Buscar

Tumores de Estômago

Prévia do material em texto

Maria Clara Cavalcante 
Tumores de Estômago 
Epidemiologia: 
• Um dos tumores malignos mais comuns. 
• Busca por assistência tardia – fase incial – curável – 
poucos sintomas 
• 3ª causa em homens 
• 5ª causa em mulheres 
• 2ª causa mundial de morte oncológica 
• Japão e China – Câncer mais comum 
Histologia: 
• Adenocarcinoma – 95% - Tipo histológico mais comum 
• Linfomas – 3% 
• Leiomiossarcomas – 1% 
Fatores de risco: 
Nível socioeconômico baixo 
Anemia perniciosa - Gastrite atrófica autoimune 
História familiar – PAF 
Grupo sanguíneo A 
Dieta (rica em nitrosamina, defumados) 
Tabagismo 
H. pylori (paradoxo africano) 
Vírus de Epstein-Barr (EBV) 
Genética 
Pólipos gástricos – Tem que rastrear pelo risco 
Gastrite crônica atrófica 
Metaplasia intestinal (consequência de gastrite atrófica) 
Gastrite hipertrófica (Doença de Menetrier) - hipertrofia das 
pregas do fundo e corpo gástrico 
Cirurgia gástrica (antrectomia, exposição a bile) – Quando o antro 
é retirado, o piloro também perde, tendo refluxo alcalino, porém 
o estomago é acostumado com conteúdo ácido e não alcalino 
Classificação macroscópica: 
Vai até a 5ª, mas ela não se classifica 
➔ Borrmann I - Carcinoma polipoide (ou “Fungoide”) - 
Demarcada com áreas de tecido normal em toda a sua 
volta – Sobrevida: 40% 
➔ Borrmann II – Carcinoma ulcerado, bordas bem 
delimitadas, mas elevadas. Sem infiltração. A lesão é 
impossível de ser diferenciada, somente pela 
endoscopia, da úlcera gástrica benigna. Sobrevida: 35% 
➔ Borrmann III – Carcinoma ulcerado e infiltrante (da 
submucosa, mucosa, própria e muscular ), não é bem 
delimitado e tem bordas elevadas – É a apresentação 
mais comum do câncer gástrico – Sobrevida: 20% 
➔ Borrmann IV: Completamente infiltrada (“Linitis 
plástica”) – Se estende por todas as bordas e camadas. 
Lesão difícil de ser definida. Extensão bem significativa. 
– Já é câncer gástrico 
➔ Borrmann V: Câncer gástrico cuja definição não se 
encaixa em nenhuma das descritas acima 
 
 
Classificação histológica: 
De Laureen 
 
• Células anel de Sinete: É uma forma 
de adenocarcinoma que produz mucina. Quando um 
adenocarcinoma contém mais de 50% de células em 
anel de sinete passa a ser denominado carcinoma de 
células em anel de sinete. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adenocarcinoma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mucina
 
Maria Clara Cavalcante 
Quadro clínico: 
Estágios iniciais - geralmente assintomático ou apresenta sintomas 
dispépticos inespecíficos. Quando os sintomas motivam o 
paciente a procura o médico, o câncer já está mais avançado. 
• Perda ponderal 
• Dor epigástrica 
Constante, sem irradiação e não aliviada com ingestão de 
alimentos – Alguns casos há alívio temporário com antissecretores 
• Náuseas 
Vômitos recorrentes e em pouca quantidade sugerem obstrução 
antro-pilórica 
• Anorexia, melena, saciedade precoce 
• Disfagia 
Sugere invasão da cárdia ou do esôfago distal (pseudoacalásia) 
• Perfuração e sangramentos agudos são raros, mas é 
comum a anemia ferropriva e perda sanguínea crônica 
Sintomas decorrentes de metástases: 
• Tosse (pulmão) 
• Icterícia (fígado) 
• Ascite (peritônio) 
Exame físico: 
• Massa abdominal palpável (20% dos casos) 
• Linfonodo de Virchow (linfonodo supraclavicular 
esquerdo palpável) 
 
• Linfonodo de Irish (linfonodo axilar esquerdo palpável) 
 
• Linfonodo da irmã Maria José (linfonodo periumbilical 
palpável) 
 
• Prateleira de Blumer (metástase peritoneal palpável 
pelo toque retal – metástase à bolsa de Douglas) – 
Normal em mulheres 
• Tumor de Krukenberg (massa ovariana palpável) – 
Neoplasia de estômago com massa ovariana 
Então, se suspeita de neoplasia? ESTADIA! 
Diagnóstico: 
➔ Endoscopia digestiva alta: Pela endoscopia, é obtida a 
classificação de Borrmann, com implicação prognóstica 
EDA + Biópsia – precisão de 98% - melhor escolha 
Indicação: Dispepsia + sinais de alarme 
• Perda ponderal 
• Anemia 
• Sangramento 
• Disfagia 
• Vômitos recorrentes 
• Massa abdominal 
• Gastrectomia prévia 
• História familiar de câncer gástrico 
 
➔ Exame baritado: Caracteriza melhor Borrmann IV 
Seriografia Esôfago-Estômago-Duodeno (SEED) – para que o 
radiologista seja capaz de distinguir lesões benignas de malignas e 
sugerir diagnóstico histológico 
Sinais que sugerem malignidade são: 
• Lesão em massa com ou sem obstrução luminal ou 
ulceração 
• Úlcera com pregas irregulares 
• Úlcera com fundo irregular 
• Irregularidade de mucosa com perda da 
distensibilidade 
• Pregas alargadas 
• Massa polipoide 
Estadiamento: 
TC de tórax e abdome: 
• Acurácia 40-50%. 
• Excelente para avaliar metástase para órgãos e 
linfonodos à distância, mas falho para invasão local e 
peritônio – únicos que ele não vê: peritônio e diafragma 
US endoscópica: 
• Maior acurácia 
• Sensível para invasão tumoral na parede gástrica 
(Estadiamento T – padrão-ouro), mas também os 
linfonodos regionais (componente N). 
PET SCAN: 
• Detecção de metástase à distância - A metástase 
“brilha” nele 
• Indicado para pacientes em alto risco e com 
comorbidades 
• Não é invasivo 
Laparoscopia: 
• Maior sensibilidade que TC e US endoscópico para 
metástase peritoneal. 
Câncer gástrico preoce – Tumores restritos a mucosa e 
submucosa, independente da presença ou ausência de linfonodos 
regionais acometidos 
 
Maria Clara Cavalcante 
Estadiamento TNM: 
 
 
Tratamento: 
➔ Cirúrgico: 
Indicado para pacientes com doença não metastásica – a cirurgia 
é o único tratamento curativo para o câncer gástrico 
Exceção: Pacientes com risco cirúrgico e com doença metastásica 
Ressecção com margem de segurança + linfadenectomia a D2 
O tipo de cirurgia vai depender da localização do tumor 
MUCOSECTOMIA ENDOSCÓPICA: 
Apenas para câncer gástrico precoce – tumores restritos a 
mucosa e submucosa, independente da presença ou ausência de 
linfonodos regionais acometidos 
Cura em até 85% dos casos 
Indicações: Tem que preencher todas 
• T1a (restrito a mucosa na US endoscópica) 
• Não ulcerado (Borrmann I) 
• Bem diferenciado (Intestinal de Laureen) 
• Menor que 2cm 
• Sem invasão linfovascular 
 
 
 
 
GASTRECTOMIA PARCIAL OU SUBTOTAL: 
➔ Com reconstrução BillRoth II: 
Gastrectomia parcial a BII 
Gastrectomia parcial (a’) + jejunostomia (b’) + anastomose de 
término-lateral gastro-juojejunal (a’-b’) 
Tumor mais em baixo – distal 
 
➔ Com reconstrução em Y de Roux: 
É a total 
Gastrectomia (a’) + Secção de alça duodenojejunal, cerca de 40 cm 
(b’-c’) + Anastomose da término-terminal gastrojuojenal (a’-c’) + 
Anastomose término-lateral jejuno-jejunal (b’-d’) 
Tumor mais em cima – proximal 
 
Outros tipos: 
Tumores do Estroma Gastrointestinal (GIST / C-kit) – 
É uma úlcera para dentro do estômago que cresce para fora do 
estômago, se manifestando como uma massa do lado de fora do 
estômago – Não precisa de gastrectomia 
Gastrectomia não anatômica (basta tirar o tumor). 
Linfoma gástrico (Não-hodgkin e MALT) - Tratamento 
neoadjuvante: Quimioterapia e radioterapia. 
 
Tumores proximais - Gastrectomia total a D2 (lesão de fundo 
gástrico) com reconstrução a Y de Roux 
Tumores distais – Gastrectomia radical subtotal (estômago 
distal, 2 cm de duodeno e piloro, omento maior e tecido 
linfático) – reconstrução a Billroth II ou Y de Roux 
 
 
Maria Clara Cavalcante

Continue navegando