puxam os colágenos para perto, fechando a área e causando a sensação de repuxamento. • Angiogênese: Nessa etapa, o processo de reparação possibilita a chegada de nutrientes e oxigênio para o local e a nova matriz. Isso é feito através da neovascularização (criação de novos vasos). • Reepitalização: Essa etapa está mais relacionada a epiderme, diferente das outras. Os queratinócitos secretam queratina, restaurando as funções da epiderme, garantindo proteção mecânica, regulação de temperatura local, defesa contra microrganismos e a barreira hídrica. Essa etapa forma uma “massa indiferenciada”, pois não existem limites ainda entre pele, tecido subcutâneo e tecidos adjacentes. Os planos de deslizamento entre os tecidos são perdidos. Tratamentos apropriados conseguem diminuir a possibilidade de aderências cicatriciais. A pressão dada nessas mobilizações precisam ser proporcionais a resistência do tecido, e isso é visto através do toque. A mobilização precisa mobilizar a cicatriz inteira. Um tracionamento excessivo e precoce pode afastar as bordas cirúrgicas, fazendo os fibroblastos excretarem mais colágeno gerando uma cicatriz hipertrófica. Remodeladora Acontece do 11º até o 40º dia de pós operatório, durando de 6 meses a 2 anos. Nessa etapa, temos atividade no tecido para aumento de resistência, com o objetivo de garantir o máximo de força de tensão. O colágeno é produzido e degradado de forma proporcional, continuamente e simultaneamente. Se nesse período trabalharmos o tecido no sentido da cicatrização, o colágeno vai sendo depositado de forma mais alinhada. Na cicatrização normal a cicatriz possui 80% da força de tensão recuperada, sendo plana e maleável. Nunca é atingido 100% da força de tensão. Velocidade da restauração (cicatrização total) • Final da 1ª semana: 3% da resistência da pele recuperada; • Final da 3ª semana: 30% da resistência da pele recuperada; • Final do 3º mês: 80% da resistência da pele recuperada. A ferida nunca atingirá 100% da sua resistência fisiológica. Processo não fisiológico: 1) Degradação excede a produção – risco de úlceras ou deiscências. 2) Produção excede a degradação – risco de cicatriz hipertrófica ou queloide. Cicatrização MECANISMOS DE CICATRIZAÇÃO Primeira intenção: Aproximação das bordas cirúrgicas com suturas, fitas ou grampos, precisando ser uma ferida sem infecção. Segunda intenção: Propositalmente as bordas ficam afastadas, ou por não ter tecido suficiente para fechar ou pela ferida estar infeccionada. A cicatrização é feita a partir da contração da ferida, se fechando com a deposição de tecidos. Precisamos conhecer os processos fisiológicos para evitar/reduzir os processos não fisiológicos. DEISCÊNCIA CICATRICIAL Rotura total ou parcial da ferida operatória que pode produzir incapacidade imediata. Pode causar ou ser causada por: • Infecções na incisão; • Isquemia tecidual; • Fixação anormal de tecidos; • Reações inflamatórias exageradas. Sintomas: • Afastamento das bordas cirúrgicas; • Dor local; • Sinais flogísticos; • Secreção. CICATRIZ ATRÓFICA Cicatriz mais profunda do que a superfície da pele, causada por uma baixa produção de colágeno. Exemplos: cicatrizes pós acne, estriar, cicatrizes pós varicela. COMPARAÇÃO ENTRE CICATRIZ NORMAL X QUELOIDEANA E HIPERTRÓFICA CICATRIZ HIPERTRÓFICA Regride espontaneamente com o tempo, podendo adquirir coloração de pele normal e podem ficar mais profundas que a pele (podendo ser confundidas com uma cicatriz atrófica). A hipertrofia acontece dentro dos limites da lesão, e, uma vez extirpadas, não apresentam resíduos. QUELÓIDE O nome vem do grego, significando “aspecto de tumor”. Estendem-se além dos limites da lesão, sendo espessas e possuindo alto relevo. • Podem causar coceira e dor inicialmente, depois sendo indolores a palpação; • Possuem coloração vermelho-escura, rosada ou esbranquiçada; • Situação definitiva. • Teoria hormonal – mais presente em mulheres. Além disso, pessoas mais velhas possuem menos chances de ter; • Fator hereditário – quando alguém da família tem, mais chances. Quem apresenta queloide em uma região, pode apresentar em outras. • Incidência – maior em pessoas de pele negra e em mulheres.
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